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O presente capítulo versa sobre a fundamentação da pertinência da investigação, seleção da abordagem da investigação, discussão do paradigma da investigação, discussão dos métodos a utilizar na investigação e respetiva fundamentação, descrição da pesquisa.

Recorrendo às tipologias de estudo enumeradas por C. G. da Silva (2019), insere-se a presente investigação no domínio da informação e, particularmente, da sua organização, o qual, à data de 2013, já se destacava com um número significativo de trabalhos académicos desenvolvidos. No entanto, verifica-se uma especificidade do sistema de informação em estudo, por se tratar de um arquivo escolar, o que nos afasta da «metodologia de estudo de caso» em que

«predomina a descrição sobre a interpretação» (C. G. da Silva, 2019, p. 31). Por este motivo, importa referir que os organogramas utilizados refletem apenas a estrutura orgânico-funcional da Escola e não de entidades conexas, como as associações escolares, ou de entidades titulares, como os ministérios e as direções-gerais. Tal explica-se também pela especificidade do tipo de ensino ministrado – ensino feminino –, que se manteve mesmo em períodos de menor autonomia da Escola. Foi possível identificar, neste sentido, a existência de alguns regulamentos internos da Escola, que permitem satisfazer a necessidade de análise mais fina dessa especificidade.

Deste modo, aplica-se ao presente estudo uma abordagem sistémica, já que, como referido no estado da arte, estamos perante um sistema de informação aberto, como sistema social que é caracterizado pela existência de trocas de informação, tal como o entendem Bertalanffy (1968) e Chiavenato (2003), o que concorre para um dos objetivos da investigação – caracterizar a estrutura orgânico-funcional da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho à luz da Teoria Geral dos Sistemas. No mesmo sentido, Pinto (2003) refere-se à «Teoria Sistémica como “ferramenta” interpretativa/explicativa do fenómeno “informação”», salientando que a informação, embora «moldada pela entidade produtora», não pode perder de vista quer as trocas de informação

34 inerentes «ao processo informacional e histórico», quer a «dinâmica do contexto gerador da informação» (pp. 3-4). Tal assume ainda maior relevância tendo em conta que, como visto anteriormente, não se está na presença de um sistema de informação, que assuma, exclusivamente, o caráter de arquivo histórico, o qual se aplica apenas à informação anterior a 1978. Permite-se, assim, uma ultrapassagem da «concepção arquivística tradicional (...) vulgarmente reconhecida através dos arquivos históricos» (Pinto, 2003, p. 4).

Constata-se que o sistema de informação em estudo, pelo contexto histórico em que ocorreu a fundação da escola e pelo extenso corpus regulamentar e legislativo que lhe está subjacente ao longo da sua existência, consiste numa realidade «seen as the result of constructive processes» (Flick, 2009, p. 468), nomeadamente fruto das atividades desenvolvidas pelos intervenientes, internos e externos à instituição, nesses processos. A presente investigação insere-se, assim, num paradigma construtivista, pressupondo a existência de várias realidades e uma «epistemologia subjectiva», em que

«investigador e sujeito criam compreensões, conhecimento» (Aires, 2011, p. 18).

Para Aires (2011), o paradigma construtivista surge a partir da evolução do paradigma pós-positivista e dos respetivos conceitos, como «validade interna e externa, fiabilidade e objectividade» (p. 19 – itálico da autora), que dão lugar a conceitos como «credibilidade, transferibilidade, dependência e confirmabilidade» (Aires, 2011, p. 19 – itálico da autora), sem prejuízo da ressalva feita por Chizzotti (2003), que defende que os investigadores que

«optaram pela pesquisa qualitativa, ao se decidirem pela descoberta de novas vias investigativas, não pretenderam, nem pretendem furtar-se ao rigor e à objetividade» (p. 232). A aplicabilidade destes conceitos na presente investigação é tanto mais relevante quanto ela é realizada numa perspetiva diacrónica, conjugando as várias realidades em cada momento histórico e procurando assegurar a sua credibilidade e a sua confirmabilidade por via tanto da sua contextualização histórica, como da sua formulação legal e regulamentar.

Para Schutt (2012), aliás, «there must be a sense of the passage of time between events» (p. 355), identificando assim a perspetiva diacrónica como fundamental para uma investigação qualitativa, como forma de garantir a autenticidade da

35 mesma – fator que é chave para o autor. Sofaer (1999) clarifica, por sua vez, este aspeto, defendendo que a evolução temporal potencia uma das principais vantagens da investigação qualitativa, isto é, a «ability to deal with unforeseen events» (p. 1114), tais como reformas legislativas ou avanços e recuos típicos de organizações com uma existência longa.

Por outras palavras, Chizzotti (2003) afirma que a investigação qualitativa procura contestar «a neutralidade científica do discurso positivista [afirmando] a vinculação da investigação com os problemas ético-políticos e sociais» (p. 228), o que se torna tanto mais relevante quanto, da referida perspetiva diacrónica, se identificam problemas quer do passado e já resolvidos, quer do passado e que ainda perduram, indo assim ao encontro dos conceitos de transferibilidade e confirmabilidade de Aires (2011). Esteves e Azevedo (1998), por sua vez, associam este processo de evolução à transição de um cenário marcado pelo determinismo, caracterizado pela predominância da utilização de métodos quantitativos em ciências sociais, para um cenário marcado pelo indeterminismo, no qual os métodos qualitativos passam a assumir um papel relevante na investigação em ciências sociais. No mesmo sentido, Schutt (2012) afirma que, numa investigação qualitativa, «a researcher is constructing a “reality” with his or her interpretations of a text provided by the subjects of research» (p. 320), podendo outros investigadores chegar a conclusões diferentes sobre a mesma matéria, nunca perdendo de vista a importância de identificar e clarificar conceitos no âmbito da investigação qualitativa. Utilizando outra formulação, Holanda (2006) entende que é objetivo da abordagem qualitativa «elucidar e conhecer os complexos processos de constituição da subjetividade» (p. 364).

Schutt (2012) identifica como ponto fundamental a necessidade de não iniciar a recolha de dados sem que exista a certeza de que a mesma vá produzir informação útil, assim como de manter informados os participantes e outros intervenientes na investigação à medida que vão sendo concluídos os primeiros resultados, o que vai ao encontro de Holanda (2006), que defende que «o tratamento dos dados representa, em grande medida, a dificuldade primeira encontrada nas investigações que procuram dados de compreensão da realidade subjetiva do ser humano» (p. 364). Para a presente investigação, este

36 aspeto revela-se de maior importância quanto à privacidade e à confidencialidade da informação partilhada pelos intervenientes na investigação, nomeadamente informação custodiada no arquivo histórico da Escola, assim como no tocante à integridade e à qualidade da investigação, que passa pelo respeito por um conjunto de padrões definidos pelos métodos a utilizar na investigação, os quais permitirão a obtenção de conclusões válidas (Schutt, 2012). Estes padrões, segundo Leite (2004), não se devem limitar à letra da lei, uma vez que «a ótica legal não contempla todas as possibilidades» (p. 21).

Assim, segundo Neves (1996), os métodos qualitativos possibilitam

«visualizar o contexto e, se possível, ter uma integração empática com o processo objeto de estudo que implique melhor compreensão do fenômeno» (p.

2). Bonal-Zazo (2012) sintetiza esta evolução na expressão «disciplina

‘poliparadigmática’» (p. 77), referindo-se à Arquivística como parte integrante da Ciência da Informação. Já Aires (2011) defende a inclusão do paradigma construtivista num conjunto de paradigmas interpretativos, cabendo ao investigador dirigir «os dois fluxos críticos de representação e legitimação» (p.

21). Este ponto acentua uma perspetiva transdisciplinar relativamente quer à Ciência da Informação, quer às Ciências da Educação – ou, nas palavras de Chizzotti (2003), «uma fusão transdisciplinar das ciências humanas e sociais»

(p. 230) – que se pretende cultivar com este trabalho, sendo o contributo destas últimas relevante para a contextualização histórica da instituição e para a boa compreensão do contexto da produção legislativa referente à atividade da instituição.

A. C. Rodrigues (2012) aponta o «repertório legislativo» (p. 206) como uma das etapas fundamentais do processo de identificação anteriormente referido, com vista à caracterização orgânico-funcional, a par da contextualização do organismo produtor e dos respetivos organogramas. Os métodos utilizados na presente investigação são, por conseguinte, a investigação documental e o estudo orgânico-funcional. Importa, neste particular, recuperar o conceito de organicidade como entendido por A. M. da Silva (2019) e Pinto (2005), o qual concentra em si a base para a utilização dos referidos métodos, uma vez que tem em conta a «estrutura (...)

orgânico-37 funcional» (p. 7) das organizações, aferida através de um estudo orgânico-funcional, para alcançar objetivos relacionados com os diversos segmentos -

«público-político, político-social e sócio-económico» (p. 8) - que compõem a organização, cuja análise é efetuada recorrendo à investigação documental. A utilização destes métodos segue a indicação dada por Chizzotti (2003), que refere que a investigação qualitativa envolve a utilização de «multimétodos de investigação para o estudo de um fenômeno situado no local em que ocorre» (p.

221), não deixando de ser necessário, como sustenta Neves (1996), «um corte temporal-espacial de determinado fenômeno por parte do pesquisador» (p. 1), de modo que sejam analisados «dados simbólicos, situados em determinado contexto» (Neves, 1996, p. 1). Ainda, Neves (1996) considera os métodos qualitativos particularmente adequados para «estudos de avaliação de características do ambiente organizacional» (p. 3), o que, no presente trabalho, se aplica.

Quivy e Campenhoudt (2005) referem-se à investigação documental recorrendo à designação recolha de dados preexistentes, ao passo que Bowen (2009) utiliza a expressão análise documental. Quivy e Campenhoudt (2005) salientam que a recolha de dados preexistentes se adequa à análise «do desenvolvimento histórico dos fenómenos sociais sobre os quais não é possível recolher testemunhos diretos» (p. 203), o que é demonstrado pela necessária contextualização histórica do vasto período temporal em análise e se revela pertinente para a «análise da mudança nas organizações» (Quivy &

Campenhoudt, p. 203), em estreita ligação com a abundante legislação alvo de análise na presente investigação. Pretende-se, desta forma, alcançar um dos objetivos da investigação – a identificação, a partir da legislação, dos órgãos que compõem o sistema de informação em estudo. Flick (2009) utiliza igualmente a designação ‘análise documental’ e insere-a também no paradigma construtivista, devido à intertextualidade, através da qual «documents refer to other documents in the way they document and construct social realities» (p. 258).

Bowen (2009) identifica como vantagens da utilização deste método:

• a poupança de recursos, quer de tempo, quer de dinheiro;

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• a acessibilidade, a estabilidade e a vasta cobertura temporal da informação, especialmente relevante atendendo ao período temporal em análise;

• a ausência de intervenção do investigador na produção da informação a que recorre, permitindo maior fiabilidade.

Bowen (2009) acrescenta ainda que as desvantagens da utilização do método, como sejam o nível de detalhe insuficiente para uma investigação, a baixa recuperabilidade ou a seletividade enviesada em contexto organizacional, como aquele que é objeto de estudo, não chegam a superar as vantagens da sua utilização, particularmente ao nível da poupança de recursos e da consequente eficiência dos resultados obtidos. Como forma de obviar a essas desvantagens, Flick (2009) defende que a análise documental deve ter em conta o contexto, o uso e a função em que a informação foi produzida, assim como a informação deve ser encarada como resultado de propósitos específicos e não como sendo livre de enviesamento.

A este propósito, o contexto, o uso e a função da informação são mais facilmente apreendidos através de um estudo orgânico-funcional, pelo que se justifica a sua utilização como método na presente investigação (Simão, 2015).

A utilização do estudo orgânico-funcional como método está intimamente relacionada com o tipo de classificação a ser utilizado no presente estudo – a classificação orgânico-funcional. Pretende-se com esta classificação compreender a relação entre unidades orgânicas ao longo do período em análise, através de organogramas no corpo do trabalho, e também as funções por estas desempenhadas, através de tabelas explicativas em apêndice, ficando estabelecida a estrutura orgânico-funcional – efetivando-se, assim, o vínculo arquivístico (archival bond), na expressão de Duranti (1997), que a autora define como «the network of relationships that each record has with the records belonging in the same aggregation» (pp. 215-216), o que constitui, ainda segundo Duranti (1997), «expression of the development of the activity in which the document participates» (p. 217). Assim, pretende dar-se cumprimento ao objetivo de propor um quadro de classificação, atendendo aos fins da organização e aos órgãos produtores da informação, com base na referida

39 estrutura orgânico-funcional da instituição. O estudo orgânico-funcional da Presidência da República Portuguesa (1910-2014), de Rodrigues (2015), é também uma das referências a ter em conta para a estruturação da presente investigação.

Importa também referir que, no âmbito dos trabalhos finais para obtenção de grau superior em Ciência da Informação realizados nas universidades portuguesas com essa oferta, com a classificação arquivística como tema no período 2008-2018, apenas quatro – 5% – têm os arquivos escolares como objeto de estudo. Destes, dois – 50% – utilizam a classificação orgânico-funcional como base do estudo a realizar e os outros dois utilizam a classificação funcional (A. M. Silva et al., 2019). No entanto, são conhecidas, como refere C.

G. da Silva (2019), as limitações da classificação com base na estrutura funcional, apesar da sua estabilidade, devido à existência de uma «distinção clara entre órgãos, unidades orgânicas ou serviços e funções, quando as unidades administrativas se estabelecem (...) com base na especialização funcional» (p. 90), situação que se verifica na instituição em estudo, fruto das disposições legais e regulamentares.

Do mesmo modo, a classificação com base na estrutura orgânica revela também limitações, mesmo em relação com a estrutura funcional ou com a estrutura temática, tendo em conta que «a estrutura orgânica de cada organismo é única (...) e alvo de constantes mutações» (C. G. da Silva, 2019, p. 89).

Atendendo à profusa produção legislativa e regulamentar relacionada com a instituição em estudo, e às consequentes alterações na sua estrutura orgânica, a classificação unicamente com base na estrutura orgânica não se revelaria adequada à presente investigação. Constata-se, assim, que o estudo orgânico-funcional, ao mesmo tempo que integra as características da estrutura orgânica e da estrutura funcional, não é exclusivamente condicionado por nenhuma das duas, concorrendo para a «gestão da informação em rede» (C. G. da Silva, 2019, p. 89), que tão necessária se revela para uma instituição em atividade, como a que é objeto da presente investigação.

40 Relativamente à pesquisa, cujas estratégias, para Aires (2011), «põem os paradigmas de investigação em movimento» (p. 21), as fontes de recolha de dados utilizadas foram:

• a plataforma de indexação Scopus, em

https://www.scopus.com/home.uri, pela sua maior abrangência na área das ciências sociais, para o levantamento bibliográfico;

• o indexador de repositórios RCAAP – Repositórios Científicos do Acesso Aberto de Portugal, em https://www.rcaap.pt/, para a obtenção dos trabalhos académicos relevantes para o presente estudo, tanto conferentes de grau, como não conferentes de grau;

• o portal de Legislação Régia da Assembleia da República, em https://legislacaoregia.parlamento.pt/Pesquisa/Default.aspx?ts=1, para os diplomas legais e regulamentares anteriores a 5 de outubro de 1910 – os quais foram obtidos através de pesquisa pela data do próprio documento legal e não pela data de publicação em Diário do Governo;

• o Diário da República Eletrónico, em https://dre.pt/, para os diplomas legais e regulamentares posteriores a 5 de outubro de 1910 – cuja data corresponde à data de publicação em Diário do Governo/Diário da República.

Como auxílio da seleção do vasto conjunto de legislação recuperado no final do século XIX e na primeira metade do século XX, utilizaram-se:

• a dissertação de mestrado de M. J. de la Fuente (1989), acerca dos primeiros vinte anos da Escola, para o período em que a escola estava sob tutela do município de Lisboa e depois sob tutela do Estado central, mas ainda como pertencente ao ensino primário superior (1885-1906);

• a tese de doutoramento de J. Barroso (1993), acerca da organização pedagógica e a administração dos liceus de 1836 a 1960, para o período em que a Escola já detinha o estatuto de

41 Liceu, tendo sido considerados unicamente os diplomas legais com influência na estrutura orgânico-funcional.

Pretendeu-se, com estas ferramentas, ter em conta o contributo das Ciências da Educação com vista a melhor enquadrar a análise da estrutura orgânico-funcional levada a cabo no presente trabalho, numa perspetiva transdisciplinar, como mencionado acima.

Procurou-se, a partir da legislação e com o propósito de facilitar a compreensão da investigação, delimitar o estudo em três períodos temporais:

• de 1885 a 1916, sendo conferida à escola autonomia administrativa em 1917;

• de 1917 a 1972, perfazendo um período com cerca de 50 (cinquenta) anos de duração;

• de 1973 a 2020, perfazendo um período com cerca de 50 (cinquenta) anos de duração.

Procedeu-se à definição da duração dos períodos temporais atribuindo aos dois últimos períodos de estudo uma duração aproximada de 50 (cinquenta) anos e ao primeiro período de estudo uma duração mais reduzida, fruto da alteração da tutela do estabelecimento de ensino durante esse período. Nesse período (1885-1916), assistiu-se a uma maior instabilidade legislativa e regulamentar, o que leva a uma maior necessidade de processamento de dados.

A este propósito, Pintassilgo (2012a) salienta que «o tempo pedagógico não decorre estritamente do tempo político» (p. 81), o que só vem reforçar esta necessidade de separar o plano da evolução diacrónica deste estabelecimento de ensino face ao plano político. Privilegiou-se, deste modo, uma abordagem relacionada com os ciclos de vida da informação e do estabelecimento de ensino, evitando que os acontecimentos políticos nacionais do período em causa, embora relevantes em termos de contextualização histórica, delimitassem as balizas temporais do presente estudo.

A designação da instituição a utilizar foi também objeto de reflexão, tendo sido adotada no título a designação atual por forma a facilitar a sua identificação, sem prejuízo da utilização de designações anteriores ao longo do trabalho. De

42 igual modo, a divisão por períodos temporais não obedeceu às alterações de designação do patrono da instituição nem do seu estatuto como instituição de ensino – primário superior e liceal/secundário –, o que levaria à delimitação de um maior número de períodos temporais, com prejuízo da fácil compreensão da investigação. A delimitação dos períodos temporais obedeceu, assim, aos marcos legislativos e/ou regulamentares que determinaram alterações significativas quer no sistema de ensino, quer na estrutura da instituição em estudo. A citação de fontes com data anterior à entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 respeita a grafia original utilizada nessas fontes, não se tendo procedido à sua atualização.

O levantamento bibliográfico não foi orientado por particulares critérios temporais, tendo sido realizadas pesquisas com base nos conceitos de sistema de informação, gestão da informação e classificação, quer em língua portuguesa, quer em língua inglesa. Foram privilegiados os autores mais citados e que constituem uma referência para o presente estudo, como Bertalanffy (1968) e Chiavenato (2003). A pesquisa foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2020.

Em suma, como fundamento da pertinência da investigação, conclui-se que a efeméride de comemoração do 135.º aniversário da instituição e da classificação patrimonial, quer do seu edifício-sede, quer do seu património móvel, assume um importante papel como base do presente do trabalho. A este aspeto, acresce o propósito de proceder, posteriormente, à organização física do sistema de informação, com base no presente estudo e na respetiva classificação orgânico-funcional.

A abordagem sistémica, à luz da Teoria Geral dos Sistemas, e a perspetiva diacrónica são marcas distintivas do presente trabalho, devido à flexibilidade suficiente para abranger um período temporal tão alargado. Do mesmo modo, a investigação insere-se no paradigma construtivista, com evolução a partir do paradigma pós-positivista, sendo os métodos utilizados a investigação documental e o estudo orgânico-funcional (C. G. Silva, 2021) – associado à classificação utilizada no quadro de classificação. A investigação,

43 sendo de tipo qualitativo, deve conciliar a «subjetividade no próprio ato de investigar» com a «visão de abrangência do fenômeno pesquisado» (Holanda, 2006, p. 364).

Ainda em relação ao período temporal em estudo, a utilização de plataformas de indexação e de pesquisa de legislação, em línguas portuguesa e inglesa, que teve lugar nos meses de setembro e outubro de 2020, contribuiu significativamente para o bom andamento da investigação.

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3. ESTUDO ORGÂNICO-FUNCIONAL

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