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CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA – HORTAS URBANAS

2.4. Evolução Histórica Mundial

As atividades de produção de alimentos sempre se relacionaram com a história do desenvolvimento das cidades. Com a industrialização e consequente êxodo rural, a sociedade sentiu a necessidade de responder aos apelos sociais e económicos dos cidadãos. As dificuldades económicas e a alimentação precária levaram as pessoas a ocupar os espaços abertos onde pudessem produzir o seu alimento.

Segundo Howe et al. (2005: 99), as Hortas Urbanas, com vertente social, surgem nos países do Norte da Europa, no século XVIII, tendo por objetivo compensar, a nível económico e nutritivo, a população rural que havia migrado para a cidade. A necessidade de Hortas Urbanas cresceu rapidamente e, no final do século XIX, as autoridades e governos locais sentem-se responsáveis por estes locais, levando ao surgimento da primeira legislação para Hortas Urbanas em Inglaterra - Small

Holdings and Allotments Act, de 1908 - que determina que as autoridades locais providenciem locais

para a implantação de hortas de modo a satisfazer os trabalhadores que evidenciassem necessidades. Desenvolvimentos comparáveis foram ocorrendo em outras partes da Europa, sendo exemplo as

Schrebergarten, na Alemanha.

Entre 1900 e 1945, o maior fator estimulante da produção urbana de alimentos na Europa em espaço urbano acabou por ser as duas Grandes Guerras Mundiais. Em ambas, a ameaça de fome era real e foi necessário solicitar campanhas para aumentar a produção de alimentos, nomeadamente a campanha Dig for Victory (Fig.8). Na Primeira Grande Guerra, com receio de prejudicar a moral civil, as campanhas do governo britânico para aumentar a produção alimentar, tal como o racionamento, começaram a partir de 1917. Apesar desse receio, o número de lotes de 250 m2 aumentaram,

aproximadamente, de 450 000 para 600 000 em 1913, e de 1 300 000 para 1 500 000 em 1917, tendo sido produzidos 2 000000 de toneladas de vegetais (Howe et. al. 2005: 101).

19 Com o final da Segunda Guerra Mundial, em 1944, o número de terrenos para a produção de alimentos era de tal forma significante que perfaziam 10% das necessidades alimentares do País. O fim da campanha Dig for Victory8, em Inglaterra, foi seguido por uma descida considerável na produção

urbana de alimentos. O novo estado de bem-estar, a existência de emprego e uma melhoria das condições de vida, fizeram com que a produção de alimentos já não fosse uma prioridade. A imagem que as pessoas tinham das Hortas Urbanas também contribuiu para esse declínio, pois as pessoas associavam-nas à guerra e a uma época de austeridade que não combinava com uma época destinada aos progressos científicos (Howe et. al.,2005: 104).

O início dos anos 70 marcou uma viragem nas hortas urbanas trazendo novas formas de produção urbana de alimentos. O principal motivo pareceu ser a nova ética ambiental, gerada nos anos 60 como um estilo de vida alternativo, e uma noção de autossuficiência suportada pelo uso de energias renováveis que conduziu a uma renovação da produção de alimentos nas cidades (Howe et. al.,2005: 105). Nesta mesma época, é notável a florescente preocupação ambiental que deu origem ao desenvolvimento de novas formas de atividade de produção de alimentos – as quintas urbanas e o movimento das hortas comunitárias (Matos 2010: 201).

8 A campanha Dig for Victory foi um movimento de encorajamento para as pessoas transformarem os jardins, parques e campos desportivos em locais onde fosse possível cultivar alimentos. Esta campanha foi lançada em Outubro de 1939 pelo Ministério da Agricultura Inglês.

Figura 9 – a: Hortas urbanas junto da Tower Bridge, Londres 1939–1945; b: Clapham Common, Londres, 1939–1945. Fonte: Howe et. al.

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Foi na década de 70 que as hortas urbanas com caráter comunitário se desenvolvem nos EUA, ainda que estas já se tenham vindo a desenvolver anteriormente, como é possível observar na Figura 10 (Howe et. al.,2005: 105 - 106).Staten Island e Brooklyn, em Nova Iorque, são exemplos de cidades americanas que adotaram e aprimoraram algumas práticas agrícolas que foram levadas principalmente por emigrantes vindos da Europa (Smit et al., 2001: 21). As Hortas Urbanas nos EUA tiveram várias fases, sendo, os períodos de maior expansão agrícola coincidentes com épocas socioeconomicamente conturbadas, e os períodos de menor expansão agrícola coincidentes com alturas de melhor qualidade de vida da população (Gonçalves 2014:8). Dessas fases salientam-se, os períodos de depressão económica e das Grandes Guerras Mundiais, onde as hortas tiveram importância na segurança alimentar e qualidade nutricional, tal como aconteceu na Europa.

Figura 10 – a: Horta urbana ou comunitária, Nova Iorque, 1944; b: Horta urbana, Queen, Nova Iorque, 1944; c: Hortas urbanas numa

21 O surgimento das Hortas Urbanas, estava vinculado à produção de alimentos de modo a responder à inquietação social, em resultado da industrialização e períodos de guerra. Atualmente, a produção de alimentos não é componente única das Hortas Urbanas. Estas adquiriram usos múltiplos ligados à recreação e qualidade do ambiente urbano9.

Perante esta realidade, Jankovska e Panagopoulos (2010: 114) referem que a agricultura urbana, sob várias formas está mais densificada em países do Norte do que do Sul, e que algumas cidades já incluem iniciativas em diversas cidades. Nestas cidades são promovidas hortas de forma a garantir uma maior segurança alimentar em tempos de crise económica, mas essa não é a única preocupação. Cidades como Nova Iorque, Tóquio, Montreal, Londres, Estocolmo, Lisboa e São Petersburgo, interligaram a prática da agricultura urbana com a reciclagem, conservação da biodiversidade, terapia, recreio, educação, fornecimento de alimentos saudáveis, desenvolvimento das comunidades e a estrutura verde das cidades. Os mesmos autores referem ainda alguns casos:

- Montreal (Canadá) incorporou a agricultura urbana como um uso do solo permanente em parques municipais;

- Nova Iorque e Tóquio, muitos residentes com baixos rendimentos cultivam alimentos em coberturas ajardinadas nos telhados devido à elevada contaminação dos solos citadinos;

- Lisboa, as quintas pedagógicas são promovidas desde os anos 90 o que levou ao desenvolvimento da Quinta Pedagógica dos Olivais, visitado por milhares de pessoas todos os anos.

- Subúrbios de Paris o desenvolvimento do território e a gestão local salvaguardam as paisagens cultivadas de forma a preservar o próprio ecossistema.

Na Europa, as Hortas Urbanas encontram-se consolidadas. Em países como a Alemanha, Inglaterra, Polónia, Dinamarca e França, estes espaços, contêm valores sociais e culturais de grande importância, fruto da sua longa tradição. No caso da Alemanha, as hortas são um importante componente da paisagem urbana, estando presentes em todas as cidades alemãs, apresentado apenas algumas variações formais (Fig. 11) (Costa, 2012:105).As Hortas Urbanas alemãs organizam- se em comunidades/associações, geridas por confederações regionais, que por sua vez são geridas pela Federação Alemã para Hortas Urbanas (Bundesverband Deutscher Gartenfreunde), fundada em 1921. Existem também regulamentos nacionais e locais sendo estes adaptados a partir da legislação nacional para as Hortas Urbanas. A Lei Federal de 1983, para além de ditar regras acerca do funcionamento e gestão destes espaços, faz referência à integração das Hortas Urbanas no planeamento urbano (Costa 2012: 107).

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A realidade alemã descrita é semelhante ao que acontece em países como a Polónia (Fig. 12), Finlândia (Fig. 13), e Dinamarca (Fig. 14), sendo uma realidade dos países da europa central e Escandinávia, onde estes espaços apresentam um forte uso recreativo. Também nestes países as hortas organizam-se em Associações, apoiadas por legislação nacional, tendo também uma organização formal idêntica, salvo algumas expeções.

Figura 11 – Hortas Urbanas na Alemanha: dois exemplos de diferentes formas de organizar estes espaços de cultivo. a: Associação de Hortas Urbanas Dr. Scherber e. V., em Leipzig - Vista área. (Fonte: Google maps); b: Organização de uma parcela dentro da associação Dr. Scherber e.V. (Fonte: http://www.leipzig.de); c: Allmende Kontor, Tempelhof Berlin: Antigo aeroporto de Berlin reaproveitado para produzir e ao mesmo tempo ser um espaço de jardim. Fonte: http://www.sounds- like-me.com/.

23 Figura 12 – Vista área e organização interior de umaAssociação de Hortas Urbanas em Poznan, Polónia. Fonte: Autor 2013.

Figura 13 – Vista aérea e organização interior de Herttoniemen: Associação de Hortas Urbanas em Helsínquia, Finlândia.Fonte:

http://www.rky.fi.

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No sul da Europa, a realidade é um pouco diferente. Apesar do surgimento das Hortas Urbanas também remeter ao período de guerra e industrialização, como o caso de Portugal (Carvalho 2003) a componente recreativa e de lazer só recentemente começa a desenvolver-se nesses espaços de cultivo.

Em países como a Grécia, o fenómeno de Hortas Urbanas com caráter social é quase desconhecido. Só em 2012 começam a surgir as primeiras Hortas Urbanas, em cidades como:

Alexandroupolis, Marousi, Veroia, Edessa, Thermi, Kavala, Kalamata, Komotini, Larisa, Lesvos, Rodhes, Serres, Trikala, Tripolis (Fig. 15) (Tsiambaos 2013).

Em Espanha, nomeadamente em Barcelona, têm sido introduzidas Hortas Urbanas, nos espaços livres da cidade. Este desenvolvimento surge com a implementação do programa “Red de

Huertos Urbanos”, com inicio em 1986, mas só em 1997 é que o programa vingou, como resposta às

necessidades socias. Desde da década de 90, as superfícies de cultivo aumentaram de tal modo que em 2007 a cidade de Barcelona contava com uma horta urbana por bairro (Arosemena 2012: 62).

Ao contrário do que acontece nos países da Europa Central e do Norte, os países do Sul não tem legislação ou federações nacionais que regulamentem “onde” e como implantar e que faça a gestão do funcionamento destes espaços de cultivo. No caso de Portugal, verifica-se esta ausência legislativa. As entidades públicas ou privadas que pretendam implantar Hortas Urbanas nos seus tecidos urbanos, é que são responsáveis pelo estabelecimento de regras de funcionamento das hortas.

25 2.4.1. A realidade portuguesa – origem e evolução

A nível nacional, e à semelhança do que aconteceu noutros países europeus, as cidades viveram durante anos delimitadas pelas suas muralhas, encontrando-se os campos agrícolas e as quintas na sua envolvente. Estes espaços respondiam às necessidades da população que aí habitavam de forma satisfatória até à industrialização e Grandes Guerras, altura em que esta realidade se alterou e foi necessário criar soluções que respondessem às necessidades das novas populações citadinas10 (Saraiva 2011: 5).

Em Portugal, nomeadamente nas primeiras cidades, em que as muralhas são demolidas verificou-se ocupação urbana nos terrenos que outrora eram quintas e campos agrícolas, em prol do processo de industrialização e implantação de grandes infraestruturas básicas. Simultaneamente ocorreram movimentos migratórios - êxodos agrícolas e rural – que se acentuam a partir da década de 1960 com a emigração além-fronteiras. Desde então, o despovoamento dos territórios rurais e a consequente concentração da população nos territórios urbanos foram-se progressivamente acentuando. O cenário antes traçado conduziu, na ausência de políticas e de planos de ordenamento do território, à ocupação desenfreada dos solos da maioria das cidades do País pela construção de habitações sem que, na maior parte dos casos, a delimitação de espaços verdes fosse assegurada (Telles cf. Infra Gonçalves 2014:41; Matos e Batista 2013: 466).

Foi neste contexto que se desenvolveram as hortas urbanas em Portugal, ainda que as parcelas de hortas surgissem de forma improvisada e, por vezes, de forma ilegal (Matos e Fundevila 2011: 319 - 320). Este desenvolvimento, comparado com a maioria dos países Europeus, é considerado tardio, pois em países como Inglaterra e Dinamarca, estes espaços de cultivo existem desde do século XVIII.

As primeiras formas de agricultura urbana surgem em Lisboa como resposta às mudanças sociais da sociedade relacionadas com os movimentos migratórios entre os anos 1960 e 1970 (Matos e Batista 2013: 466). Tendo essencialmente função de produção de alimentos, posteriormente foram adicionadas outras funções, como a recreação, lazer, terapia e educação ambiental, dando às Hortas Urbanas um novo caráter (Rodrigues et al. 2013ª).

Num artigo publicado no Jornal “Câmaras Verdes”, em 2012, que refletia sobre a evolução das Hortas Urbanas em Portugal refere que já nos anos 80 o arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles defendia a importância das Hortas Urbanas, apontando alguns exemplos do que já há muito se fazia fora das fronteiras do nosso País, em especial nos países da Europa do Norte. Defendia, ainda, que

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para as Hortas Urbanas se imporem enquanto fenómeno social, a boa vontade individual não seria suficiente, sendo que as autarquias teriam o papel de promover incentivos através de projetos municipais. Ainda no mesmo artigo, é feita a referência á opinião de Manuela Raposo Magalhães, onde a arquiteta paisagista defende a integração das Hortas Urbanas nos PDM.

Atualmente, o número de Hortas Urbanas em Portugal é cada vez mais vasto e a sua expansão é observada em todo o território continental e ilhas. A lista de casos de sucesso de Hortas Urbanas é extensa e vai desde cidades mais densas, em termos populacionais, até aglomerados mais pequenos (PORTAU 2012). Sobre este facto refere-se o inventário realizado por Rodrigues et al. (2013b)11, que mostra um registo de pelo menos 88 hortas urbanas, legais, distribuídas pelo pais e

apoiadas por entidades públicas e privadas.

Tendo por base a expressão que as Hortas Urbanas vão tendo em Portugal, seguidamente serão apresentados alguns casos que exemplificam esta crescente expansão e fixação no território.

O primeiro exemplo a apresentar é do Funchal. Em 2005, foi desenvolvido o projeto intitulado “Hortas Urbanas Municipais” (Fig. 16), que pretendia, para além de contribuir para a segurança alimentar e economia familiar, demonstrar que os espaços verdes também podem ter uma função de produção, para além da proteção e do recreio, ao ocupar espaços abandonados, criando ligação entre o rural e o urbano, entre outros. Atualmente, a área total de hortas municipais supera os 59.000m2,

distribuídos por 23 locais e abrange um universo de 911 munícipes e respetivos agregados familiares, sendo uma política em contínua expansão e aperfeiçoamento (CMF 2012).

No distrito de Lisboa é possível encontrar vários concelhos com Hortas Urbanas. Pode-se referir o projeto de Hortas Urbanas de Cascais (Fig. 17), criado em 2010 pela Autarquia, em parceria com a Associação Criativa. Este projeto, tal como acontece com o do Funchal, anteriormente descrito, pretende promover a agricultura sustentável local, bem como a alimentação saudável, ao mesmo tempo que torna os espaços verdes mais inovadores, com potencial sociocultural, e promotores da biodiversidade e estrutura ecológica do concelho (CMC 2013).

De acordo com a notícia avançada pela estação televisiva SicNoticias12, só na Grande Lisboa

existem mais de 70 mil Hortas Urbanas, algumas apoiadas pelas autarquias, outras em terrenos expectantes ou abandonados. Das Hortas Urbanas apoiadas pela autarquia, destacam-se o Parque Urbano da Quinta da Granja (Fig. 18) (Hortas Urbanas inseridas na estrutura do parque), o Parque Hortícolas do Vale de Chelas, e o Parque Hortícola de Telheiras (Fig. 19) (CML 2014).

11 Estudo desenvolvido com o propósito de identificar e conhecer a realidade portuguesa no que diz respeito às hortas urbanas e a sua distribuição espacial no contexto urbano, ver página 13 desta dissertação.

27 No Norte do País também é possível encontrar várias cidades com projetos de implementação de hortas bem-sucedidos, como é o caso da rede de Hortas Urbanas de Vila Nova de Gaia, a Horta Social e Pedagógica de Guimarães, e o Projeto Horta à Porta da LIPOR que abrange a área do Grande Porto.

Segundo a informação disponível no sítio da internet da Câmara Municipal de Guimarães, a Horta Pedagógica e Social de Guimarães (Fig. 20) é um espaço de domínio público onde se possibilita a melhoria da qualidade de vida das populações e o aumento da experiência prática e sensorial na ligação com a Natureza, que se traduz na possibilidade de contacto entre a população e as espécies agrícolas atualmente utilizadas na nossa alimentação, através do seu envolvimento em diversas atividades. Esta horta apresenta uma componente pedagógica bastante forte, uma vez que apresenta um conjunto de atividades de educação ambiental, nomeadamente um espaço dedicado à compostagem. Disponibiliza, ainda, diversos serviços e promove múltiplas iniciativas, nomeadamente para festejar datas comemorativas do calendário rural/ambiental.

No que diz respeito ao projeto da Rede Municipal de Hortas Urbanas do Concelho de Vila Nova de Gaia, este está a ser desenvolvido pelo Município através do Pelouro do Ambiente. Os objetivos pelo qual foram criadas as hortas vão de encontro aos objetivos descritos nas cidades anteriores: satisfazer as necessidades da população e maximizar os benefícios decorrentes da prática da agricultura urbana (CMGAIA 2013).

Por último, faz-se referência ao projeto “Horta à Porta” da LIPOR, objeto de estudo desta dissertação. O Projeto Horta à Porta – “hortas biológicas da região do Porto – pretende promover a

qualidade de vida da população através de boas práticas agrícolas, ambientais e sociais.” (LIPOR

2013). Esta iniciativa, para além de promover a criação de espaços verdes, promove o contacto com a Natureza e promoção de hábitos saudáveis tendo em conta a redução de resíduos, ao mesmo tempo que complementa o orçamento familiar de famílias carenciadas. Este projeto, iniciado em 2003, contempla municípios da região do Grande Porto, como Maia, Matosinhos, Porto, Vila do Conde, Povoa do Varzim e Espinho e atualmente conta com 34 Hortas Urbanas (LIPOR 2013).

Nos exemplos descritos é possível encontrar semelhanças ao nível dos objetivos que se pretendem atingir e na forma como se organizam. Como já foi referido anteriormente estas Hortas Urbanas são geridas e implementadas por entidades públicas ou privadas, estando a seu cargo todo o tipo de regulamentação (Anexo 1)13. Os regulamentos apenas se referem a regras de funcionamento e

gestão dos espaços hortícolas. Este facto deve-se à não existência de programas governamentais, ou

13 No anexo 1 é possível encontrar quadros sínteses dos conteúdos dos regulamentos existentes. Os quadros foram construídos a partir dos regulamentos existentes para os casos expostos neste capítulo.

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inexistência de legislação nacional que conduza o planeamento e implantação destes espaços de cultivo no tecido urbano.

Para além dos exemplos indicados existem muitas outras iniciativas por todo o País, como por exemplo, em Coimbra, Portimão, Ponte de Lima, Évora, Alcochete, as Hortas de Famalicão (PORTAU 2012). Estas iniciativas têm um papel de destaque na regeneração urbana, pois estes espaços verdes de produção e recreio enriquecem a saúde das cidades e de quem nelas habita.

Figura 16 – Horta Urbana no Funchal. Fonte: http://www1.cm-funchal.pt/.

29 Figura 18 – Hortas Urbanas no Parque da Quinta da Granja, Lisboa. Fonte: http://www.cm-lisboa.pt/.

Figura 19 – Parque hortícola de Tellheiras, Lisboa. Fonte: http://www.cm-lisboa.pt/.

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Capítulo 3

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