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O campo para a coleta de água foi realizado em duas etapas, sendo a primeira em fevereiro de 2008, no final da estação úmida e a segunda, em agosto de 2008, no final da estação seca. A coleta do solo e rocha ocorreu no mês de julho de 2008.

Amostragem da água

As coletas de água (1000 ml de água) foram feitas nas bacias abaixo discriminadas na porção central do leito em profundidade média no sentido contrário do fluxo para evitar a contaminação das amostras.

No campo foi feita uma filtragem da amostra coletada com papel filtro faixa preta de filtração rápida (50 segundos) para facilitar os procedimentos e as análises laboratoriais. As amostras foram, então, acondicionadas em embalagens de 1000 ml de plástico e conservadas em caixas de isopor com gelo em temperatura inferior a dos cursos fluviais, sendo assim preservadas até chegar ao laboratório. As análises foram realizadas nos laboratórios do (CDTN), Campus da Pampulha, Belo Horizonte.

Foram coletadas amostras em 20 pontos na Serra do Espinhaço Meridional (Fig. 05) conforme o mapa dos pontos de coleta da água, nas bacias do rio Pardo Grande e do Paraúna (15 pontos de coleta), ambos pertencentes à bacia do Rio São Francisco, e nos cursos de água da bacia do rio Jequitinhonha: rio Jequitinhonha, ribeirão do Inferno e no rio Pinheiro, (5 pontos de coleta), seguindo a seguinte dsistribuição:

Bacia do Rio Pardo Grande (9 pontos):

57 - Rio Pardo Pequeno no alto, médio e baixo curso, sendo três (3) pontos de coleta.

- Ribeirão das Varas, baixo curso, um ponto (1) de coleta.

- Córrego da Fazenda, baixo curso, um (1) ponto de coleta, na depressão do Riacho Fundo. - Córrego intermitente, riacho com 800m de perfil longitudinal (1) ponto de coleta.

- Córrego da Olaria, baixo curso, um (1) ponto de coleta.

Bacia do Rio Paraúna (6 pontos):

- Rio Paraúna, alto e baixo cursos, dois pontos de coleta (2). - Ribeirão do Chiqueiro, baixo curso, um (1) ponto de coleta. - Ribeirão de Areia, alto e baixo cursos, dois (2) pontos de coleta. - Córrego do Rio Grande, baixo curso, um (1) ponto de coleta.

Bacia do Rio Jequitinhonha (5 pontos):

- Rio Jequitinhonha alto curso dois (2) pontos de coleta.

- Ribeirão do Inferno no médio curso com um (1) ponto de coleta. - Rio Pinheiro dois (2) pontos de coleta no alto e baixo curso.

O maior número de pontos de coleta de água nos cursos pertencentes à bacia do rio São Francisco justifica-se pelo fato desta bacia ter quase o dobro de área quando comparada com a bacia do Rio Jequitinhonha, na Serra do Espinhaço Meridional.

Amostragem dos solos e rochas

As coletas de solos e rochas foram feitas em seis topossequências (FIG. 05), sendo quatro (4) topossequências nas superfícies aplainadas da SdEM que se encontram a 1300m de altitude sobre rochas quartzíticas na bacia do rio Pardo Pequeno, afluente do rio Pardo Grande, na bacia do rio São Francisco. As superfícies aplainadas onde foram coletados solos e rochas foram definidas após análise de fotografias aéreas, cartas topográficas, geológicas e trabalho de campo preliminar para reconhecimento da área e viabilidade de acessos, e da permissão dos proprietários para realizar o trabalho. Essas superfícies são importantes, pois são o objeto de estudo desta pesquisa.

Foram feitos duas (2) topossequências com abertura de perfis de solo em rochas de embasamento na Depressão do Riacho Fundo, onde foram coletados apenas solos (Fig. 05). Neste local não foi possível coletar rocha no fundo do perfil, pois, a mesma encontra-se em grande profundidade por se tratar de rocha de embasamento, recoberta por espesso manto de alteração. Não foi feita nenhuma topossequência na Depressão de Gouveia, visto que essa

58 área já foi merecedora de diversos trabalhos desse tipo. Não foi feita nenhuma topossequência na bacia do Rio Jequitinhonha, pois, nesta bacia a morfologia do relevo apresenta poucas superfícies aplainadas, possuindo um relevo mais ruiniforme e com escarpamentos mais abruptos.

Para a realização das topossequências utilizou-se bússola tipo Brunton para a orientação do rumo e do azimute a seguir. Assim definiu-se o ponto 1, geralmente próximo a afloramentos, e onde iniciavam a formação de manto de intemperismo. A partir deste ponto, traçava-se uma linha perpendicular através do rumo e azimute em direção ao canal fluvial. Para medir a declividade, uso-se três jogos de balizas, cada um deles localizado à distâncias regulares de 30m, e um clinômetro Suunto de leitura direta. O ponto central mais regular em termos de medidas de declividade (geomorphological site) foi escolhido para a abertura dos perfis dos solos e tradagem.

As observações e coleta do solo foram feitas a partir de topossequências. Inicialmente foram feitas tradagens a cada 30 metros que serviu para que fossem verificadas variações pedológicas. Após a identificação das variações pedológicas foram abertos os perfis de solo (Fig. 05). Foram abertos os seguintes perfis:

- Topossequência 01. Médio curso do rio Pardo Pequeno

Região dos Mendes – Abertura de cinco (5) perfis de solo (01, 02, 03, 04, 05)

- Topossequência 02. Córrego Intermitente

Região do Pau Grande – Abertura de três (3) perfis de solo (06, 07, 08)

- Topossequência 03. Alto Curso do rio Pardo Pequeno

Região da Serra Tromba D’anta – Abertura de quatro (4) perfis de solo (09, 10, 11,12)

- Topossequência 04. Depressão do Riacho Fundo

Córrego da Bandeira – Abertura de dois (2) perfis de solo (13,14)

- Topossequência 05. Depressão do Riacho Fundo

Córrego da Fazenda – Abertura de dois (2) perfis de solo (15,16)

- Topossequência 06. Serra do Pasmar

59 Após a abertura dos perfis, que atingiram até o contato com a rocha nas superfícies aplainadas, foi realizada a descrição dos mesmos de acordo com procedimentos de Lemos e Santos (2002). Todos os solos nessas superfícies encontram-se sobre rochas quartzíticas, com espessura que não ultrapassa 1 metro de profundidade.

Após a identificação e caracterização dos solos em campo, os mesmos foram coletados para análises físicas, químicas, mineralógicas, pH e matéria orgânica. Foram coletados 500 gramas de solo para cada horizonte, em sacos plásticos, estes foram devidamente etiquetados com o número da topossequência e do horizonte coletado. Em todos os perfis que se encontram sobre as formações quartzíticas, a rocha do fundo do perfil também foi coletada para fazer as análises químicas e mineralógicas. Estas análises também foram realizadas para rochas sãs que se encontravam nos locais das topossequências. A coleta de todos os horizontes dos solos, rocha no fundo do perfil e rocha sã foram necessárias para realizar o balanço de massa.

60 FIGURA O5: Espacialização dos Pontos de Amostragem

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