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Estratégias de marketing da aplicação de interatividade virtureal móvel do Museu dos Biscainhos

CAPÍTULO 6 – I NTERATIVIDADE VIRTUREAL E MÓVEL NO M USEU DOS

6.3. Estratégias de marketing da aplicação de interatividade virtureal móvel do Museu dos Biscainhos

Para as estratégias de marketing propostas neste capítulo, iremos incidir sobretudo no que diz respeito ao mundo digital e à interatividade. O marketing tradicional é aplicado na vertente digital, uma vez que a Internet tem ganho um papel preponderante na escolha de técnicas e ações associadas à gestão dos espaços culturais, tal como na comunicação de entidades como a Direção Geral do Património Cultural (DGPC)60 e o museu da Fundação

de Serralves61 e museus que não são tutelados pelo DGPC, mas que desempenham um

papel relevante na atual museologia contemporânea portuguesa. Notas de imprensa, estatísticas de visitantes, convites para eventos e exposições, divulgação de cursos e oficinas, concertos e espetáculos de música, lançamento de produtos para venda nas lojas de museus e informação diversa relacionada com a museologia, encontram-se disponíveis através de e-mails, promovendo e atraindo visitantes às entidades a que se referem. Para melhor compreender as forças (Strenghts) e as fraquezas (Weaknesses), assim como as oportunidades (Opportunities) e as ameaças (Threats), apresentamos de seguida uma análise SWOT (Figura 77), para a realidade museológica do Museu dos Biscainhos e também relativamente ao protótipo de aplicação móvel interativa virtureal proposta.

Figura 77. Análise SWOT da realidade museológica e da interatividade face à oferta turística local.

Fonte: Própria.

60 V. http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/. Consultado a 06 de junho de 2017. 61 V. http://www.serralves.pt/pt/. Consultado a 06 de junho de 2017.

O marketing digital surge nas empresas do mercado turístico numa vertente de across

platforms para que qualquer informação disponível se encontre online em qualquer lugar

e em todas as redes sociais, ao mesmo tempo, ou seja, «[d]igital marketers now work harder than ever to understand content and digital marketing performance as their imperative – they then use this intelligence to build efficient, integrated, digital marketing campaigns around channels that have maximum business impact» (http://marketingland.com/digital-marketing-integration-impact-cross-channel-content- 130060)62.

Uma vez que o orçamento do Museu dos Biscainhos é inexistente, porpomos ações de marketing que vão de encontro ao que é possível implementar, face à realidade económica do bem cultural. Neste sentido, o Museu divulga o seu espaço através de parcerias, de artes performativas, associações a festas locais e atividades desportivas no Museu. Porém, a informação muitas vezes só chega até ao público depois do evento acontecer. Desta forma, propomos uma ação de across platforms, com o intuito que a divulgação digital esteja presente em todos os canais de comunicação e sobretudo em redes sociais, em formato gratuito para a publicidade do espaço cultural e das atividades a ele inerentes. Para além da comunicação via Facebook, poderão ser criados perfis no Instagram, Twitter e mesmo em blogs da área que permitam a difusão da oferta cultural e turística do Museu. O facto de não existir cooperação entre as entidades locais e regionais torna a execução deste processo mais difícil; contudo, uma vez que a nível académico se propõe cada vez mais trabalhos vocacionados para o mercado turístico, especificamente o cultural, as parcerias com entidades de ensino poderão vir a ser uma mais valia para ambas as partes para integração e propostas de trabalho possíveis de serem efetuadas em modo de investigação e ao mesmo tempo em modo de contributo para o museu. Neste sentido, deve-se procurar o planeamento estratégico do marketing a nível de uma rede operacional, em que todos os museus locais funcionem em continuidade, para que a oferta seja mais homogénea, mas também não devemos esquecer os stakeholders do mercado turísticos e as entidades públicas e privadas, uma vez que o que procuramos é divulgar a nossa identidade cultural, histórica e tradicional, que nos distingue dos demais locais existentes com os mesmos pressupostos, e assim sendo todos podemos ganhar com o cruzamento de conhecimento e experiências.

62 Consultado a 10 de junho de 2017.

Na aplicação móvel virtureal interativa proposta nesta investigação, criamos um logótipo que poderá vir a ser utilizado pela entidade museológica, no uso de recriações históricas futuras, no sentido de ser entendido como uma renovação da marca e do produto, o Palácio enquanto Museu. Assim, como as ilustrações aqui apresentadas serão aplicadas, brevemente, em atividades no Museu, propomos neste trabalho não apenas a investigação científica, mas também o uso dos dados obtidos e propostos sob o formato de desenhos, dados estatísticos, logótipos e outra qualquer informação que o Museu considere pertinente para a divulgação e comunicação do mesmo. Em associação à aplicação prototípica apresentada, criamos um Blog com o intuito de captar o interesse de quem não se encontra perto e ao mesmo tempo publicitar e informar, no sentido de atingir um determinado público-alvo para que possamos corresponder às expectativas e necessidades dos consumidores, com o propósito de a visita se concretizar. Inicialmente será apresentado em inglês e português, com a possibilidade de aumentar as traduções linguísticas conforme a procura e a necessidade. Este espaço proporcionará ao consumidor uma breve introdução do que foi e é o Museu, muito de encontro ao que é proposto nos designs das interfaces da aplicação móvel prototípica.

O processo de comunicação entre museus e público abre caminho para se perceber quais as necessidades e oferta de cada um. Existem fontes não controladas por ambos, mas que direta ou indiretamente, podem dominar ou influenciar o contexto museológico. São estes: a concorrência (pelo crescimento da oferta cultural, podemos decidir por toda e qualquer oferta cultural que leve o público, de forma fiel, para a sua oferta em relação às restantes), os lideres de opinião (que recomendam ou projetam opiniões sobre determinado espaço ou bem cultural) e suportes informativos, muitas das vezes digitais, têm a aptidão de influir a opinião pública e consequentemente o público que frequenta os museus. No entanto como fontes controláveis pelo museu podemos referir, os média (com programas ou técnicas de comunicação e divulgação que promovem um determinado museu, os espaços de exposições temporárias, as coleções, eventos e produtos - nomeadamente a venda de inspirações de peças existentes no museu - que são divulgados por interesse directo do museu ou entidade museológica), os produtos e a oferta veiculada por estes.

No que diz respeito à comunicação entre museus e público, poderemos ainda referir que os museus ao desenvolverem e fornecerem produtos e serviços que preencham as

necessidades e interesses de mercado, precisam certificar-se de que os mesmos são colocados à disposição e possuem a relação qualidade/preço que deverá gerar a demanda do público. Tendo em vista o cumprimento das necessidades dos potenciais visitantes, o marketing cultural digital tem ao seu dispor informação relativa às pesquisas de mercado, que influenciam muitas vezes determinadas decisões no que respeita aos aspectos acima citados.

6.4. Conclusão

A Internet permite aplicar uma série de ferramentas que podem ser utilizadas para melhorar o processo de comunicação e marketing nos museus, mas também serve como mediadora da ação da visita do museu. Permite o acesso aos objetos mesmo à distância e apresenta as referências patrimoniais dentro do contexto da sua produção e do seu contexto histórico, fazendo com que o seu público tenha uma visão mais abrangente da exposição apresentada no museu físico. Não podemos esquecer que a Internet possibilita trabalhar ao nível do serviço educativo do museu de forma mais dinâmica e esta acção não se limita aos espaços do museu, mas pode ser feita online.

As novas tecnologias estão em constante transformação e é necessário renovar o suporte digital da informação. A possibilidade de uma maior interação com o público consumidor é a grande vantagem da criação dos museus virtuais, sejam eles apenas representações virtuais do museu físico ou criados especialmente para esse fim.

A interatividade virtureal móvel em Turismo Cultural em contexto