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3. ESTUDO ORGÂNICO-FUNCIONAL

3.3.1. Evolução histórica da estrutura curricular

De acordo com Lima (2018), presidiram à publicação da Lei n.º 5/73, de 25 de julho (Lei de Bases do Sistema Educativo), as linhas orientadoras constantes do chamado Projeto do Sistema Escolar, datado de 1971, nomeadamente «a criação da educação pré-escolar [em grande parte ainda por concretizar]; a idade de seis anos para o ingresso na escola primária; a unificação do ensino secundário, através da criação de liceus clássicos, técnicos e artísticos; o aumento da escolaridade obrigatória para oito anos (quatro do ensino primário e quatro do ensino preparatório); a criação de institutos politécnicos e de universidades novas (as primeiras das quais criadas em 1973);

a criação de departamentos de ciências da educação nas universidades; um novo sistema de formação de professores; a assunção do princípio da educação permanente» (pp. 81-82).

Ao nível do ensino secundário, previa-se «a criação de escolas secundárias unificadas, pluricurriculares e polivalentes, em vez dos três tipos de liceu anteriormente previstos» (Lima, 2018, p. 82), assim como a fixação da duração do ensino secundário em quatro anos – dois de curso geral e dois de curso complementar –, atingindo-se, dessa forma, os 12 anos de escolaridade no percurso escolar dos alunos: quatro anos de ensino primário; quatro anos de ensino preparatório – totalizando oito anos de escolaridade obrigatória e gratuita, nos termos do Decreto-Lei n.º 524/73, de 13 de outubro; e quatro anos de ensino secundário, este de frequência facultativa e que «que passaria a ter mais um ano e enquadramento de preparação profissional» (Caixeiro, 2014, p. 80). Para Grácio (1986), embora tal estrutura pedagógica não constituísse ainda a

«consagração formal do fim da distinção entre ensino liceal e ensino técnico» (p.

170), tratava-se de um primeiro passo nesse sentido. O facto de o referido Projeto do Sistema Escolar ter sido colocado à discussão pública levou, inclusivamente, a que ficasse exposto, de acordo com os contributos recolhidos pelos participantes, o «carácter privilegiado do liceu clássico, pois só ele daria acesso directo a todos os cursos universitários» (Grácio, 1986, p. 170). Tal argumento deu corpo à proposta, efetuada em sede de discussão pública, de

143 avançar diretamente para a criação de estabelecimentos de ensino secundário polivalentes e não de liceus clássicos, liceus técnicos e liceus artísticos, que o ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão, tinha previsto no Projeto do Sistema Escolar como fase de transição entre um ensino segregado e o almejado ensino unificado (Grácio, 1986). A proposta oriunda da discussão pública virá a encontrar acolhimento governamental, que inscreve na lei n.º 5/73, de 25 de julho, a expressão ‘escolas secundárias polivalentes’ para se referir aos estabelecimentos de ensino secundário que se pretendia criar sob a vigência da nova Lei de Bases do Sistema Educativo. Esta adesão governamental, ainda na vigência do Estado Novo, a alguns «comentários críticos de mais vincado sentido democratizante» (Grácio, 1986, p. 170), constituiu expressão do lançamento das bases que seriam consagradas pelo sistema de ensino do Portugal democrático, nomeadamente por visar «uma educação básica mais longa na duração e mais alargada pela frequência, [que permitisse] a capacidade de adaptação dos Portugueses às exigências do mundo moderno» (Grácio, 1986, p. 168) e, também, a democratização do ensino, «designadamente diluindo, sem a extinguir, a diferenciação ensino liceal/ensino técnico» (Grácio, 1986, p. 168).

Gomes (2001) diverge, no entanto, desta perspetiva, recusando que as medidas preconizadas pela reforma Veiga Simão tivessem como base a democratização do ensino. Nas suas palavras, a criação do ensino secundário unificado, se tivesse ocorrido, como previsto, durante o Estado Novo, não teria tido «como consequência a aproximação do princípio moral da equidade» (Gomes, 2001, p.

179). Em sentido contrário aponta Lemos (2014), que, apesar de salientar a continuação da existência das duas modalidades de ensino – liceal e técnico – nas designadas ‘escolas secundárias polivalentes’, previstas na lei de bases de 1973, refere que «não deixa de ser ainda mais surpreendente é que a “palavra de ordem” de Veiga Simão para a reforma proposta seja a “democratização do ensino”» (Lemos, 2014, p. 27). Segundo Lemos (2014), a reforma de Veiga Simão preconizava também que «um número muito significativo de estudantes não chegasse a ingressar no ensino secundário e abandonasse a escola no final da escolaridade obrigatória» (p. 31). Veja-se, a este propósito, que a diluição da diferenciação entre ensino liceal e ensino técnico virá a encontrar acolhimento na Constituição da República Portuguesa de 1976, com vista a prosseguir no sentido da respetiva extinção, pois o n.º 2 do artigo 74.º do texto constitucional

144 estipula que «o Estado deve modificar o ensino de modo a superar a sua função conservadora da divisão social do trabalho» (cf. n.º 2 do art. 74.º da Constituição da República Portuguesa de 1976). Gomes (2001) alerta, contudo, para o que denomina ‘ilusão ideológica’, uma vez que, na sua perspetiva, a implementação do ensino secundário unificado decorreu a par da sua problematização teórica, tendo sido «as racionalidades e as tecnologias mobilizadas que sustentaram, legitimaram e ampliaram os efeitos da sua criação» (p. 184), nomeadamente através da «inscrição do princípio da educação para todos na Constituição e nos sucessivos programas de governo provisório» (Gomes, 2001, p. 184).

Recorde-se, contudo, que a unificação do ensino liceal ao ensino técnico profissional já tinha dado os seus primeiros passos através da criação do ciclo preparatório do ensino secundário, por via do decreto-lei n.º 47480, de 2 de janeiro de 1967, publicado ainda durante a vigência do Estado Novo, e que funde o 1.º ciclo do ensino liceal e o ciclo preparatório do ensino técnico. Começa também a esboçar-se, como vimos no período anterior (1917-1972), a distinção clara entre ensino básico – agora já com seis anos de escolaridade, quatro de ensino primário e dois de ensino preparatório, correspondendo à escolaridade obrigatória – e ensino secundário, que incluía os restantes anos de escolaridade.

Tal verificava-se devido à publicação do decreto-lei n.º 408/71, de 27 de setembro, em que o ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão, criou a Direção-Geral do Ensino Secundário, pondo fim à Direção-Geral do Ensino Liceal e abrindo caminho à unificação dos ensinos liceal e técnico. Ainda no ano letivo 1972/1973, também o lançamento dos chamados ‘anos experimentais’, criados por despacho do ministro Veiga Simão, de 9 de agosto de 1972, citado por Pedro (2013), ao abrigo do decreto-lei n.º 47587, de 10 de março de 1967, constituiu pressuposto para a publicação da lei de bases de 1973 – lei n.º 5/73, de 25 de julho –, da autoria do ministro Veiga Simão. Refere Grácio (1986) que os «3.° e 4.° ano[s] experimentais do ciclo preparatório», (...) pospostos ao 1.º e ao 2.°deste ciclo, constituiriam com eles o segundo troço da escolaridade básica de oito [anos de escolaridade obrigatória], o «tronco comum» mencionado» (p.

168) na lei n.º 5/73, de 5 de julho, que não chegou a ser regulamentada. A este propósito, refere Gomes (2001) que, já após a Revolução do 25 de Abril de 1974, os sucessivos governos provisórios e, particularmente, o Secretariado da

145 Reestruturação do Ensino Secundário, tiveram em consideração a avaliação dos 3.º e 4.º anos experimentais – que virão a dar origem ao 7.º e 8.º anos do curso geral do ensino secundário unificado – para a criação do ensino secundário unificado, operada através de sucessivos despachos ministeriais publicados durante o ano de 1975, já no Período Revolucionário em Curso (PREC).

Para melhor compreensão das diferenças da nomenclatura utilizada na reforma de Pires de Lima (1947), na transição entre o Estado Novo e o Portugal democrático e em pleno Portugal democrático, atente-se na tabela infra (Tabela 7).

Tabela 7 – Tabela de equivalências entre níveis de ensino, consoante as sucessivas alterações legislativas

Tabela de equivalências entre níveis de ensino liceal/secundário, consoante as sucessivas alterações legislativas

Decreto-lei n.º 36508, de 17 de setembro de 1947

Decreto-lei n.º 47480, de 2 de janeiro de 1967

Decreto-lei n.º 47587, de 10 de março de 1967

Despacho do ministro Veiga Simão, de 9 de agosto de 1972

Lei n.º 5/73, de 25 de

julho (nunca

regulamentada)

Despacho de 1 de agosto de 1975

Despacho n.º DD4456, de 1 de setembro de 1975

Decreto-lei n.º 270/75, de 30 de maio

Despacho n.º 523/75, de 31 de dezembro

Despacho n.º 243/76, de 12 de agosto

Lei n.º 46/86, de 14 de outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo)

146

Decreto-Lei n.º 491/77, de 23 de novembro

Despacho Normativo n.º 140-A/78, de 22 de junho

Decreto-lei n.º 240/80, de 19 de julho

1.º e 2.º anos do liceu (1.º ciclo do ensino liceal)

1.º e 2.º anos experimentais do ciclo preparatório do ensino secundário (sob a Direção-Geral do Ensino Básico)

5.º e 6.º anos de escolaridade (ensino preparatório;

escolaridade obrigatória)

5.º e 6.º anos de escolaridade (2.º ciclo do ensino básico)

3.º, 4.º e 5.º anos do ensino liceal (2.º ciclo do ensino liceal)

3.º e 4.º anos experimentais do ciclo preparatório (sob a Direção-Geral do Ensino Básico); 5.º ano experimental criado apenas pelo Despacho n.º DD4456, de 1 de setembro de 1975, com base no DL n.º 47587, de 10 de março de 1967

7.º, 8.º e 9.º anos do curso geral unificado do ensino secundário

7.º, 8.º e 9.º anos do ensino básico (3.º ciclo do ensino básico; escolaridade obrigatória)

6.º e 7.º anos do ensino liceal (3.º ciclo do ensino liceal)

Proposta de ensino secundário, nunca implementada, mas prevista pela lei n.º 5/73, de 25 de julho, com duração de 4 anos – 2 anos de curso geral e 2 anos de curso complementar

10.º e 11.º anos do curso

complementar do ensino secundário unificado; Serviço Cívico Estudantil (1975-77); Ano Propedêutico (1977-80); 12.º ano de escolaridade (a partir de 1980).

10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade (ensino secundário)

Fontes:Grácio (1986); Gomes (2001); Despacho n.º 6649/2005, de 31 de março

É de salientar, desde logo, não apenas a prolífica produção legislativa registada entre 1975 e 1976, como também o facto de esta, na sua maioria, advir

147 da publicação de despachos por parte dos sucessivos ministros e/ou secretários de Estado com a tutela da pasta da Educação, na vigência dos governos provisórios. Tal facto traduzia a inserção desta significativa produção legislativa no designado ‘período autogestionário’ das escolas (1974-1976), na expressão empregue por Lima (2006), período durante o qual não existia parlamento em plena efetividade de funções, devido ao processo de elaboração da nova Constituição que, então, ocupava a Assembleia Constituinte. Após a aprovação e entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa de 1976, já na vigência dos governos constitucionais, a produção legislativa em matéria de educação passa a utilizar, maioritariamente, a figura do decreto-lei, uma vez que já se encontravam claramente definidas as matérias da responsabilidade do Governo e as matérias da responsabilidade da Assembleia da República. O ciclo preparatório do ensino secundário, criado em 1967, manteve a sua duração de dois anos, renomeados 5.º e 6.º anos de escolaridade durante o ‘período autogestionário’ (1974-76), mas a divisão operada entre o 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade, por um lado, e o 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, por outro, fica estabelecida a partir do momento em que se associam os três primeiros ao curso geral do ensino secundário e os três últimos ao respetivo curso complementar. Nas palavras de Grácio (1986), «o momento da orientação escolar e profissional é diferido dos doze para os quinze anos de idade (maior maturidade dos alunos, mais tardia incidência dos factores financeiros e culturais de ordem familiar na «opção» feita)» (p. 170). Assim ficava cumprido, definitivamente, uma das provisões da Lei de Bases do Sistema Educativo – lei n.º 5/73, de 25 de julho – da autoria do então ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão – a criação de escolas secundárias polivalentes, em que, como refere Grácio (1986), «as diferentes modalidades diversificadas de ensino seriam, em princípio, ministradas no mesmo estabelecimento» (p. 170).

Se, em 1919, pelo decreto n.º 5683, de 10 de maio desse ano, uma das muitas reformas educativas desse período ficou marcada pela introdução de um regime de coeducação, mas apenas em liceus mistos que, à data, praticavam a separação de sexos – e não nos liceus femininos –, foi em 1972 que se iniciou definitivamente o percurso em direção à instauração do regime de coeducação nos liceus nacionais. Pelo Decreto-Lei n.º 482/72, de 28 de novembro, da autoria

148 do ministro da Educação Nacional, José Veiga Simão, foi restabelecido, como vimos, o regime de coeducação no ensino primário e criado esse mesmo regime no ciclo preparatório do ensino secundário, a partir do ano letivo 1973/1974. Tal abriu caminho a que, no âmbito do alargamento do regime de coeducação ao ensino secundário, a Escola acolhesse as primeiras turmas mistas no ano letivo 1975/1976 (cf. Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, 2009). O Decreto-Lei n.º 482/72, de 28 de novembro, pressupõe a adoção de «novas técnicas pedagógicas onde tenham lugar a participação activa, o espírito criador e a atitude de colaboração» (cf. Decreto-Lei n.º 482/72, de 28 de novembro).

Neste sentido, defende Grácio (1986) que o n.º 1 do artigo 77.º da Constituição da República Portuguesa (1976), que estipula que «os professores e alunos têm o direito de participar na gestão democrática das escolas, nos termos da lei» (cf.

artigo 77.º, n.º 1 da Constituição da República Portuguesa), surge «na continuidade de um processo em gestação anterior» (Grácio, 1986, p. 164), referindo-se ao Decreto-Lei n.º 482/72, de 28 de novembro, ao período autogestionário (1974-76) e, por fim, à consagração constitucional da participação dos corpos docente e discente como princípio fundamental para a gestão das escolas. Gomes (2001) utiliza a expressão ‘licealização do ensino unificado’ para se referir a este ‘processo em gestação’, na expressão de Grácio (1986), defendendo que a esse mesmo processo não corresponde, necessariamente, o «fracasso da aplicação do princípio do desenvolvimento igualitário das capacidades de cada um e de todos» (Gomes, 2001, p. 184).

Utilizando outra categorização, Grácio (1986) insere o ‘processo em gestação’, conducente à criação do ensino secundário unificado, no seguimento da adoção de um «discurso liberal meritocrático corrente do capitalismo «esclarecido», confiado nos efeitos democráticos da expansão do ensino, adjuvada por medidas compensatórias de acção social escolar» (Grácio, 1986, p. 160).

Neste período, todos os liceus passaram a assumir a designação de escola secundária, pelo decreto-lei n.º 80/78, de 27 de abril, da autoria do ministro da Educação e Cultura, Mário Sottomayor Cardia, na sequência da progressiva unificação do ensino secundário e do ensino técnico, que levaria à prevalência do primeiro sobre o segundo, o qual deixaria de funcionar nos termos em que havia funcionado nas décadas anteriores. O referido decreto-lei previa,

149 no seu artigo 3.º, a emissão de uma portaria que estabelecesse novas designações para os estabelecimentos de ensino afetados por esta alteração da tipologia dos estabelecimentos de ensino secundário; essa portaria foi emitida apenas mais de um ano depois do decreto-lei, em novembro de 1979, tendo a Escola mantido a sua patrona. A sua designação foi, assim, alterada de Liceu para Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, assim se mantendo à data de 2020 (cf. Anexo II da Portaria n.º 608/79, de 22 de novembro).

Lima (2018) refere, a este propósito, que a lei de bases de 1973 «não deixou de exercer influência na nova estruturação do sistema, seja durante os governos provisórios seja durante os primeiros governos constitucionais» (p. 82), dando assim conta da continuidade entre as orientações constantes da lei de bases de 1973 e os anos que se seguiram até ao início dos anos 90, uma vez que, em 1973, se previa já «uma organização do sistema escolar e de estruturas que viriam a exercer grande influência no futuro, já fora do regime autoritário»

(Lima, 2018, p. 82). Numa perspetiva oposta, Pedro (2013) defende que a ausência de regulamentação da Lei n.º 5/73, de 25 de julho, provocou um atraso significativo na implementação das reformas preconizadas pelo ministro Veiga Simão, em particular durante o período dos governos provisórios (1974-76), em que, alega a autora, foram abandonadas «algumas das mais emblemáticas aspirações de Veiga Simão, nomeadamente o não alargamento da escolaridade obrigatória para 8 anos, mantendo-se o anterior limite de 6 anos, decretado por Galvão Teles em 1964» (p. 40). Segundo Pedro (2013), «a partir de todos os dados recolhidos entre 1950 e 1964, foi feita a previsão das necessidades até 1975, com o objetivo de que nessa altura fosse possível alcançar o nível europeu em matéria de ensino» (p. 25), posição que é secundada por Grácio (1986), que defende que «Portugal não escapou, embora com atraso, a tendências similares de reforma, acaso induzidas mais pelas transformações sociais e culturais - polarizadas na crescente procura de educação escolar -, que se verificava entre nós do que pela transferência de paradigmas político-educacionais alheios» (p.

165). Numa posição contrária à de Pedro (2013), Gomes (2001) advoga que, mais do que «elementos de integração supra-nacionais» (p. 181), concorreram para a criação do ensino secundário unificado os «elementos de desenvolvimento interno do próprio sistema educativo» (Gomes, 2001, p. 181),

150 tais como o crescimento do número de liceus e do número de alunos matriculados para o triplo entre 1970 e 1974. Tal sucedeu, segundo Gomes (2001), pois a criação do ensino secundário unificado, em vários Estados europeus, ocorreu após a problematização teórica dos fatores na base da sua criação, ao passo que, em Portugal, a referida problematização teórica ocorreu em simultâneo com a criação do ensino secundário unificado «porque se poderia perder a oportunidade política» (Gomes, 2001, p. 183). Segundo Lima (2018), tal viria a originar, durante o processo de publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo (lei n.º 14/86, de 14 de outubro), uma desarticulação significativa entre as propostas de reforma pedagógica oriundas de comissões e grupos de trabalho – tal como a Comissão de Reforma do Sistema Educativo (CRSE) – dedicados ao tema e as propostas efetivamente consagradas na lei, na medida em que «tomando por referência a LBSE e as propostas da CRSE (...) [a desarticulação] produziu sobre elas interpretações específicas a partir do contexto de integração na Comunidade Económica Europeia (CEE) e das agendas governativas para a educação» (Lima, 2018, pp. 77-78).

A revogação e, mais importante, a substituição da legislação emanada do Estado Novo revelou-se facilitada pela publicação da lei n.º 46/86, de 14 de outubro – Lei de Bases do Sistema Educativo –, uma lei que, para Rodrigues (2017), chega com uma década de atraso, na medida em que a sua criação já se encontrava prevista na Constituição da República Portuguesa desde 1976.

Segundo Rodrigues (2017), a demora encontrava fundamento nas «dificuldades de negociação política e de concertação» (p. 19) – patentes na rejeição, por três vezes consecutivas, das propostas de lei de bases do sistema educativo apresentadas, durante a década de 80, pelo ministro da Educação, Vítor Crespo –, assim como na ausência de condições para o alargamento da escolaridade obrigatória que caracterizava o sistema educativo herdado do Estado Novo, devido ao número de «escolas técnicas e liceais, que permitiam o prosseguimento dos estudos apenas a uma parte muito diminuta dos jovens» (p.

20), e à falta de um corpo docente numeroso e qualificado e de currículos e manuais escolares suficientemente desenvolvidos. Na Tabela 7, constata-se que os 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade, até então integrados no curso geral do ensino secundário, foram transferidos para o ensino básico, nomeadamente para

151 o 3.º ciclo, ficando o ensino secundário constituído pelos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade. No entendimento de Lima (2018), a LBSE estabeleceu «a unificação de todo o ensino básico sujeito ao princípio (...) da “sequencialidade progressiva”» (p. 86), tendo apresentado «tónicas colocadas no ensino e na formação profissionais, na escolarização da educação de adultos, numa reforma curricular de pendor modernizante, na introdução das agendas da avaliação e da qualidade, de certo modo procurando contrabalançar uma quantidade necessária mas, intrinsecamente, associada a uma certa perda de qualidade»

(Lima, 2018, p. 84). Por outro lado, Pacheco (2006) e Lemos (2014) coincidem no entendimento de que a continuidade pedagógica constituiu imagem de marca das políticas educativas no período em análise (1973-2020). Lemos (2014) vai mais longe e aponta a linha condutora e principal preocupação das reformas do ensino secundário no período em análise, nomeadamente o adiamento da

«excessiva precocidade da seleção das vias de estudo pelos alunos» (p. 23), a qual, no seu entender, «é continuada na reforma Veiga Simão (...), mas volta a estar presente nas alterações introduzidas após o 25 de Abril e novamente na lei de bases do sistema educativo, em 1986» (Lemos, 2014, p. 23). Esta noção de continuidade da LBSE e do seu enquadramento teórico é contestada por Lima (2018), que advoga que «a LBSE do regime democrático viria a ser regulamentada ao longo de vários anos e a ritmos consideravelmente distintos consoante as áreas sob “reforma educativa”, tendo sido objeto de apropriações seletivas e diferenciadas» (p. 78). A tal conjunto de apropriações não será alheio o facto de, no período antecedente à sua criação, terem sido levantadas

«diversas questões para a construção de um compromisso entre diferentes forças partidárias, forças sindicais, parceiros, pais, etc.» (Rodrigues, 2017, p. 19) conducente à aprovação da LBSE, tornando o processo, segundo Rodrigues (2017), de maior complexidade do que aquele que viria a alargar a escolaridade obrigatória para 12 anos, em 2009.

Tal como no âmbito orgânico-funcional da organização, também no âmbito pedagógico existe uma alteração de rumo, ainda que não uma rutura, com a publicação do Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, ou, como refere Rodrigues (2017), «o marco mais importante na evolução do nosso sistema de ensino é 1986 e não 2009 [em referência à Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, que

152 estabeleceu a escolaridade obrigatória em 12 anos]» (p. 19). Entendem Moraes

& Ferreira (2018) que o Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de fevereiro, publicado no seguimento da LBSE de 1986, «fez emergir o respaldo legislativo para que as escolas atribuíssem aos seus projetos educativos força identitária e decisória, desde que da sua construção participassem todos os intervenientes no processo educativo» (p. 54). Defendem as autoras, a este propósito, que, no âmbito de todos os documentos normativos e orientadores do ensino secundário, a

«componente pedagógica foi gradativamente sendo consolidada no tratamento legal da autonomia da escola» (Moraes & Ferreira, 2018, p. 55). Tal encontra-se intimamente relacionado com a estabilidade tanto da estrutura curricular a partir de 1986 – veja-se, por exemplo, a continuidade das áreas de estudo dos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade –, como da divisão do percurso escolar em ensino básico – 1.º, 2.º e 3.º ciclos – e ensino secundário. Estes exemplos revelam, segundo Lima (2018), que «permanecem por resolver os problemas da organização dos três ciclos do ensino básico que a lei consagrou e cuja resolução exigiria, possivelmente, a adoção de um primeiro ciclo de seis anos e de um segundo ciclo de três anos, de acordo com a opção que vigora num elevado número de países» (p. 87), o que iria ao encontro, caso tivesse conhecido concretização, do alargamento da escolaridade obrigatória para 9 anos, consagrado na LBSE, de 1986. Rodrigues (2017) considera, aliás, que o

«o ano de 1986 simboliza a consagração na lei do princípio da escolaridade obrigatória, cuja concretização marcou a evolução do sistema de ensino até à atualidade» (p. 20), originando a referida estabilidade do percurso escolar e da estrutura curricular do ensino secundário.

Como já referido, a escolaridade obrigatória seria alargada para 12 anos por via da Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, passando a incluir-se nela o ensino secundário – 10.º, 11.º, e 12.º anos – tal como definido pela LBSE, de 1986, a qual, embora tenha alargado a escolaridade obrigatória para 9 anos, retirou da alçada do ensino secundário os 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade, remetendo o 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade para o ensino secundário, que só seria incluído na escolaridade obrigatória em 2009. Era, assim, cumprido o preceito constitucional, já mencionado, que previa a gratuitidade do ensino básico e obrigatório (cf. alínea a) do n.º 2 do artigo 74.º da Constituição da República

153 Portuguesa). Rodrigues (2017) salienta que, nesse momento, «havia um contexto político favorável, um certo consenso, entre as diferentes forças partidárias» (p. 19), facilitando o alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos. Numa perspetiva oposta, Lemos (2017) defende que, embora as condições de implementação e o ponto de partida do alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos (2009) sejam mais favoráveis do que em 1986, o referido alargamento não se reveste de consenso, de acordo com dados da rede Eurydice, segundo os quais 27 de 36 Estados europeus analisados possuem escolaridade obrigatória de 9 ou 10 anos, contra os 12 anos de escolaridade obrigatória em Portugal. Lemos (2017) e Roldão (2017) coincidem, aliás, numa das causas apontadas para a dificuldade de implementação da escolaridade obrigatória para 12 anos, nomeadamente a ausência, no ensino secundário, de «características de currículo comum universal» (Roldão, 2017, p.

65) típicas do ensino básico. Refere Lemos (2017) que os desafios enfrentados, ao nível do ensino básico, pelos estabelecimentos de ensino, pelos corpos docente e discente e pelas famílias, transitam para o ensino secundário, na medida em que passam a ser determinantes, tanto para o percurso escolar, como para o percurso profissional, «as escolhas dos próprios alunos, que, muitas vezes, especialmente nas famílias com maior debilidade socioeconómica ou sociocultural, constituem verdadeiramente a única escolha» (p. 408), exigindo, desta forma, maior acompanhamento e orientação dos alunos e respetivas famílias até uma idade mais avançada, com vista a obviar aos desafios referidos.

A gratuitidade acompanhou o alargamento da escolaridade obrigatória para os 12 anos, sendo atualmente regulada pelo Despacho Normativo n.º 6/2018, de 12 de abril, na sua redação atual.

Tabela 8 – Evolução da estrutura curricular da organização entre 1973 e 2020.

Estrutura curricular da Escola em estudo de 1973 a 2020 Disciplinas

(1973-1990) Divisão por áreas – compromisso após unificação

Disciplinas (1991-2007)

10.º, 11.º e 12.º anos

Introdução das áreas curriculares não disciplinares/cursos

Disciplinas (2008-2020)

Alterações nas necessidades de desenvolvimento do país e mudanças sociais – retoma das

154

do secundário e extinção do liceal e técnico

• 3.º, 4.º e 5.º anos experimentais do ensino

preparatório (1973-76)

• Curso geral (7.º, 8.º e 9.º anos) – a partir de 1978

• Curso complementar (10.º e 11.º anos) – a partir de 1979

• Serviço Cívico Estudantil

• Ano Propedêutico

• 12.º ano

Fonte:

• Despacho do ministro Veiga Simão, de 9 de agosto de 1972 -

cit. por Pedro (2013) – 3.º e 4.º anos experimentais do ensino preparatório (futuros 7.º e 8.º anos

do curso geral do ensino secundário)

• Decreto-lei n.º 270/75, de 30 de maio – Serviço Cívico Estudantil

• Despacho DD4456, de 1 de setembro de 1975 – 5.º ano

experimental do ensino preparatório (futuro 9.º ano do curso geral do ensino secundário)

• Despacho n.º 243/76, de 12 de agosto (9.º ano do curso geral do

ensino secundário)

• Decreto-Lei n.º 491/77, de 23 de novembro, e Portaria n.º 210/78, de 15 de abril – Ano Propedêutico

• Despachos n.º 168/77, 169/77 e 170/77, de 29 de novembro – cit.

por Oliveira (2004) – 7.º, 8.º e 9.º anos do curso geral do ensino

secundário

orientados e não orientados para prosseguir

estudos Fonte:

• Lei n.º 46/86, de 14 de outubro

• Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de agosto

• Decreto-Lei n.º 7/2001, de 18 de janeiro – suspenso pelo Decreto-Lei n.º 156/2002, de 20

de junho (não entrou em vigor)

• Recomendação n.º 3/98, do Conselho Nacional de Educação

áreas de estudo/Cursos científico-humanísticos

10.º, 11.º e 12.º anos Fonte:

Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março; alterado pelos seguintes DL (entrada em vigor a partir de 2007/2008):

o Decreto-Lei n.º 24/2006, de 6 de fevereiro o Decreto-Lei n.º

272/2007, de 26 de julho

o Decreto-Lei n.º 4/2008, de 7 de janeiro

o Decreto-Lei n.º 50/2011, de 8 de abril o Decreto-Lei n.º

42/2012, de 22 de fevereiro

Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho

Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho

155

• Despacho Normativo n.º 140-A/78, de 22 de junho, alterado pelo Despacho Normativo n,º

135-A/79, de 5 de junho – 10.º, 11.º e, posteriormente, 12.º anos do curso complementar do ensino

secundário

• Portaria n.º 574/79, de 31 de outubro – 7.º, 8.º e 9.º anos do curso geral do ensino secundário

• Decreto-Lei n.º 240/80, de 19 de julho, e Portaria n.º 684/81, de 11

de agosto – 12.º ano Anos experimentais do ensino preparatório (cf. despacho de 9 de

agosto de 1972)

Português

Língua Estrangeira

Matemática

Ciências da Natureza

Ciências Humanas

Educação Visual

Educação Física

Educação Musical

Educação Moral e Religiosa

Trabalhos Oficinais

7.º e 8.º anos do curso geral

Português

Língua Estrangeira I

Língua Estrangeira II

Matemática

Biologia

Ciências Físico-Químicas

História

Geografia

Educação Visual

Educação Física

Formação geral

Português (10.º, 11.º e 12.º anos)

Introdução à Filosofia (10.º e 11.º anos)

Língua Estrangeira I ou II (10.º e 11.º anos)

Educação Física (10.º, 11.º e 12.º anos)

Desenvolvimento Pessoal e Social ou Educação

Moral e Religiosa Católica ou de outras

confissões (em alternativa a escolher por

cada escola) – entre 1989 e 2004;

Extracurricular:

Área-Escola (área curricular não disciplinar com modelo a definir por cada escola)

Atividades de

complemento curricular (facultativas)

Formação geral

Português (10.º, 11.º e 12.º anos)

Língua Estrangeira I ou II (10.º e 11.º anos)

Filosofia (10.º e 11.º anos)

Educação Física (10.º, 11.º e 12.º anos)

Tecnologias da Informação e Comunicação (apenas 10.º ano, até ao ano letivo

2007/2008)

Área de Projeto (12.º ano, 2004-2011)

Formação Cívica (10.º ano, 2011-2012)

Educação Moral e Religiosa (facultativa) Cursos científico-humanísticos:

Ciências e Tecnologias

Ciências Socioeconómicas

Ciências Sociais e

Humanas (até ao ano letivo 2007/2008)

Línguas e Literaturas (até ao ano letivo 2007/2008)

156

Trabalhos Oficinais

Religião e Moral Católica (facultativa)

Línguas e Humanidades (fusão dos anteriores, a partir de 2007/2008)

Artes Visuais

Cursos Tecnológicos

Cursos Artísticos Especializados

Cursos do Ensino Recorrente

Português (PL2) para Alunos Surdos

Português Adaptado a Alunos com Deficiência Auditiva

Português Língua Não Materna

Cidadania e

Desenvolvimento (a partir de 2018)

9.º ano do curso geral

Português

Língua Estrangeira

Matemática

Biologia

Físico-Química

História

Introdução à Economia

Desenho

Educação Física

Área Vocacional

Religião e Moral Católica (facultativa)

Formação específica 3 a 5 disciplinas à escolha

10.º, 11.º e 12.º anos Cursos Gerais (disciplinadas não

organizadas por cursos) 1. Científico-Natural

2. Artes 3. Económico-Social

4. Humanidades

Matemática

Métodos Quantitativos (obrigatória, num dos anos, para os alunos que não tenham escolhido Matemática)

Formação específica Ciências e Tecnologias

Matemática A (10.º, 11.º e 12.º anos)

Física e Química A OU Biologia e Geologia (10.º e 11.º anos OU 11.º e 12.º anos)

Geometria Descritiva A OU Aplicações Informáticas B OU Economia A

(condicionadas à oferta curricular, 11.º e 12.º anos)

Biologia OU Física OU Química OU Geologia (12.º ano)

157

Introdução aos Computadores e à Informática

História

Latim

Grego

Língua Estrangeira – nível inicial ou de continuação (obrigatória quando o aluno tenha tido apenas uma língua estrangeira no ensino básico)

Estudos Literários

História da Arte

Desenho e Geometria Descritiva (Arquitetura)

Introdução ao Estudo dos Materiais

Formação Musical / Análise e Técnica de Composição / História da Música (condicionadas à frequência de Educação Musical no 3.º ciclo do ensino básico)

Antropologia OU Clássicos da Literatura OU Ciência Política OU Direito OU Economia C OU Filosofia A OU Geografia C OU Grego OU Língua Estrangeira I/II/III OU Psicologia B (condicionadas à oferta curricular, 12.º ano)

10.º e 11.º anos do curso complementar Formação geral

Português

Filosofia

Língua Estrangeira

Educação Física

Formação específica 3 disciplinas à escolha

10.º e 11.º anos

Ciências Físico-Químicas

Ciências da Terra e da Vida

Geografia

Introdução à Economia

Formação específica Ciências Socioeconómicas

Matemática A (10.º, 11.º e 12.º anos)

Economia A OU Geografia A (10.º e 11.º anos OU 11.º e 12.º anos)

História B OU Aplicações Informáticas B OU Língua Estrangeira II/III

(condicionadas à oferta curricular, 11.º e 12.º anos)

158

Economia C OU Geografia C OU Sociologia OU Filosofia A (12.º ano)

Antropologia OU Clássicos da Literatura OU Ciência Política OU Direito OU Grego OU Língua Estrangeira I/II/III OU Psicologia B

(condicionadas à oferta curricular, 12.º ano)

10.º e 11.º anos do curso complementar Área de estudos

científico-naturais (Área A) Formação específica

Matemática

Física e Química

Biologia (apenas 10.º ano)

Geologia/Geografia/Psicologi a (apenas 11.º ano, uma disciplina optativa do conjunto

de três)

Formação vocacional (escolha de uma especialização)

Produção agrícola- produção agrícola (regime florestal)-produção animal

(1978-79) / Produção agropecuária (a partir de

1979)

Indústrias alimentares

Pescas oceânicas/pescas (interiores (1978-79);

Produção aquática (zonas

Formação específica 5 disciplinas à escolha

12.º ano

Filosofia

Física

Química

Geologia

Biologia

Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social

Sociologia

Psicologia

Introdução ao Direito

Língua Estrangeira I ou II (continuação)

Desenho e Geometria Descritiva (Engenharia)

Teoria do Design

Acústica Musical (condicionada à frequência de Educação

Musical no 3.º ciclo do ensino básico)

Formação específica Ciências Sociais e Humanas (até

ao ano letivo 2007/2008)

História A (10.º, 11.º e 12.º anos)

Matemática Aplicada às Ciências Sociais OU Geografia A (10.º e 11.º anos OU 11.º e 12.º anos)

Economia A OU Aplicações Informáticas B OU Língua Estrangeira II/III

(condicionadas à oferta curricular, 11.º e 12.º anos)

Geografia C OU Sociologia OU Filosofia A OU

Psicologia B (12.º ano)

Ciência Política OU Antropologia OU Direito (condicionadas à oferta curricular, 12.º ano)

159

costeiras) (a partir de 1979)

Quimicotecnia

Saúde

Desporto 10.º e 11.º anos do curso

complementar Área de estudos

científico-tecnológicos (Área B) Formação específica

Matemática

Física e Química

Geometria Descritiva (apenas 10.º ano)

Economia/Geologia/Geografia (apenas 11.º ano, uma disciplina optativa do conjunto

de três, 1978-79)

Formação vocacional (escolha de uma especialização)

Têxtil A / Têxtil B / Têxtil C (1978-79) – Têxtil (a

partir de 1979)

Eletrotecnia

Mecanotecnia

Construção Civil

Eletrónica

Formação técnica Escolha de um curso ou de um conjunto de disciplinas individuais Lista meramente indicativa; oferta concreta a definir por cada escola

Cursos

Aplicação de Informática

Artes Gráficas

Burótica

Contabilidade

Design Industrial

Documentalismo

Eletricidade Industrial

Eletromecânica

Eletrónica

Mecânica

Relações Públicas

Secretariado

Técnicas de Agro-Pecuária

Técnicas Comerciais

Técnicas de Laboratório

Técnicas de Fabricação Têxtil

Técnicas de Cerâmica e Vidro

Tradução e Interpretação

Disciplinas individuais

Datilografia e Processamento de Texto

Formação específica Línguas e Literaturas (até ao ano

letivo 2007/2008)

Língua Estrangeira II ou III (10.º, 11.º e 12.º anos)

Literatura Portuguesa OU Latim A (10.º e 11.º anos OU 11.º e 12.º anos)

História da Cultura e das Artes OU Aplicações Informáticas B OU Língua Estrangeira II/III

(condicionadas à oferta curricular, 11.º e 12.º anos)

Literaturas de Língua Portuguesa OU Latim B OU Filosofia A OU Língua Estrangeira I/II (12.º ano)

Ciência Política OU Grego OU Psicologia B

(condicionadas à oferta curricular, 12.º ano)

160

Desenho Técnico

Eletrónica

Informática

Língua: Inglês, Francês, Alemão (sentido técnico e comercial)

Noções de Comércio

10.º e 11.º anos do curso complementar Área de estudos

económico-sociais (Área C) Formação específica

Matemática

Economia (apenas 10.º ano 1978-79)

Língua Estrangeira II (apenas 1978-79)

História/Sociologia/Direito (uma disciplina optativa do conjunto de três, 1978-79) / Língua Estrangeira II (a partir

de 1979)

Formação vocacional (escolha de uma especialização)

Secretariado

Contabilidade e administração

Informática

Planeamento e urbanismo (a partir de 1979)

Formação específica Línguas e Humanidades (a partir

do ano letivo 2007/2008)

História A (10.º, 11.º e 12.º anos)

Matemática Aplicada às Ciências Sociais OU Geografia A OU Literatura Portuguesa OU Latim A OU Língua Estrangeira I/II/III (10.º e 11.º anos)

Aplicações Informáticas B OU Língua Estrangeira I/II/III OU Geografia C OU Sociologia OU Filosofia A OU Psicologia B OU Latim B OU Literaturas de Língua Portuguesa OU Ciência Política OU Antropologia OU Direito OU Clássicos da Literatura OU Economia C ou Grego (12.º ano, condicionada à oferta curricular)

10.º e 11.º anos do curso complementar Área de estudos humanísticos

(Área D) Formação específica

Formação específica Artes Visuais

Desenho A (10.º, 11.º e 12.º anos)

161

Língua Estrangeira II ou História / apenas História (a

partir de 1979)

Língua Estrangeira II (Francês, Inglês ou Alemão)

ou Latim

Língua Estrangeira II (apenas 1978-79)

Latim (1978-79) / Matemática (a partir de 1979) / Grego /

Psicologia / Sociologia / Direito / Economia / Geografia

Formação vocacional (escolha de uma especialização)

Música

Orientada pela Secretaria de Línguas Estrangeiras, Jornalismo,

Administrações Públicas, Turismo, etc. (1978-79)

Jornalismo (a partir de 1979)

Administração Pública (a partir de 1979)

Geometria Descritiva A OU Matemática B (10.º e 11.º anos OU 11.º e 12.º anos)

História da Cultura e das Artes OU Aplicações Informáticas B OU Física e Química A, apenas até 2007/2008 (condicionadas à oferta curricular, 11.º e 12.º anos)

Oficina de Artes OU Oficina Multimédia B OU Filosofia A OU Materiais e

Tecnologias (12.º ano)

Antropologia OU Clássicos da Literatura OU Ciência Política OU Direito ou Economia C OU Geografia C OU Grego OU Língua Estrangeira I/II/III OU Psicologia B

(condicionadas à oferta curricular, 12.º ano)

10.º e 11.º anos do curso complementar

Área de estudos de artes visuais (Área E)

Formação específica

Matemática

Física e Química

História (1978-79) / História das Artes Visuais (a partir de

1979)

Geometria Descritiva (a partir de 1979, apenas para os

alunos que escolhem formação vocacional

«Introdução às artes

162

plásticas, design e arquitetura»)

Formação vocacional (escolha de uma especialização)

Introdução às artes visuais e à arquitetura (1978-79) / Introdução às

artes plásticas, design e arquitetura (a partir de

1979)

Artes e técnicas gráficas

Imagem e comunicação audiovisual

Artes e técnicas do fogo

Equipamento e interiores

Artes e técnicas dos tecidos 12.º ano do curso complementar 1.º curso (alunos provenientes das áreas de estudo A, B ou E)

Matemática – Disciplina base

Duas disciplinas de opção, uma por desejo de frequência

e outra por orientação para o ensino superior:

o Física o Química o Biologia o Geologia o Geometria Descritiva

o Geografia 12.º ano do curso complementar

2.º curso (alunos provenientes das áreas de estudo A e C)

Matemática – Disciplina base

Duas disciplinas de opção, uma por desejo de frequência

e outra por orientação para o ensino superior:

Geografia

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