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2. População e amostra

4.2. Estudo piloto

O estudo piloto foi realizado em Janeiro de 2009, numa turma de 23 alunos, numa aula de Área de Projecto, durante 90 minutos.

Mais uma vez, a investigadora solicitou à professora de História da turma que elaborasse uma lista com 10 grupos de trabalho (6 grupos de dois alunos e 4 de três alunos). Como faltaram dois alunos, a experiência foi realizada com 21 alunos, pelo que teve de se fazer uma pequena remodelação dos grupos, passando apenas um grupo a ser constituído por três alunos. No dia da experiência, a investigadora preparou a sala de aula, dispondo as mesas em U. Foram colocadas duas mesas no centro, uma para cada conjunto de artefactos. Foi deixado espaço entre as mesas para que os alunos pudessem se deslocar para o centro para observar e analisar os instrumentos. Como foi referido, os instrumentos do Paleolítico/Mesolítico foram colocados numa mesa, com a designação de conjunto B e os do Neolítico noutra, com a designação de conjunto A.

Foi intencionalmente que não se designou o conjunto dos artefactos do Paleolítico/Mesolítico com a letra A e o dos Neolítico com a letra B, como seria lógico em termos cronológicos. O objectivo era perceber se os alunos eram capazes de contextualizar os objectos através da sua observação/análise, mesmo as letras estando trocadas.

Em cada instrumento foi colocado um número ou uma letra que identificasse os instrumentos, dado que na terceira tarefa escrita os alunos tinham de escolher um dos objectos e colocar questões sobre ele.

Quando os alunos entraram na sala de aula, foi-lhes solicitado que se deslocassem para o centro da sala e se dispusessem à volta das duas mesas. De seguida, a investigadora seguiu os mesmos procedimentos do estudo exploratório. Durante cerca de 20 minutos, a investigadora contextualizou a investigação, dando-lhes as mesmas informações sobre os artefactos e o questionário. As diferenças em relação ao estudo exploratório passaram pelos alunos não trabalharem apenas com dois objectos mas com os dois conjuntos de objectos de cada período histórico e de lhes ter sido mais reforçado que as réplicas feitas no Museu não foram construídas com o material original – a pedra – mas com materiais mais frágeis, de modo a que

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soubessem qual o material original.

Os alunos colaboraram, também demonstraram interesse e curiosidade em manusear os artefactos, mas continuaram a apresentar algumas dificuldades na compreensão das questões, colocando muitas dúvidas, e na escrita das respostas. A investigadora foi esclarecendo as dúvidas dos alunos, tentando reformular as questões ou voltando a ler a questão, sem influenciar as suas respostas.

Alguns alunos apresentaram dificuldades em relacionar os artefactos com os homens/comunidades que os construíram. Os artefactos, enquanto evidência de um passado remoto, pareciam-lhes “irreais”, revelando dificuldades em perceber que aqueles instrumentos foram construídos e utilizados pelo homem há milhares de anos atrás e que nos podem ajudar a perceber como seria a vida das primeiras comunidades.

Após uma primeira análise dos dados, foram realizadas curtas entrevistas a quatro grupos de alunos para clarificação de algumas respostas, seguindo-se os procedimentos anteriormente descritos.

4.3. Estudo final

O estudo final foi realizado em Fevereiro de 2009, numa turma de 20 alunos, numa aula de Área de Projecto, durante 90 minutos.

A investigadora solicitou à professora de Área de Projecto que também era a sua directora de turma, que elaborasse uma lista com 10 grupos de trabalho, de 2 alunos cada.

No dia da experiência, a investigadora preparou a sala de aula, utilizando a mesma disposição do estudo piloto: disposição das mesas em U, duas mesas no centro, uma para cada conjunto de artefactos, deixando-se espaço entre as mesas para que os alunos pudessem se deslocar para o centro para observar e analisar os instrumentos. Como foi referido, os instrumentos do Paleolítico/Mesolítico foram colocados numa mesa e os do Neolítico noutra. Em cada instrumento foi colocado um número ou uma letra que identificasse os instrumentos, dado que na terceira tarefa escrita os alunos tinham de escolher um dos objectos e colocar questões sobre ele.

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centro da sala e se dispusessem à volta das duas mesas. De seguida, a investigadora seguiu os mesmos procedimentos do estudo piloto. Usou cerca de 20 minutos para contextualizar a investigação, deu-lhes as mesmas informações sobre os artefactos, foi-lhes dado algum tempo para observarem e manusearem os artefactos, e depois foi-lhes lido o questionário. Tal como nos estudos exploratório e piloto, os alunos sabiam o que era uma escavação arqueológica, sabiam o que eram réplicas, mas também revelaram algumas dificuldades em distinguir os artefactos originais e as réplicas. Também reconheceram que alguns objectos estavam no manual de História e que sabiam situar cada conjunto no seu respectivo período histórico. Foi- lhes também dito para responderem às questões tendo por base os instrumentos expostos e os conhecimentos que possuíam sobre os dois períodos históricos.

Mais uma vez, os alunos colaboraram, demonstraram interesse e curiosidade em manusear os artefactos, mas alguns continuaram a apresentar algumas dificuldades na compreensão das questões e na escrita das respostas, e dificuldades em “arrancar”, quando começaram a responder ao questionário. Alguns alunos continuaram a demonstrar dificuldades em relacionar os artefactos com os homens/comunidades que os construíram, parecendo não entender os artefactos como evidência histórica, apresentando dificuldades em compreender que aqueles instrumentos foram construídos e utilizados pelo homem há milhares de anos atrás e que nos podem ajudar a perceber como seria a vida das primeiras comunidades.

Após uma primeira análise dos dados, foram realizadas curtas entrevistas a oito grupos de alunos, para clarificação de algumas respostas. De referir que as entrevistas não contribuíram para clarificações substanciais por parte dos alunos em relação às tarefas escritas. Os alunos apenas esclareceram algumas palavras ou frases que não apresentavam sentido no contexto, aperceberam-se que por vezes trocaram as letras dos conjuntos e pouco mais. Quando interrogados sobre algumas respostas revelavam dificuldades em esclarecer as dúvidas colocadas pela investigadora e foram muito pouco além do que tinham escrito no questionário. Relativamente à tarefa 3, a investigadora aproveitou para questionar os grupos sobre as razões que os levaram a escolher determinado artefacto.

Carmen Fernandes 66 CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este capítulo tem como objectivo apresentar e discutir os dados recolhidos, estando organizado em três secções: 1. Enquadramento metodológico da análise dos dados; 2. Dimensões conceptuais e categorização dos dados em níveis de progressão; 3. Modelo explicativo final.