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VIDA SELVAGEM

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 76-87)

Aspectos como extensão em área (com 1.102km2, é um dos m aiores

municípios do Estado de São Paulo) , localização e posicionam ento do município em relação ao Vale do Paraíb a (transversal ao Vale – sentido de maior variação das características ambientais) condiciona o m unicípio a possuir alta heterogeneidade ambiental, física e biológica.

Fisicamente com preendendo desde os Morros da Serra do Mar , a transição do s m orros cr istalinos de sta Serra, até as Colin as Tabuliformes (terraços fluviais) e destas até a Várzea do Rio Paraíba do Sul e, novamente a passagem por co linas e m orros até en contrar as Es carpas da Serra da Mantiqueira, (com um a variação a ltitudinal de 1500m ). Biologicam ente, ocorrendo a Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto-Montana e a Floresta Ombrófila Mista nas escarpas da Serra da Mantiqueira, a Floresta Estacional Semidecidual Montana, nos m orros da Serra do Mar e da Mantiqueira, a Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, nas várzeas do Rio Paraíba do Sul e de seus afluentes e en claves típicos de Savana Arbórea Aberta nas colinas tabuliformes (Ab’Saber,1965, p. 199), c onstituindo ecótones com altíss ima biodiversidade florística e faunística (IBGE, 1988, 1992).

Esta condição de excepcionalidade é demonstrada por compreender , conforme Mitterm eier et al. (2000), um dos oito “hot spots” (áreas m ais quentes em diversidade de es pécies)2 do planeta em ter mos de

biodiversidade.

2 O Brasil é o país que apr esenta a maior biodiversidade do mundo, reúne, juntamente com outros 17

países, 70% das espécies animais e vegetais do plane ta. Apresenta o m aior número de es pécies em

Apesar de toda a transform ação, toda a destruição de seus habitats a vida selvagem ainda persiste na paisagem.

Observando as espécies existentes ( Tabela 13) e sabendo que m uito foi perdido, dá para se im aginar a ri queza de espécies que existia antes da colonização.

A destru ição de seu s h abitats, a caça e pesca predató ria foram os principais responsáveis pelos processo s de extinção local das espécies , muitas delas endêmicas.

Paradoxalmente as poucas matas em estado próximo ao original (que ainda representam a original) foram poupa das por representarem aos fazendeiros "reservas de caça" e de lenha para a fazenda.

Atualmente, a quantidade (o número e tamanho) e a qualidade (estado da vegetação, isolamento, forma e outros indicadores) de habitat encontrada nos fragmentos são insuficientes para a preservação das espécies “ in situ”, considerando uma abordagem evolutiva.

Para a suste ntabilidade da vida selv agem na paisagem é necessária e urgente um a política pública am biental integr ada às po líticas em nível estadual e federal, considerando a repres entatividade original dos elem entos da paisagem, sua vulnerabilidade e de terminação de estra tégias para composição de um sistema municipal de unidades de conservação.

plantas superiores, peixes de ág ua doce e mamíferos, o segundo em anfíbios, o terceiro em aves e o quinto em répteis. (Relatório da Conservation International 1997).

Tabela 13 -Lista de espécies da fauna de São José dos Campos

Nome popular Nome científico

Mamíferos:

Esquilo Preá

Quati (em extinção) Paca (em extinção) Tatu

Porco-do-mato. Capivara Lontra Gambá

Ouriço (em extinção) Irara (em extinção) Cateto

Lobo-Guará (em extinção) Veado do mato (em Extinção)

Suçuarana (em extinção) Jaguatirica (em extinção) Gato-do-mato

Mono carvoeiro(muriqui) (em extinção)

Macaco-prego Bugio

Macaco Sauá

Aves e Pássaros que vivem no campo Gaviões* Siriemas* Carcará* Corujas* Garça Quero-quero* Canário da Terra* João-de-barro Azulão* Sabiá Sanhaço Coleirinha* Anu* Anu branco* Pinta-silva* Pássaro preto* Bem-te-vi Tizil Tesourinha Sangue de boi* Tico-tico

Aves e pássaros que habitam na mata.

Jacu+ Nambu+ Tucano+

Papagaio do peito roxo+ Tiriva (Maitacas)+ Saracura do mato+ Periquito+

Saíra+

Alma de gato+

Legítima (pombo do mato)+ Macuco+

Pica-pau-de-coleira (em extinção)

Aves e pássaros que vivem às margens dos rios ou aos arredores do Distrito. Martin-pescador Socó Patori Biguá Sabiá laranjeira

Sanhaço Pinta-silva Coleirinha Tesourinha Bem-te-vi Tico-tico Répteis Lagarto As serpentes:

Cobra coral verdadeira Coral falsa Jaracuçú Jararaca Urutu-cruzeiro Cascavél Peixes Lambari-do-rabo-vermelho Lambari dourado

Parapitinga (em extinção) Piaba (em extinção) Cará

Bagre

Peixe cobra (em extinção) Pacúzinho (em extinção) Mandi-chorão

SUPORTE

O suporte é a “base” que sustenta a paisagem , conferindo-lhe sua estrutura e sua forma geral (superficial e sub-superficial), sendo constituído pelas formações geológicas (rocha s), geomorfológicas (relevo) e pedológicas (solos).

A cobertura e o envoltório condici onam e são c ondicionados pelo suporte da paisagem , pois processos essenciais dos ecossistem as, como a disponibilidade de energia e os cicl os biogeoquím icos, passam por essa camada e dependem de sua composição e configuração.

No “Atlas” o suporte esta representado pelos mapas que apresentam as formas da pais agem (mapa de decliv idade e hipsom étrico com perfis), pelo m apa que integra inform ações das rochas, relevo e dos solos (m apa geotécnico) e pelo mapa de unidade s físicas, que sintetiza todas as informações do suporte da paisagem.

Essa va riação altitud inal (cond icionada pela pos ição do m unicípio transversal ao Vale do Rio Paraíb a), atribuiu à paisagem Joseense um a grande diversidade ambiental, que é acom panhada de um a alta biodiversidade de seus ecossistemas.

As m édias altitudes ocorreram no m ar de morros da Serra d a Mantiqueira, localizado s no centro norte do município e nos m orros da Serra do Mar, no extremo sul do município, onde as altitudes variam de 660 a 975 metros em média.

A maior variação altitudinal ocorre na transição entre os morros e as escarpas da Serra da Mantiqueira (c om um a variação de 1000 m etros) e entre o vale for mado pela planície fluvial do Rio do Peixe (760m ) e as escarpas da Serra da Mantiqueira, com média de 1900m de altitude.

Altitudes entre 600 a 750 m etros ocorrem nas c olinas tabuliformes na áreas cortada pela Rodovia Presidente Dutra.

A paisagem do município apresenta uma grande variação altitudinal, passando dos 560m nas áreas da várzea do Rio Paraíba do Sul à 2086m do seu ponto culminante, no Pico do Selado a NO do município, no distrito de São Francisco Xavier, na divisa com Joanópolis.

Curvas de nível Ponto cotado a) Mapa altimétrico 1036 b) Perfil do relevo 1030 1020 1010 Curva de nível Curva de nível Curva de nível 1036 1030 1020 1010 c) Mapa hipsométrico 1010 - 1020 1020 - 1030 1030 - 1036 Classes de altitude

O m apa hipsom étrico ou de classes de altitude ( Figura 39 ) demonstra as áre as da p aisagem joseense que possuem a mesm a altitude, dividindo o município por zonas que variam segundo a elevação do terreno. Este mapa é de grande importância para a realização de analises d a paisagem, auxiliando a com preensão das formas de relevo e sua influencia nas características da co bertura (cobertura vegeta l natural) e do envoltório (variação da pluviosidade e temperatura).

Este mapa é de grande importância para a realização de analises d a paisagem, auxiliando a com preensão das formas de relevo e sua influencia nas características da co bertura (cobertura vegeta l natural) e do envoltório (variação da pluviosidade e temperatura).

O mapa hipsométrico tem como origem o mapa altimétrico (Figura 38-a) sendo gerado pelo processo de fatiamento do perfil do relevo ( Figura 38-b) em áreas no terreno com mesma classe de altitude (Figura 38-c).

Figura 38– Processo de geração do mapa hipsométrico

HIPSOMETRIA

DECLIVIDADE

O m apa de declividad e ( Figura 40 ) tem como função principa l representar a variação do nível de inclinação do terreno, sendo de muita importância para a interpretação do relevo.

A declividade do terreno condiciona um a s érie de processos fundamentais para a cobertura e o envoltório da paisagem , como a quantidade de rad iação solar in cidente, os p rocessos de infiltração e escoamento superficial da água pr ecipitada e a d inâmica atm osférica regional.

Além disso, é um importante parâmetro no auxilio no planejam ento de divers as ativid ades de uso das terras, en tre elas a agricu ltura e à construção civil em geral.

D

ESCRIÇÃO

A declividade é repres entada pelo grau de inclinação (variando de 0 a 90º) ou por porcentagens (variando de 0 a 100%) associadas a esta graduação.

Tabela 14 - Classes de declividade para o Município de São José dos Campos

CLASSES DECLIVIDADE % GRAUS DESCRIÇÃO

A < 2 1,2 Suave B 2 - 5 1,2 - 2,8 Suave C 5 - 10 2,8 - 4,5 Moderada D 10 - 15 4,5 - 8,5 Moderada E 15 - 45 8,5 - 24,5 Forte F 45 - 70 24,5 - 35 Forte G > 70 > 35 Muito Forte Organização: Morelli (2001)

As classes de decliv idade foram determinadas conforme os lim ites estabelecidos por Lepsch (1992) para a classificação de terras no sistema de capacidade e uso.

Para um melhor entendimento da classificação, segue uma descrição das classes de declividade adotadas:

Classe A: Form ada por áreas planas ou quase planas, onde o

escoamento superficial ou enxurrada (deflúvio) é m uito lento ou lento. O declive do terreno, por isso, não oferece nenhum a dificuldade ao uso de máquinas agrícolas e não existe tam bém erosão hídrica significativa, exceto, possivelm ente, em vertentes cu jas ram pas sejam multo long as e com solos altam ente susceptíveis a erosão ou quando recebam enxurradas de áreas vizinhas situadas à montante e mais declivosas.

Classe B: Com preende áreas com declives suaves, nos quais, na

maior parte dos solos, o escoam ento superficial é lento ou m édio. Os declives, por si só, não impede m ou dificultam o trabalho de qualquer tipo de m áquina agrícola mais usual. Em alguns tipos de solos com ess es declives, a erosão hídrica não oferec e nenhum problema; em muitos deles, prática simples de cons ervação são necessárias, enquanto em solos m uito erodíveis e com com primentos de rampa m uito longos, proteções com práticas complexas podem ser necessári as, tais como sistema de terra ços e faixas de retenção.

Classe C: Áreas com superfícies inclinadas, geralmente com relevo

ondulado, nas quais o escoam ento superficial, para a m aior parte dos solos, é médio ou rápido. O declive, por si sô, normalmente não prejudica o uso de máquinas agrícolas. Em alguns cas os, a ero são hídrica oferece pou cos

problemas ou então pode ser controlada com pr áticas sim ples; na m aior parte das vezes, no entanto, práticas co mplexas de conservação do solo são necessárias, para que terras com e sse declive possam ser cultiv adas intensivamente.

Classe D: Compreende áreas muito inclinadas ou colinosas, onde o

escoamento superficial é rápido na m aior parte dos solos. A não ser que os declives sejam m uito com plexos, a m aior parte das m áquinas agrícolas pode ser usada, m as com dificuldades. Solos desta classe são m uito facilmente erodíveis, exceto aqueles m uito perm eáveis e não m uito arenosos, com alguns latossolos. No rmalmente áreas com esse tipo de declive só devem ser usadas p ara cu ltivos perenes, pastagen s ou reflorestamento.

Classe E: Representad a por áreas fortem ente inclin adas, cujo

escoamento superficial é muito rápido na maior parte dos solos. Somente as máquinas agrícolas especiais ou mais leves podem ser usadas e, assim mesmo, com dificuldades.

Classe F: Constituída por áreas íng remes, de regiões m ontanhosas,

onde praticam ente nenhum tipo de m áquina agrícola pode trafegar. O escoamento superf icial é sem pre muito ráp ido e, os solos, extrem amente suscetíveis a erosão hídrica.

Classe G: S ão áreas de relevo esca rpado ou m uito íngreme, onde

normalmente nenhum solo se desenvolve ou só existem solos m uito rasos (litossolos), geralmente em associação com exposições rochosas. Nos casos de topografia m uito movim entada, e m que todos os solos apresentam

limitadas possibilidades de uso, poder-se- á adotar associação de classes, como por exemplo, CD, DE, EF, FG.

No m unicípio de São José dos Campos a variação da declividade esta entre f orte a m uito forte, no que diz respeito à zona da Serra da Mantiqueira.

Na parte norte do m unicípio as altas decliv idades são apenas interrompidas por pequenas áreas que constituem os vales dos Rios do Peixe, Santa Bárbara e seus afluentes.

Na parte sul do m unicípio predom inam declividades variando de “moderada” a “forte”, com as fortes declividades oco rrendo nos extremo sul, nos m orros da Serra do Mar e as m oderadas ocorrendo num a área de transição form ados pelas colinas e morro tes. Ainda na part e sul, na área cortada pela Rodovia Pres. Dutra, pr edominam declividades “m oderada” e “suave”, sendo apenas interrompidas pela forte decliv idade da encostas do vales dos rios que cortam a superfície no sentido NE-NO e vão desaguar no Rio Paraíba.

Áreas com decliv idade suave ocorrem de form a contínua nas várzeas do Rio Paraíba do Sul, Jaguari e nas inúmeras e pequenas áreas de várzeas espalhadas por toda a paisagem do município.

RELEVO

A representação tri-dim ensional do suporte da paisag em joseense (Figura 41) possibilita a visualização do das formas volumétricas do relevo. A utilização conjunta d a rep resentação tri-d imensional com os perfis d e relevo, auxilia a com preensão dos difere ntes tipos de relevo presentes na paisagem do município.

O relevo de São José dos Ca mpos é caracterizado pela pres ença de diferentes formas e variações de altitudes. Ao traçar-se uma linha, cruzando o m unicípio de Norte a Sul e observar suas variações, pode-se notar a ocorrência de ondulações variadas que caracterizam os dife rentes tipos de relevo de cada com partimento do suporte da paisagem . Este procedim ento caracteriza o perfil de um relevo.

A fi m de se entend er m elhor estas variações e caracteriza-las, dividiu-se o perfil geral do município segundo suas diferentes for mas. Vale destacar que analisar estas variaçõe s é estar integrando e compreendendo um importante elemento de suporte, na composição da paisagem.

GEOLOGIA

GEOMORFOLOGIA

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 76-87)