• Nenhum resultado encontrado

6.1 Desenvolvimento do Estágio

6.1.1 Fase de Observação Estruturada

Numa primeira fase, desenharam-se os instrumentos de avaliação que permitiram recolher dados relativamente à realidade de estudo bem como, a criação do diário de bordo durante todo o ano letivo e a implementação de um questionário no primeiro período e um segundo questionário no terceiro período, três semanas antes do último teste do período. No início da Observação foi destribuido pelos alunos o Consentimento Livre e Informado28.

Pretendeu-se verificar/confirmar a existência (ou não) de competição, sendo este o objetivo inicial. Constatou-se, através dos resultados do primeiro inquérito e da Observação Estruturada em aula que essa conjetura não correspondia à realidade. Daí foi possível compreender que a conjuntura estabelecida na base de experiências próprias, nomeadamente na ideia de competição, não se enquadrava nesta turma. Cada turma tem características particulares e, por isso, começa a ser evidente este tipo de diferenças em relação às gerações anteriores. Assim avaliou-se e refletiu-se sobre a forma como os alunos estavam ou não motivados, fazendo com que houvesse uma boa relação interpessoal entre eles. Em termos de estratégias, ambicionou-se perceber as dificuldades inerentes durante as aulas e com isto planificar as aulas para a Lecionação de acordo com os resultados obtidos.

Os alunos 2, 7, 8, 9, 13, 17, 26, 27, 3029 geralmente eram muito trabalhadores, tentando executar os exercícios ao máximo, estando atentos às correções da Professora Titular, mas os alunos 1, 10, 14, 15, 21 mostram mais do que um bom trabalho em aula. Estes evidenciam-se pela confiança, capacidade interpretativa, carácter, serenidade, dinâmica e paixão. O aluno 2 apresenta uma acentuada escoliose30 na coluna o que dificulta por vezes o trabalho de equilíbrio. Apesar disso é um aluno empenhado e dedicado em todas as aulas. Os restantes alunos tinham mais dificuldades técnicas e físicas a nível de força e qualidade de movimento. Em geral, os alunos mostraram companheirismo, espírito de equipa e de ajuda para com os estudantes de nacionalidade italiana e os restantes, pois exemplificam e explicam os

28 Apêndice D – Consentimento Livre e Informado. 29

Anexo K – Grelha de Observação dos alunos.

exercícios quando existe dificuldades por parte de colegas. Para além disso, existiram certos momentos onde apresentavam um défice na força muscular, notando-se nos exercícios de equilíbrio. Indicavam também, dúvidas de contagens nos exercícios e tinham bastante atenção às correções individuais da Professora Titular, experimentando no próprio momento para aperfeiçoarem a sua prática.

A propósito do referido anteriormente, nomeadamente na elevada carga horária, constatou-se que ao longo das observações, vários alunos ficaram a assistir pelo motivo de lesão em alturas de maior tensão e trabalho em particular no final dos períodos letivos, sendo um momento importante onde se tomou perceção da importância da inclusão do Tai-Chi.

É importante ainda destacar que, no dia 18 de Outubro a Professora Titular insistiu na “apresentação ao público” dos exercícios, pois considerava um momento importante para a demonstração das capacidades interpretativas, que ainda não estavam bem consolidadas. Os exercícios executados no chão e de deslocação com os saltos são-lhes mais difíceis do que movimentos no plano médio e superior. Existe dificuldade na mobilidade da coluna a partir do fundo das costas na realização dos releases para tilt31, bem como a receção dos saltos que não

é controlada, devendo ser utilizada mais a mobilidade e articulação do pé e o plié no terminar do salto.

6.1.1.2 ESTRUTURA DA AULA E CONTEÚDOS

Esta etapa do Estágio revelou-se proeminente para a recolha de dados acerca dos objetivos indicados, podendo visualizar os processos didáticos e metodológicos que a docente aplicava em aula, bem como conhecer os Conteúdos Programáticos32 da Técnica Graham utilizados ao longo do ano letivo. Assim, foi possível caracterizar a turma, entender o relacionamento entre alunos e docente, como se manifestavam em ambiente de maior tensão como nos períodos de pré-teste e durante os testes de final de período. Contudo, também contribuiu para o desenvolvimento da etapa seguinte, nomeadamente na planificação das aulas partilhadas.

Durante a Observação Estruturada, foi-se obtendo conclusões importantes para a implementação de estratégias em fases posteriores. Aqui o inquérito por questionário foi fundamental, para a compreensão geral e individual dos alunos da turma. Verificou-se a

existência de uma turma com um ambiente de grupo saudável, sem grandes atritos entre colegas, contendo espírito de equipa e entreajuda.

Para além de colmatar algumas questões técnicas e artísticas, pretendeu-se também motivar os alunos a melhorarem as suas fragilidades individuais e de grupo com o auxílio da arte marcial Tai-Chi Chuan, proporcionando um meio físico e mental benéfico para um treino saudável. “O Taiji quan distingue-se de outra artes marciais por todo o trabalho psicológico de visualização do sopro, por uma apreensão mais interiorizada do movimento e do indivíduo.” (Despeux, 1981, p.263). Por vezes surgiram alunos a descomprimir (chorar) após a meditação no Tai-Chi e no relaxamento, onde o foco do trabalho nestas fases seria maioritariamente mental. A opressão ligou-se à fase da adolescência, ao rigor técnico e artístico necessário para o desenvolvimento das disciplinas, para os testes e exames finais de passagem para o Ensino Secundário. Estas situações indicaram-se questões problemáticas na verificação da fase de Observação Estruturada da amostra, captando a precisão de elaborar estratégias de motivação, momentos de maior introspeção interior, introduzindo formas de respiração para acalmar e produzir energia positiva.

6.1.1.3 INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS

A nível técnico, na generalidade a turma apresentou excelentes capacidades físicas e intelectuais. Ao nível do comportamento em aula caracterizavam-se por serem bastante barulhentos fazendo com que a Professora Titular os chamasse à atenção várias vezes. Esta situação acontecia, principalmente às terças-feiras em que o estúdio utilizado era mais pequeno do que os outros, sendo notória a motivação dos alunos num estúdio maior.

Existia dificuldade em conseguir manter um ritmo bastante mais lento do que o normal utilizado nas aulas de TDCont. A perceção de consciência espacial em relação ao colega do lado ainda não estava bem trabalhada, bem como o entendimento de direções dos exercícios. Esta fragilidade, evidencia algum perigo pelo facto de poderem existir colisões e, consequentemente, rico de lesão. Esta foi uma das questões que estimulou na criação dos exercícios para colmatar esta “ausência” de perceção espacial, bem como o desenvolvimento de uma maior atenção para com o colega.

A Professora Titular, alertava constantemente os alunos para continuarem a mostrar o melhor que conseguirem a cada aula, transmitindo a sua paixão e elogiando as suas práticas, o que se mostrou eficaz na motivação dos alunos em aula. Considera-se assim, que o feedback positivo, construtivo e direcionado a todos os alunos é uma mais-valia nas boas práticas

pedagógicas dos professores. Assim, constatou-se que a relação interpessoal dos alunos mostrou-se saudável, sem competição que destabilize o decorrer da aula, onde prevalecia a entreajuda e o companheirismo, certamente fruto também da pedagogia da Professora Titular que proporcionava um bom ritmo de aula, onde era notório o empenho dos alunos.

Em suma, diagnosticou-se as seguintes fragilidades, também importantes para a implementação de estratégias que vão também ao encontro da problemática nesta investigação:

 Falta de mobilidade vertebral;

 Privação da certa interpretação corporal na receção de um salto, amortecendo a queda e da dificuldade em manter um ritmo lento nos exercícios;

 Fadiga muscular;

 Carência de perceção espacial, fruto da falta de concentração dos alunos.

6.1.2 FASE DE PARTICIPAÇÃO ACOMPANHADA

Documentos relacionados