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ESTUDOS RELACIONADOS À MOTIVAÇÃO NO ESPORTE

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.5 ESTUDOS RELACIONADOS À MOTIVAÇÃO NO ESPORTE

extinguir especificamente esse tipo de comportamento. (BERGAMINI, 1997).

Conforme Bergamini (1997) existe uma visão da motivação chamada de comportamentalista que representa aquele típico enfoque no qual se defende o determinismo no estudo da conduta de cada pessoa, negando dessa forma a liberdade humana. Neste caso, simples estímulos ambientais é que representam o comportamento humano, não havendo lugar para se pensar em automotivação.

2.5 ESTUDOS RELACIONADOS À MOTIVAÇÃO NO ESPORTE

Estudos realizados hoje em dia são utilizados como forma de complemento para um melhor entendimento de como se da o comportamento motivacional dos indivíduos. Com isto, neste estudo a qual o foco principal é a motivação de jovens atletas na prática de exercício físico, serão apresentados alguns estudos e pesquisas relacionados a este tema.

Balbinotti et al. (2011) apresenta um estudo no qual o objetivo central foi verificar entre seis dimensões motivacionais, quais as que mais motivam jovens praticantes de basquete escolar (13 a 16 anos) das categorias infantil e juvenil à prática regular de atividade física e/ou esportiva; além disso o estudo busca verificar se existem diferenças significativas entre os fatores motivacionais dessas categorias. Para tanto, aplicou-se o Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou Esportiva IMPRAFE-54 (BALBINOTTI e BARBOSA, 2008). Na categoria Infantil, o que mais motiva os adolescentes à prática do basquetebol são as dimensões Prazer, Competitividade e Saúde (1º), seguida pela Sociabilidade e Estética (2º) e Controle de Estresse (3º). Na categoria Juvenil, mostraram-se indissociáveis estatisticamente: Sociabilidade, Prazer, Competitividade, Saúde e Estética. Portanto, com a realização deste estudo foi possível verificar que os atletas da categoria Infantil praticam o esporte por motivos intrínsecos, já a categoria Juvenil pratica por outras razões.

Em estudo com praticantes de academia de ginástica Balbinotti e Capozzoli (2008) objetivaram verificar a existência (ou não) de diferenças estatísticas significativas (p < 0,05) entre os índices motivacionais de seis dimensões

(controle estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer) controlando-se as seguintes variáveis: sexo e grupo de idade. O IMPRAF-126 (Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física) foi respondido por 300 praticantes de ginástica em academias de Porto Alegre/RS, de ambos os sexos e com idades variando entre 18 e 65 anos. As diferenças foram interpretadas conforme a teoria da autodeterminação e do desenvolvimento vital humano. A partir deste estudo foi possível verificar que a dimensão Saúde é a que mais motiva os praticantes de ginástica em academias, quando controladas as variáveis sexo e grupo de idade. Os autores da pesquisa sugerem que novos estudos devem ser conduzidos a fim de verificar possíveis diferenças no perfil motivacional quando controladas outras variáveis.

Fatores motivacionais que levam praticantes de musculação a treinar no período vespertino foi o tema do estudo de Napoli e Sene (2008) que investigaram freqüentadores da academia no período vespertino, residentes na cidade de Jaguaruna – SC de ambos os sexos e com idade de 15 a 50 anos. O instrumento utilizado para consecução dos resultados foi o Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física adaptado de Balbinotti (2004). Os resultados encontrados foram que a saúde é o fator mais freqüente que motiva os freqüentadores, seguido pelo prazer, estética e controle de estresse, sociabilidade e por ultimo competição. Percebeu-se que mais uma vez a saúde é o fator mais motivante, neste caso dos freqüentadores de academia de ginástica. De encontro ao conceito da Organização Mundial da Saúde que relata que ter saúde não é somente à ausência de enfermidades e sim um estado de bem estar físico, mental e social.

Os expressivos resultados obtidos pelo tenista Gustavo Kuerten foram responsáveis por um grande crescimento e desenvolvimento do tênis catarinense e nacional, fazendo com que o interesse de crianças e adolescentes pela prática aumentasse consideravelmente. Com base nisto Luiz (2010) se propôs a realizar um estudo com jovens tenistas o qual tem como objetivo analisar a influência da motivação na fase de iniciação e na fase de especialização na modalidade de tênis de campo. 40 atletas de dois grupos distintos da modalidade de tênis de campo da região de Florianópolis. Um grupo (grupo 1) foi composto por 20 atletas de 8 a 14 anos em fase de iniciação. O outro grupo (grupo 2) foi composto por 20 atletas de 14 a 18 anos em fase de especialização ambos na modalidade de tênis de campo. Como instrumento da pesquisa foi utilizado o Questionário de Motivação para

Atividades Desportivas (QMAD), que identifica sete tipos de motivação para a prática esportiva: status, diversão, afiliação, contexto, aptidão física, aperfeiçoamento técnico e influência de família e amigos. A partir da aplicação do instrumento, foi possível obter os seguintes resultados: O grupo que se encontrava na fase de iniciação, foca a motivação principalmente no desenvolvimento relacionado à aptidão física e no aperfeiçoamento técnico. No entanto, o grupo que se encontrava na fase de especialização, leva em consideração como principais categorias de motivação a vontade de ganhar e o sonho de seguir carreira na modalidade.

Na natação o tema motivação é do interesse de treinadores, pois conhecendo o que motiva os atletas a permanecerem no esporte, poderão impedir o abandono precoce na natação. Nesse tema Goularte (2010) analisou o perfil motivacional dos nadadores da Equipe UNISUL. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário elaborado e validado por Freitas (2002), estruturado em três partes, onde a primeira parte trata dos dados pessoais, a segunda parte da natação e treinamento de natação e a terceira parte trata dos aspectos que motivam e desmotivam na natação. Participaram 15 atletas federados da equipe UNISUL de natação, com idades entre 13 e 28 anos. Constatou-se que o principal motivo que levou os atletas a iniciarem a prática da natação foi por vontade da família, que ocorreu em média por volta dos 6,7 anos. A idade de início dos treinamentos ocorreu, para os meninos, por volta dos 13,4 anos e para as meninas, aos 11 anos. Com relação aos aspectos motivantes para o treinamento de natação, todos os sujeitos encontram-se motivados intrinsecamente: dos 15 atletas, 5 responderam treinar com o objetivo na tarefa ou na destreza desportiva e 10 responderam treinar com objetivo no ego ou na competitividade.

Em pesquisa realizada por Viana (2009) baseia-se na Teoria da Autodeterminação e com temática a motivação de adolescentes para a prática de exercícios físicos. O estudo teve por objetivo verificar se existe relação entre as regulações motivacionais e a prática de exercícios físicos de estudantes adolescentes. A amostra foi composta por adolescentes de 14 até 18 anos estudantes do Ensino Médio de escolas públicas estaduais do município de Florianópolis/SC. Sendo, no total 400 estudantes (5% de erro amostral) de ambos os sexos (53,8% meninas e 46,2% meninos). Além de um questionário de caracterização, foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário de Regulação de Comportamento no Exercício Físico – 2 / BREQ-2 (PALMEIRA et al.,

2007); Questionário de Avaliação da Atividade Física de Adolescentes (FLORINDO et al., 2006); e os Estágios de Mudança de Comportamento relacionados ao Exercício Físico (DUMITH, DOMINGUES e GIGANTE, 2008). Utilizou-se de estatística não-paramétrica para a análise dos dados, com estabelecido de 0,05 como nível de significância. A maior parte dos estudantes (67,6%) pratica exercícios físicos com regularidade (estágios de ação e manutenção), sendo os meninos mais ativos fisicamente que as meninas. Quanto às variáveis motivacionais, os estudantes mostram-se autodeterminados para a prática de exercícios físicos. Amotivação (x = 0,30) e regulação externa (x = 0,51) são baixas, enquanto regulação identificada ( x = 2,74) e motivação intrínseca ( x = 3,19) apresentam índices superiores, resultando em um elevado índice de autodeterminação ( x = 11,85). Meninos se mostram mais motivados intrinsecamente e com maior regulação identificada do que as meninas. As correlações observadas entre as variáveis motivacionais confirmam o pressuposto do continuum da autodeterminação, pois as regulações motivacionais se relacionam mais positivamente com os construtos mais próximos e mais negativamente com os distantes. São mais autodeterminados e ativos fisicamente os estudantes que praticaram mais exercícios no passado e tem uma boa avaliação dessas práticas, quem tem avaliação mais positiva das aulas de Educação Física, e quem tem melhor percepção de suas competências físicas (força, flexibilidade e resistência aeróbia). Estudantes mais autodeterminados praticam mais exercícios físicos do que os menos autodeterminados, pois: a) a 7 quantidade de prática de exercícios físicos se relaciona negativamente com amotivação e regulação externa, e positivamente com a regulação introjetada, regulação identificada e motivação intrínseca, bem como com o índice de autodeterminação; e b) adolescentes em estágios de mudança de comportamento mais evoluídos são menos amotivados e apresentam maior regulação introjetada, regulação identificada, motivação intrínseca e índice de autodeterminação. Os resultados confirmam as hipóteses de pesquisa e os pressupostos da TAD, além de sua aplicabilidade no contexto do exercício físico para a realidade brasileira.

Um estudo realizado por Paim (2001) teve como objetivo verificar quais os motivos que levam adolescentes a praticar o futebol. A amostra foi composta por 100 sujeitos, praticante em clubes de iniciação desportiva de futebol, sendo que eram 36 meninos e 16 meninas da UFSM e 34 meninos e 14 meninas do Clube Recreativo Dores. Como instrumento metodológico utilizou-se o Inventário de

Motivação para prática Desportiva de Gaya e Cardoso (1998). Percebeu-se que os resultados indicaram que os motivos mais fortes para o envolvimento dos adolescentes no futebol estão relacionados á competência desportiva (72%) e saúde (70%), ficando a categoria amizade e lazer com (67%) da preferência. Quanto ao contexto social onde praticam, os adolescentes praticantes na UFSM apontaram como fator mais importante a categoria competência desportiva com (87%) da preferência, já os praticantes no Clube Dores apontaram como fator mais motivante para a prática desportiva a categoria amizade e lazer com (79.0%) da preferência.

Ribeiro e Voser (2011) apresentam em seu estudo de cunho qualitativo com objetivo de verificar fatores motivacionais que levam os atletas praticantes de futebol de campo, a escolher a posição de goleiro. Constituiu a amostra 08 sujeitos, da categoria profissional (2), juniores (2), juvenil (2) e infantil (2), de um clube profissional de futebol de Porto Alegre. Foi realizada uma entrevista semi- estruturada, contendo 06 perguntas abertas. Os resultados indicaram que o “gostar de defender”, de realizar “grandes defesas” como seus ídolos, são os principais fatores motivacionais que levaram os atletas praticantes de futebol de campo a optar pela posição de goleiro. Os autores perceberam com a realização do estudo que conhecer os motivos que levam atletas a optar pela posição de goleiro e algumas peculiaridades do seu dia a dia ampliará as possibilidades do trabalho físico e psicológico dos goleiros, respeitando-se as características e individualidades de cada um.

Segundo Andrade et al (2006) muitos fatores físicos e psicológicos influenciam o rendimento dos atletas sendo a motivação é um dos principais fatores que contribuem para o rendimento de um atleta. Sendo assim Andrade et al (2006) realiza um estudo com objetivo de verificar se o tempo de prática exerce alguma influência na motivação intrínseca. A amostra foi constituída de 48 jogadores, do sexo masculino, da categoria juniores, de equipes profissionais de futebol, com média de idade de 17,5 anos e desvio padrão 1,28. Os atletas foram divididos em dois grupos G1 (27) com mais de 10 anos de prática e G2 (21) com menos de 10 anos de prática. Foi aplicada uma análise de variância com nível de significância de p<0,05. Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa entre os dois grupos na motivação intrínseca (p=0,733). Porém Andrade et al. (2006) sugerem novos estudos com a motivação envolvendo outras variáveis e com outros controles metodológicos.

Um estudo de corte transversal, realizado por Lorenzi et al. (2011) teve objetivo de verificar a motivação para o esporte de 151 praticantes de futebol do sexo masculino de um Clube profissional de Porto Alegre com idade entre 9 e 12 anos. Deste total, 90 eram praticantes da escolinha e 61 da seleção. Como instrumento de medida utilizou-se o Inventário de Motivação para a prática Desportiva de Gaya e Cardoso (1998), composto por 19 perguntas objetivas subdivididos em 3 categorias: competência desportiva, amizade/lazer e saúde. Os resultados apontam que na dimensão Amizade e Lazer a partir da análise de variância revelou uma diferença significativa entre os grupos Escolinha e Seleção. Os escores médios dos alunos da Escolinha superaram os dos integrantes da Seleção. Parece lógico que os integrantes da Seleção sejam menos motivados a praticar o esporte por aspectos relacionados com Amizade e Lazer do que os da Escolinha (que têm menos objetivo de competir e, portanto, também menos motivos em torno da tarefa). Contudo, nas dimensões Competência Desportiva e Saúde não foram constatadas diferenças significativas entre os dois grupos. Também não houve diferenças motivacionais para a prática desportiva entre as diversas posições dos praticantes. Ainda, não houve correlação significativa entre idade e dimensões da motivação. Os dados encontrados sugerem que outros estudos possam aprofundar estas questões motivacionais que envolvem ambientes caracterizados por serem mais competitivos e outros com o enfoque de formação e de lazer.

3 MÉTODO

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