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ALTERNATIVAS ÁREA RURAL PROGNÓSTICOS

14.1.3 O Programa Nacional de Saneamento Rural

2228

Dentro dos programas estabelecidos pelo recém-aprovado PLANSAB-Plano Nacional de

2229

Saneamento Básico (dez/2013), consta o Programa 2, voltado ao saneamento rural.

2230

O programa visa a atender, por ações de saneamento básico, a população rural e as

2231

comunidades tradicionais, como as indígenas e quilombolas e as reservas extrativistas.

2232

Os objetivos do programa são o de financiar em áreas rurais e comunidades tradicionais

2233

medidas estruturais de abastecimento de água potável, de esgotamento sanitário, de

2234

provimento de banheiros e unidades hidrossanitárias domiciliares e de educação

2235

ambiental para o saneamento, além de, em função de necessidades ditadas pelo

2236

saneamento integrado, ações de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de

2237

manejo de águas pluviais. Também, nas linhas das ações gerais, os objetivos englobam

2238

medidas estruturantes, quais sejam, suporte político e gerencial para sustentabilidade da

2239

prestação dos serviços, incluindo ações de educação e mobilização social, cooperação

2240

técnica aos municípios no apoio à gestão e inclusive na elaboração de projetos.

2241

A coordenação do programa está atribuída ao Ministério da Saúde (FUNASA), que deverá

2242

compartilhar a sua execução com outros órgãos federais. Os beneficiários do programa

2243

instâncias de gestão para o saneamento rural, como cooperativas e associações

2245

comunitárias. O programa será operado principalmente com recursos não onerosos, não

2246

se descartando o aporte de recursos onerosos, tendo em vista a necessidade de

2247

investimentos em universalização para os próximos 20 anos.

2248

A FUNASA é o órgão do governo federal responsável pela implementação das ações de

2249

saneamento nas áreas rurais de todos os municípios brasileiros. No capítulo

2250

subsequente, constam vários programas de financiamento, incluindo a área rural e as

2251

comunidades isoladas, no âmbito estadual (SSRH) e no âmbito federal (FUNASA).

2252

15.

PROGRAMAS DE FINANCIAMENTOS E FONTES DE CAPTAÇÃO

2253

DE RECURSOS

2254

15.1

C

ONDICIONANTES

G

ERAIS

2255

Nos itens em sequência, apresentam-se várias informações relativas à captação de

2256

recursos para execução das obras de saneamento básico. São informações gerais,

2257

podendo ser utilizadas por qualquer município, desde que aplicáveis ao mesmo. A

2258

seleção dos programas de financiamentos mais adequados dependerá das condições

2259

particulares de cada município, atreladas aos objetivos de curto, médio e longo prazo, aos

2260

montantes de investimentos necessários, aos ambientes legais de financiamento e outras

2261

condições institucionais específicas.

2262

Em termos econômicos, sob o regime de eficiência, os custos de exploração e

2263

administração dos serviços devem ser suportados pelos preços públicos, taxas ou

2264

impostos, de forma a possibilitar a cobertura das despesas operacionais administrativas,

2265

fiscais e financeiras, incluindo o custo do serviço da dívida de empréstimos contraídos. O

2266

modelo de financiamento a ser praticado envolve a avaliação da capacidade de

2267

pagamento dos usuários e da capacidade do tomador do recurso, associado à viabilidade

2268

técnica e econômico-financeira do projeto e às metas de universalização dos serviços de

2269

saneamento. As regras de financiamento também devem ser respeitadas, considerando-

2270

se a legislação fiscal e, mais recentemente, a Lei das Diretrizes Nacionais para o

2271

Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007).

2272

Para que se possam obter os financiamentos ou repasses para aplicação em saneamento

2273

básico, as ações e os programas pertinentes deverão ser enquadrados em categorias que

2274

se insiram no planejamento geral do município e deverão estar associadas às Leis

2275

Orçamentárias Anuais, às Leis de Diretrizes Orçamentárias e aos Planos Plurianuais do

2276

Município. Em princípio, as principais categorias, que serão objeto de propostas, são:

2277

Desenvolvimento Institucional; Planejamento e Gestão; Desenvolvimento de Tecnologias

2278

e Capacitação em Recursos Hídricos; Conservação de Solo e Água e de Ecossistemas;

2279

Conservação da Quantidade e da Qualidade dos Recursos Hídricos; Gestão,

2280

Recuperação e Manutenção de Mananciais; Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica de

2281

Interesse Local; Obras e Serviços de Infraestrutura de Esgotamento Sanitário.

A partir do estabelecimento das categorias, conforme supracitado, os programas de

2283

financiamentos, a serem elaborados pelo próprio município, deverão contemplar a

2284

definição do modelo de financiamento e a identificação das fontes e usos de recursos

2285

financeiros para a sua execução. Para tanto, poderão ser levantados, para efeito de

2286

apresentação do modelo de financiamento e com detalhamento nos horizontes de

2287

planejamento, os seguintes aspectos: as fontes externas, nacionais e internacionais,

2288

abrangendo recursos onerosos e repasses a fundo perdido (não onerosos); as fontes no

2289

âmbito do município; as fontes internas, resultantes das receitas da prestação de serviços

2290

e as fontes alternativas de recursos, tal como a participação do setor privado na

2291

implementação das ações de saneamento no município.

2292

15.2

F

ORMAS DE

O

BTENÇÃO DE

R

ECURSOS

2293

As principais fontes de financiamento disponíveis para o setor de saneamento básico do

2294

Brasil, desde a criação do Plano Nacional de Saneamento Básico (1971), são as

2295

seguintes:

2296

 Recursos onerosos, oriundos dos fundos financiadores (Fundo de Garantia do Tempo

2297

de Serviço-FGTS e Fundo de Amparo do Trabalhador-FAT); são captados através de

2298

operações de crédito e são gravados por juros reais;

2299

 Recursos não onerosos, derivados da Lei Orçamentária Anual (Loa), também

2300

conhecida como OGU (Orçamento Geral da União) e, também, de orçamentos de

2301

estados e municípios; são obtidos via transferência fiscal entre entes federados,

2302

não havendo incidência de juros reais;

2303

 Recursos provenientes de empréstimos internacionais, contraídos junto às agências

2304

multilaterais de crédito, tais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e

2305

Banco Mundial (BIRD);

2306

 Recursos captados no mercado de capitais, por meio do lançamento de ações ou

2307

emissão de debêntures, onde o conceito de investimento de risco apresenta-se como

2308

principal fator decisório na inversão de capitais no saneamento básico;

2309

 Recursos próprios dos prestadores de serviços, resultantes de superávits de

2310

arrecadação;

2311

 Recursos provenientes da cobrança pelo uso dos recursos hídricos (Fundos Estaduais

2312

de Recursos Hídricos).

2313

Os recursos onerosos preveem retorno financeiro e constituem-se em empréstimos de

2314

longo prazo, operados, principalmente, pela Caixa Econômica Federal, com recursos do

2315

FGTS, e pelo BNDES, com recursos próprios e do FAT. Os recursos não onerosos não

2316

preveem retorno financeiro, uma vez que os beneficiários de tais recursos não necessitam

2317

ressarcir os cofres públicos.

Nos itens seguintes, apresentam-se os principais programas de financiamentos existentes

2319

e as respectivas fontes de financiamento, conforme a disponibilidade de informações

2320

constantes dos órgãos envolvidos.

2321

15.3

F

ONTES DE

C

APTAÇÃO DE

R

ECURSOS

2322

De forma resumida, apresentam-se as principais fontes de captação de recursos, através

2323

de programas instituídos e através de linhas de financiamento, na esfera federal e

2324

estadual:

2325

No âmbito Federal:

2326

 ANA – Agência Nacional de Águas – PRODES/Programa de Gestão de Recursos

2327

Hídricos, etc.;

2328

 BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;

2329

 CEF – Caixa Econômica Federal – Abastecimento de Água/Esgotamento

2330

Sanitário/Brasil Joga Limpo/Serviços Urbanos de Água e Esgoto, etc.;

2331

 Ministério das Cidades – Saneamento para Todos, etc.;

2332

 Ministério da Saúde (FUNASA);

2333

Ministério do Meio Ambiente (conforme indicação constante do Quadro 15.1

2334

adiante);

2335

Ministério da Ciência e Tecnologia (conforme indicação constante do Quadro 15.1

2336

adiante).

2337

No âmbito Estadual:

2338

 SSRH - Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, vários programas,

2339

incluindo aqueles derivados dos programas do FEHIDRO;

2340

 Secretaria do Meio Ambiente (vários programas);

2341

 Secretaria de Agricultura e Abastecimento (por exemplo, Programa de

2342

Microbacias).

2343

O Plano Plurianual (2016 – 2019), instituído pela Lei nº 16.082 de 28 de dezembro de

2344

2015, consolida as prioridades e estratégias do Governo do Estado de São Paulo, para os

2345

setores de saneamento e recursos hídricos, através dos diversos Programas aplicáveis ao

2346

saneamento básico do Estado, podendo ser citados, entre outros:

2347

 Programa 3906 – Saneamento Ambiental em Mananciais de Interesse Regional;

2348

 Programa 3907 – Infraestrutura Hídrica, Combate às Enchentes e Saneamento;

2349

 Programa 3932 – Planejamento, Formulação e Implementação da Política do

2350

Saneamento do Estado;

 Programa 3933 – Universalização do Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

2352

 Programa 3934 – Planejamento, Formulação e Implementação da Política de

2353

Recursos Hídricos.

2354

15.4

L

ISTAGEM DE

V

ARIADOS

P

ROGRAMAS E AS

F

ONTES DE

F

INANCIAMENTO

2355

PARA O

S

ANEAMENTO

2356

No Quadro 15.1 a seguir, apresenta-se uma listagem com os programas, as fontes de

2357

financiamento, os beneficiários, a origem dos recursos e os itens financiáveis para o

2358

saneamento. Os programas denominados REFORSUS e VIGISUS do Ministério da

2359

Saúde foram suprimidos da listagem, porque estão relacionados diretamente com ações

2360

envolvendo a vigilância em termos de saúde e controle de doenças, apesar da

2361

intercorrência com as ações de saneamento básico.

2362

Cumpre salientar que o município, na implementação das ações necessárias para se

2363

atingir a universalização do saneamento, deverá selecionar o (s) programa (s) de

2364

financiamentos que melhor se adeque (m) às suas necessidades, função, evidentemente,

2365

de uma série de procedimentos a serem cumpridos, conforme exigências das instituições

2366

envolvidas.

2367