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HIDROLÓGICAS

Tipo 3 troço em que predomina a sedimentação

F. Composição dos Estratos Vegetais

8. LEVANTAMENTO HIDROGEOLÓGICO

9.1. ESTIMATIVA DO ÍNDICE DE PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL

A variável perigosidade resulta da probabilidade de ocorrência, num determinado espaço de tempo e numa determinada área, de um fenómeno danoso.

Manifesta-se no tempo através da Probabilidade que é baseada num histórico ou período de retorno que traduz a verosimilhança de ocorrência de um fenómeno num determinado local, neste caso, num pixel de espaço florestal, de dimensões 5x5m. Para se estudar esse histórico, determinou-se a percentagem média anual, para uma determinada série de observações, que neste caso correspondeu às áreas ardidas para o período de 1990 a 2007, cartografia disponibilizada pela DGRF. Avaliou-se, desta forma, a perigosidade ao longo do tempo, o que permitiu responder à seguinte questão: Qual a probabilidade anual de ocorrência de fogo neste pixel? (DGRF, 2007)

A probabilidade anual para cada pixel, foi determinada de acordo com a seguinte fórmula:

f x 100 Ω

Em que f é o número de ocorrências registadas e Ω o número de anos da série (neste

caso, 17 anos, de 1990 a 2007)13. Relativamente à frequência de incêndios na área de

estudo, apenas não existem registos nos anos de 1994, 1996, 1997 e 2007.

De acordo com a Carta de Probabilidade anual de ocorrência de fogo (Carta 27 – anexo I), a maior parte da área de estudo tem Probabilidade de 6% de ocorrência de fogo e coincide com as áreas que apenas arderam uma vez, no período de tempo considerado. Já as áreas onde é mais provável ocorrer este fenómeno, representam apenas 0.03% da área total de estudo.

Como se referiu, a variável perigosidade manifesta-se no espaço, por via da Susceptibilidade de um território ao fenómeno, a qual engloba variáveis como o declive e a área florestal, que derivam da topografia e ocupação do solo. Estas variáveis definem se um território é mais ou menos susceptível ao fenómeno, contribuindo melhor ou pior para que este se verifique e, eventualmente, adquira um potencial destrutivo significativo. Esta variável responde ao modelo desta forma: Qual o potencial de perigosidade do fogo neste pixel? (DGRF, 2007) Para se considerarem os declives neste modelo, estes foram reclassificados em cinco (5) classes e, a cada uma delas, corresponde um valor de Susceptibilidade, conforme se verifica no seguinte quadro:

Classes de declive (º) Valor de Susceptibilidade

0 – 5 2

5 – 10 3

10 – 15 4

15 – 20 5

> 20 6

Quadro 33. Classes de Susceptibilidade por declive. (Fonte:DGRF, 2007)

Assim sendo, quanto maior for o declive, maior será a susceptibilidade à ocorrência de fogos, como se pode observar na Carta 28 – anexo I, uma vez que num terreno declivoso o aquecimento do combustível contíguo à chama é mais intenso, o que encurta o tempo de ignição e torna o fogo mais rápido, num efeito semelhante ao do vento. Também a exposição do terreno e o seu declive determinam a quantidade recebida de radiação solar e de vento, e influenciam o tipo de vegetação presente (FERNANDES, 2007), e consequentemente o potencial de perigosidade.

Torna-se claro perceber a susceptibilidade que as áreas florestais apresentam a fenómenos de ignição, que surgem devido à conjugação do combustível, topografia e meteorologia. Estas ocupações florestais, apresentam, neste modelo de risco, um duplo papel, na medida em que podem contribuir para os incêndios florestais, quer como factor de perigosidade, quer como elemento de risco, tendo associado um valor por se encontrarem sujeitas a perda.

13 Dada a necessidade ou vantagem de trabalhar com valores inteiros em SIG, multiplica-se f por 100 podendo usar apenas valores

inteiros, ignorando a parte decimal e as áreas que nunca arderam foram reclassificadas de zero para um, de modo a não funcionar como elemento absorvente (DGRF, 2007), e não resultar, posteriormente, em perigosidade e risco nulos.

dos códigos de ocupação de uso, da nomenclatura usada para actualização de ocupação de solo, em três classes de susceptibilidade conforme se apresenta no quadro seguinte (Quadro 32). Classes de Sus- ceptibilidade Valor Ocupação do Solo Código Descritivo Baixa 2

C_ Culturas anuais associadas às culturas permanentes G_ Prado (associados a outras ocupações de solo) CC2 Culturas anuais de regadio

V_ Vinha (associada a outras ocupações de solo) A_ Pomares (associados a outras ocupações de solo)

Média 3

CC1 Culturas anuais de sequeiro

O_ Olival (associado a outras ocupações de solo)

B_ Floresta de Sobreiro (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

Z_ Floresta de Azinheira (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

M_ Floresta de Pinheiro Manso (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

E_ Floresta de Eucalipto (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

F_ Floresta de Outras Folhosas (associadas a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

T_ Floresta de Castanheiro Bravo (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

N_ Floresta de Castanheiro Manso (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

Q_ Floresta de Carvalhos vários (associados a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

Média 3

R_ Floresta de Outras Resinosas (associadas a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

P_ Floresta de Pinheiro Bravo (associado a outras ocupações de solo com excepção de espécies florestais)

Alta 4

D_ Medronheiro (associado a outras ocupações de solo)

B_ Floresta pura de Sobreiro ou floresta de Sobreiro associada a outras espécies florestais

Z_ Floresta pura de Azinheira ou floresta de Azinheira associada a outras espécies florestais

M_ Floresta pura de Pinheiro Manso ou floresta de Pinheiro Manso associada a outras espécies florestais

E_ Floresta pura de Eucalipto ou floresta de Eucalipto associada com outras espécies florestais

F_ Floresta pura de Outras Folhosas ou Floresta de Outras Folhosas associada a outras espécies florestais

T_ Floresta pura de Castanheiro Bravo ou floresta de Castanheiro Bravo associada com outras espécies florestais

N_ Floresta pura de Castanheiro Manso ou floresta de Castanheiro Manso associada a outras espécies florestais

Q_ Floresta pura de Carvalhos ou floresta de Carvalhos associada com outras espécies florestais

R_ Floresta pura de Outras Resinosas carvalhos ou floresta de Out- ras Resinosas associada a outras espécies florestais

JJ Vegetação esclerofítica / Espaços florestais degradados, cortes e novas plantações

J_ Vegetação esclerofítica / Espaços florestais degradados, cortes e novas plantações, associado a outras ocupações de solo

Alta 4

I_ Pastagens e Matos, associados a outras ocupações de solo QQ6 Floresta espontânea pura de carvalhos

FF6 Floresta espontânea pura de Outras Folhosas ZZ6 Floresta espontânea pura de Azinheira

Quadro 34. Classes de Susceptibilidade por área florestal

O mapa resultante da aplicação dos valores tabelados, das classes de Susceptibilidade existentes na área de estudo, apresenta-se na Carta 29 – anexo I, a partir da qual é possível verificar que, a susceptibilidade na área de estudo é, maioritariamente, Alta (79.26%) seguindo-se áreas com susceptibilidade Baixa (8.87%), Média (4.19%) e, por último, com susceptibilidade Nula (7.67%) as ocupações correspondentes a Áreas Sociais e Superfícies Aquáticas.

Para obtenção da Susceptibilidade geral foi necessário proceder-se à soma da Susceptibilidade da área florestal e dos declives.

Atendendo às metodologias e resultados descritos foi, então, possível estimar a Perigosidade de Incêndio Florestal, que se verifica na área de estudo, através da aplicação da operação matemática: Probabilidade x Susceptibilidade, envolvendo, naturalmente, álgebra de mapas.

apresenta grandes áreas com Perigosidade Muito Elevada e Elevada e encontram-se localizadas, essencialmente, a Noroeste e Sudeste, acompanhando também uma grande parte da área Central-Este, sendo que os concelhos de Vila de Rei e Figueiró dos Vinhos, assumem grande representatividade ao nível destas duas classes. Em termos de representatividade as classes referidas representam mais de 60% da área de estudo, correspondendo, por isso, às áreas onde haverá maior potencial para que o fenómeno de incêndio florestal ocorra e adquira maior magnitude.