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Fases de crescimento e desenvolvimento do arroz

Difer. primórdio floral Germinação Max. perfilhamento

Emergência Formação da panícula Floração Maturação Alongamento do colmo

---|---|--- FASE VEGETATIVA F. REPRODUTIVA F. DE MATURAÇÃO

Fase vegetativa: inicia-se com a germinação da semente (emissão da radícula e coleóptilo) e termina quando ocorre a diferenciação do primórdio floral ou da panícula.

Fase reprodutiva: inicia-se com a diferenciação do primórdio floral e vai até a floração, polinização e fertilização.

Fase de maturação: vai da floração (fecundação) à maturação completa.

Duração de cada fase:

- Fase vegetativa: bastante variável (40 a 150 dias) - Fase reprodutiva: cerca de 35 dias

- Fase de maturação: de 25 a 35 dias

Quanto ao ciclo, as cultivares podem ser classificadas em:

- Precoces até 105 dias - Semi-precoces de 106 a 120 dias - Médias de 121 a 135 dias - Semi-tardias de 136 a 150 dias - Tardias acima de 150 dias

Fase vegetativa

Pode ser dividida ainda em duas subfases:

- subfase vegetativa básica ou ativa;

- subfase vegetativa fotossensitiva ou lenta (ou fotoperíodo sensível).

a) Subfase vegetativa básica ou ativa

É o período de crescimento necessário para que o primórdio floral ocorra. Ocorre no estádio juvenil de crescimento, quando o arroz mostra-se insensível ao fotoperíodo e cuja duração varia de 25 a 65 dias. É um período mais ou menos fixo para cada cultivar, não sofrendo influência do fotoperíodo, podendo porém ser influenciado por temperatura.

b) Subfase vegetativa fotossensitiva ou lenta

O crescimento da planta e das folhas é mais lento do que durante a fase anterior. É bastante curto ou inexistente nas cultivares precoces ou insensíveis ao fotoperiodismo. É mais acentuado nas cultivares tardias, mas existe principalmente naquelas sensíveis ao comprimento do dia. É um período existente entre o fim da fase vegetativa básica e o início da diferenciação do primórdio floral. Sua duração está na dependência do comprimento do dia, necessário para a indução da fase reprodutiva.

Estádios de desenvolvimento de cada fase

Fase vegetativa

Caracteriza-se pelo ativo perfilhamento, gradual aumento em altura da planta e emergência foliar a intervalos regulares.

Compreende três estádios:

a) germinação a emergência

Compreende o período que vai da semeadura ao surgimento da 1ª folha. O processo de germinação se dilata em função da umidade e da profundidade de semeadura, podendo demorar de 5 a 10 dias. A temperatura também tem efeito no processo de acelerar ou retardar a germinação. Esse período pode variar também dependendo da cultivar.

b) plântula

Abrange o período compreendido entre a emergência ao início do surgimento do primeiro perfilho. Durante esta etapa, desenvolvem-se as raízes seminais e as primeiras folhas, utilizando-se de reservas contidas no endosperma, as quais permitem o desenvolvimento da plântula até a emergência da quarta folha. Nesse ponto, surgem do nó de sua primeira folha as primeiras raízes adventícias e o primeiro perfilho. Sua duração é de 10 a 15 dias.

Entre 7 e 8 dias, após a emergência, a plântula intensifica a absorção de nutrientes e a fotossíntese, tornando-se independente da semente. Na primeira semana após a germinação, a fotossíntese é responsável por pelo menos 30% do crescimento; na segunda, por mais de 84%, e na terceira suporta a totalidade do crescimento.

c) perfilhamento

Vai da emissão do primeiro perfilho (10 a 15 dias após a emergência) até quando a planta atinge o máximo perfilhamento, ou até o começo da fase seguinte (Reprodutiva). A etapa do perfilhamento é a mais longa e dura de 45 a 50 dias, podendo ser maior ainda nas cultivares fotossensitivas.

Os perfilhos primários emergem seqüencialmente do primeiro, segundo, terceiro e nós seguintes do colmo principal. Os perfilhos secundários emergem depois do desenvolvimento de cada perfilho primário em seu primeiro, segundo e terceiro nó. Perfilhos terciários emergem do primeiro nó dos perfilhos secundários. Algumas cultivares chegam a produzir perfilhos quaternários.

Fase reprodutiva

Nesta fase situam-se os períodos mais críticos da cultura, porque nela determina-se o número potencial máximo de grãos por panícula, e por a planta mostrar-se muito sensível a estresses ambientais, sobretudo estresse hídrico. Na Tabela 14, é mostrado o efeito do déficit hídrico em diferentes estádios sobre a produtividade de grãos e seus componentes.

1 Sinal negativo indica dias antes do florescimento e sinal positivo dias após o florescimento.

Fonte: Matsushima (1962), citado por Yoshida (1981); Déficit hídrico: 0,03 - 0,05 MPa Esta fase compreende quatro estádios:

a) Estádio de alongação dos colmos (entrenós)

A diferenciação do meristema no ponto de crescimento do colmo demarca a iniciação do primórdio da panícula (floral), com a planta passando da fase vegetativa para a reprodutiva.

Em seguida, ocorre a alongação do colmo e a diferenciação e desenvolvimento da panícula, conferindo maior estatura às plantas em um período bastante curto.

b) Estádio de emborrachamento:

É o entumescimento da bainha da "folha bandeira" observado próximo à emissão da panícula, ocasionado pelo crescimento da panícula dentro do colmo.

c) Estádio de exserção da panícula

É caracterizado pela emergência da panícula por meio da bainha da "folha bandeira". Esse estádio, erroneamente chamado de floração, de fácil observação, é muito usado para avaliar o ciclo vegetativo das plantas.

d) Estádio de floração

A floração inicia-se pelas flores situadas no terço superior da panícula; as flores situadas no meio e no terço inferior abrem-se nos dias sucessivos, completando-se em quatro dias, aproximadamente.

Após este período, segue-se a polinização e fecundação na mesma ordem, do ápice para a base da panícula.

Fase de maturação

Após a fertilização do óvulo, o endosperma começa a se desenvolver, tornando-se visível em poucos dias. Segue o desenvolvimento do grão, que passa por três estádios:

a) Estádio de grão leitoso

Após a fertilização, os carboidratos armazenados (bainha e colmos) são rapidamente deslocados para o local de formação dos grãos. De início (cinco dias após a fertilização), se observa um líquido leitoso, que pode ser facilmente constatado, pressionando as espiguetas com os dedos.

b) Estádio de massa (fase pastosa do grão)

Após o estádio leitoso, o grão passa para o estádio de massa, (pastosa suave no início), tornando-se consistente em três a cinco dias e vai até quase completar seu desenvolvimento total (26 a 30% de umidade).

c) Estádio de maturação

É quando o grão se encontra completamente maduro, o endosperma completou seu desenvolvimento e apresenta-se branco, sem pontuações verdes.

A maturação fisiológica (grãos com 28% a 30% umidade) ocorre antes da maturação de colheita (grãos com 18% a 22% umidade).

Na maturação, as folhas começam a amarelecer e morrem, inicialmente as inferiores. Em cultivares de porte moderno, de folhas curtas, espessas e eretas, as folhas superiores permanecem verdes por mais tempo. Algumas espiguetas não são enchidas e a panícula inclina-se totalmente desde o nó do colo.