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HIDROLÓGICAS

Tipo 3 troço em que predomina a sedimentação

F. Composição dos Estratos Vegetais

8. LEVANTAMENTO HIDROGEOLÓGICO

9.2. ESTIMATIVA DO ÍNDICE DE RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL

Como se referiu anteriormente, o Risco é obtido pelo produto da Perigosidade com o Dano Potencial, que por sua vez representa o produto do Valor Económico pela Vulnerabilidade que lhe está associada.

Entende-se por Vulnerabilidade o grau de perda a que determinado elemento em risco

está sujeito14, e designa, por isso, a sua capacidade de resistência ao fenómeno e de

recuperação após o mesmo (DGRF, 2007). É função da probabilidade de ocorrência e sua magnitude, bem como a capacidade do sistema absorver e recuperar de tal perturbação.

Os valores de referência para a Vulnerabilidade, de acordo com a metodologia aplicada, são arbitrados em função das benfeitorias instaladas num pixel, atribuindo-se-lhe como previamente definido, um valor compreendido entre zero (0), elemento não afectado pelo fenómeno e um (1), representando a perda total do elemento. De uma forma geral admite-se a atribuição de valores dentro do seguinte conjunto (Quadro 35).

Vulnerabilidade

0.00 – O elemento não é alterado

0.25 – O elemento é ligeiramente afectado, mas não necessita de reparações 0.50 – O elemento é afectado, necessitando de reparações ligeiras

0.75 – O elemento é severamente afectado, necessitando de reparações profundas

1.00 – A perda é total, o elemento é afectado de forma irreversível, necessitando de reconstrução ou substi- tuição

Quadro 35. Valores de Vulnerabilidade no modelo de Risco de Incêndio. (Fonte: DGRF, 2007)

Tendo em consideração os elementos em risco para o cálculo da Vulnerabilidade foram consideradas as áreas florestais, agrícolas e agro-florestais. Para as áreas agrícolas e agro-florestais, a vulnerabilidade será elevada e, por isso, terão uma baixa resistência se arderem. No entanto, é necessário ter em consideração quais as espécies florestais associadas às culturas, uma vez que não têm comportamentos idênticos quando sujeitas ao fogo. Os valores de vulnerabilidade associados às espécies florestais são os seguintes:

14 Elemento em risco é uma designação genérica para populações, bens, actividades económicas (entre outros), expostos à perigosi-

Elemento em Risco Vulnerabilidade Pinheiro Bravo 1.00 Outras Resinosas 1.00 Eucalipto 0.75 Sobreiro 0.50 Azinheira 0.50 Pinheiro Manso 0.70 Castanheiro 0.70 Medronheiro 0.50 Alfarrobeira 0.70 Carvalhos 0.60 Outras Folhosas 0.50 Acácia e Incenso 0.30 Matos 0.40

Edificado para Habitação 0.75

Quadro 36. Valores de Vulnerabilidade atribuídos aos elementos em risco. (Fonte: DGRF, 2007)

De acordo com todos estes valores, procedeu-se à elaboração do mapa de Vulnerabilidade da área de estudo (Carta 31 – anexo I).

Através do mapa obtido, verifica-se uma distribuição mais ou menos homogénea das classes de vulnerabilidade, embora surja uma grande área na zona leste da área de estudo com valores de vulnerabilidade próximos de 0.5 e que correspondem a áreas de matos com ocorrência de espécies florestais, alvo de incêndios em anos passados. Os elementos com vulnerabilidade equivalente à unidade correspondem a pinhais e a algumas áreas agrícolas, que pelas suas características não têm a capacidade de regeneração.

Em relação ao Valor Económico, este corresponde ao valor de mercado, em Euros, dos elementos em risco considerados. Esta variável permite quantificar o investimento necessário para recuperar um elemento, em função da sua vulnerabilidade, após

destruição ou perda de performance por exposição a um fenómeno danoso (DGRF, 2007).

O Valor da ocupação do solo da variável Área Florestal (€/ha) foi estimado com base nos valores padrão apresentados na matriz estruturante do valor das florestas, publicados na “Estratégia Nacional para as Florestas”, aprovada em Conselho de Ministros em 2006. Os referidos valores apresentam-se no quadro seguinte (Quadro 37) e servem para estimar o valor de bens e serviços a perder no momento e/ou custo de reposição. No caso dos povoamentos mistos, os valores estimados tiveram em consideração uma representatividade de 75% da espécie dominante de 25% da espécie dominada.

Ocupação do Solo (€/ha) B Z E T/N Q F P M R I D B 7 491.5 497.5 671 485.25 840.25 486.25 587 484.5 476.5 511.25 Z 238.5 112 118 291.5 105.75 460.75 106.75 207.5 105 97 131.75 E 256.5 130 136 309.5 123.75 478.75 124.75 225.5 123 123 149.75 T/N 777 650.5 656.5 830 644.25 999.25 645.25 746 643.5 635.5 670.25 Q 219.75 93.25 99.25 272.75 87 442 88 188.75 86.25 78.25 113 F 1284.75 1158.25 1164.25 1337.75 1152 1507 1153 1253.75 1151.25 1143.25 1178 P 222.75 96.25 102.25 275.75 90 445 91 191.75 89.25 81.25 116 M 525 398.5 404.5 578 392.25 747.25 393.25 494 391.5 383.5 418.25 R 217.5 91 97 270.5 84.75 439.75 85.75 186.5 84 76 110.75 I 193.5 67 73 246.5 60.75 415.75 61.75 162.5 60 52 86.75 D 297.75 171.25 177.25 350.75 165 520 166 266.75 164.25 156.25 191

Quadro 37. Valores da Ocupação do Solo (€/ha) utilizados no cálculo do Risco de Incêndio. [Fonte: DGRF, 2007]

De acordo com o que se verifica no quadro acima, torna-se claro que o valor da ocupação do solo é variável consoante a composição florestal existente no local.

Em relação às áreas agrícolas, e ocupações nelas existentes, o valor económico foi atribuído segundo as Contas de Cultura das Actividades Vegetais (GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR, 1997), tendo em conta o custo total de implementação de nova cultura agrícola.

Por último, conforme anteriormente referido, a variável Dano Potencial de um elemento é o produto do seu Valor Económico pela Vulnerabilidade que lhe é intrínseca. Um elemento que tenha elevado valor económico mas seja totalmente invulnerável, terá um dano potencial nulo pelo que não será afectado pelo fenómeno. Inversamente, o dano potencial será tanto maior, quanto a vulnerabilidade seja próxima de um (1) e o seu valor económico elevado. O resultado obtido apresenta-se na Carta 32 – anexo I.

Desta forma, obtiveram-se os componentes necessários ao cálculo do Risco de Incêndio florestal a que a área de estudo se encontra sujeita. O Risco corresponde a um potencial de perda e existe, sempre que exista Perigosidade, Vulnerabilidade e Valor associados, bastando não haver uma das componentes para o Risco ser nulo. O resultado obtido foi o exposto na Carta 33 – anexo I.

O Mapa de Risco de Incêndio, construído com base numa classificação de cinco

quantis15, evidencia que a área de estudo apresenta predominância de um risco Baixo,

localizado, maioritariamente, nos concelhos de Vila de Rei e Sertã. Este facto poderá ser compreendido tendo em conta o historio de incêndios naqueles concelhos, cujas áreas florestais foram consumidas pelas chamas à alguns anos atrás. Com Risco Elevado e

Muito Elevado identificam-se as áreas localizadas no concelho de Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Sardoal e Mação.

Este mapa permite indicar qual o potencial de perda face ao fenómeno em questão. Sempre que este fenómenos passa de uma hipótese a uma realidade, este mapa indicará o potencial de perda de cada lugar cartografado.

Um aspecto que convém deixar referenciado, é o facto de não se ter considerado para a estimativa do Risco de Incêndio Florestal, as áreas sociais, uma vez que apresentam valores de perda associados muito elevados, comparativamente às áreas florestais, agrícolas e agro-florestais, o que influencia fortemente o resultado final. Embora se registe este facto, importa referir que as zonas de tecido urbano descontínuo estão, na sua maioria, inseridas nas áreas florestais, pelo que apresentam um risco de incêndio associado, muitas vezes resultante do tipo de actividades executadas nesse locais, essencialmente ligadas à agricultura.