• Nenhum resultado encontrado

FATORES DETERMINANTES NO PROCESSO DE ATRAÇÃO DE INVESTIMENTO DIRETO

CAPÍTULO II. INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO

II.4. INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO: CONCEITOS, FATORES DE ATRATIVIDADE E

II.4.1. FATORES DETERMINANTES NO PROCESSO DE ATRAÇÃO DE INVESTIMENTO DIRETO

De acordo com Çevis e Çamurdan (2007) a literatura examinou um vasto número de variáveis que têm sido propostas para explicar o IDE. Algumas dessas variáveis estão englobadas em hipóteses formais ou teorias de IDE, enquanto outras são sugeridas porque fazem sentido intuitivamente. Para Peric e Radic (2010) o IDE é crucial no processo de internacionalização e tem-se vindo a tornar num importante determinante de competitividade. No estudo de Kapuria-Foreman (2008) a liberdade económica para atrair IDE é considerada como um motor de competitividade para os países. No entanto, está longe de ser claro o que significa a palavra “competitivo” quando se refere a um país. De acordo com Porter (1993) a competitividade tornou-se uma das preocupações centrais do governo e da indústria de todos os países. Para muitos autores a competitividade é vista como um fenómeno macroeconómico, impulsionada por variáveis como taxas de câmbio, taxas de juros e défices governamentais. Outros argumentam que a competitividade varia em função da mão de obra barata e abundante. Existem, ainda aqueles, para os quais a competitividade depende dos recursos naturais abundantes, podendo ser influenciada pelas políticas levadas a cabo pelos governos.

O World Economic Forum (2008a) define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. Este conceito envolve componentes estáticos e dinâmicos e os seus determinantes são muitos e complexos.1 Os motores da competitividade passam pelas instituições, localização geográfica dos países,

1 12 pilares da competitividade: Instituições; Infraestruturas; Estabilidade Macroeconómica; Saúde e Educação Primária; Ensino Superior e Formação; Eficiência do Mercado de Bens; Eficiência do Mercado de Trabalho; Sofisticação do Mercado Financeiro; Prontidão Tecnológica; Tamanho do Mercado; Sofisticação de Negócios; Inovação (World Economic Forum, 2008a).

40

qualidade do ambiente de negócios, abertura ao comércio e investimento estrangeiro existindo um grande grau de correlação entre todos os fatores individuais.

Face a estes resultados, pode considerar-se que todos estes fatores são determinantes para atrair IDE e estando cientes disso, a atitude perante o IDE tem mudado consideravelmente ao longo das últimas décadas, com muitos países a liberalizarem as suas políticas para atraírem todo o tipo de investimentos de EMN (Blomström, 2001).

Borensztein, Gregorio e Lee (1998) afirmam que o IDE é mais produtivo que o investimento doméstico, existindo uma forte interação positiva entre o IDE e o nível de escolaridade na economia de acolhimento (capital humano).

Para Singh et al. (2008) muitos dos estudos que tentam explicar “porque é que alguns países têm mais sucesso que outros na atração de IDE” testam e analisam os efeitos de uma variedade de determinantes macroeconómicos, como PIB, política cambial, abertura da economia ou infraestruturas físicas, enquanto outros exploram os impactos dos fatores sociopolíticos, como a estabilidade política (risco do país, corrupção, educação, liberdade política, etc).

De acordo com Singh e Jun (1995) embora tenham sido realizados muitos estudos econométricos, tem sido difícil encontrar um amplo consenso acerca dos principais determinantes de IDE. Esta falta de consenso pode ser, em parte, atribuída à falta de dados confiáveis e precisos dos fluxos de IDE e dos seus potenciais determinantes, particularmente ao nível setorial, e ao facto de que a maior parte dos trabalhos empíricos analisa os determinantes de IDE congregando um grupo de países que podem ser estruturalmente diversos. A investigação levada a cabo por Singh e Jun (1995) indica que os resultados empíricos podem diferir significativamente para países que são estruturalmente diferentes.

Para Nonnenberg e Mendonça (2005) os determinantes dos investimentos diretos externos podem ser relativos a fatores impulsionadores (push factors), relativos às empresas e características dos países de origem ou a fatores de atração (pull factors) relacionados com características dos países de acolhimentos.

Quanto aos fatores de atração, quando uma empresa decide investir noutro país ela tem em conta a análise do meio envolvente contextual (comum a todas as empresas) e o meio envolvente transacional (específico para cada setor).

41

De acordo com Freire (1997) o meio envolvente contextual pode ser desagregado em quatro contextos distintos, conforme consta na tabela II.4.

Tabela II. 4. Meio envolvente contextual e variáveis associadas

Contexto Variáveis

Económico PIB, Taxa de inflação, Taxa de juros, Taxa de câmbio, Taxa de desemprego, Balança comercial, Custos energéticos, Taxa de poupança.

Sócio Cultural Estilos de vida, Valores sociais, Taxa de natalidade, Estrutura etária, Taxa de analfabetismo, Distribuição geográfica, Nível educacional, Composição étnica. Político Legal Estabilidade política, Política económica, Enquadramento legal, Legislação laboral,

Restrições ao comércio, Leis antimonopólio, Lobbying.

Tecnológico Inovações tecnológicas, Inovações de processo, Proteção de patentes, Programas governamentais de incentivo à investigação, Normas de qualidade.

Fonte: elaboração própria com base em Freire (1997)

As empresas devem ter em atenção que a evolução destes contextos não é independente e que existem com frequência relações cruzadas entre as tendências observadas.

Por outro lado, o meio envolvente transacional é constituído por todos os agentes e fatores que interagem diretamente com a indústria em que a empresa atua. Os principais elementos que o integram são os clientes (o mercado ou a procura), os concorrentes (a indústria ou a oferta), os fornecedores e a comunidade (Freire, 1997).

Nos fatores impulsionadores são consideradas as características do país de origem e da empresa. A análise desta última deve começar pela identificação da natureza dos principais recursos ao seu dispor e pela avaliação dos respetivos méritos. As categorias básicas de recursos podem resumir- se a três: (1) Recursos Humanos (número de trabalhadores, qualificação dos mesmos, grau de motivação e empenho); (2) Recursos Financeiros (capitalização, nível de endividamento e grau de liquidez); (3) Recursos Organizacionais (sistema de gestão, processos funcionais e controlo de gestão).

Uma revisão da literatura em IDE confirma que este é largamente influenciado pelas relações comerciais iniciais e pela proximidade geográfica e cultural entre o país de origem e o país de acolhimento (Culpan & Akcaoglu, 2003). Vários estudos (e.g. Aharoni, 1966; Caldeira, 1998; Chen & Hu, 2002; Fernandes, 2006; Johanson & Vahlne, 1977; Linder, 1961; López-Duarte & García- Canal, 2002; Leung, Rigby & Young, 2003; Ojala, 2008) identificam a proximidade cultural e psíquica como um fator determinante no processo de atração de IDE. A proximidade geográfica é vista por vários autores como um indicador a considerar (e.g. Caldeira, 1998; Lösch, 1967).

42

Muitos foram os autores que se preocuparam em identificar e explicar as variáveis sociopolíticas determinantes para atração de IDE, como a estabilidade política ou risco do país, a corrupção, a educação e a liberdade política (e.g. Cho, 2005; Dar, Presley, & Malik, 2004; Fatehi-Sedeh & Safizadeh, 1988; Kolstad & Villanger, 2004; López-Duarte & García-Canal, 2002; Root & Ahmed, 1979; Singh & Jun, 1995; Tu & Schive, 1995).

Outros estudos (e.g. Amirahmadi & Wu, 1994; Asiedu, 2002; Bandelj, 2003; Çevis & Çamurdan, 2007; Cheng & Kwan, 2000; Culem, 1988; Lucas, 1993; Mello, 1997; Moosa & Cardak, 2006; Resmini, 2000; Schneider & Frey, 1985; Tsai, 1994; Urata & Kawai, 2000; Wang & Swain, 1997; Yang, Groenewold, & Tcha, 2000) dão atenção aos fatores macroeconómicos como fatores que influenciam o IDE (PIB, política cambial, abertura da economia, infraestruturas, exportações, taxas de câmbio, taxas de inflação e défices de orçamento e investimento).

Vários investigadores (e.g. Agarwal & Ramaswami, 1992; Biswas, 2002; Cheng & Kwan, 2000; Chung & Enderwick, 2001; Dunning, 1973; Fatehi-Sedeh & Safizadeh, 1988; Green & Cunningham, 1975; Lucas, 1993; Mello, 1997; Nakos & Brouthers, 2002; Resmini, 2000; Rolfe, Ricks, Pointer, & McCarthy, 1993; Schneider & Frey, 1985; Taylor, 1993; Wang & Swain, 1997) identificaram os indicadores microeconómicos que influenciam o IDE num país: tamanho e crescimento do mercado, custos e disponibilidade de mão de obra, políticas governamentais, tarifas e barreiras comerciais, concorrência, assim como o ciclo de vida do produto.

Por outro lado, existem governos que utilizam os incentivos fiscais como forma de atração de IDE, sendo estes considerados determinantes para alguns autores. Muitos são os governos que introduziram várias formas de incentivos ao investimento, para encorajarem as empresas estrangeiras a investirem nesses locais, na esperança de que essas EMN criem empregos, exportações, revisões dos impostos, ou que tragam algum conhecimento que possa aumentar a produtividade (Blomström, 2001).

De acordo com Borensztein et al. (1998) os governos podem oferecer um conjunto de incentivos aos investidores estrangeiros de forma a estimular os fluxos de IDE. Apesar de serem muitos os países que têm políticas para atrair o IDE, uma vez que é um dos setores menos restritivo, são muito poucos aqueles que têm políticas para que possam beneficiar plenamente dele (Division on Investment Technology and Enterprise Development, 2007).

43

Num estudo que envolveu 71 países em desenvolvimento, Bora (2002) concluiu que os incentivos fiscais são a mais popular forma de incentivo para atrair IDE. Ao analisar o impacto dos incentivos fiscais na atração de IDE para a África Subsariana, Cleeve (2008) mostra que as políticas governamentais são importantes (os incentivos e isenções fiscais parecem ser os mais significativos). Para Dunning (1998) os incentivos oferecidos pelas autoridades regionais, como a União Europeia (UE), têm demonstrado ser um fator decisivo em influenciar a localização intrarregional das EMN.

No entanto, de acordo com Castro (2000) esses incentivos governamentais são difíceis de quantificar. Estes são frequentemente confidenciais, indiretos (a construção de infraestruturas específicas, cooperação em ações de formação), diferem no tempo (isenções fiscais) ou são simplesmente impossíveis de medir (acesso preferencial ao mercado doméstico, legislação favorável).

A somar a essa dificuldade, o IDE já não é suscetível de ser captado apenas pela atratividade das simpatias fiscais que um determinado país está disposto a conceder aos investidores (Horta, 2006). A concretização do investimento depende, cada vez mais, daquilo a que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) chama “friendly business”. Sob certas condições, os incentivos fiscais aumentam o investimento, criam postos de trabalho e outros benefícios sócio-económicos (Blomstrom & Kokko, 2003; Bora, 2002). Por outro lado, os incentivos fiscais podem não ser o melhor mecanismo para atrair IDE e os custos dos incentivos para atrair esse tipo de investimento podem superar os benefícios, tendo em conta que podem agravar alguns problemas, como a corrupção (Halvorsen, 1995; Wells, Allen, Morisset, & Pirnia, 2001; Wilson, 1996). Os incentivos fiscais podem ser úteis, mas devem ser seletivos na atração de IDE. Um país deve racionalizar o seu sistema de incentivos fiscais, este deve ser claro e simples, calendarizado, com base no desempenho, consistente com os interesses regionais dos países e não suscetível de abusos (Chalk, 2001).

Os incentivos fiscais como taxas mais baixas para investidores estrangeiros e incentivos financeiros podem influenciar a localização do IDE (Dunning, 1993; Globerman & Shapiro, 1999). Assim, os países tentam atrair os investidores estrangeiros promovendo incentivos fiscais e financeiros, promovendo reestruturações empresariais e reformas económicas, entre outros (Subbarao, 2008).

44

Baseado no argumento de que as empresas estrangeiras podem promover o crescimento e desenvolvimento da economia, muitos países introduziram incentivos ao investimento de forma a encorajar as empresas estrangeiras a investir nos seus mercados. No entanto e segundo Singh e Jun (1995) nem sempre os incentivos fiscais atraem IDE, principalmente quando estes são criados para compensar outras desvantagens comparativas, como grande parte da literatura empírica demonstra.

Existe uma ampla gama de políticas governamentais que podem aumentar ou diminuir os fluxos de IDE. É difícil quantificar essas políticas como uma variável explicativa global (Singh & Jun, 1995). O governo tem como funções melhorar a eficiência económica, reduzir a desigualdade económica, estabilizar a economia através de políticas macroeconómicas e conduzir a política económica internacional (Samuelson & Nordhaus, 2005). Assim, é responsabilidade do governo regular o investimento estrangeiro de uma maneira que conduza a um desenvolvimento sustentável (Sheng, 2011).

O governo do país de acolhimento não deve só desenvolver políticas que se tornem atrativas para as empresas estrangeiras investirem nos seus mercados, mas mais importante, devem reduzir a sua perceção de risco através de leis que permitam a repatriação de lucros, direito de propriedade, proteção de patentes, execução de contratos entre outros (Hong, Jones, & Song, 1999).

De acordo com Smeral (1998) os governos podem promover ou diminuir a competitividade de um destino para IDE, através da utilização de algumas medidas relacionadas com a aplicação de taxas de câmbio e política de juros; política de rendimentos; estrutura de promoção de investimentos; leis de concorrência; barreiras à entrada e políticas de mercado de trabalho.

Por outro lado, existem alguns estudos que focam a hipótese do capital humano como um determinante de IDE (e.g. Michie, 2001; Noorbakhsh, Paloni, & Yousset, 2001; Tavares & Teixeira, 2006). Estes referem que o nível de educação e a capacidade da força de trabalho podem influenciar o IDE.

Outros autores (e.g. Chen & Hennart, 2002; Davidson, 1980; Dunning, 1998; King & Tucci, 2002; Konopaske, Werner, & Neupert, 2002; Leung et al., 2003; Mattoo, Olarreaga, & Saggi, 2001; Nakos & Brouthers, 2002; Reuber & Fischer, 2003; Siripaisalpipat & Hoshino, 2000) consideram as características específicas das empresas como determinantes. Fatores como a experiência

45

internacional das empresas, a dimensão das empresas, a presença de uma filial já existente, economias de escala, preferência dos potenciais concorrentes, a disponibilidade de mão de obra qualificada, novas redes de fornecedores, transferência de know-how e tecnologia assumem aqui especial atenção.

É unânime para grande parte dos autores que a estabilidade política e económica é essencial para a existência de IDE, assim como o tamanho do mercado de acolhimento que tem sido considerado como um dos mais importantes incentivos ao IDE. Muitos foram os autores que ao longo dos anos tentaram identificar os fatores mais importantes no processo de atração de IDE, no entanto, sem a obtenção de uma unanimidade, até porque como já referido anteriormente, os fatores mais importantes para um país, não o são necessariamente para outro. Foram identificadas como determinantes as variáveis políticas (política fiscal; política comercial, política de privatizações, políticas macroeconómicas); as variáveis de negócios (incentivos ao investimento); variáveis económicas relacionadas com o mercado (tamanho do mercado, crescimento do mercado, estrutura do mercado); variáveis económicas relacionadas com os recursos (matérias-primas, custos do trabalho, tecnologia); variáveis económicas relacionadas com a eficiência (custos de transportes e comunicações, produtividade laboral).

De notar que não existem modelos simples ou fundamentos teóricos fortes para guiar uma análise empírica destas questões. No entanto, os resultados de estudos passados apesar de serem imperfeitos são guias úteis. De acordo com Singh e Jun (1995) a literatura sobre os determinantes de fluxos de IDE baseada nas diversas metodologias é extensiva e controversa. A tabela que a seguir se apresenta (II.5.), pretende compilar os determinantes considerados fundamentais para atrair IDE de uma forma genérica. Através desta, pode verificar-se que o IDE é influenciado por fatores impulsionadores (características das empresas e dos países de origem) e pelos fatores de atração (características dos países de acolhimento: meio envolvente contextual e meio envolvente transacional).

46

Tabela II. 5. Resumo dos Fatores que influenciam o IDE e principais Autores

Fatores que influenciam o IDE Principais Autores

Proximidade cultural e psíquica entre o país de acolhimento e o país de origem.

Aharoni (1966); Caldeira (1998); Chen e Hu (2002); Culpan e Akcaoglu (2003); Fernandes (2006); Johanson e Vahlne (1977); Leung et al. (2003); Linder (1961); López- Duarte e García-Canal (2002); Ojala (2008)

Proximidade geográfica entre o país de acolhimento e o país de origem. Caldeira (1998); Culpan e Akcaoglu (2003); Lösch (1967) Variáveis sociopolíticas do país de acolhimento: estabilidade política,

risco do país, corrupção e liberdade política.

Cho (2005); Dar et al. (2004); Fatehi-Sedeh e Safizadeh (1988); Kolstad e Villanger (2004); López-Duarte e García-Canal (2002); Root e Ahmed (1979); Singh e Jun (1995); Tu e Schive (1995)

Capital humano do país de acolhimento: o nível de educação e a capacidade da força de trabalho.

Blomstrom e Kokko (2003); Borensztein et al. (1998); Michie (2001); Noorbakhsh et al. (2001); Tavares e Teixeira (2006)

Indicadores macroeconómicos e microeconómicos do país de acolhimento: estabilidade económica, PIB, política cambial, abertura da economia, infraestruturas, exportações, taxas de câmbio, taxas de juro, taxas de inflação e défices de orçamento e investimento; tamanho e crescimento do mercado, custos e disponibilidade de mão de obra, tarifas e barreiras comerciais, concorrência, ciclo de vida do produto.

Agarwal e Ramaswami (1992); Amirahmadi e Wu (1994); Asiedu (2002); Bandelj (2003); Biswas (2002); Çevis e Çamurdan (2007); Cheng e Kwan (2000); Chung e Enderwick (2001); Culem (1988); Dunning (1973); Eicher e Kang (2005); Fatehi-Sedeh e Safizadeh (1988); Green e Cunningham (1975); Lucas (1993); Mello (1997); Moosa e Cardak (2006); Nakos e Brouthers (2002); Resmini (2000); Rolfe et al. (1993); Schneider e Frey (1985); Tsai (1994); Taylor (1993); Tu e Schive (1995); Wang e Swain (1997); Yang et al. (2000)

Incentivos no país de acolhimento: políticas governamentais, apoios governamentais.

Blomströn (2001); Bora (2002); Borensztein et al. (1998); Cleeve (2008); Dunning (1993, 1998); Globerman e Shapiro (1998); Subbarao (2008)

Existência de General Agreement on Trade in Services (GATS) no país de acolhimento.

Dunlop (2003); Gauci, Gerosa e Mwalwanda (2002); Hoad (2003); Lee, Fayed e Fletcher (2002); Peric e Radic (2010); Te Velde e Nair (2006)

Adesão do país de acolhimento a grandes organizações internacionais: União Europeia; World Trade Organization (WTO).

Aw e Tang (2010); Buckley e Castro (1998, 2000); Castro (2004); Jarvis e Kallas (2008) Características específicas das Empresas: experiência internacional das

empresas, a dimensão das empresas, a presença de uma filial já existente, economias de escala, preferência dos potenciais concorrentes, a disponibilidade de mão de obra qualificada, novas redes de fornecedores, transferência de know-how e tecnologia.

Chen e Hennart (2002); Davidson (1980); Dunning (1998); King e Tucci (2002); Konopaske et al. (2002); Leung et al. (2003); Mattoo et al. (2001); Nakos e Brouthers (2002); Reuber e Fisher (2003); Siripaisalpipat e Hoshino (2000)

Características específicas do país de origem: tamanho e crescimento do mercado, incentivos à internacionalização.

Agarwal e Ramaswami (1992); Chung e Enderwick (2001); Dunning (1973); Green e Cunningham (1975); Nonnenberg e Mendonça (2005)

Fonte: elaboração própria

Cap ítu lo II In vest im ent o D ire to E stran geiro

47

Apesar da evidência sobre a importância de todos os determinantes do IDE aqui referidos, é claro que os determinantes não podem ser todos ao mesmo tempo relevantes. É implícito na investigação (e por vezes explícito) que a relevância de cada determinante depende do país de origem e do país de acolhimento, características da empresa e o tipo de IDE que está a ser analisado.

Importa, ainda, referir que apesar de existir uma vasta literatura sobre os determinantes do IDE para bens, existem poucos estudos empíricos sobre os determinantes de IDE para serviços. Destacam-se alguns dos autores que abordam a internacionalização das empresas no setor dos Serviços (e.g. Blomstermo, Sharma, & Sallis, 2006; Contractor, Kundu, & Hsu, 2003; Edvardsson, Edvinsson, & Nystrom, 1993; Erramilli, 1990, 1991, 1993; Erramilli & Rao, 1993; Henten & Vad, 2003; Li & Guisinger, 1992; O'Farrell & Wood, 1998; O'Farrell, Zheng, & Wood, 1996; Roberts, 1999; Sánchez Peinado & Pla Barber, 2006; Stare, 2002). Nos estudos realizados no setor bancário internacional destaque para Giddy (1983), Goldberg e Johnson (1990) e (Sagari, 1992). Terpstra e Yu (1988) e Weinstein (1977) analisam o IDE nas empresas de publicidade. Relativamente à internacionalização do setor do Turismo, mais especificamente da Hotelaria, existem vários estudos que serão alvo de uma análise cuidada no capítulo III.

Da leitura destes estudos, pode concluir-se que os determinantes mais significativos para o IDE em bens parecem, também, ser os mais importantes para o IDE em serviços, no entanto, de acordo com os autores referidos, a importância difere. Alguns dos mais importantes determinantes de IDE nos serviços são as políticas governamentais, abertura e regulamentações, negócios no país de origem com base de clientes locais, vantagens competitivas e a proximidade cultural, enquanto para os bens, os determinantes mais importantes são o tamanho do mercado, barreiras ao comércio e custos de produção diferenciados. A dimensão da empresa parece ser um determinante semelhante para o IDE em bens e serviços, uma vez que as grandes empresas estão mais predispostas a tornarem-se transnacionais do que as pequenas empresas.