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PERCEPÇÃO DA REALIDADE EM ESTUDO: A AÁLISE DOS DADOS

3. REPRESETAÇÕES DO “TEMPO DE ESPERA”

3.3. EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO

Todos os entrevistados do grupo 1, tinham realizado algum tipo de exame complementar, no SU.

A maioria dos participantes, não considera que permaneceram muito tempo à espera do resultado. As análises é o que demora mais tempo, mas isso nós já sabemos (UC); 8ão

esperei muito tempo. (UE). No entanto, é importante referir que para UG…estamos montes de tempo à espera. UG nomeou os “tempos” cronológicos Demora muito tempo, muito mais do que uma hora. Tive alturas que foi mais de hora e meia.

O serviço de Imagiologia e o laboratório analítico são os mesmos para o SU e para os restantes serviços do hospital, não havendo uma política de prioridade para a Urgência.

Os resultados das análises clínicas dependem dos factores: tipo de análise e afluência de procura. O tempo estimado é entre 30 a 60 minutos.

Sabemos que o conceito de “tempo” é subjectivo e é influenciado por diversos factores, como refere UG vamos para lá com dor, e a demora é grande, é horrível.

O grupo 2 revela “tempos de espera” acrescidos Esperam muito tempo, sim. (PA). Na questão 4.1, PA justifica o prolongamento do Tempo de espera, …podem não

ter uma resposta atempada. … porque, Deveria de haver um serviço que se disponibilizasse por fazer os exames complementares de diagnostico da urgência, e não do hospital inteiro. …conseguiríamos abreviar a ida a uma ecografia, a um TAC, as análises serem feitas mais rápido… Por exemplo, um doente entra de urgência, temos que fazer um TAC, e esse TAC ser pedido às 9h da manhã e ser feito ao meio-dia, ou fazer uma ecografia às duas da tarde, quando o exame foi pedido, durante a noite. … As análises de urgência são, tão urgentes como as análises de um internamento.

Grelha de análise 3: Categoria “Exames complementares de diagnóstico”

Categoria Unidades de Registo

Exames complementar

es de diagnóstico

8ão. UB

8ão. As análises é o que demora mais tempo, mas isso nós já sabemos. UC O normal, cerca de uma hora. UD

8ão esperei muito tempo. UE Acho. UD

…para vir os resultados estamos montes de tempo à espera. UG Demora muito tempo, muito mais do que uma hora. Tive alturas que foi mais de hora e meia. UG

Mas quando vamos para lá com dor e a demora é grande é horrível. UG 8ão. UH

8ão … UI

Às vezes, não é sempre igual. UJ Esperam muito tempo, sim. PA

…podem não esperar muito tempo pelo resultado… esperam muito tempo para a decisão médica… PB

Considero. PC

…não considero que o tempo de espera seja mais do que em outros sítios. … os tempos são aceitáveis… PD

101 Para esta categoria, tanto profissionais como utentes revelaram percepções idênticas, demarcando um ponto de encontro.

4. COFORTO

Para o Ministério da Saúde (2007b), o planeamento dos SU deve ter em conta dois factores fundamentais, que irão determinar as diversas áreas, que são os seguintes:

 pico de afluência/ demora média de episódio;  nível de Urgência (SUP, SUMC, SUB).

De acordo, com as recomendações sobre a organização dos espaços do serviço de urgência, o SU revela algumas falhas.

4.1. ADEQUABILIDADE

Apesar da estrutura física do SU, obedecer às recomendações do Ministério da Saúde, na prática observam-se dificuldades para a prestação de cuidados. Uma vez que …a

distribuição das áreas não está muito bem organizada. (PA); …há barreiras arquitectónicas nessas mesmas áreas, torna-se difícil vigiar os doentes. O doente pode deteriorar o seu estado clínico, de um momento para o outro, e sem que seja visível de imediato, por algum profissional de saúde. (PB).

As barreiras arquitectónicas e as áreas de trabalho seguem as directrizes do Ministério da Saúde (2007b). No entanto, durante o trabalho de campo, pudemos observar que os doentes, na Sala de Inaloterapia, ficam sem vigilância de nenhum profissional de saúde, alguns locais nomeadamente a Decisão Clínica e a Inaloterapia, que estão à mercê

de quem passa no corredor, deveriam ser fechadas, ou então, as barreiras das paredes serem deitadas a baixo. Ficaria tudo mais amplo e mais visível, para que os utentes ficassem todos sob vigilância. (PB).

A sala de Inaloterapia é uma área destinada à administração de oxigénio e nebulizações, com capacidade para vários doentes. Apesar de ter um posto de enfermagem,

não tem um enfermeiro responsável pelo local. Os doentes ficam sozinhos durante o tratamento.

Podemos observar a análise técnica que os profissionais fizeram, apoiando estes pareceres nas práticas quotidianas. Questionamo-nos sobre a má opção arquitectónica da urgência, mas mais contraproducente, foi ter sido baseada em directrizes governamentais. Lamentamos que estas chamadas de atenção só sejam tidas em conta, quando são bafejadas pela comunicação social.

Para compreender esta necessidade de mudança exposta por PA, PB e PC, demonstramos a seguinte situação clínica.

1) O doente necessita de tratamento com aerossóis, que são realizados na sala de inaloterapia.

2) A enfermeira inicia a prescrição médica, mantendo o doente na sala de inaloterapia sem vigilância.

3) O doente tem uma paragem cardíaca. 4) Ninguém viu.

A pergunta que se põe é “Quem é responsável?”

Além desta problemática, conseguimos perceber que fisicamente, pode não estar preparado para receber o número de utentes que diariamente recorrem ao SU. As

instalações são adequadas, agora não serão suficientes para o número de doentes que nós temos (PE).

Também no grupo 1 houve manifestos relativos ao elevado número de pessoas, …está pequeno demais, para o movimento que há. …vejo macas no corredor,

estamos a dividir um sítio com outra pessoa, porque tem de lá estar porque não há onde a pôr. (UG), … são boas, mas está sempre tudo cheio (UJ).

Grelha de análise 4: Categoria “Adequabilidade”

Categoria Unidades de Registo

Adequabili- dade

Sim. UA Sim. UB

103

Categoria Unidades de Registo

Sim, neste momento sim. UD As instalações são as suficientes. UE Razoável. UF

Acho que aquilo está pequeno demais, para o movimento que há. UG

…vejo macas no corredor, estamos a dividir um sítio com outra pessoa, porque tem de lá estar porque não há onde a pôr. UG

… são adequadas. UH Sim. UI

… são boas, mas está sempre tudo cheio. UJ …são adequadas. PA

…em relação à distribuição das áreas não está muito bem organizada. PA O Serviço de Urgência é muito grande, é enorme. PB

…há barreiras arquitectónicas nessas mesmas áreas, torna-se difícil vigiar os doentes. PB …nas novas directrizes não seriam, mas para as condições, do pessoal e orgânica, acho que sim. PC

Em relação ao espaço não nos podemos queixar. PD

As instalações são adequadas, agora não serão suficientes para o número de doentes que nós temos. PE

Há semelhança dos dados encontrados anteriormente, comparando as duas amostras, percebemos que os profissionais revelaram níveis de exigência mais elevados do que os utentes.