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CAPÍTULO 3 – INTELIGENCIA COMPETITIVA ORGANIZACIONAL

3.2 Problemática do Modelo de Inteligência Competitiva Organizacional

3.3.1 Fases da Inteligência Competitiva Organizacional: uma idéia

A ICO apresenta-se como a junção de várias fases e é formada por atividades ou ações fragmentadas. As idéias apresentadas a seguir procuram representar a ICO, sendo que algumas fases são semelhantes e se repetem. Pode- se afirmar que são encontradas, de forma geral e comum, nos processos de inteligência competitiva organizacional, as seguintes etapas/fases: coleta, seleção, análise, disseminação e identificação das informações mais adequadas e úteis para os usuários.

A inteligência competitiva organizacional é dividida por Gomes e Braga (2002, p.42) da seguinte forma, enfocando primeiramente a necessidade de identificar as necessidades de informação antes de coletá-la:

ƒ Identificação das necessidades de informação; ƒ Coleta das informações;

ƒ Análise das informações; ƒ Disseminação;

ƒ Avaliação.

Outra demonstração gráfica e resumida da inteligência competitiva organizacional é feita por Marceau e Swaka (2002, p.176). Da mesma forma que o esquema anteriormente explicitado, o processo contém fases e resume a presença dos principais atores. Os autores inserem as necessidades dos usuários, a presença de um profissional e as técnicas para tratar a informação e fazer a relação entre os usuários e os profissionais que atuam no processo.

Figura 3: Ciclo de IC: 5 operações básicas

Fonte: Marceau e Swaka – 2002 – p.183

Disseminação Planejamento e direção Análise e produção Coleta e relatórios adequados Armazenamento e processamento de informação Outros usuários Necessidades dos usuários de inteligência e tomadores de decisão

A ICO é definida no esquema proposto por Hovis (2002, p.120), que coloca o processo como impactante nas estratégias e tomadas de decisão da empresa, sendo que contempla desde a identificação das necessidades de informação até a disseminação. É impactante porque as informações são munidas de recomendações, possibilitadas pelas pessoas:

Figura 4: Processo de IC - Impacto!

Fonte: Hovis – 2002 – p.120

Dentre as etapas ou fases do processo mencionado por Queyras e Quoniam (2006, p.78), destacam-se as seguintes:

Figura 5: A Informação no Processo de Inteligência Competitiva Organizacional

Fonte Adaptada: Queyras e Quoniam – 2006 – p.78

As tarefas essenciais do processo de inteligência competitiva organizacional, enumeradas por Queyras e Quoniam (2006, p.81), são:

I. Planejamento/

coleta II. Análise/ avaliação

III. Recomendações IV. Disseminação Captar a informação Agregar valor a informação Armazenar a informação Organizar a informação Atender às necessidades informacionais

Figura 6: Tarefas Essenciais do Processo de Inteligência Competitiva Organizacional

Fonte Adaptada: Queyras e Quoniam – 2006. Elaborada pela autora.

As idéias de Queyras e Quoniam (2006, p.81) sobre as fases que compõem a ICO, embora comuns na literatura, são importantes porquanto atrelam a informação à produção do conhecimento. Todavia, sua noção de conhecimento é baseada no fato de que pode ser obtido pelo reagrupamento das informações. É confuso do ponto de vista de que não é suficiente agrupar informações para se chegar ao conhecimento. Agrupar não significa o mesmo que combinar, incorporar ou desenvolver novas, diferentes ou inéditas representações de qualquer fenômeno. Mesmo assim, as idéias dos autores são importantes porque representam uma corrente que cresce, cada vez mais, cujo foco também é defendido por Davenport e Prusak (1998), no qual afirmam que informação não é poder e, portanto, deve estar associada ao fluxo e acesso, permitindo agilidade em seu uso.

Para Arroyo Varela e Larrosa Jiménez (2006, p.136), as fases da ICO são as seguintes:

1. Identificar, ao longo da organização, as necessidades de Inteligência para a tomada de decisões chave. Para isso, terá que identificar os tomadores de decisão chave, e suas necessidades particulares de Inteligência.

2. Coletar informação – de fontes impressas, eletrônicas e orais – sobre eventos do ambiente da empresa.

3. Analisar e sintetizar a informação.

4. Disseminar a Inteligência resultante a aqueles que tomam decisão na organização (Tradução nossa).

Antonio Arrieta, Azkarate e Aranguren (2006, p.145) entendem a ICO como um sistema, e o denominam de Sistema de Inteligência Competitiva (SIC):

Este SIC detecta, captura e analisa a informação mais relevante do ambiente industrial da empresa (mercado, tecnologia, competidores, tendências), com base em ferramentas TICs e um software personalizado, permitindo assim orientar a tomada de decisões estratégicas em relação a produto e tecnologia (Tradução nossa).

Localizar a

informação informação Coletar a informação Tratar a informação Analisar a

Reagrupar a informação Criar Conhecimento Prever a mudança do ambiente

No argumento desses autores, detectar, capturar e analisar a informação são as principais fases. Observa-se que esses autores omitem fases importantes como a identificação das necessidades de informação, bem como da disseminação, contudo, elas encontram-se presentes na idéia geral dos autores, pelo fato de citarem a presença das TICs, utilizadas como principal meio para disseminar as informações aos tomadores de decisão.

Com ênfase sobre a participação do profissional de ICO, Miller (2002, p.35) destaca três fases principais do que ora denomina processo, ora função e até mesmo de ciclo de ICO:

1) identificam as necessidades de inteligência dos principais responsáveis pelas decisões em toda a empresa; 2) colhem informações sobre fatos relativos ao ambiente externo de uma empresa em fontes impressas, eletrônicas e orais; 3) analisam e sintetizam as informações; 4) disseminam a inteligência resultante entre os responsáveis pelas decisões.

Os esquemas usados, os quais representam o processo de inteligência competitiva organizacional, não são consensuais na literatura, mas, por meio das definições, é lícito afirmar que foram suficientes para fornecer subsídio para serem extraídas as principais fases que compõem o processo: identificação das necessidades de informação da organização, fase amplamente influenciada pelas características da indústria ou ambiente do qual a organização faz parte, ou seja, dos interesses particulares da organização sobre os atores do ambiente; fase de coleta das informações, em que normalmente são enfatizadas as informações do ambiente externo, sendo regularmente prospectadas e monitoradas, bem como incorporadas a algum banco de dados antes de serem analisadas; fase de tratamento, na qual a informação é trabalhada por profissionais que buscam indícios ou outras informações úteis para a organização; fase de disseminação, etapa em que os profissionais que trabalharam a informação selecionam somente as informações realmente úteis para a organização, e fazem a distribuição e direcionamento da informação, juntamente com explicações sobre os motivos de serem enviadas tais informações, visando o interesse das pessoas. Como qualquer processo, é necessário que exista o feedback ou retorno sobre a validade das

informações repassadas, para que o processo continue atendendo aos interesses da organização. Além da presença da informação, é evidente que tanto as pessoas quanto as tecnologias se mostram essenciais para a execução do processo.

Ademais, é necessário que seja introduzido mais um aspecto, que será tratado no próximo tópico, sobre as fontes de informação para a ICO, principalmente porque as fontes de informação são essenciais para compreender o grande valor de dois eixos do trabalho, a informação e as tecnologias de informação e comunicação.