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3 Ajuste de Histórico de Produção

NORM PRESS

3.6 Resultados do Ajuste

3.6.5 Extrapolação para Validação do Ajuste

O ajuste de histórico foi realizado durante os 18 primeiros meses de operação do campo. Para validar o ajuste foram feitas simulações, para os quatro casos, extrapolando a produção por mais 18 meses e seus resultados foram comparados com os novos dados observados. Nesse período de extrapolação, o poço PROD-10 foi perfurado e os poços PROD-01 e PROD-05 foram submetidos a intervenções para redução de RAO. Esses dois poços foram completados em intervalos mais restritos apenas no topo da zona produtora.

Na extrapolação, a vazão bruta mensal do campo foi imposta como condição de contorno de operação dos poços produtores, utilizando o comando *GCONP *TARGET *STL (diferente do ajuste, onde foi imposta a vazão de óleo). Para os injetores, foram impostas as vazões mensais de água injetada por poço, do mesmo modo que foi feito no ajuste de histórico. A Figura 3.11 mostra os resultados da extrapolação para o caso GA + NLS. O modelo obtido consegue reproduzir satisfatoriamente a vazão de óleo total do campo, com desvio inferior a

BSW simulado BSW observado Óleo simulado Bruta simulada Bruta observada RPE simulado RPE observado BHP simulado BHP observado

10% no mês 36. Vale ressaltar que a extrapolação é bastante sensível a vazão bruta imposta, e também a injeção de água, dados cuja medição não é tão precisa quanto à medição de óleo.

Figura 3.11 – Ajuste de histórico e extrapolação de vazões e corte água do campo

Apesar dos poços PROD-01 e PROD-05 terem sido submetidos à intervenção com mudança do intervalo canhoneado, os seus valores de fator de película foram mantidos os mesmos do ajuste. Já o valor de fator de película do poço PROD-10 foi estimado pela média dos valores obtidos para os poços vizinhos, PROD-02 e PROD-08.

2 08 02 10 s s s = + (3.28)

A validação do ajuste é realizada mediante a comparação visual dos resultados das simulações no período de extrapolação, a partir dos quatro modelos obtidos. A Figura 3.12 mostra as curvas de corte de água para cada caso, destacando o GA + NLS. O ajuste da vazão de óleo, principal fluido, é diretamente proporcional ao ajuste de corte de água. Os modelos dos casos GA + NLS, DECE + NLS e DECE apresentaram resultados similares, com desvio entre eles inferior a 2% no mês 36.

Figura 3.12 – Ajuste de histórico do corte de água e extrapolação para validação, comparando as estratégias

A Figura 3.13 compara os quatro modelos a partir das extrapolações de pressão estática. A curva de pressão do modelo obtido no caso GA + NLS foi a que mais se aproximou dos três pontos de pressão medidos durante o mês 28, durante intervenções no PROD-01, PROD-05 e limpeza no PROD-04. Em função disso, o GA + NLS foi escolhido como caso de referência. A Figura 3.14 mostra a extrapolação da produção do poço PROD-10, que ainda não havia sido perfurado no período de ajuste de histórico. O modelo obtido com o caso GA + NLS conseguiu reproduzir bem o comportamento observado de corte de água do poço. Os dados de vazão bruta não foram honrados provavelmente porque a estimativa de fator de película do PROD-10 não foi adequada (Eq. 3.28). Em um novo ajuste de histórico, considerando os 36 meses de produção, o fator de película do PROD-10 seria um novo parâmetro de ajuste.

Figura 3.14 – Extrapolação do poço novo perfurado PROD-10

A Figura 3.15 mostra os gráficos de extrapolação da produção dos dois poços submetidos à intervenção com sonda para redução da produção de água, PROD-01 e PROD-05, obtidos a partir do caso GA + NLS.

Em relação ao PROD-01, o modelo conseguiu reproduzir razoavelmente os dados de BSW no período de ajuste e na extrapolação, antes e depois da intervenção. No entanto, a vazão bruta após a intervenção não foi honrada. Quando há o canhoneio de um novo intervalo do poço, é possível que uma parcela do dano à formação seja removida. Com isso, a adoção de um novo fator de película após a data da intervenção é mais adequada.

Já em relação ao PROD-05, o modelo não reproduziu tão fielmente os dados de BSW, com uma discrepância de 20% para menos no fim do período de ajuste. Esse comportamento falso e otimista de BSW se estendeu para o período após a intervenção. A vazão bruta do PROD-05 também não foi honrada, pelos mesmos motivos já mencionados para o PROD-01.

Figura 3.15 – Extrapolação dos poços que sofreram intervenções após o período de ajuste

A Figura 3.16 mostra os gráficos da extrapolação da produção do PROD-02 e PROD-08, para o caso GA + NLS. Os dois poços estão localizados no topo da estrutura e, portanto, estão mais distantes do contato óleo-água e dos poços injetores. Por esta razão, durante os 18 meses do ajuste de histórico não foi observada produção de água em nenhum dos poços, de acordo com as amostras de BSW. Porém, nos 18 meses seguintes, ocorreu a erupção de água em ambos. O modelo obtido reproduziu, com alguma fidelidade, tanto o instante da erupção de água quanto o perfil de aumento do BSW para os dois poços, principalmente para o PROD-08. Este poço apresenta um desajuste de quase 50 m³/d de vazão bruta, que, se fosse corrigido com aumento da vazão de água, poderia também melhorar o ajuste de BSW.

Para reproduzir melhor o comportamento de BSW do PROD-02 o modelo teria que retardar em seis meses a chegada de água no poço através de alguma barreira de permeabilidade. Apesar disso, a Figura 3.16 mostra que o modelo ajustado conseguiu prever a distribuição de saturações e o avanço da água em direção à região com óleo com precisão satisfatória.