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Expatriações: estratégias essenciais nas operações de empresas

1. INTRODUÇÃO

2.4 Expatriações: estratégias essenciais nas operações de empresas

A globalização se apresenta como um fenômeno que permite às empresas internacionalizar-se, pois representa uma oportunidade para competir em nível global, logrando ser eficientes para manter uma posição privilegiada ante o protecionismo. Esse fato representa a necessidade de sair aos mercados internacionais em busca de obter redução de custos, produtos de alta qualidade, novos negócios para comerciar os produtos ou serviços etc., para que o êxito seja relevante ante a expectativa de se converter em empresas internacionais.

Guedes (2007) manifesta que o termo “internacional” é usado para descrever qualquer empresa com operações em mais de um país. O termo “multi-nacional” é usado para descrever uma federação de corporações semi-autônomas sob a propriedade de uma empresa, cujas ações são negociadas principalmente em uma nação, refere-se a empresas nacionais que operam transnacionalmente. A autora também explica que empresas “transnacionais” são descritas como empresas que procuram equilíbrio entre as forças de integração global e de adaptação nacional. Nesta mesma linha, Trompenaars (1994) menciona que as empresas multinacionais são basicamente centralizadas e suas subsidiárias relacionam-se à empresa ou país ao qual são subordinadas. Que no caso das empresas transnacionais existe um dilema de

centralização versus descentralização, pois essas empresas tentam controlar a diversidade gerencial e proporcionam vantagem competitiva por estarem localizadas em vários países.

Bonache, Brewster e Suutari. (2001), citam como exemplo os estudos de Adler & Ghadar (1990), para manifestar que quando as EMNs querem incrementar o nível de responsabilidades em uma filial, elas contratam pessoas locais que falem a língua de origem da empresa, entendam a cultura, os sistemas político e social do país onde se encontra a subsidiária com o fim de obter melhores informações do mercado externo e assim eliminar problemas de adaptação de expatriados e suas famílias. No entanto, os autores (2001) mencionam que em situações específicas, como quando há eventos políticos que possam dificultar os investimentos das EMNs no país anfitrião, ou quando há problemas de entendimento entre a cultura da sede e da subsidiária, as EMNs preferem enviar expatriados para que ajudem à sede a entender as condições e controlem as operações da subsidiária. Nesse sentido, os autores argumentam que os expatriados são os canais de comunicação, eles representam os interesses da sede.

Dessa forma nas EMNs os expatriados são como um mecanismo de controle, pois facilitam à empresa a transmissão de conhecimentos. Entretanto, entre o contexto institucional do país de origem e o país acolhedor existe certa assimetria, a qual pode dificultar as labores profissionais dos expatriados, principalmente quando a empresa matriz está criando uma nova empresa em outro país. E, como os expatriados representam um efeito positivo para a empresa, segundo Bonache, Brewster e Suutari (2001), as EMNs deveriam analisar o método de aprendizagem organizacional para verificar sua posição e assim empregá-los como estratégia nas operações internacionais, pois o conhecimento é a vantagem competitiva da empresa sobre seus concorrentes locais. Por essa razão, a expatriação tem-se convertido em uma prática extensa que as multinacionais cada vez utilizam.

Expatriado na sua forma abreviada “expat” é aquele indivíduo que é deslocado de sua cultura e país de origem para outro país. Segundo Bonache, Brewster e Suutari (2001), os expatriados são funcionários que as EMNs destinam geralmente em boas condições a morar no estrangeiro por um tempo determinado, de modo a que continuem trabalhando na empresa desde outro país. O termo “expatriado” vem do latim ex (de) e pátria (país).

A expatriação para muitas pessoas constitui em si uma atrativa experiência profissional, aprendizagem profissional, promoção interna e até um benefício econômico. Para as EMNs pode ser difícil encontrar pessoas dispostas a trabalhar temporariamente no exterior. Sendo assim, elas seguem um processo tradicional de seleção do candidato, mediante currículo, entrevistas e bases de dados. Selecionada a pessoa, o processo de expatriação requer de

inúmeros trâmites burocráticos que junto com a inadaptabilidade do expatriado e sua família no país anfitrião, frente ao novo reto profissional em um entorno cultural e laboral distinto, pode prejudicar diretamente a obtenção do benefício econômico para ele e para sua empresa.

Nesse contexto, todavia, amplos estudos sobre experiências internacionais explicam o baixo número de mulheres expatriadas desproporcionalmente representadas. Varma, Min Toh e Budhwar (2006) mencionam que Adler (1984) foi a primeira em examinar estes indícios, explorando três mitos:

• Mulheres não querem ser expatriadas.

• As empresas não gostam enviar mulheres ao estrangeiro.

• Os prejuízos contra as mulheres estrangeiras por parte dos seus colegas de trabalho (do país anfitrião) lhes fazem ineficientes sua expatriação.

Os autores (2006) no seu artigo fazem também uma ligação com Caligiuri e Cascio (1998), quem tem proposto que mulheres expatriadas são vistas negativamente, provavelmente, pelos colegas de trabalho do país anfitrião comparadas com suas contrapartes masculinas. Nesse sentido, se expatriadas mulheres são negativamente estereotipadas por nacionais do país anfitrião, as habilidades para ser sucedidas em suas expatriações poderiam ser severamente afetadas. Os autores mencionam que Adler (1984) nos seus estudos encontrou que mulheres sem experiência são prejudicadas quando são designadas para alguns países na Ásia. Outros estudos mostram que mediante este problema, a presença e efetividade das expatriadas variam de país para país.

No entanto, a literatura sobre experiências internacionais tem sido muito bem desenvolvida em pesquisas sobre o processo de expatriação, mas a experiência de trabalhar no exterior é muito diversificada, pois tudo depende do país, dos sistemas políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais para onde os indivíduos são enviados. Portanto, o sucesso ou fracasso de mulheres expatriadas (não sendo abordado neste tema em estudo), pode ser um tema futuro de pesquisa.