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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.3 Estudo de danos causados pela ferrugem

Para o experimento de quantificação de danos, através da comparação volumétrica, foram selecionados talhões novos já plantados em diferentes regiões, cuja severidade da doença foi previamente avaliada nas plantas em condições de epidemia aberta. Foram alocadas parcelas nas seguintes regiões: Central A, Norte e Sul.

As informações pertinentes aos materiais clonais utilizados encontram- se na Tabela 4, e referente às características das parcelas na Tabela 5.

O referido ensaio de análise de dano foi instalado nas seguintes datas: 01/08/2007 na região Norte, 02/08/2007 na região Sul e 03/08/2007 na região Central A.

Igualmente às parcelas instaladas para estudo espaço-temporal da epidemia, as coordenadas geográficas estão de acordo com o Sistema de Referência SAD-69 – Datum Chuá-MG. Os dados de altitude foram extraídos indiretamente sobre o modelo digital de terreno (DTM), baseado nas altitudes da restituição de ortofocartas resultantes de aerolevantamento realizado entre 1995 e 1996.

Tabela 4. Material clonal utilizado no ensaio e espécies pertinentes.

Clone Espécie 3 "urograndis" 4 "urograndis" 7 "urograndis" 9 * * Material indeterminado.

Tabela 5. Região, idade do plantio, projeto, talhão, coordenadas geográficas, altitude e clone operacional dos ensaio de análise de dano.

Região Idade Projeto Talhão Coordenadas geográficas Altitude (m) Clone operacional Latitude 16° 04' 34'' S

Central A 5 meses Pau Brasil

III 23 Longitude 39° 27' 21'' W 195,00 7

Latitude 16° 03' 56'' S Central A 5 meses Pau Brasil

III 21 Longitude 39° 26' 55'' W 156,90 3

Latitude 15° 35' 16'' S

Norte 5 meses Tarumã 12

Longitude 39° 16' 57'' W * 3

Latitude 16° 43' 46'' S Sul 5 meses Jambeiro

V 33 Longitude 39° 21' 27'' W 94,10 9

Latitude 16° 48' 37'' S Sul 5 meses Jambeiro

VI 67 Longitude 39° 15' 51'' W 55,80 4

Neste ensaio o método utilizado foi o de plantas individuais (BERGAMIN FILHO & AMORIM, 1996). Os indivíduos doentes e sadios substituem as parcelas do método de parcelas experimentais. As plantas foram devidamente escolhidas, marcadas e avaliadas. A escolha da planta foi realizada procurando-se representar cada nível de severidade da doença, de acordo com escala diagramática proposta por Takahashi & Furtado (n/p) e modificada por Zamprogno et al. (2008). Nesta escala há 4 diferentes níveis de doença, sendo: N0: planta isenta de sintomas (planta sadia); N1: poucas pústulas de ferrugem (difícil de serem encontradas); N2: pústulas normais de ferrugem, esparsas ou em agregados

de pústulas abundantes, nos limbos e folhas novas; N3: plantas com pústulas normais abundantes, podendo haver necrose das porções atacadas. Em estágios mais avançados da doença, apresenta pústulas nos limbos, pecíolos de folhas mais novas e nos terminais de galhos e haste principal, comprometendo a dominância apical (Figura 2). Foram marcadas 10 plantas amostrais de acordo com a severidade encontrada.

Figura 2. Escala diagramática de ferrugem do eucalipto proposta por Takahashi & Furtado (n/p), modificada por Zamprogno et al. (2008) .

O mapa de alocação das parcelas de distribuição espaço-temporal, parcelas de dano e localização das estações meteorológicas encontra-se disponível para visualização no Apêndice.

A partir da instalação de parcelas de observação para análise de dano, em nível de campo, as plantas foram avaliadas quanto à severidade de ferrugem e posteriormente marcadas de acordo com o nível encontrado.

Após a quantificação da doença, foram realizadas aferições de medidas em função do tempo (Tabela 6), obtendo-se valores de altura (metros) e DAP (Diâmetro à Altura do Peito, expresso em centímetros).

Conforme a Tabela 6, foram realizadas 4 avaliações de aferição de medidas, de acordo com as possibilidades operacionais. Estas corresponderam a 6, 10, 16 e 19 meses de idade das plantas.

Para a primeira e segunda avaliação de aferição de medidas, os dados foram comparados apenas quanto à altura das plantas (em metros), por não apresentarem desenvolvimento suficiente para estimativa de volume (em metros cúbicos). A coleta dos dados de CAP (Circunferência à Altura do Peito), em centímetros, para posterior obtenção dos dados de DAP só foi possível a partir da terceira avaliação.

Visando analisar a influência de aplicação de fungicida sobre níveis epidêmicos de ferrugem (nível 3), realizou-se um experimento em parcela pareada, cujo nível de severidade da doença encontrava-se extremo em todas as plantas (nível 3), com dominância apical, necrose de tecidos velhos e juvenis, e esporulação intensa. Foram marcadas duas linhas de 20 plantas, totalizando 40 plantas em cada parcela. Posteriormente à quantificação da doença, impreterivelmente semelhante em cada parcela, e delimitação das parcelas, realizou-se a aplicação do fungicida Azoxistrobina, a 0,25 gramas por Litro de solução. O volume de calda por planta foi ajustado para 50 mL. Posteriormente à aplicação da solução fungicida, realizou-se a aferição de medidas das árvores aos 6, 10, 16 e 19 meses de idade, na parcela de dano instalada no projeto Jambeiro V (região Sul), talhão 33. Realizou-se a análise comparativa de altura e de volume de madeira.

Tabela 6. Características, avaliações e idade das parcelas de dano.

Região Idade Projeto Talhão Coordenadas geográficas Data instalação Datas avaliações Idade (meses) 11/9/2007 6 Latitude 16° 04' 34'' S 28/1/2008 10 4/7/2008 16 Central A 5

meses Pau Brasil III 23

Longitude 39° 27' 21'' W 3/8/2007 10/10/2008 19 11/9/2007 6 Latitude 16° 03' 56'' S 28/1/2008 10 4/7/2008 16 Central A 5

meses Pau Brasil III 21

Longitude 39° 26' 55'' W 3/8/2007 10/10/2008 19 10/9/2007 6 Latitude 15° 35' 16'' S 28/1/2008 10 4/7/2008 16 Norte 5 meses Tarumã 12 Longitude 39° 16' 57'' W 1/8/2007 10/10/2008 19 11/9/2007 6 Latitude 16° 43' 46'' S 29/1/2008 10 5/7/2008 16 Sul 5 meses Jambeiro V 33 Longitude 39° 21' 27'' W 2/8/2007 11/10/2008 19 11/9/2007 6 Latitude 16° 48' 37'' S 29/1/2008 10 4/7/2008 16 Sul 5 meses Jambeiro VI 67 Longitude 39° 15' 51'' W 2/8/2007 11/10/2008 19

A equação utilizada para determinação do volume individual das plantas foi elaborada de acordo com os dados obtidos no experimento, através do sistema de mensuração florestal da Veracel Celulose S.A., e consiste:

Ln (Volume) = β0 + β1Ln (DAP) + β2Ln (HT)

Onde:

βx - Parâmetros ajustados para o modelo;

Volume – Volume total com casca (m3);

DAP – Diâmetro tomado a 1,30 m do solo (cm); HT – Altura total (m).

Parâmetros ajustados: β0 = -10,0954; β1 = 1,7907; β 2 = 1,1306.

Para a obtenção dos volumes individuais estimados, a equação acima descrita sofreu pequenos ajustes matemáticos, para correspondência do Ln, a saber:

Vi = EXP ( -10.0954 + 1.7907 * LN (DAP) + 1.1306 * LN (ALTEst.))

Para avaliação dos danos potenciais, os dados foram contabilizados para comparação quanto ao volume médio das plantas, em metros cúbicos, de acordo com cada nível de severidade.

O método utilizado foi o de plantas individuais (BERGAMIN FILHO & AMORIM, 1996). Os indivíduos doentes e sadios, substituem as parcelas do método de parcelas experimentais. As plantas foram devidamente escolhidas, marcadas e avaliadas, de acordo com a severidade. Os dados em cada severidade foram adequados ao modelo de ponto crítico (JESUS JUNIOR et al., 2004b).

No presente estudo, para a obtenção de diferentes níveis de severidade utilizou-se a infecção natural (CHIARAPPA, 1971; JAMES & TENG, 1979; WALKER, 1983).

Tendo em vista que foi realizada uma única avaliação para delimitação das plantas em diferentes níveis de severidade, os dados de AACPD foram supostos de acordo com os resultados das parcelas de avaliação temporal. Portanto, o estudo de AACPD foi realizado apenas no estudo temporal. A Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) é estimada por integração trapezoidal (BERGER, 1988), e contempla:

n - 1

AACPD = ∑ [(Y

i

+ Y

i + 1

) / 2] (T

i + 1

– T

i

)

i = 1

Onde:

Y: é a severidade da doença;

(T i + 1 – Ti): é o intervalo entre duas avaliações consecutivas.

A estimativa de danos foi calculada, para cada região de plantio, através da diferença de produção entre plantas de diferentes níveis de severidade.

3.4 Estudo da eficiência e viabilidade econômica de fungicidas em diferentes