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A experiência da participação e diálogo: possibilidades de inserção dos pais na realidade educacional

No documento 2007OseiasSantosdeOliveira (páginas 97-100)

BUSCA DA IDENTIDADE

5.1 Bases da escola democrática: pais, alunos e professores gravitam sobre a temática da participação e do diálogo

5.1.3 A experiência da participação e diálogo: possibilidades de inserção dos pais na realidade educacional

Participaram do primeiro encontro dez pais (PA)21, sendo oito mulheres e apenas dois homens. Sobre esta situação, da não presença dos pais (homens) na escola, há o entendimento de que é necessário estimular a participação dos homens na escola, para que passem a acompanhar também a vida escolar dos filhos, pois,VHPSUHYrPPDLV

PmHVTXHPPDLVSDUWLFLSDpDPmH3RGHULDWHUXPDDXODGHLQWHJUDomRHQWUH DPmHHRILOKRRSDLMXQWR4XDOTXHUFXUVLQKRTXHRVSDLVILFDVVHPMXQWRV [...]SDUDGLVFXWLUHPVDODGHDXOD$FKDUXPDPDQHLUDGHFRPRWUD]HURVSDLV (PA8). De modo geral os pais manifestam, que a participação na escola pode se dar de fato através do acompanhamento do desempenho escolar dos filhos, através da integração e aproximação entre família e escola e do diálogo possível de se estabelecer com todos os membros da comunidade educativa com o intuito de melhor organizar e planejar as ações da escola.

O acompanhamento do desempenho e rendimento escolar é citado pela maioria dos pais presente neste grupo de discussão, sendo assim explicitado, quando questionados sobre como os pais podem participar da escolar: $FKRTXHDFRPSDQKDU RVILOKRVLUDRFROpJLRSHJDURVFDGHUQRVGDUXPDROKDGDYHUVHRWUDEDOKR

21 Usa-se a indicação (PA, seguida por numeral cardinal) para indicar as falas dos pais, sendo que o

número foi utilizado para que os sujeitos da pesquisa não fossem identificados, conforme consta no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Passo Fundo e assinado por cada um dos sujeitos participantes.

HVWiSURQWRROKDUDSDVWDHYHUVHDPDWpULDHVWiQDSDVWDWRPDUDPDWpULD (PA1).

É necessário SDUWLFLSDUPDLVDFRPSDQKDUHOHV[os filhos],VDEHUGHVHXV SUREOHPDVRTXHHVWmRDSURQWDQGR[...]VHLGHSDLVTXHQmRDFRPSDQKDPQmR VDEHP R TXH DFRQWHFH GHQWUR H IRUD GD VDOD GH DXOD (PA2). Esta afirmação permite refletir sobre um dos determinantes para participação que é a aproximação dos pais com a escola. Ora, não se pode querem que os pais participem, opinem e se integrem a uma causa que eles desconhecem. Certamente, quando tiverem maior conhecimento da escola e de sua realidade poderão atuar sobre ela, no sentido de transformá-la e sendo possível também serem por ela transformados.

Estimular a participação nos eventos organizados pela escola VHULDXPDIRUPD GRV SDLV GHPRQVWUDUHP TXH HVWmR SDUD VHUHP DPLJRV GD HVFROD DWp QDV SURPRo}HVVHLQWHJUDUPDLV2VQRVVRVILOKRVLDPDSUHQGHUDFXLGDUPDLVGD HVFROD [...]



DWp VHUHP PDLV DPLJRV GRV SURIHVVRUHV KDYHULD PDLV HQWURVDPHQWR (PA3). O interesse dos pais pelas atividades desenvolvidas na/pela escola reflete diretamente sobre o entusiasmo dos filhos/alunos, pois os pais educam pelo exemplo, e através de seu interesse poderão desenvolver uma relação de comprometimento também nos próprios filhos.

A escola e os educadores têm um papel relevante na motivação dos alunos e pais, como forma de ampliar a participação e o sucesso da aprendizagem. Em relação às dificuldades que os alunos apresentam há o entendimento de que DSURIHVVRUDRQGH VHQWLVVH GLILFXOGDGH FRP RV DOXQRV IL]HVVH FKDPDPHQWR GRV SDLV SDUD GLVFXWLUDTXHODPDWpULDTXHHOHVWrPGLILFXOGDGHV[...]PHVPRTXHQmRWHQKDP GLILFXOGDGHVSDUDHORJLDURVDOXQRVQmRTXHUHPVyFUtWLFDVTXHUHPHORJLRV 2VDOXQRVFUHVFHPDSDUWLFLSDomRGRVSDLVWDPEpP[...]HQWmRDFKRTXHYmR FUHVFHQGRRVSDLVHDOXQRV(PA4).

López pondera que “por parte da escola, a participação dos pais deve ser considerada no próprio planejamento das tarefas que os professores realizam” (2002, p.77). A tarefa de planejamento das ações educativas e dos conteúdos a serem

construídos na escola não pode excluir a participação dos pais. Assim, assegura-se que aquilo que vem sendo trabalhado na escola tem um elo com a realidade onde os educandos e suas família inserem-se e o fazer educativo estará se aproximando da realidade e das perspectivas da própria comunidade.

É importante observar que a autocrítica esteve presente nesta discussão, pois muitos pais têm a clareza de que eles próprios não devem se omitir de sua função, pois são muitos os que SHQVDPTXHVmRRVSURIHVVRUHVTXHWrPTXHHGXFDU2VSDLV WrPTXHVDEHUTXHDHGXFDomRYHPGHVGHFDVDQmRGRFROpJLRSRUTXHXPGLD GHVVHV XPD PXOKHU GLVVH TXH VmR RV SURIHVVRUHV TXH QmR HGXFDP(PA5). A tarefa de educar, muitas vezes relegada apenas à escola, deve ser assumida também pela família. 

Ao analisar esta questão, Eizirik pontua que a:

relação escola-aluno-família está sempre se construindo, e sabemos que em todas as relações existem conflitos, crises, e que estes são necessários para que ocorram mudanças. A vida pulsa, lateja, se mostra, na medida em que as tensões se colocam e que estamos dispostos a enfrentá-las, em suas múltiplas facetas. A escola, como organismo vivo, é o exemplo dessas pulsações (2001, p. 90).

Da mesma forma apontam que muitos pais VmRFKDPDGRVHPSDOHVWUDVHP UHXQL}HVPDVQXQFDHVWmRQHODVQXQFDHVWmRHPHYHQWRV&RPRpTXHTXHUHP FREUDU GRV SURIHVVRUHV GLUHWRUHV FRRUGHQDGRUHV XPD FRLVD TXH HOHV QmR ID]HP" 6mR RV TXH PDLV FULWLFDP (PA6). A aproximação necessária entre pais e escola estreita os laços de conhecimento, e se houver uma tomada de consciência de que é através da participação e do diálogo que os sujeitos responsáveis pela educação poderão avançar em direção a uma proposta de educação e de escola mais democrática e aberta as novas possibilidades de construção de um sujeito mais preparado para exercer a autonomia e sua cidadania plena.

O grupo de pais, participantes deste Grupo Focal possui muitas idéias e concepções sobre o tema debatido, no entanto, inicialmente percebeu-se que estas eram expostas com certo grau de dificuldade. Isto pode se dar por não terem a ainda o hábito do diálogo com a escola. Quando este hábito se constituir numa prática espontânea e costumeira, com certeza haverá maior participação e externamento das idéias sobre a escola e sua organização.

5.1.4 Visão de professores sobre a necessidade da participação e do diálogo para o

No documento 2007OseiasSantosdeOliveira (páginas 97-100)

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