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CAPÍTULO III – RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.9. Estudo de Mercado

O tipo de questionários teve em conta o tempo livre, a disponibilidade monetária e o modelo de projeto.

Primeiramente interessou conhecer aspetos de caráter geral para depois estreitar numa determinada área geográfica de interesse, devido à próximidade da área de produção e venda principal dos produtos em causa.

No estudo de mercado pretendeu-se conhecer e antever o comportamento da população de Gavião, no sentido de apurar a viabilidade de um novo produto, nomeadamente licores regionais que se diferenciam pela introdução de ingredientes BIOs na sua confeção.

3.9.1. Amostra

O número da amostra foi arredondado para 386 inquiridos, todos de nacionalidade portuguesa. Uma vez que se previa realizar os inquéritos em números iguais de ambos os sexos, foi se intercalando entre homens e mulheres. Devido ao número de ausências, recusas, e pelo facto de serem maioritariamente mulheres a estarem presentes no momento do questionário, não foi possível manter a igualdade de inquiridos nos dois sexos.

Pelas diversas razões enumeradas, a seleção da amostra não foi aleatória mas sim por conveniência, não garantindo a representatividade da amostra.

3.9.2. Recolha de dados

Os dados dos questionários foram codificados e transpostos para um quadro construído em Excel. Os resultados foram trabalhados num programa informático estatístico denominado de Programa

R, versão 3.0.0 da Windows de 3 de Abril de 2013, “Masked Marvel”. Tendo em conta que a

maioria das variáveis são qualitativas, foram aplicados cálculos de estatística descritiva – medidas de localização e medidas de dispersão; representação e análise de gráficos.

71 Nas temáticas abordadas foram estudadas as unidades amostrais, a idade, o sexo/género e a escolaridade. Os inquiridos foram também questionados relativamente à experiência degostativa, intenção de consumo, à regularidade/costume e frequência, na ingestão de licores regionais. Achou-se necessário conhecer a preferência de sabor e o reconhecimento dos inquiridos sobre a concorrência (quantidade, embalagem, cor, sabor e preço).

Junto daqueles que nunca tinham experimentado um licor regional tentou-se saber o motivo e a vontade que tinham de o fazer.

Em relação ao desejo de aquisição perguntou-se aos inquiridos se compravam um licor BIO em vez de outro licor regional, mesmo que fosse mais caro e se o preferiam fazer numa loja da especialidade ou num supermercado. Procurou-se saber também se achavam importante comercializar um licor BIO e porquê, e se o compravam para oferecer.

O estudo nesta área é importante uma vez que as respostas dos inquiridos podem indicar a relevância da investigação do projeto na perspetiva do cliente final.

3.10. Entrevista

A entrevista teve em consideração diversos fatores que podessem interferir nas respostas, nomeadamente fuga às questões. A visita funcionou como alternativa à falta de informação referente aos licores regionais de cariz artesanal.

3.10.1. Visita ao El Corte Inglês

Nas prateleiras apenas existiam três marcas, uma delas sem álcool mas com adição de natas na maioria da sua extensão, com marcas notórias de industrialização dado ao seu aspeto e composição, e as outras duas marcas intituladas de regionais.

Os licores regionais – “Nobre Terra” de Palmela e “Donanna” de Arganil (Anexo 10 – Imag. 10.1.), tinham 20% e 22% de teor alcoólico, com igual volume (500 ml).

Todos ofereciam uma panóplia de aromas, destacando-se os licores regionais não só pela aparência, mas também pelos aromas característicos – frutos silvestres, amora, morango, cereja, figueira, figo, castanha, café, mel, especiarias e alecrim.

Segundo a vendedora a requisição destes produtos é relativamente regular, com registo de vendas superiores para os licores Nobre Terra, até porque apresentavam um custo mais acessível. Os preços da Nobre Terra eram a 11,90 € e os da Donanna variavam entre 21,50 €, para frutas, e 17,50 €, para plantas.

72 Pontualmente o produtor da Nobre Terra faz algumas degustações na loja, tendo sido a última vez com suspiros recheados de licor para clientes e funcionários.

A Nobre Terra tinha um pequeno livro no gargalo da garrafa, com diferentes modos de servir a bebida. Verificou-se também que é uma marca comercializada em menor número, uma vez que não tinha número de lote, nem o simbolo de produto artesanal, contráriamente à Donanna.

“Os produtos BIO são cada vez mais procurados, especialmente neste tipo de locais”, referiu a vendedora.

No global da loja gourmet notou-se alguma limitação quanto à identidade. Os produtos apesar de selecionados eram nacionais ou internacionais mas de certa forma banais, com exceção dos licores mencionados de cariz artesanal.

Depois já no supermercado, decorreu uma pequena entrevista com Sr. Pedro Fonseca, Adjunto de Supermercado.

Nas prateleiras sobressaiam os licores industriais – “Tia Maria”, “Licor Beirão”, “Brandymel”, etc. e de licores regionais existiam os mesmos que na loja gourmet.

Ele explicou que os produtores de licores artesanais geralmente têm como comércio principal outros produtos e que os licores geralmente servem como aproveitamento de recursos ou como complemento de venda.

“A mensão de BIO encarece o produto, tornando-o inacessível ao público em geral e talvez por isso não procurem certificar licores; até porque os consumidores entendem o produto regional como sendo BIO”, disse o Sr. Pedro, ou seja, “... mais um motivo para os produtores manterem o produto conforme está”.

Segundo informações fornecidas no espaço de supermercado, nota-se uma maior procura dos licores regionais em datas festivas, como a Páscoa e o Dia do Pai. Infelizmente, independentemente da época do ano, não existe desenvolvimento de merchandising (técnicas de marketing que destacam os produtos na venda).

Os fornecedores são os mesmos para todas as bebidas alcoólicas, ou por vezes são os produtores que os levam até às superfícies comerciais.

Quando a visita terminou, foi efetuada uma breve inspeção visual pelo piso zero, com um ponto de venda exclusivo de produtos artesanais diversos, onde estavam os dois licores anteriormente mencionados. No global existem 3 pontos de venda onde estão incluidos os licores regionais – loja

gourmet, supermercado e entrada. Talvez pela hora notou-se uma grande ausência de pessoas no

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