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F LORESTA O MBRÓFILA M ISTA

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 42-46)

VEGETAÇÃO NATURAL

F LORESTA O MBRÓFILA M ISTA

Está loca lizada nos ambientes q ue ocupam níveis altim étricos compreendidos entre 1.200 e 1.800 m das faces interiorizadas das escarpas da Serra da Mantiqueira e do planalto dissecado de Campos do Jordão, com chuvas relativamente bem distribuídas o ano inteiro e período seco que não atinge os 60 dias. É caracterizada principalmente pela ocorrência da

Araucaria angustifolia.

No m unicípio ocorre a for mação Alto-Montana nas escarpas da Serra da Mantiqueira, principalm ente nas divisas com os m unicípios de Sapucaí-Mirim, Camanducáia e Joanópolis.

a) FLORESTA ALTO-MONTANA

Nas escarpas da Serra da Mantiqueira e no Planalto de Campos do Jordão, ocupa o embasamento cristalino; a grande atividade morfoclimática foi responsável pelo elevado grau de dissecamento linear, característico da área.

Normalmente esta form ação é encontrad a sobre as en costas e depressões (principalm ente nos anfiteatros de erosão e nas planícies

fluviais), nas faixas altim étricas que variam de 1.400 a 1.800 m , onde os solos são profundos e húm icos. Seus pr incipais agrupam entos florestais fazem parte das áreas perten centes ao Distrito de São Francisco Xavier e caracterizam-se por apresentar estrutura assim definida:

- a Araucaria angustifolia, dominante no estrato emergente que vai até mais ou menos 35 m de altura (megafanerófita);

- o Podocarpus lambertii no estrato dominado apresentando em média 25 m de altura (macrofanerófita);

- um estrato médio onde se destaca o Drimys brasiliensis (mesofanerófita) com mais ou menos 15 m de altura; - um estrato mais baixo até 5 m de altura onde dominam as

Myrtaceae e Rubiaceae (nanofanerófita);

- um estrato lenhoso baixo, que não ultrapassa 1 m de altura, formado por Rubiaceae. Myrtaceae e Melastomataceae, constituindo as caméfitas; e:

- um estrato rasteiro formado por hemicriptófitas (Gramineae) e epífitas terrícolas: Pteridophytae (samambaias) e Bromeliaceae, aparecendo nas partes mais úmidas; geófitas dos gêneros

Hvdrocotyle (Umbelliferae), Cyperus (Cyperaceae) e outras.

Observam-se ainda como epífitas arborícolas uma grande ocorrência de Brom eliaceae ( Vriesia e Aechmea), Orquidaceae, Araceae e

Pteridophytae.

Como uso da terra com atividade an trópica encon tra-se o reflorestamento com Pinus sp., pastagens e ainda pequenos agrupam entos de vegetação Secundária.

Figura 28– Remanescente de FOMAM no Bairro rural de Santa Bárbara.

Figura 29– Remanescente de FOMAM na divisa do Distrito de São Francisco Xavier com Joanópolis.

Q

UANTIFICAÇÃO

A paisagem original do m unicípio de São José dos Cam pos, como encontrada no século XVI pelos primeiros colonizadores, era composta por sete tipos principais de formações vegetais, dos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.

A Tabela 6 e a Figura 30 apresentam os valores absolutos e relativos das áreas d e cada form ação vegetal n atural origin al da paisag em d o município de São José dos Campos.

As formações do bioma da Mata Atlântica dominavam a maior parte da paisagem original com 84% da área do m unicípio, sendo que a Floresta Estacional Semidecidual Montana d os Morros d a Mantiqueira (FESMan t) era a m ais extensa com 45,87%, seguida da Floresta O mbrófila Densa Montana dos Morros e Escarpas da Serra da Mantiqueira (FODM) c om 13,88%, da Floresta Estacional Semid ecidual Aluvial (FESA) com 13,12% e da Floresta Estacional Sem idecidual dos Morros da Serra do Mar (FESMar) com 12,57%.

O biom a do Cerrado ocorria na form a de enclaves representados pela Savana Arbórea Aberta (SAA) com 11,36% do território.

Em m enor extensão, ocorria as for mações do biom a da Mata Atlântica, a Flores ta Om brófila Densa Alto-Montana (FODAM) co m 2,25% e a Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana (FOMAM) com 0,95%.

Tabela 6- Valores absolutos e relativos das áreas das classes de formações vegetais originais (Séc XVI) para o

município de São José Dos Campos

Formações Vegetais Área (km2) Área (%)

FESMant 505,44 45,87% FODM 152,93 13,88% FESA 144,62 13,12% FESMar 138,52 12,57% SAA 125,21 11,36% FODAM 24,83 2,25% FOMAM 10,43 0,95% TOTAL 1102,00 100,00%

Legenda: FESMar-Floresta Estacional Semidecidual Montana nos Planaltos Interioranos da Serra

do Mar, FESA- Floresta Estacional Semidecidual Aluvial nas Várzeas do Rio Paraíba do Sul, FESMant-Floresta Estacional Semidecidual Montana nos Planaltos Interioranos da Serra do Mantiqueira, FODM-Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana nas Escarpas da Serra da Mantiqueira, FOMAM-Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana nas Escarpas da Serra da Mantiqueira, SAA-Savana Arbórea Aberta nas Colinas Tabuliformes do Vale do Paraíba do Sul.

0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00

FESMant FODM FESA FESMar SAA FODAM FOMAM Formações Vegetais Á rea ( k m 2 )

Figura 30 - Formações Vegetais Originais (Séc XVI) para o Município de São José dos Campos

M

ÉTODO

A configuração da cobertura veg etal natural original foi obtida pela integração do m apa de unidades físicas da p aisagem e dos parâm etros ambientais de cada formação vegetal, como demonstrado na Tabela 7.

Tabela 7- Processo de integração para a configuração original da paisagem

FONTE PROCESSO TEMAS PRODUTO

Parâmetros vegetação

IBGE Transposição parâmetros mapeamento IBGE

Classes de formação

vegetação natural Mapa de vegetação IBGE para o Município

Mapa de vegetação IBGE para o Município

Registros literatura Mapas de uso da terra Dados de campo Definição de parâmetros ecológicos mais específicos para o município Parâmetros

ambientais para cada formação vegetal Síntese para o modelo de geração da cobertura vegetal original Modelo de geração da cobertura vegetal natural Parâmetros ambientais da vegetação Classes de subformação vegetal natural Compartimentação esquemática geral para os ambientes de cada formação vegetal Compartimentação esquemática geral para os ambientes de cada formação vegetal Mapa de compartimentação física da paisagem Integração processo

AHP Classes de Cobertura vegetal natural original

Mapa da Cobertura vegetal natural original

Organização: Morelli (2001)

O mapa das unidades físicas da pais agem serviu com o base para a transposição dos parâm etros ambi entais das form ações vegetais. Determinado o substrato e o envo ltório da paisagem, passou-se à delimitação das unid ades da cob ertura d a pa isagem, representad as p ela

cobertura vegetal natural original, ex pressas pelas for mações vegetais que recobriam a paisagem original.

Na caracterização das formações vegetais baseou-se na classificação oficial adotada pelo IBGE no Mapa de Vegetação do Brasil ( IBGE, 1988). Uma questão crucial na configuração da cobertura vegetal natural foi em relação à compatibilidade do sistema de classificação adotado e a escala de mapeamento empregada. O sistema de classificação fisionômico-ecológico adotado pelo IBGE, de acordo co m os m ais m odernos sistem as internacionais de clas sificação, é ad equado para escalas regionais de mapeamento (1:250.000) e não para escalas locais como a adotada (1:50.000).

Para escalas locais faz-se necessário complementá-las com sistemas mais adequados, baseados em levantamentos florísticos e fitosociológicos. O sistema de classificação do IBGE tem sido utilizado independentem ente da escala de m apeamento, principalm ente pela ausência de estudos florísticos e f itosociológicos m ais detalh ados e tem sido aplic ado como parâmetro na Legislação Ambiental.

Este trabalho considera essa ques tão da escala, em prega o sistem a de classificação do IBGE, pelo mé todo adotado no estudo da cobertura vegetal pretérita, mas reconhece a necessidade de estudos mais detalhados e complementares, que não puderam ser realizados neste trabalho por limitações técnicas e de tempo.

Adotado o sistem a de classi ficação, o problem a era com o reconstituir a cobertura vegetal original.

Empregou-se um m odelo teórico da configuração da vegetação original bas eado na co mpartimentação dos am bientes de cada form ação, partindo-se do princípio ecológico de que, não tendo sido alterados irremediavelmente, os am bientes ai nda r efletiriam e m s ua ma ioria a vegetação natural primitiva.

Assim, os parâm etros ambientais d e cada formação vegetal foram determinados pela integ ração d as infor mações constan tes nas cartas de vegetação e nos parâm etros de m apeamento da cobertu ra vegetal original adotados pelo IBGE no Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE, 1988) e empregados no projeto RADAMBRASIL (Brasil, 1983).

Aplicaram-se os p arâmetros am bientais d a vegetação na es cala d e mapeamento de 1:50.000. As informações do m apa de vegetação na escala 1:250.000 foram transpostas à base de dados na escala 1:50.000, baseando- se nos parâm etros ecológicos de seu mapeam ento origin al, m as empregando-se esses fatores com as inform ações disponíveis na escala 1:50.000, produzidas na etapa de “Compartimentação física da paisagem”.

Assim, prim eiramente são apresentados os parâm etros ambientais para as form ações vegetais ex traídos do Map a de Vegetação do Brasil (IBGE, 1988) caracterizando o compartimento ambiental de cada formação.

Posteriormente, a partir da inte gração do m apa de vegetação do IBGE para o Município , dos registr os da liter atura, dos m apas de uso da terra (1953 e 2000) e dados de cam po, fora m elaborados parâm etros ecológicos mais específicos para a vege tação do município. Os parâmetros foram checados em cam po com os rem anescentes de cada form ação vegetal, com as toponímias (nome dos sítios, rios e demais localidades que

estão re lacionados às caracter ísticas or iginais do loc al) e tam bém comparados com as observações na liter atura, principalmente na descrição dos viajantes natura listas Auguste de Saint-Hilaire (1974a e 1976), Johan Baptist von Spix, Carl Friedrich von Martius (1976 ), Johan Moritz Rugendas e Augusto Emilio Zaluar (Zaluar, 1953).

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 42-46)