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ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS: AS ÓTICAS DA OBSERVAÇÃO ESTRUTURADA E

1 REVISÃO DE LITERATURA: PRÁTICAS DOCENTES FACILITADORAS NA

3.3 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS: AS ÓTICAS DA OBSERVAÇÃO ESTRUTURADA E

Para melhor organização e entendimento do perfil de cada professor, foi desenvolvida uma síntese dos principais aspectos observados nas aulas assistidas. Dentre eles: estilo do professor, gestão da turma, domínio de conteúdo e maneira como conduz a dinâmica da aula. Após esse destaque, foi realizado um cruzamento desses pontos com as categorias identificadas: (i) Significados; (ii) Importância; (iii) Planejamento; (iv) Execução; (v) Efetividade. É importante destacar que, apesar de as categorias serem distintas, diante da abrangência e complexidade da prática docente aqui destacada na utilização das estratégias didáticas, as categorias se perpassam. Assim, pelo fato de uma não existir sem a outra, em alguns momentos da análise, é perceptível o imbricamento de informações que alimentam, ao mesmo tempo, mais de uma das categorias aqui eleitas para estudo.

Professor de Custos: a aula foi iniciada com atraso por parte de alunos e do

professor. Como antecedia a um feriado e o docente manifestava preocupação com a possível ausência dos alunos, ele havia colocado uma notinha no facebook para os alunos, dizendo que haveria aula normal. Mesmo assim, só compareceram 30% da turma. O professor demonstrou domínio do conteúdo, ter planejado a aula e conseguiu cumprir o planejamento. Trabalhou com conteúdo atualizado e o expôs com clareza. Pareceu ter planejado a aula e conduzido conforme o planejado. Por outro lado, não foi possível verificar situação de interações entre ele e os alunos, não houve o esclarecimento do objetivo ou do método da aula, assim como não houve articulação do conteúdo com outros. As implicações dessas ausências podem ser imensuráveis visto que os alunos podem ficar perdidos, sem um ponto de partida e sem saberem qual a intenção da aula, até onde eles precisam ir e o que precisam alcançar. Além disso, com a não partilha dos elementos constitutivos da aula, ocorre a centralização da aula no professor e a possível desresponsabilização, por parte dos alunos, dos objetivos a serem alcançados. Apresentou os exercícios em Word no datashow e quadro negro, os quais foram posteriormente corrigidos. Entretanto, a letra estava muito pequena, o que dificultou a visualização. Não foram utilizadas estratégias de ensino diversificadas durante a aula.

O professor possui uma formação acadêmica de bacharelado e mestrado na área de exatas e trabalha em uma Instituição Pública. Segundo ele, todo o conhecimento que possui sobre Didática aprendeu com a prática. Percebe-se que o professor trabalha com

estratégias voltadas para as tendências tecnicistas, utiliza a repetição como meio facilitador da aprendizagem. A aula poderia ter sido mais significativa se o professor tivesse chamado os alunos ao quadro ou direcionasse os questionamentos, pois somente 3 de 14 alunos participaram da aula. Entretanto, embora o professor não tenha muita informação sobre Didática, reconhece a sua importância, planeja-se para o momento da aula e segue seu planejamento. Mas, nota-se pouca efetividade no processo, já que existe muita dificuldade em acompanhar o assunto estudado e pela pouca participação. Apesar de haver pouca conversa paralela e os discentes olharem na direção do professor, os alunos pareciam dispersos, não participavam e não manifestavam envolvimento na aula, conforme Imagem 1, abaixo.

(Imagem 1 – Aula do P. Custos – registrada em 30/04/2012 FOTO 12874) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Geografia: a aula foi ministrada em uma Instituição Pública,

iniciada com 60% da turma presente e com um atraso por parte da professora. Ainda que não tenha acontecido aula expositiva da professora, mas sim, apresentação de trabalhos, ela fez intervenções, corrigindo slides e palavras ditas incorretamente pelos alunos. Nos slides apresentados pelos alunos, percebiam-se erros gramaticais e informações erradas. A equipe que apresentou o trabalho estava envolvida com assunto estudado, mas o restante da sala estava dispersa, alguns alunos não haviam se preparado para o trabalho e começou a estudar na sala, outros alunos namorando, alguns conversando e poucos estavam realmente atentos às

apresentações, conforme registrado na Imagem 2. A postura da professora é, aparentemente, centralizadora, mas o êxito de sua aula dependeu, fundamentalmente, da produção dos alunos, o que não aconteceu de maneira satisfatória.

A professora possui formação acadêmica em licenciatura e tem especialização cursada há bastante tempo. Quando perguntada, em entrevista, sobre a frequência que participa de cursos de formação continuada, ela diz que compra livros e que viaja com a família. Percebe-se que a professora não tem muita clareza dos significados e importância da Didática. Embora tenha dito que sempre seguia à risca o planejamento, ao menos, na aula observada, isso não aconteceu. Uma sugestão de estratégia seria perguntar à turma se havia alguma dúvida quanto ao trabalho apresentado, se os colegas tinham algo a contribuir ou comentar, mas isso que não aconteceu, enfraquecendo o fator interacional da sala de aula Também não houve retomada da aula anterior, apresentação dos objetivos da aula, qual assunto que seria apresentado, ou mesmo a articulação do conteúdo com outros estudados ou com outras disciplinas. A pouca qualidade na construção dos slides pelos alunos e a falta de participação da turma evidenciaram a pouca efetividade nas estratégias utilizadas pela professora.

(Imagem 2 – Aula do P. Geografia – registrada em 04/05/2012 FOTO 12885) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Educação Especial: trata-se de uma aula ministrada em uma

Instituição Pública. Esta foi iniciada no horário previsto com 98% dos alunos presentes e aula estava organizada em meia lua. Para iniciar os trabalhos, o professor retomou a aula anterior, mas não esclareceu como será a dinâmica da aula. Foi constatado, nesta pesquisa, que somente este professor possibilitou a interação entre os alunos satisfatoriamente. Isso pode ser verificado também por meio da Imagem 3 abaixo, que flagra o momento em que uma aluna faz um comentário e todos os colegas se viram e prestam atenção na colega. Na aula observada, à medida que os alunos participavam, o professor registrava o nome dos alunos com a finalidade de avaliação. Houve muitas conversas e, por vários momentos, o docente chama atenção em relação à conversa entre os alunos. Algumas vezes, ele até para de falar ou solicita que os alunos parem de comentar o texto, a fim de que a turma se cale.

O professor possui formação acadêmica em licenciatura e especialização, diz participar de grupo de pesquisa e que dedica um momento para fazer leitura de obras clássicas. Pela sua prática em sala de aula, é possível perceber que ele entende os significados e importância da Didática. Houve planejamento da aula e a turma correspondeu e participou, demonstrando interesse pelo assunto, relacionando com suas vidas profissionais e conhecimentos prévios. Eles apresentaram dúvidas, embora, nem sempre, estivessem diretamente relacionadas ao assunto da aula. Mesmo assim, percebe-se que há efetividade nas estratégias utilizadas pelo professor.

(Imagem 3 – Aula do P. Educação Especial – registrada em 03/05/2012 FOTO 12884) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Empreendedorismo: a aula iniciou com 30 minutos de atraso com

30% da turma presente. Mais tarde, a turma ficou com 80% dos matriculados, fato que, em nenhum momento foi comentado pelo professor. Além do prejuízo do atraso, a aula foi concluída 30 minutos antes do horário. No início da aula, o professor faz menção que o conteúdo a ser estudado está de acordo com o programa que eles receberam anteriormente. No decorrer da aula, sempre faz referências aos teóricos que estudam o assunto, expõe o conteúdo de maneira clara e com linguagem básica. O professor planejou trabalhar um texto, por completo, mas isso aconteceu. O texto foi elaborado pelo próprio professor e disponibilizado aos alunos, alguns dias antes, pela internet. Mas, poucos haviam lido ou estavam com o texto em mãos. Em nenhum momento, o professor solicita que os alunos que não tivessem o texto sentassem próximos de quem tinha ou solicitou que xerocassem. Quem tinha o texto começou a ler, quem não tinha ficou disperso.

O professor trabalha numa Instituição Particular, tem formação acadêmica em bacharelado e doutorado na área de humanas. Suas ações indiciam que gosta de sua profissão e a faz com esmero e comprometimento. Procura estabelecer importância à Didática. Entretanto, seus significados são superficiais para ele, talvez pela limitação de sua formação na docência. Ele, em entrevista, relata sempre participar de encontros de formação continuada na instituição em que trabalha, o que possibilita a melhoria contínua de sua prática, mas que possui pontos a serem melhorados. Planeja suas aulas e procura trabalhá-la da melhor forma possível, mas, talvez, pelo fato de os alunos não conhecerem a aplicabilidade do assunto trabalhado, não demonstraram o interesse devido pelo tema. Outro agravante é o fato de a maioria chegar à sala atrasado, como eles chegam e o conteúdo já ter sido iniciado, ficam um pouco perdidos e dispersos com o tema, o que pode ser constatado na Imagem 4 abaixo.

(Imagem 4 – Aula do P. Empreendorismo – registrada em 02/04/2012 FOTO sem título 3) Fonte: Registro feito pela autora

Professora de Comunicação: a aula foi ministrada em uma Instituição Pública.

Foi iniciada com 30 minutos de atraso e concluída com 20 minutos de antecedência. A professora chegou bastante atrasada e pelos comentários dos alunos, isso é frequente. Explicou que a aula seria dividida em dois momentos, e que o primeiro seria destinado à leitura de um texto. Dito isso, pediu que os alunos fossem até a xérox pegar um texto de 04 páginas e que poderiam utilizar uma hora para a leitura (mas os alunos ficaram fora de sala quase o dobro do tempo combinado) e que o segundo momento da aula seria destinado à discussão do referido texto. Estavam presentes 60% dos alunos matriculados, mas somente 20% da turma retornaram à sala para o segundo momento. Na dinâmica dessa nova etapa da aula, foi proporcionada interação entre os alunos. Após a leitura do texto, a professora foi apontando os alunos para dizerem o que entenderam e o que acharam do texto, os quais foram assinalando os pontos mais relevantes. Apesar de a dinâmica ter sido envolvente, foram apenas 10 minutos de discussão e a aula foi encerrada mais cedo.

A docente é bacharel na área de humanas e diz ter interesse em continuar estudando. Apesar de parecer ter planejado a sua aula, pela sua prática em sala de aula no dia da pesquisa, fica a impressão de que ela não conheça os significados da Didática e que utiliza as estratégias didáticas de maneira desordenada, sem critérios, apenas para preenchimento do tempo. Suas expressões faciais e sua voz denotavam cansaço e impediam a demonstração de

prazer em sua atividade. Chegou atrasada, passou poucas páginas para leitura, disponibilizou os 3 horários daquele encontro para essa tarefa,promoveu pouco tempo de interação e concluiu a aula com antecedência. A professora possuiu muita dificuldade para obter a atenção dos alunos (Imagem 5 abaixo). Pelas expressões, atitudes e comportamentos, percebe- se que a turma não demonstra atenção na professora. A conversa paralela foi tamanha, que houve dificuldade de ouvir a voz da professora.

(Imagem 5 – Aula do P. Comunicação – registrada em 30/04/2012 FOTO 12858) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Relações Internacionais: trata-se de uma aula ministrada em uma

Instituição Privada. O professor chegou pontualmente em sala, porém, a aula foi iniciada com 15 minutos de atraso em função do atraso dos alunos. Durante esse tempo, o professor ficou conversando com os alunos assuntos relacionados ao dia-a-dia. Somente 50% da turma estavam presentes no horário, o que, segundo o professor, é comum. O docente trouxe um datashow e notebook para sala de aula, mas não utilizou. Disse que havia planejado trabalhar outro assunto, mas que o deixaria para próxima aula. Durante toda a aula, o professor se manteve em pé. Entretanto, apenas na parte da frente da sala. A aula foi iniciada com a correção de uma atividade e, durante toda a dinâmica, à medida que a turma ia dando as respostas às questões apresentadas pelo professor, este ia estimulando os alunos, utilizando como estratégia didático-discursiva o elogio. Mas, quando necessário, corrigia e dizia como

seria o correto. Percebe-se um clima tranquilo, descontraído e de afetividade em sala de aula. O que pode ser observado na Imagem 6.

O professor é bacharel e possui doutorado na área de humanas. Diz participar pouco de cursos de formação continuada, mas que procura sempre ler e que a Didática é de extrema importância a seu ver. Foi percebido que houve um planejamento para a aula, mas que, por algum motivo, não foi possível segui-lo. Foram notadas algumas contradições entre discurso e prática, a exemplo dos professores que dificultam essa técnica. Em entrevista, o professor de Relações Internacionais, conforme segue, afirma que procura entender o contexto do aluno e estimular a discussão a partir da experiência dos alunos.

“Sempre procurando conhecer a realidade dos alunos, o contexto que eles vivem, se eles já estão envolvidos no mercado de trabalho no qual a disciplina faz parte. Se eles já atuam, eu posso aprofundar mais, discutir mais. Eu uso o critério da experiência deles, do nível e de como eles se adaptam aquilo ali.” (P. Relações Internacionais)

Entretanto, na observação, os alunos, ao iniciarem uma questão relacionada às políticas públicas (controle de natalidade), o professor disse que não entraria na questão por ser uma questão polêmica. Uma aluna disse que era muito decepcionante ele não querer discutir questões polêmicas. Outra aluna, de meia idade, disse: “professor, eu já tenho idade e sou formada, mas você deveria abrir os olhos dos colegas. A maioria da turma é formada por alunos entre 17 a 18 anos.” Alguns alunos concordaram e o professor então argumentou que discutir questões políticas, por si só, não tem o porquê, que eles precisavam ter embasamento teórico para isso, e indicou uma leitura para embasamento, esvaindo-se da discussão proposta pela turma.

(Imagem 6 – Aula do P. de Relações Internacionais – registrada em 12/04/2012 FOTO sem título2) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Controladoria: ao chegar à sala, de maneira cartesiana, o professor

escreveu no quadro o tema da aula e a data. A aula iniciou com 15 minutos de atraso, com a presença de quase um terço do número de alunos matriculados, fato esse não comentado pelo professor. Embora não tenha dificuldade em obter atenção dos alunos e interagir com estes, não estimula a interação com seus alunos e nem entre os próprios alunos. Como estratégia, ele chama uma aluna para resolver uma questão no quadro. Entretanto, não há uma dinâmica para envolver o restante da turma. Pela expressão dos alunos, alguns estão achando a aula enfadonha, pois abaixam a cabeça, bocejam, colocam a mão no queijo (Imagem 7). Os alunos mostraram ter uma relação de confiança e de liberdade para participação e questionamentos. O professor demonstrou domínio do conteúdo, que correspondeu ao programa da disciplina.

O professor trabalha em uma Instituição Privada, é bacharel e mestre na área de humanas. Reconhece a importância das estratégias didáticas, e os seus significados para ele, são voltados para a técnica. Pareceu ter planejado a aula e concluído conforme o planejado. Em nenhum momento da aula aconteceu o desvio do assunto proposto. Quanto à efetividade, apenas um aluno apresentou dificuldade no assunto trabalhado. Após ouvi-lo e como foi o único que teve a dúvida, o professor disse, “como o seu resultado está muito destoante, depois sento contigo para verificarmos o que houve”. Essa pode não ter sido a melhor estratégia a ser utilizada, pois o aluno passou a aula toda sentado ao lado de uma colega, tentando resolver

esse exercício e prestando muito pouca atenção na aula (Imagem 8). Não foi possível verificar se havia outros alunos com dificuldade em entender o assunto trabalhado, pois eles se mantiveram calados a esse respeito. Na maioria do tempo, a turma demonstrou interesse pelo assunto, conhecimento prévio do assunto trabalhado, havendo associação entre a teoria com a prática.

(Imagem 7 – Aula do P. Controladoria – registrada em 11/04/2012 FOTO 09) Fonte: Registro feito pela autora

(Imagem 8 – Aula do P. Controladoria – registrada em 11/04/2012 FOTO 04) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Sociologia: a aula foi ministrada em uma Instituição Pública, sendo

iniciada com 15 minutos de atraso e com 15% dos alunos matriculados. O professor explicou, no início da aula, que planejou iniciar e concluir o assunto, mas, se por algum motivo não

conseguisse concluir, faria a conclusão na próxima aula. Nesse momento, o professor solicitou um resumo da aula do dia a ser entregue no final do horário. Entretanto, ao concluir a aula, não toca mais no assunto e nenhum aluno entrega o material solicitado. Pode-se pontuar que, ao iniciar a aula, houve retomada do evento anterior e explicação de que a aula aconteceria em dois momentos. No primeiro, seria exposição oral do conteúdo, e, no segundo momento, seria a elaboração, por parte dos alunos, de um resumo da aula. Explicou a necessidade de o conteúdo a ser trabalho, para que serviria, onde e em que momento os alunos aplicariam as informações. Existiu uma grande diversificação de recursos, estratégias e material de apoio didático, tendo sido utilizado o PowerPoint com tópicos e figuras e apresentado um vídeo com uma matéria do fantástico sobre o assunto. Esse foi o único momento em que os alunos diminuíram a conversa e deram atenção ao vídeo apresentado. No final da aula, fez a leitura de um texto reflexivo.

O professor possui licenciatura e especialização na área de humanas. O que, teoricamente, lhe oferece suporte para docência. Ele diz perceber a importância da utilização de estratégias didáticas em sua prática, mas, como lhe foi apresentado o termo de consentimento livre e esclarecido antes de iniciar a pesquisa, ficou a impressão de que ele utilizou textos e estratégias que não haviam sido planejados, tendo sido utilizados pela conveniência do momento. Em entrevista, o próprio professor admite ter utilizado algumas estratégias considerando a pesquisa, já que o enfoque trabalho era esse. Embora tenham sido boas estratégias, não houve vinculação entre o tema trabalhado e os objetivos propostos. Quanto à efetividade das estratégias, não foi percebida, os alunos, conforme pode ser observado na Imagem 9 abaixo, mantiveram-se com muita conversa, pouca atenção e participação.

(Imagem 9 – Aula do P. Sociologia – registrada em 02/04/2012 FOTO 12820) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Anatomia: o professor que trabalha em uma Instituição Pública

chegou no horário previsto e lamentou a quantidade de alunos, por ser pequena, mas justificou pela véspera de feriado. A aula, então, inicia com 40 minutos de atraso e com 10% dos alunos presentes. Ao iniciar a aula, o professor apresentou em PowerPoint os objetivos da aula, seguindo com os slides o conteúdo a ser trabalhado. Os alunos se mantiveram em silêncio e atentos quase o tempo todo, mesmo os que estavam no fundo da sala. Algumas alunas se mantiveram com a cabeça baixa quase que a aula toda, outros alunos deixaram o caderno fechado, outros, ainda, saíram e voltaram várias vezes durante a aula. Essa dispersão pode ser notada na Imagem 10. O professor sempre procurou exemplificar os termos técnicos com termos conhecidos na vivência dos alunos e sugere referências de livros mais técnicos e livros mais básicos. A turma demonstrou interesse pelo assunto e apresentou dúvidas básicas, sem demonstrar relacionar a teoria dada com a prática. A conversa entre os alunos chega a incomodar e, de maneira geral, o professor não procurou estratégias para manter a atenção dos alunos quando da dispersão.

O professor possui graduação e mestrado na área da saúde e diz reconhecer a importância das estratégias didáticas. A impressão passada era de que os alunos estavam presentes apenas fisicamente, mas o docente não notou ou achou melhor não tocar no assunto. A aula foi considerada predominantemente técnica, cuja maior relevância para o professor consistiu em preparar uma boa aula, em sua visão, e transmitir o conteúdo. A assimilação desse conteúdo ficou sendo uma questão colocada em segundo plano, já que em nenhum

momento o professou procurou trabalhar estratégias para que os alunos dispersos ou focados em outros afazeres se concentrassem e aproveitassem a aula. Logo, construíssem conhecimento.

(Imagem 10 – Aula do P. Anatomia – registrada em 30/04/2012 FOTO 12857) Fonte: Registro feito pela autora

Professor de Economia Educacional: o professor chegou à sala com atraso,

levou um tempo considerável para instalação do aparelho de datashow e conclui com 35 minutos antes do horário. Aparentemente, a minha presença o incomodou, ele se manteve de pé, o tempo todo, na parte da frente da sala, sendo que a turma não demonstrou interesse, nem conhecimento prévio do assunto a ser trabalhado. Tentaram relacionar a teoria com a prática, atribuindo exemplos do cotidiano ou profissional, porém, sem sucesso. Assim como também, não apresentou dúvidas sobre o assunto discutido. Quando houve a participação dos alunos, estes estabeleceram exemplos e vivências com pouca relação com o conteúdo de maneira científica. A aula foi predominantemente expositiva com utilização de PowerPoint. O professor explicou os objetivos e a dinâmica da aula. Mas, não proporcionou interações entre os alunos, não articulou o conteúdo com os de outras disciplinas e não incentivou que o aluno encontrasse a resposta para suas dúvidas. Os exemplos utilizados pelo professor, em nenhum momento, foram voltados para a educação, deixando transparecer que se trata de uma aula preparada para aplicar para múltiplos cursos. Percebe-se, no comportamento dos alunos, que