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MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.4 MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA

Nos últimos anos os clubes/empresas adotaram uma nova postura nos grandes times de futebol, viabilizando uma nova gestão organizacional, onde além das técnicas/habilidades já desenvolvidos, têm-se caminhado a passos largos em direção as necessidades psicológicas dos atletas, na busca de um desenvolvimento positivo no rendimento das equipes. (ANDRADE et. al., 2006)

O preparo psicológico de um atleta é semelhante ao desenvolvimento de uma habilidade esportiva, se não há um tempo adequado para o treinamento mental também não haverá um desempenho psicológico adequado (BARRETO, 2003 apud. ANDRADE et. al 2006)

Andrade et al. (2006) afirmam ainda que existem diversos fatores de ordem emocional e motivacional que fazem menção as condições impostas aos jogadores seja durantes as sessões de treinamento, durante as competições ou no

ambiente que o cerca, tais como: seus próprios desejos e interesses, a torcida, arbitragem, o local de competição, os adversários, entre outros.

Por isso a necessidade de se aprofundar no que diz respeito aos aspectos relacionados à motivação dos atletas, pois conforme Bergamini (1997) aborda, a maior parte dos estudos divulgados sobre motivação humana parece ter- se orientado para uma investigação mais superficial. No entanto segundo o mesmo autor o interessante seria poder conhecer o que motiva, em lugar de investigar como se dá o comportamento motivacional.

Andrade et al. (2006) ressaltam ainda que a motivação é um dos principais meios psicológicos utilizados no futebol a qual pode provocar modificações no rendimento e desempenho dos atletas. Ela geralmente esta presente em treinamentos, concentrações, preleções e principalmente nas competições, onde ocorrem várias situações que podem provocar alterações no comportamento dos atletas e da equipe.

Serrano (2003) apud Andrade et al. (2006) no que diz respeita a motivação se baseia na idéia de Maslow na qual entende-se que é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando –os a realizarem uma ação. Porém para que ocorra uma ação ou uma reação do individuo é preciso que um estímulo seja implementado, decorrente de algo externo ou proveniente do próprio organismo. Samulski (2002) explica como já visto anteriormente neste estudo como sendo um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de dois fatores, intrínsecos (ou pessoais) e extrínsecos (ou ambientais).

2.4.1 Motivação intrínseca

Segundo Boog (2002) a motivação intrínseca caracteriza-se pelo conjunto de percepções que o individuo tem sobre sua existência, sendo o mecanismo intrínseco que “move” o individuo e que o mantém disposto e feliz, permitindo sua evolução e senso de desenvolvimento.

Maximiano (1990) corrobora afirmando que é de dentro do próprio individuo que provém os motivos internos que afetam o desempenho, são as forças presentes em suas necessidades, aptidões, interesses e habilidades: capaz de

realizar certas tarefas e outras não; de valorizar certos comportamentos e menosprezar outros; sentir-se atraídos por certas coisas e repelir outras. Segundo o mesmo autor são os impulsos interiores, tanto de natureza fisiológica quanto psicológica, que, por sua vez, são afetados por fatores sociológicos.

Por mais que um ambiente possa gerar elementos externos de ampliação da motivação, a motivação interna é o que efetivamente vai alimentar a alma deste individuo e fará com que ele esteja plenamente satisfeito com sua vida. (BOOG 2002)

Gooch e Mc Dowell (1988 apud BERGAMINI, 1997, p. 82) assim se exprimem:

A motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Sendo assim uma pessoa não consegue motivar alguém, o que ocorrer é uma pessoa estimular a outra. Pois a probabilidade de que uma pessoa siga uma orientação de ação desejável está diretamente ligada à força de um desejo.

Segundo Bergamini (1997) nada se pode fazer para conseguir motivação de uma pessoa a não ser que ela mesma esteja espontaneamente predisposta para tanto. Outro aspecto importante no contexto da motivação interna de um individuo, segundo Boog (2002), é a capacidade do individuo de se automotivar sendo está uma capacidade de natureza primitiva, instintiva, mais que pode também ser desenvolvida através de processos planejados.

Com a automotivação o ser humano pode lidar realisticamente com as pulsões básicas de seu inconsciente e também agir de mediador entre esses impulsos básicos e as exigências da realidade externa. Todo esse processo é gerenciado pela mente humana de forma complexa (consciente e inconsciente) e acaba caracterizando o grau de satisfação que cada um tem a respeito de seu ser – daí o surgimento do próprio senso de “estar motivado. (BOOG, 2002).

Sendo assim Boog (2002) segue afirmando que por mais que um ambiente possa gerar elementos externos de motivação o que vai efetivamente diferenciar uma pessoa da outra é o vetor interno, se considerado o aspecto motivacional.

2.4.2 Motivação extrínseca

No que diz respeito à motivação externa Boog (2002) diz se caracterizar pelo conjunto de valores, missão e visão de determinado ambiente que permite relações interpessoais adequadas, feitas dentro de um clima que leve a plena realização dos seres humanos que atuam nesse mesmo ambiente. Já para Maximiano (1990) os motivos externos são produzidos pelo ambiente: objetivos que perseguem porque satisfazem uma necessidade; despertam um sentimento de interesse ou produzem o efeito de uma recompensa a ser alcançada.

Boog (2002) relata ainda que os elementos ambientais devam ser capazes de gerar estímulos e interesses para a vida das pessoas, criando causa e efeito entre o comportamento dos indivíduos e até mesmo quando se tratando das organizações (neste caso os clubes) pode-se ter o alcance dos resultados esperados.

Bergamini (1997) baseado na idéia de psicólogos behavioristas e comportamentalistas que estudam a respeito do comportamento condicionado, pressupõem que o comportamento humano possa ser planejado, modelado ou mudado por meio da utilização adequada dos vários tipos de recompensas ou punições disponíveis no meio ambiente. A isso é dado o nome de reforçadores de comportamento.

Se tratando de recompensas e punições Weinberg e Gould (2001) abordam o assunto como se tratando de princípios do reforço onde embora haja muitos princípios relacionados a mudanças de comportamento, essas duas são premissas básicas que sublinham o reforço efetivo. Os mesmos autores reforçam sua fala relatando que as pessoas reagem de diferentes formas ao mesmo reforço, que pode não ser capazes de repetir um comportamento desejado e recebem diferentes tipos de reforço em diferentes situações fazendo assim com que os princípios do reforço sejam muito complexos de serem investigados.

Bergamini (1997) corrobora afirmando que, quando são administrados prêmios oferecidos após a ocorrência de um comportamento desejável, ilustra uma situação de feedback ou reforço positivo que estimula a adoção desse comportamento de forma mais permanente. Uma forma de punição que é aplicada após um comportamento indesejável é caracterizado ai como feedback ou reforço

negativo que tem o poder de diminuir a freqüência do uso de tal ação, chegando a extinguir especificamente esse tipo de comportamento. (BERGAMINI, 1997).

Conforme Bergamini (1997) existe uma visão da motivação chamada de comportamentalista que representa aquele típico enfoque no qual se defende o determinismo no estudo da conduta de cada pessoa, negando dessa forma a liberdade humana. Neste caso, simples estímulos ambientais é que representam o comportamento humano, não havendo lugar para se pensar em automotivação.

2.5 ESTUDOS RELACIONADOS À MOTIVAÇÃO NO ESPORTE

Estudos realizados hoje em dia são utilizados como forma de complemento para um melhor entendimento de como se da o comportamento motivacional dos indivíduos. Com isto, neste estudo a qual o foco principal é a motivação de jovens atletas na prática de exercício físico, serão apresentados alguns estudos e pesquisas relacionados a este tema.

Balbinotti et al. (2011) apresenta um estudo no qual o objetivo central foi verificar entre seis dimensões motivacionais, quais as que mais motivam jovens praticantes de basquete escolar (13 a 16 anos) das categorias infantil e juvenil à prática regular de atividade física e/ou esportiva; além disso o estudo busca verificar se existem diferenças significativas entre os fatores motivacionais dessas categorias. Para tanto, aplicou-se o Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou Esportiva IMPRAFE-54 (BALBINOTTI e BARBOSA, 2008). Na categoria Infantil, o que mais motiva os adolescentes à prática do basquetebol são as dimensões Prazer, Competitividade e Saúde (1º), seguida pela Sociabilidade e Estética (2º) e Controle de Estresse (3º). Na categoria Juvenil, mostraram-se indissociáveis estatisticamente: Sociabilidade, Prazer, Competitividade, Saúde e Estética. Portanto, com a realização deste estudo foi possível verificar que os atletas da categoria Infantil praticam o esporte por motivos intrínsecos, já a categoria Juvenil pratica por outras razões.

Em estudo com praticantes de academia de ginástica Balbinotti e Capozzoli (2008) objetivaram verificar a existência (ou não) de diferenças estatísticas significativas (p < 0,05) entre os índices motivacionais de seis dimensões

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