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5. Produto Final

5.3. Estratégias para a acessibilidade visual

116 Fonte: acervo do autor

A vegetação pré-existente ajuda no conforto ambiental no sentido de produzir sombra e impedir a insolação direta nas fachadas, já que se tratam de inúmeras árvores com a copa frondosa e tronco altivo. Já as escolhas vegetais no projeto paisagístico são em sua maioria arbustos para não impedir que os ventos de sul-sudeste atendam todos os blocos.

117 transmissão a distância dos textos em braile.

É nesse contexto que, dentro dos nove eixos setoriais de acessibilidade elaborados pelo

“Caderno de acessibilidade a museus”, o ecomuseu desenvolvido objetiva assegurar políticas inclusivas básicas da NBR 9050 - especialmente aos referentes aos deficientes visuais -, bem como a sustentabilidade ambienta, local e regional.

Tabela 6 – Eixos setoriais e diretrizes de acessibilidade em museus

Fonte: http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2013/07/acessibilidade_a_museu_miolo.pdf

Sabe-se que a tipologia adotada para a definição do tipo de museu é muito ampla, entretanto é importante reconhecer que as diretrizes apresentadas para cada um dos nove eixos adotados pelo Caderno projetam-se como desafios e metas a ser alcançadas para a construção de novos programas de acessibilidade politicamente respaldados.

Dentro dos princípios do design universal, o projeto tentou colocar o acervo igualmente ao

118 alcance de todos os usuários, permitiu a escolha da forma de utilização (audiovisual, tátil, sonoro) e a sua adaptabilidade ao ritmo de uso, eliminou complexidades desnecessárias, maximizando assim a legibilidade das informações necessárias, assim como minimizou ações repetitivas a partir da intercalação de meios expositivos, assim como se preocupou em minimizar esforços físicos.

O salão expositivo consiste em uma grande rota acessível, livre de obstáculos e sinalizado de acordo com o que o autor almeja com as exposições e a forma que elas serão colocadas ao público.

A rota acessível é pensada desde o acesso ao espaço, onde as todas as rampas e escadas foram sinalizadas com piso tátil para indicar mudança de nível. Próximo a entrada do salão, existe um mapa tátil na parede da fachada principal para que, antes mesmo de entrar no espaço, o deficiente possa saber previamente como funciona a exposição. Trata-se, nesse ponto, como um processo cognitivo precisa se desenvolver através da percepção e da apreensão do espaço, para que o indivíduo possa conhecê-lo e agir sobre ele.

Já na entrada, a recepção está pronta para atender aos mais variados públicos e explicar como funciona o espaço e distribuir folhetos em braile, podendo, caso seja de interesse do visitante, oferecer visitas guiadas. Vale salientar que o Bosque dos Namorados não permite a entrada de animais, porém, no caso dos deficientes visuais, o cão-guia pode ser excetuado sem restrições.

Figura 95 – Perspectiva interna do salão expositivo em destaques para os painéis e a recepção

Fonte: acervo do autor

119 Asprincipais estratégias adotadas no projeto são referentes a formas criativas de exposição em consonância com as normas da ABNT 9050/2015. Então, para que o avanço tecnológico favoreça a acessibilidade nos museus, fones de ouvido serão distribuídos pela recepção para que sejam “plugados” em dispositivos próximos aos painéis expositivos.

Obras táteis são fundamentais para as pessoas com deficiência visual, causando um prazer muito grande na sua experiência de visita a um museu, portanto, estarão disponíveis miniaturas metálicas de 60cm de altura dentro da zona de alcance gestual e adaptado para pessoas em cadeira de rodas, para que, assim, as espécies explicadas sejam possíveis de compreensão.

Para dar independência de mobilidade aos deficientes visuais, foram propostos pisos tátil e direcional dentro do salão expositivo, fazendo todo o circuito do ecomuseu em volta do átrio, passando pelos painéis na extremidade até voltar para a recepção.

Pode-se dizer que a utilização de contrastes é bastante desejável, de maneira que os objetos expostos não se confundam com o suporte ou a parede onde estão localizados.

Com isso, as paredes internas serão rebocadas e pintadas em cor branca para que haja o contraste entre o marrom da parede de externa de taipa de pilão da área de exposição.

Nesse sentido, os painéis apresentarão cores mais fortes para haver, agora, o contraste com o branco da parede interna.

A figura 96 mostra uma perspectiva esquemática de como seria o ambiente do salão expositivo com o jacarandá da bahia no centro e os painéis expositivos em preto para contrastar com a parede ao fundo e, assim, facilitar a compreensão para as pessoas com baixa visão.

120 Figura 96 – Croqui da perspectiva de entrada do salão de exposição

Fonte: acervo do autor

A figura 97 mostra um croqui esquemático da Mãe Terra presente no espaço e de que forma a vegetação auxilia na compreensão do espaço. Uma vez que os cambarás - dotados de cheiros e cores variadas -, foram implantados ao redor da escultura, cria-se uma ligação afetiva entre o espaço e os usuários ao demarca o lugar com o paisagismo. Isso ajuda não só os deficientes a compreenderem o espaço, como também os videntes.

Figura 97 – Croqui do espaço de convivência da escultura Mãe Terra

Fonte: acervo do autor

A figura 98 mostra o muro que separa o ecomuseu da rua externa ao Bosque, em que foram implantadas as tumbérgias-azuis para demarcar o lugar com uma identidade visual que explore tons de verde e azul e facilite, dessa forma, a sinalização espacial dessa área

121 para os deficientes visuais.

Figura 98 – Croqui da perspectiva do muro que separa do Bosque da Rua Alto da Torre

Fonte: acervo do autor

5.5. Apresentação do projeto

Figura 99 – Perspectiva externa 1.

Fonte: acervo do autor

122 Figura 100 – Perspectiva externa 2.

Fonte: acervo do autor

Figura 101 – Perspectiva externa 3.

Fonte: acervo do autor

123 Figura 102 – Perspectiva externa 4.

Fonte: acervo do autor

Figura 103 – Perspectiva interna 1.

Fonte: acervo do autor

Figura 104 – Perspectiva interna 2.

124 Fonte: acervo do autor

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho objetivou desenvolver um projeto de ecomuseu, isto é, um museu voltado para as questões ambientais dentro do Bosque dos Namorados/Parque das Dunas/Natal/RN, para estimular a cultura, o lazer e a educação ambiental. Além disso, procurou incluir, principalmente, os deficientes visuais no acesso ao acervo do museu.

Tendo em vista que já existe uma sala expositiva dentro do Centro de Pesquisa do Parque, o desenvolvimento deste projeto explorou, sobretudo, uma nova forma de exposição das espécies da flora pertences à Mata Atlântica ao expandir esse tipo de uso ao grande público, em local próximo a uma das principais vias de acesso e a uma das esculturas mais famosas do lugar: a Mãe Terra.

Ao longo do seu desenvolvimento do trabalho, houve, antes de tudo, a preocupação com a Zona de Proteção Ambiental 2 e com o Plano de Manejo que rege todos os tipos de intervenção no Parque das Dunas. Após a verificação das leis vigentes, houve também o cuidado em criar espaços confortáveis em termos de ventilação e iluminação naturais.

Buscou-se o respeito para com o meio ambiente optando-se pelo uso de um sistema construtivo ecológico de terra (taipa de pilão) e, também, um deck elevado de madeira que liberou boa parte do solo da nova construção.

Houve um maior detalhamento em relação à acessibilidade visual para que, dessa forma, o objetivo de criar um espaço museológico e ecologicamente adaptado fosse alcançado.

Sabe-se que esse trabalho exigiria um maior detalhamento do sistema construtivo, uma vez que a taipa de pilão é pouco usual no meio da construção civil, além de um acompanhamento mais próximo dos deficientes visuais para conhecer as necessidades que extrapolam a NBR 9050/2015. Mesmo assim, foram explorados, em linhas gerais, diversos campos dos conhecimentos adquiridos durante a formação acadêmica do autor, os quais puderem ser consubstanciados no projeto arquitetônico.

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