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O AMBIENTE ECOLÓGICO DE CADA FORMAÇÃO VEGETAL

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 50-52)

VEGETAÇÃO NATURAL

O AMBIENTE ECOLÓGICO DE CADA FORMAÇÃO VEGETAL

No m unicípio de São José dos Campos, seguindo a descrição dos parâmetros ambientais adotados por Radambrasil (Brasil, 1983) foi possível a reconstitu ição de sete am bientes relacionados às diferentes form ações vegetais naturais ocorrentes na área:

O ambiente da Savana Arbórea Aberta (SAA)

Ocorre na s colin as tab uliformes, sobre os terrenos de cobertura pliocênica e pliopleis tocênica da depressão periférica do m édio Paraíba do Sul onde os solos (Cam bissolos + L atossolo Verm elho-Amarelo concrecionários, ambos álicos) são o principal fator de sua ocorrência.

Os tabuleiros da Form ação São Paulo (do Pliopleistoceno), constituídos por sedimentos do rio Paraíba do Sul, des de Jacareí até Taubaté, sofreram processos pedogenéticos de intensa lixiviação, devido às mudanças paleoclim áticas havidas no es paço intertropical, de ' 'frio-seco'' até o Cretáceo para ' 'quente-úmido'' do Terc iário até os nossos dias (Ab'Saber, 1973 ), originando solos com alto teor de alum ínio, acidez elevada e, conseqüentemente, baixa concentração de bases trocáveis.

Estas áreas forçosam ente se recobririam de vegetação de S avana, com acentuado esclero morfismo, de origem oligotrófica ou não, o que ocasionaria, inclu sive, grande s eleção dos ecótipos específico s que ocupariam a área (Arens, 1958).

Atualmente, poucos remanescentes desta vegetação podem ainda ser encontrados, como é o caso do pequeno agrupamento da Formação Arbórea Aberta existente próximo a São José dos Campos.

No entanto nos tabuleiros do m édio Paraíba do Sul a intensa atividade antrópica que vem ocorrendo a partir dos últimos 150 anos, aliada à constante utilização do fogo e à c onseqüente substituição da vegetação primitiva, é fator que, possivelmente, vem contribuindo para o aumento dos vegetais oligotróficos na área.

Aliando-se os fatores ambientais que com põem o m édio vale do Paraíba à bibliografia citada, foi possível realmente comprovar a existência, no passado, das formações savanícolas na área.

Conforme Brasil (1983) a utilização antrópica deste a mbiente savanícola restringe-se atualm ente a extensas Pastagens p lantadas co m capim-gordura Melinis minutiflora, Reflorestamento com Eucalyptus spp. e as crescentes áreas urbanas e industriais.

Na flora que com põe esta formação cam pestre destaca mos a predominância de Gram ineae especialm ente Aristida pallens, Paspalum

notatum, es ta asso ciada com Axonopus sp., que provavelm ente foram

favorecidas pelo pisoteio e pelas queim as periódicas dos campos. Destacam-se tam bém algumas cam éfitas das famílias My rtaceae, Compositae, Melastomataceae, Solanaceae e Rubiaceae. Além disso, foram observados no am biente alguns indi víduos isolados de pau-terra ( Qualea

grandiflora), barbatimão ( Stryphnodendron adstringens), faveira

(Dimorphandra mollis), bem como outros elementos da flora savanícola. A SAA ocorre sobre o clima tropical estacional, o mesmo da FESA, FESMar e FESMant. A diferença en tre o ambiente da savana e da floresta estacional reside principalmente no poder de retenção da água percolada no solo. Enquanto as areias quartzosas e os latossolos álicos são áreas

lixiviadas cobertas pela savana, os latossolos e os podzolos distróficos, com maior capacidade de reten ção de á gua, são revestidos pela floresta estacional.

O ambiente da Floresta estacional Semidecidual Aluvial (FESA)

As áreas s edimentares holocêni cas dos terraços form ados por influência dos rios Paraíba do Sul e seus afluentes constituem os a mbientes naturais que foram ocupados pela Fl oresta Estacion al Sem idecidual Aluvial. Ocorre sob re u m clim a tropical estacional com mais de 60 d ias secos por ano.

Hoje, no entanto, existem poucos testem unhos daquela vegetação, sendo a área quase totalm ente ocupada pela agricultura cíclica (arroz e hortaliças), pelas pastagens e por alguns agrupam entos esparsos de vegetação secundária.

O ambiente da Floresta Estacional Semidecidual Montana (FESMar)

As áreas colinosas formadas pelo embasam ento cristalino das serras do Mar (faixas de 600 a 800 m ), que so frem a influência de um clim a estacional com m ais de 60 dias secos, são os am bientes naturais onde ocorria a Formação Montana da Floresta Estacional Semidecidual.

Na atualidade, são encontra dos dispersos alguns pequenos agrupamentos com características d a vegetação prim itiva, onde dom inam gêneros cu jos ecótip os apresen tam for mas de vida com adaptaçõ es de

defesa contra a transpiração, tais como: Piptadenia, Tabebuia, Copaifera,

Schizolobium, Erythrina, Machaerium e m uitos outros, qu e perdem suas

folhas na época desfavorável.

A área de abrangência desta formação foi quase que totalm ente desmatada, cedendo lugar a extensas áreas de pastagens, onde dom ina o capim-gordura (Melinis minutiflora), entremeadas de alguns agrupam entos de vegetação secundária, alguns tratos agrícolas de subsistência (m ilho e feijão) e pequenas glebas com reflorestamento de Eucalyptus spp.

O ambiente da Floresta Estacional Semidecidual Montana (FESMan)

Ocorre entre a feição geom orfológica de colina e o sopé dos espigões da Serra da Mantiqueira entre altitudes de 700 a 1000m , nos morros sobre em basamento granítico e gnáissico da Serra da Mantiqueira, no clima tropical estacional com mais de 60 dias secos.

O ambiente da Floresta Ombrófila Densa Montana (FODM)

Ocorre em altitudes que variam de 800 a 1500m , sobre embasamento granítico e gnáissico das escarpas da Serra da Mantiqueira, vertente voltada para o vale do Para íba do Sul, que sofre influência da massa tropical marítima.

O ambiente da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana (FODAM)

Ocorre na v ertente da S erra d a Mantiqueira, a pa rtir do nível dos 1500m de a ltitude, sobre os Ca mbissolos do embasam ento nas encostas desta serra. Ocupa norm almente os solos litólicos, que apres entam acumulações turfosas nas depressões fechadas.

O ambiente da Floresta Ombrófila Mista Alto Montana (FOMAM)

Ocorre em ambiente caracterizado pelo em basamento cristalino d e sua face interiorizada, em cotas altimétricas entre 1.400 e 1.800m, nos vales encaixados nas escarpas, onde a intensa atividade morfoclimática provocou um elevado grau de diss ecamento. Ocorre nos anfiteatros d e erosão e n as planícies fluviais, apresentando n esta ú ltima situação top ográfica so los fundos e húmicos. O clima reinante nos ambientes de ocorrência apresenta- se com o tropical om brófilo de alti tude, com chuvas relativam ente bem distribuídas o ano inteiro.

No documento Atlas Ambiental SJC Paisagem (páginas 50-52)