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A administração dos desastres acontece em quatro fases distintas, propostas na Política Nacional de Defesa Civil, que são: Prevenção, Preparação, Resposta, Reconstrução.

5.2.1 Prevenção

São ações que antecedem os desastres: de diminuição de riscos, vulnerabilidades sociais e ambientais, de causas humanas ou naturais. Prepara a sociedade para identificar ameaças e reduzi-las.

Nesse contexto, pode se inserir o trabalho do assistente social, pois este profissional pode identificar, dentro de sua área de atuação, possíveis ameaças e riscos, e trabalhar em parceria com a Defesa Civil para dar orientações às famílias envolvidas, para que aprendam a “conviver” com esse risco.

Em desastres naturais é quase impossível a prevenção, tendo em vista que o desastre caracteriza-se exatamente pela impossibilidade de resposta à altura dos acontecimentos. O trabalho de análise de riscos dentro do município auxilia na diminuição dos danos, na medida em que possibilita identificar áreas de maior risco a serem atingidas, a exemplo de chuvas, deslizamentos, granizos e outros eventos adversos, o que dá suporte para ações mais rápidas e eficientes.

5.2.2 Preparação

A preparação ocorre tanto na fase de prevenção como na de desastre já instalado. Trabalha-se com o fortalecimento da rede sócio-assistencial pública e privada e na capacitação de profissionais para atuarem em situação de desastre.

É feito o trabalho de controle de epidemias, planos de prevenção, entre outros. Várias são as ações que sistematizam e colaboram para que, em situação de desastre, retorne à normalidade com mais efetividade e rapidez.

A Defesa Civil de cada município é responsável pela efetivação de planos de ações tanto para prevenção como resposta às situações de desastre.

As ações de preparação, conforme citado no Manual da Defesa Civil (2009, p.62) visam:

Incrementar o nível de segurança, reduzindo a vulnerabilidade dos cenários dos desastres e das comunidades em risco;

otimizar o funcionamento do Sistema de Defesa Civil;

minimizar as influências negativas, relacionadas às variáveis tempo e recursos, sobre o desempenho do sistema de defesa civil;

facilitar uma rápida e eficiente mobilização dos recursos necessários ao restabelecimento da situação de normalidade em circunstâncias de desastres.

As ações de preparação do desastre têm grande poder de transformação das fases de prevenção e de resposta.

Na fase de prevenção há uma redução dos riscos, com estudos. Já na fase de resposta, existe o socorro à população atingida, encaminhamentos, e retorno à normalidade no período mais rápido possível. Também abrange as reconstruções das áreas afetadas.

Na fase de planos de preparação para resposta está o plano diretor e o plano de contingência destaca-se segundo o site Wikipédia (2010)

Um plano de contingência, também chamado de planejamento de riscos, plano de continuidade de negócios ou plano de recuperação de desastres, tem o objetivo de descrever as medidas a serem tomadas por uma empresa. Incluindo a ativação de processos manuais, para fazer com que seus processos vitais voltem a funcionar plenamente, ou num estado minimamente aceitável, o mais rápido possível. Evitando assim uma paralisação prolongada que possa gerar maiores prejuízos a corporação, como a fuga de acionistas, grandes perdas de receita, sanções governamentais, problemas jurídicos para os dirigentes, abordagens maliciosas da imprensa, fuga de funcionários para os concorrentes e até mesmo, em casos extremos, o fechamento da empresa. Dada a grande importância deste processo seu custo deve estar incluído no escopo de novos projetos.

O Plano Diretor organiza-se através da Política Nacional de Defesa Civil e aborda os temas: prevenção, preparação, resposta e reconstrução.

O Plano de Contingência é um documento onde fica registrado qual evento adverso a comunidade é mais vulnerável, e nele se encontram as atribuições da rede sócio-assistencial e pública para resposta mais rápida ao desastre.

O plano de contingência pode ser elaborado de diversas formas, para enfrentamento do desastre tanto estadual, municipal ou mesmo federal e familiar. Deve ser organizado de forma a sistematizar órgãos públicos, privados e organizações não-governamentais e a comunidade ao qual se está criando o plano,

sendo que, se esta sinergia não acontecer durante a elaboração, o plano não vigorará com efetividade, pois as pessoas que irão utilizá-lo devem ter familiaridade e conhecimento.

5.2.3 Resposta

A resposta aos desastres compreende: socorro, reabilitação do cenário do desastre, objetivando o restabelecimento da normalidade e assistência à população vitimada.

Embora o assistente social tenha seu papel vinculado em todas as fases da administração do desastre, é na resposta que se tem mais visibilidade de seu trabalho. Fica mais evidenciada a necessidade de estar atento ao plano de contingência, e estabelecer, dentro da Política Nacional de Defesa Civil, suas ações tanto na prevenção quanto na preparação, resposta e na reconstrução, norteado pelo código de ética, buscando instalar metodologias que dêem suporte para seu trabalho.

5.2.4 Reabilitação do Cenário do Desastre

Inclui interditar locais; reestruturar a área, com limpeza e saneamento; desmontagens de estruturas; sepultamentos; volta dos serviços essenciais, como água e luz; condições de segurança global da população; vistoria e avaliação de prejuízos.

5.2.5 Socorro à população atingida

Remanejamento das áreas de risco, identificação de abrigos, e encaminhamentos para o setor médico e assistencial.

Quanto à assistência aos direitos da população, compreende:

5.2.6 Logística

Sapatos, roupas, materiais de higiene e limpeza; conservação de alimentos, administração de abrigos; e apoio a equipes.

5.2.7 Promoção social

Cadastramento; entrevista com as famílias; fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; envolvimento na resposta; garantia da efetividade dos direitos individuais; e um olhar apurado para a questão: criança, adolescente e idoso e pessoa com deficiência.

5.2.8 Reconstrução

Segundo a Defesa Civil (2009, p.70) a reconstrução é um

Conjunto de ações desenvolvidas após as operações de resposta ao desastre e destinadas a recuperar a infra-estrutura e a restabelecer, em sua plenitude, os serviços públicos, a economia da área, o moral social e o bem- estar da população. A reconstrução confunde-se com o final da resposta e o início da prevenção, na medida em que procura: reconstruir os ecossistemas; reduzir as vulnerabilidades; racionalizar o uso do solo e do espaço geográfico; recolocar populações em áreas de menor risco; modernizar as instalações e reforçar as estruturas.

As medidas para a reconstrução são essenciais e muito dependem dos níveis dos desastres e como essa comunidade está preparada, tanto em seus riscos de ocorrência de novos eventos como nas vulnerabilidades econômicas, sendo essencial para uma resposta rápida e o retorno à normalidade.

Imagina-se a administração de desastres não de forma linear, mas cíclica, para conseguir dar uma resposta e efetivar uma reconstrução, amenizando ao máximo o risco da vulnerabilidade.

No tema a seguir, apresenta-se o cotidiano dos usuários de serviço social na garantia dos direitos dos usuários, estando eles em situação de abrigamento ou desalojamento.