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1 REVISÃO DE LITERATURA: PRÁTICAS DOCENTES FACILITADORAS NA

1.7 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS E CRIATIVIDADE

A partir do entendimento de que a educação é um fenômeno próprio da sociedade, de acordo com Libâneo (1994), a prática pedagógica é parte intrínseca dessa dimensão e a Didática é a intervenção entre as teorias que precisam ser estudadas e a prática docente. De tal modo, faz-se necessário que o professor atue como mediador entre os conteúdos a serem estudados e que busquem sempre condições criativas, meios, métodos e técnicas mais eficazes de ensinar.

Para Rangel (2005), a origem da palavra método está relacionada à busca por um caminho para se chegar a um objetivo. Na sua etimologia, a palavra em latim é methodus, que se origina do grego, assim meta quer dizer meta e methos significa caminho. Já a origem da palavra técnica, é technicus, em latim, e technicu, em grego, que significa artes e processos. Logo, o método é o caminho; e a técnica é o como fazer. Para a autora, o procedimento didático é o conjunto de métodos e técnicas no processo ensino/aprendizagem, sendo que os critérios para a escolha dessa prática podem ser construídos ou adotados no decorrer de seu processo de formação profissional.

É interessante que o professor universitário tenha afinidade, intimidade e competência com a profissão. Precisa assumir uma postura dinâmica, interativa, criativa, crítica, diferenciada e reflexiva, bem como ter propriedade de conhecimento e práticas inovadoras (PEREIRA; BERHRENS, 2010).

As críticas relacionadas à falta de didática dos professores universitários são ressaltadas por Pachane e Pereira (2004). As autoras relatam que os alunos afirmam que os professores sabem os conteúdos da disciplina ministrada, no entanto, não sabem ensiná-los e como conduzir a aula. Ainda seguem assegurando que as Instituições de Ensino Superior exigem dos professores a obtenção de titulação de mestres e doutores, mas questionam a contribuição desses cursos na qualificação didática desses docentes.

Embora grande parte dos professores universitários tenha estudado por meio de uma Pedagogia Tradicional, na qual apenas a transmissão de saberes fragmentados era necessária, atualmente, a prática docente apresenta necessidades além dessas. Logo, é preciso

ter atualização contínua por parte desse profissional, assim como criar em sala de aula um ambiente agradável e inovador para favorecer a aprendizagem.

Atualmente, quando se estuda a formação e atuação de professores, percebe-se que constantemente é apresentada a palavra inovação. Inovação, segundo Ferreira (2009), é o ato ou efeito de inovar. Castanho (2000a) enfatiza que não se deve confundir a referida palavra com invenção (criação de algo que não existe), pois a inovação é a aplicação de algo que já existe com novas características. Por outro lado, a autora adverte que não é fácil mudar as práticas e sistemas educativos, embora os professores, que trabalham de maneira a proporcionar a reflexão e a discussão, dispõem de características inovadoras.

Portanto, fazem-se necessárias aplicações de estratégias didáticas como dinâmicas de grupos que permitam a ascensão do conhecimento e integração entre os atores do processo. Por certo, para atender as diversidades da turma, é preciso que o professor conheça teoricamente e disponha de um arsenal de estratégias de ensino e aprendizagem para ser utilizado quando necessário (DUK, 2006).

O objetivo da Didática, na forma repetitiva, restringe-se simplesmente à reprodução e organização de procedimentos e técnicas educacionais, já a Didática educativa reflexiva articula teoria e prática, envolvendo a criatividade (VEIGA, 2008). Nesse contexto, em que o professor conhece a relevância social de sua atividade e procura estabelecer uma análise crítico-reflexiva de sua prática didática, tanto o docente quanto o discente são atores do processo.

Pimenta e Anastasiou (2002), ao questionarem professores sobre a conceituação de Didática, obtiveram deles a resposta de que Didática é saber ensinar. Pare esses professores, vários profissionais sabem o assunto, porém muitos não sabem como ensinar. Ainda para os professores questionados, os alunos esperam que a Didática dê condições aos docentes de aplicarem técnicas capazes de fazê-los aprender. Nessa mesma pesquisa, ao investigarem os discentes, as autoras constataram que os alunos acreditam que, para a formação de um bom professor, fazem-se necessários: experiência, conhecimentos específicos e domínio pedagógico.

A ação pedagógica está intimamente relacionada à formação humana em toda a sua plenitude, tendo a Didática fundamental relevância quanto à qualidade da prática educativa, o que facilita a efetivação da aprendizagem cognitiva. Dessa forma, cabe a ela, vinculada a uma abordagem pedagógica, destacar a criticidade, incentivar em seus métodos maneiras com que os alunos consigam construir conhecimentos, a partir de uma visão crítico- reflexiva na resolução de problemas (LIBÂNEO, 2004).

A Didática que possibilita uma formação integral é a que permite a internalização do conhecimento do educando no aspecto humano e cognitivo. Logo, as estratégias pedagógicas podem permitir esse desenvolvimento, por serem construídas a partir de embasamentos didáticos criativos e serem focadas no coletivo (MENDOZA; GALINDO; AGUILAR, 2006).

Para Petrucci e Batiston (2006), a palavra estratégia está intimamente ligada ao ensino, já que o ato de ensinar envolve arte e encantamento. Para esses autores, cabe ao professor, de maneira criativa, envolvente e segura, saber como fazer o aluno se encantar pelo aprender.

Ao abordar o assunto “estratégias diferentes e atividades opcionais”, Antunes (2002) afirma que aula expositiva pode ser magnífica em uma aula, mas intolerável em cinco aulas seguidas. E se fosse imaginado que um mesmo aluno tivesse todas as suas aulas ministradas, utilizando a mesma estratégia, a mesma rotina e sem surpresas? Para o autor, se fossem trabalhadas alternâncias de procedimentos, com interrupções aos exageros de rotinas, intercalando a explicação com o debate, esse docente teria mais condições de promover a aprendizagem.

Um importante instrumento que, se utilizado adequadamente, pode ser um excelente meio de pesquisa, estimulando os alunos no exercício das pesquisas educacionais é a Internet. Utilizada de maneira apropriada, ela pode provocar a motivação na construção de uma aprendizagem de maneira dinâmica, rápida e segura. A relação da Didática com a internet é analisada por Freire e Júnior (2009). Para os autores, o emprego da internet não institui uma nova Didática, mas certamente é possível torná-la mais criativa e melhor.

Tendo em vista que a criatividade e a criticidade do discente são necessárias para que a aprendizagem seja internalizada, esse processo está intrinsecamente inserido na prática pedagógica, cujo resultado pretendido é uma educação de qualidade. Deste modo, seja em que condições, níveis de ensino e consciências, todos os docentes desenvolvem uma prática pedagógica. Assim, a Didática sistêmica é efetivada a partir da relação entre a visão de mundo e a prática pedagógica, isto é, a afluência e articulação de saberes definidos pelos contextos dos grupos (MACHADO, 2005).

Criatividade é a maneira particular de se desenvolver o próprio conhecimento, alicerçada na iniciativa e confiança na resolução dos conflitos, como também é a (re)construção de conhecimentos ocasionando transformações dos envolvidos. Dessa forma, as pessoas envolvidas no processo elaboram novas formas de relação com o outro e com o

meio em busca de alteridade, possibilitando, por meio da habilidade criativa, o desenvolvimento da humanidade (PAGEL, 2009).

Ainda que, grande parte das estratégias didáticas criativas, normalmente utilizadas, seja comumente conhecida como dinâmicas de grupo, utilização de recursos tecnológicos ou ferramentas sofisticadas, nesta pesquisa, considera-se que, estratégias didáticas criativas podem estar presentes em simples inovações na rotina de sala de aula. Determinadas modificações de procedimentos, mesmo que pequenas, podem gerar ações criativas que poderão influenciar na aprendizagem.