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ECONÔMICO-FINANCEIRA

QUADRO 12.2 – RESUMO DE CUSTOS UNITÁRIOS DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO

12.1 M ETODOLOGIAS A LTERNATIVAS P ARA O C ÁLCULO D AS T ARIFAS D A

12.1.2 Exemplos de cidades que já adotaram o sistema de Taxa de Drenagem

1779

Urbana ou semelhantes

1780

12.1.2.1 Santo André

1781

Em Santo André, o início do processo de mudança da gestão da drenagem urbana

1782

ocorreu devido à magnitude dos problemas existentes, ao esgotamento da capacidade de

1783

investimento da administração direta, à necessidade de uma maior eficiência na aplicação

1784

de recursos, integrando a drenagem ao sistema de saneamento da cidade e de criar

1785

instrumentos e alternativas para a obtenção de recursos para implantação e manutenção

1786

dos sistemas de drenagem.

O saneamento básico de Santo André, município que integra a Região Metropolitana de

1788

São Paulo, contempla as atividades de abastecimento de água, esgotamento sanitário,

1789

limpeza urbana e drenagem urbana. Desde 1997, a gestão dos serviços de saneamento

1790

do município é conduzida por um único órgão municipal – o SEMASA.

1791

Uma providência tomada pelo quadro institucional responsável pela gestão de águas

1792

pluviais em Santo André foi a contratação do Plano Diretor de Drenagem (PDD) em 1998,

1793

o primeiro do País, que resultou em um diagnóstico das áreas com maior incidência de

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inundações. Este levantamento gerou produtos gráficos (plantas) que apontaram as áreas

1795

inundáveis, possibilitando o início do mapeamento das áreas com maiores deficiências e

1796

que exigiam maior atenção e cuidado pelos departamentos envolvidos nos serviços de

1797

atendimento emergenciais, manutenção e projetos de drenagem.

1798

O PDD privilegiou as medidas não estruturais, mas medidas estruturais também foram

1799

necessárias, dada a situação em alguns pontos da cidade. Entre as atividades não

1800

estruturais previstas no plano destacam-se: a preservação das várzeas ainda existentes

1801

dos córregos, o controle da erosão de encostas e assoreamento dos córregos e a

1802

educação ambiental.

1803

No que concerne à sustentabilidade do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais

1804

o município de Santo André foi o primeiro município do Brasil que instituiu uma cobrança

1805

específica para o sistema. A Lei Municipal 7.606/97 estabeleceu e regulamentou a

1806

cobrança de taxa de drenagem com o objetivo de remunerar os custos com a manutenção

1807

do sistema de drenagem urbana (limpeza de bocas de lobo, galerias, limpeza e

1808

desassoreamento de córregos, manutenção de piscinões, etc.). Nesse sentido, a receita

1809

obtida com a cobrança da taxa de drenagem não é utilizada para obras.

1810

O cálculo leva em consideração o tamanho da área coberta (impermeabilizada) do imóvel

1811

e, portanto, o volume lançado no sistema de drenagem. O volume é calculado de acordo

1812

com o índice pluviométrico médio histórico, dos últimos 30 anos (base DAEE). Segundo o

1813

SEMASA, o montante obtido com a cobrança da taxa viabiliza a manutenção do sistema.

1814

Nesse sentido, a cobrança da taxa de drenagem para operação e manutenção das redes

1815

de drenagem obedece ao seguinte critério: a partir do total mensal gasto com operação e

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manutenção da rede de drenagem é cobrada do usuário do sistema uma taxa que é

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proporcional à contribuição volumétrica média mensal de cada imóvel ao sistema.

1818

A contribuição volumétrica mensal do imóvel ao sistema é obtida através da chuva média

1819

mensal, levando em conta as áreas permeáveis e impermeáveis do imóvel. O valor médio

1820

cobrado é de R$ 0,03/m² (ou R$ 3,00/100m² ou R$ 0,71/hab). Segundo informações

1821

obtidas junto ao Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê a média total

1822

arrecadada por ano é cerca de R$ 6 milhões.

1823

12.1.2.2 Porto Alegre

1825

Ao contrário de Santo André, que possui um único órgão gestor para o saneamento, o

1826

município de Porto Alegre (RS) é gerido da seguinte maneira: os serviços de

1827

abastecimento de água e esgotamento sanitário são geridos pelo Departamento Municipal

1828

de Água e Esgotos (DMAE), a drenagem pluvial urbana é gerida pelo Departamento de

1829

Esgotos Pluviais (DEP) e a limpeza urbana, gerida pelo Departamento Municipal de

1830

Limpeza Urbana (DMLU).

1831

Em 1999, o DEP iniciou a elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU)

1832

para o município de Porto Alegre, visando obter diretrizes técnicas e ambientais para a

1833

abordagem dos problemas de drenagem da cidade. Este Plano foi instituído em

1834

Dezembro de 1999, através da Lei Complementar n.º 434, e substitui o 1º Plano Diretor

1835

de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PPDUA), que esteve em vigência desde 1979. Na

1836

nova legislação, foram incluídos artigos que permitem à municipalidade exigir, legalmente,

1837

a utilização de medidas de controle de escoamento em novos empreendimentos

1838

implantados na cidade.

1839

No município desde o ano de 2000, há uma legislação que cobra a manutenção da vazão

1840

antecedente à impermeabilização do lote em questão (vazão pré-urbanização), ou seja, o

1841

proprietário deve se ajustar a um valor especificado de vazão a ser liberada no sistema de

1842

drenagem para os empreendimentos novos.

1843

Para os empreendimentos já existentes é cobrada uma taxa de acordo com a área

1844

impermeável do lote, como forma de compensação pelos impactos gerados por esta

1845

impermeabilização. Este valor cobrado financia os serviços de manutenção e operação do

1846

sistema de drenagem. Estima-se que esta taxa varie entre R$ 7 e R$10 por mês, por

1847

propriedade.

1848

12.2

C

ONCLUSÕES

1849

Como conclusões finais do estudo, tem-se:

1850

 Para o sistema de drenagem ser sustentável, recomenda-se a criação de taxa de

1851

prestação dos serviços, de modo que haja uma receita, podendo essa taxa ser

1852

incluída em outras já existentes;

1853

 Outra alternativa que pode tornar os sistemas viáveis (água, esgoto, resíduos e

1854

drenagem) é a obtenção de recursos a fundo perdido para viabilização das

1855

proposições.

1856

13.

PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

1857

Alguns programas deverão ser instituídos para que as metas estabelecidas no Plano

1858

Municipal Específico dos Serviços de Saneamento Básico possam ser cumpridas. Esses

1859

programas compreendem medidas estruturais, isto é, com intervenções diretas nos

sistemas, e, medidas estruturantes, que possibilitam a adoção de procedimentos e

1861

intervenções de modo indireto, constituindo-se um acessório importante na

1862

complementação das medidas estruturais. Deve-se realçar que as linhas de

1863

financiamento ou repasses a fundo perdido, quando aplicáveis a esses programas,

1864

encontram-se apresentados no capítulo 15 subsequente.

1865

São apresentados, a seguir, alguns programas, descritos de modo sucinto, que podem

1866

ser (ou já estão sendo) aplicados a qualquer município integrante da UGRHI 18. Tendo

1867

em vista a premente necessidade da redução de perdas nos sistemas de distribuição dos

1868

municípios integrantes dessa UGRHI, considerou-se o Programa de Redução de Perdas

1869

como o mais importante dentre os programas abordados.

1870

13.1

P

ROGRAMAS

G

ERAIS

A

PLICADOS ÀS

Á

REAS DE

S

ANEAMENTO

1871