• Nenhum resultado encontrado

ESTUDO DAS LESÕES PRODUZIDAS POR PROJÉTEIS DE ARMAS DE FOGO

No documento medicina-legal (páginas 126-129)

SANGÜÍNEAS:

ESTUDO DAS LESÕES PRODUZIDAS POR PROJÉTEIS DE ARMAS DE FOGO

São lesões produzidas por um mecanismo de ação perfuro-cortante, que ensejam o estudo da ferida de entrada, do trajeto e do orifício de saída e os elementos de vizinhança.

9 FERIDA DE ENTRADA:

Pode ser resultante de um projetil único ou múltiplo, e com variação da distância dada pelos gases proveniente da combustão da pólvora, da pólvora da bucha e de seus resíduos.

9 ORIFÍCIO DE ENTRADA TIROS À DISTÂNCIA:

Exercendo uma ação perfuro-contundente, produz um orifício de entrada aparentemente circular ou redondo quando o tiro for perpendicular e oval , linear ou em fenda quando o tiro for inclinado ou em região abaulada , lembrando uma lesão determinada por instrumento perfurante; e produzem em geral orifícios de entrada menores que o projétil, pois comprimem a pele em dedo de luva isto é explicado pela elasticidade e retratilidade da pele e não sofrendo a ação dos gases e demais elementos da munição.

Projétil disparado à distância, atingindo a pele de raspão, sem perfurá-la, produz a penas escoriações alongadas.

9 ORIFICIO DE ENTRADA TIROS ENCOSTADOS:

Os orifícios de entrada têm forma irregular, denteada ou com entalhes, determinando uma ferida de entrada em "câmara de mina" este formato dado pela ação dos gases de explosão. Na redondeza do ferimento nota crepitação da tela subcutânea, enfisema subcutâneo, causado pela ação dos gases, causando ainda queimaduras.

O diâmetro da lesão pode ser maior que o projétil.

Os tiros encostados ainda permitem deixar impresso o desenho da boca e da alça da mira da pele, através de um halo de tatuagem e esfumaçamento conhecido como sinal de WERKGAERTNER.

9 ORIFÍCIO DE ENTRADA TIROS A QUEIMA ROUPA OU DE PERTO:

Os orifícios de entrada são irregulares, fazendo atuar a ação dos gases proveniente da combustão da pólvora, da pólvora da bucha e de seus resíduos. Apresentando os elementos de vizinhança.

9 ORLA DE CONTUSÃO OU ZONA INFLAMATÓRIA DE HOFFANN:

É uma área muito pequena, milimétrica, que circunda o orifício de entrada, conseqüente à escoriação produzida pelo impacto rotatório e atrito do projétil. Nos tiros perpendiculares tem forma circular, nos tiros oblíquos tem forma ovalada ou fusiforme.

Portanto a orla de contusão tem importância na de determinação da direção do tiro.

9 HALO DE ENXUGO OU DE LIMPEZA:

É produzido pela passagem do projétil através dos tecidos e que por atrito faz uma limpeza no projétil, a sua tonalidade de cor depende das substâncias que o projétil leva consigo, geralmente é de cor escura.

É concêntrico, nos tiros perpendiculares e ovalares ou elípticos nos tiros oblíquos.

9 ZONA DE TATUAGEM:

É o resultado da impregnação de grãos de pólvora incombustas no corpo.

O halo dessa tatuagem varia de cor escura, com pólvora negra, e de cor variada, com pólvora piroxilada e intensidade conforme a distância.

A tatuagem é um sinal indiscutível de orifício de entrada em tiro à queima roupa, é fixa , isto é não lavável, podendo faltar quando ficam retidas nas vestes.

9 ORLA DE ESFUMAÇAMENTO:

É produzida pelo depósito de fuligem resultante da combustão da pólvora ao redor do orifício de entrada, é também chamada de zona de falsa tatuagem, pois lavando, ela desaparece.

9 ARÉOLA EQUIMÓTICA:

Produzida pela sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanças do ferimento.

9 ZONA DE QUEIMADURA:

É produzida pela ação superaquecida dos gases.

9 LUVA DE PARAFINA OU PROVA DE ITURRIOZ:

São partículas de pólvora combusta e incombusta e de chumbo e cobre que são expelidos pelas gretas existente entre as câmaras do tambor e o cano e partes dos gases que impregnam ou penetra da derme principalmente polegar, indicador, médio e prega interdigital, da mão que empunha a arma.

9 ORIFÍCIO DE SAÍDA:

Se o projétil transfixar o corpo, formar-se à um orifício de saída, de forma irregular, bordas invertidas, maior sangramento, e de interesse secundário por não possuir caracteres próprios.

Geralmente o orifício de saída é maior que o de entrada.

9 TRAJETO:

É o caminho do projétil percorrido dentro do corpo.

O trajeto é dito aberto quando tem orifício de saída, fundo cego ou fundo de saco quando termina em cavidade fechada.

O trajeto é o mais variado possível desde linha reta até curvas, quando o ferimento é transfixante, seria teoricamente traçado por uma linha reta que liga orifício de entrada ao orifício de saída.

É vedado ao perito ou ao cirurgião extrair a bala do corpo empregando instrumento metálico, ou rastreá-la com sonda de metal ou com tentacânula a fim de que os exames de balística não sejam falseados.

NOTAS:

Os gases de explosão, em tiro encostado, pode causar na caixa craniana destruição da massa encefálica, o mesmo pode ocorrer com tiro de festim dentro da boca.

A chama conseqüente à combustão da pólvora exterioriza em forma de cone, tanto maior quanto mais antiga for a arma, podendo causar queimaduras da pele, dos pêlos e das vestes.

RESIDUOGRAFIA:

Residuografia é o estudo da gênese e da distância do somatório de partículas metálicas ( chumbo e antimônio de projéteis não encamisados, cobre e zinco de projéteis encamisados ) e não metálicas ( nitrito, nitrato, estifnato, cálcio, antimônio, chumbo, sulfeto. arremessadas tanto pela culatra como pela “boca” do cano da arma, simultaneamente com o projétil principal, por ocasião do disparo, constitui também o estudo de processos físicos e químicos de identificação dos corpúsculos explosivos arremessados juntamente com os gases oriundos da combustão dos explosivos contidos na munição.

RESIDUOGRAMA:

Residuograma é a representação do plano da distribuição das partículas não metálicas ou metálicas em um determinado alvo, partículas, estas, reveladas pela aplicação de técnicas físicas ou químicas na identificação de um metal ou não metal.

No documento medicina-legal (páginas 126-129)

Documentos relacionados