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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4. Etapa 4 – Consulta a Especialistas na Rodada

Nesta etapa, foram arguidos especialistas juniores em inovação social, autores de dissertações e teses versando sobre o tema. Este grupo foi selecionado através de consulta a todos os trabalhos stricto sensu na base de dados BDTD até agosto/2017, que tivessem os termos "inovação social" ou “inovações sociais” em seus títulos. A esta lista, foram acrescentados, três trabalhos sobre inovação social (uma tese e duas dissertações), apresentados no âmbito do PROPAD/UFPE, e que não estavam listados nesta consulta.

Por outro lado, foram retirados os nomes de pesquisadores que participaram da banca de qualificação desta tese e que provavelmente estariam participando da banca final de defesa do trabalho. Esta, da mesma forma que na Rodada 1, é uma amostra não-probabilística por julgamento, totalizando 38 especialistas, entre professores, pesquisadores e outros profissionais. Ressalte-se que três destes especialistas não foram contatados porque todas as referências de email encontradas estavam incorretas e não foi possível localizá-los por meio de pesquisa em redes sociais. Desta forma, a amostra final contou com 35 potenciais respondentes e não apresentava interseções com o grupo de especialistas da Rodada 1.

Importante destacar que não houve interseções entre o grupo de especialistas da Rodada 1 (especialistas seniores) e o grupo de especialistas da Rodada 2 (especialistas juniores).

Este processo da Rodada 2 ocorreu por meio de questionários online, operacionalizados da mesma forma que na Rodada 1, tendo sido apresentado aos especialistas

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Nó é a nomenclatura que o NVivo utiliza para denominar a sua estrutura de codificação. Cada nó funciona como um recipiente para a codificação do pesquisador, permitindo que sejam reunidos materiais relacionados em um lugar, para que se possa procurar padrões e ideias emergentes.

num formato semiestruturado e também por meio de plataforma online, semelhante ao da Rodada 1 (Apêndice B), abrangendo proposições baseadas nas descrições dos indicadores de elementos que poderiam influenciar na expansão de iniciativas de IS, considerando os ajustes decorrentes da Etapa 3.

A estratégia utilizada para a avaliação dos indicadores qualitativos aconteceu seguindo os mesmos pressupostos da Rodada 1: foi enviado o questionário a todo o grupo, analisadas as respostas e assim procedeu-se aos convites para as entrevistas a todos os respondentes efetivos para, a partir daí, conseguir entrevistar um grupo menor de especialistas. Estas entrevistas novamente serviram para aprofundar a discussão sobre os indicadores inicialmente contemplados no questionário, com o propósito de ter resultados mais consistentes em relação aos ajustes sugeridos para os indicadores.

A principal diferença entre as rodadas de entrevistas no que concerne ao teor das discussões foi que, na Rodada 2, devido à experiência dos trabalhos teórico-empíricos realizados pelos pesquisadores especificamente na área de inovação social, eles puderam enriquecer as entrevistas com experiências advindas das iniciativas de inovação social realizadas em campo, na prática, em contraponto a uma visão de caráter mais teórico e geral proporcionada pelos especialistas da Rodada 1.

Assim, o novo questionário, fruto dos ajustes da Etapa 3, serviu como um ponto norteador para os ajustes nos indicadores, enquanto que o maior interesse esteve sempre nas entrevistas realizadas com os especialistas, principal objeto de análise nesta Rodada 2.

A partir da experiência de envio da Rodada 1, que contou com um bom retorno devido às interações com os especialistas também por meio de redes sociais tais como Facebook,

Research Gate e Linked in, a pesquisadora realizou estes contatos cinco dias após o primeiro

envio do questionário, a fim de acelerar o processo de retorno das respostas. Um novo envio do questionário para os ainda não respondentes foi realizado em dez dias, com mensagens de reforço aos pesquisadores, embora que já houvesse um contingente de 17 respostas, perfazendo mais da metade da amostra inicial. Após estas ações, foram recebidas mais três respostas, configurando um total de 20 respondentes ao questionário da Rodada 2, um percentual de 57% sobre o total inicial, considerado satisfatório.

Desta forma, o grupo de respondentes relativo ao questionário aplicado na Rodada 2 contou com 20 especialistas, cujo perfil destes em relação à sua ocupação principal foi representado por 40% de professores e 30% de pesquisadores, sendo os 30% restantes divididos entre as ocupações de consultor, empreendedor e outras opções como técnicos e analistas de institutos federais e outras instituições públicas (20%). No tocante ao tipo de instituição a que estavam vinculados, 60% estavam lotados em universidades públicas e 30%

estavam nas universidades privadas, confirmando um perfil acadêmico na vida profissional para a maioria destes especialistas, contando ainda com 30% do total de doutores. No que concerne à distribuição geográfica, os respondentes estão concentrados em maior expressividade na Região Sul e seguem o perfil da amostra inicial, com o segundo lugar de respondentes na Região Sudeste, seguido pelo Nordeste na mesma linha de proporções do grupo selecionado inicialmente para a amostra. A distribuição geográfica dos 20 respondentes da Rodada 2 está apresentada no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Distribuição geográfica dos respondentes do questionário da Rodada 2

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da pesquisa (2018)

De forma semelhante à Rodada 1, foram enviados convites para realização de entrevistas a todos os 20 respondentes do questionário, a fim de validar as respostas concedidas nos questionários a partir de suas reflexões advindas da prática, resultantes, em parte, de suas pesquisas realizadas em sua formação de pós-graduação.

As entrevistas foram também de caráter semiestruturado, procurando aprofundar as respostas obtidas no questionário a cada uma das questões que tratavam sobre os indicadores e incentivando aos entrevistados que emitissem as suas opiniões sobre os mesmos, concedendo-lhes total liberdade e espaço para que o fizessem.

Os convites para as entrevistas seguiram por meio de mensagens enviadas por e-mail e também por meio das redes sociais (Facebook e Research Gate) e estas aconteceram num período de três semanas, da mesma forma que na Rodada 1. A amostra selecionada para as entrevistas foi do tipo não-probabilística por conveniência, tendo sido entrevistados oito especialistas a partir dos 20 respondentes, de forma que as informações fossem satisfatórias, conseguindo atingir aos objetivos da pesquisa. Os especialistas em inovação social que foram

Região Sul 60% Região Sudeste 20% Região Nordeste 15% Fora do Brasil 5% Região Sul Região Sudeste Região Nordeste Fora do Brasil

entrevistados nesta segunda rodada de discussões apresentavam o seguinte perfil, conforme apontado no Quadro 16.

Quadro 16 – Perfil dos entrevistados da Rodada 2

Código do Entrevistado

Formação Acadêmica

Função Atual UF

E01_Rod2 Mestrado Estudante de doutorado SC

E02_Rod2 Mestrado Assistente em administração SC

E03_Rod2 Doutorado Professor universitário SC

E04_Rod2 Doutorado Pesquisador RS

E05_Rod2 Mestrado Técnico em assuntos educacionais SC

E06_Rod2 Mestrado Professor universitário SC

E07_Rod2 Doutorado Professor universitário MG

E08_Rod2 Doutorado Professor universitário SP

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados disponibilizados nas entrevistas (2018)

As entrevistas semiestruturadas ocorreram de forma online, da mesma maneira que na Rodada 1. A configuração operacional das entrevistas foi diferente para cada entrevistado, dependendo das condições de infraestrutura de que dispunham no momento agendado para a conversa. Uma visão geral dos meios utilizados para estas entrevistas está apresentada no Quadro 17.

Quadro 17 – Entrevistas realizadas na Rodada 2

Entrevistado Meio Utilizado para Realização da Entrevista

Duração da entrevista

E01_Rod2 Skype com vídeo 42 min

E02_Rod2 Chamada telefônica via

Whattsapp sem vídeo

46 min

E03_Rod2 Skype com vídeo 44 min

E04_Rod2 Skype com vídeo 1h 26 min

E05_Rod2 Skype com vídeo 57 min

E06_Rod2 Skype com vídeo 47 min

E07_Rod2 Skype com vídeo 48 min

E08_Rod2 Skype com vídeo 57 min

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da pesquisa (2018)

Como foi realizado na Rodada 1, o roteiro das entrevistas foi constituído por uma explicação geral aos entrevistados sobre o contexto e os objetivos da pesquisa. A partir daí, foram apresentados os procedimentos de análise para a etapa de estudos de casos, por meio dos indicadores escolhidos, descritos em cada proposição do questionário. Depois desta apresentação inicial, foram discutidas as 15 proposições avaliadas no questionário - que já não foram mais 16 devido aos ajustes realizados nas análises realizadas após a Rodada 1 -sendo os entrevistados estimulados a comentarem todas as proposições e a justificar os seus pontos de convergência e divergência com as questões propostas.

As entrevistas foram transcritas individualmente e reunidas num único texto para cada questão, contendo os relatos correspondentes à parte escrita dos questionários e as falas das entrevistas, de forma que a análise dos dados nesta etapa considerou a análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Assim, os textos foram divididos em nós que corresponderam a cada um dos indicadores abordados nas questões, que puderam ser comparadas através das opiniões obtidas por meio das entrevistas.

Neste caso, foram consideradas como nós iniciais para análise todos os 15 indicadores apresentados após a Rodada 1, além dos nós emergentes das entrevistas, seguindo os mesmos preceitos da análise realizada anteriormente na Etapa 3.

Desta forma, a partir das considerações e reflexões proporcionadas pelos especialistas nesta Rodada 2, reavaliaram-se os indicadores em pauta que, após os ajustes sugeridos pelos especialistas, foram novamente confrontados com a teoria sobre inovação social, gerando-se um novo conjunto de indicadores para a análise do modelo ao final desta Etapa 4, em que os seus resultados estão apresentados no Capítulo 4 desta tese.

Assim, a partir desta nova versão de indicadores, pôde-se proceder à pesquisa nos estudos de caso escolhidos para a Etapa 5, realizando a aplicação prática dos indicadores propostos nas validações teórico-empíricas das Etapas 3 e 4.