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4. CASO DE ESTUDO

4.5. Auditoria do percurso pedonal na mobilidade de idosos

4.5.3. Ferramenta de auditoria pedonal adaptada ao peão idoso

Inicialmente o instrumento de análise do passeio pedonal é uma adaptação dos conceitos utilizados no método Walkability Audit Tool acrescidos a uma adaptação dos quadros criados para auditoria pedonal pelo Voorhees Transpotation Policy Institute, método chamado de Pedestrian Friendliness Scorecard. Essas adaptações e parâmetros de qualidade dessa nova ferramenta é baseada nas características dos peões e o espaço ocupado da Brochura Rede Pedonal (IMTT,2011), nas áreas mínimas de permanência e de passagem determinadas pelo Decreto de Lei 163/2006, na velocidade média de circulação e a qualificação das barreiras físicas ou sensoriais existentes no espaço do Manual de Boas Práticas para a Mobilidade Sustentável (Agência Portuguesa do Ambiente, 2010) e na norma brasileira NBR 9050/2004. Todos esses fatores são voltados para as necessidades da população idosa.

A adaptação da ferramenta Pedestrian Friendliness Scorecard, criado pelo Voorhees Transpotation Policy Institute consiste na avaliação da auditoria da qualidade de deslocação pedonal através de alguns critérios básicos de análise, como:

Critério I - A infraestrutura e manutenção do percurso que diz respeito ao dimensionamento das

áreas úteis de circulação e ao estado de conservação do percurso e sua envolvente.

Critério II - A continuidade que analisa a presença de percursos contínuos de ligação entre dois

pontos referenciais.

Critério III - A legibilidade que é a característica que determina a facilidade de leitura do peão

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Critério IV - A atratividade que diz respeito a agradabilidade do percurso através do sistema de

vistas, da sensação térmica, do conforto e proteção do peão.

Critério V - O uso e ocupação do solo verifica se o ambiente é favorável as necessidades dos

idosos quanto a ocupação do solo através do comércio e da sensação de segurança dos peões com a segregação do espaço de veículos motorizados e passeios pedonais.

Critério VI - A segurança de tráfego determina se o itinerário é um ambiente amigável entre

condutores e peões, se os condutores conseguem se antecipar e responder ao movimentos dos peões e se os peões conseguem identificar espaços seguros.

Critério VII - A segurança urbana trata de um ambiente que favoreça a segurança da comunidade

com medidas que desencorajem comportamentos antissociais através de uma iluminação estrategicamente posicionada que facilita a visibilidade dos utentes e, a importância da presença de segurança policial pública.

Critério VIII - As amenidades tem a função de favorecer o fluxo de peões nos atravessamentos das

vias e no espaço de espera adequados às pessoas idosas.

Critério IX - A topografia analisa o modelo topográfico existente e tem a função de classificar a

dificuldade de deslocação do peão quanto aos declives.

Critério X - As alterações identificam a presença de obras e alterações que comprometem o espaço

do peão, é importante perceber que esse último critério pode ser temporário ou não, depende de cada caso.

Assim como a ferramenta original, cada um dos dez critérios está separado por quadros, cada um desses quadros é constituído por várias questões que servem como pistas para a auditoria pedonal. Cada questão tem respostas nas quais estão associadas pontuações que variam de 0 a 4 e estas estão em concordância com a importância da questão para com a auditoria pedonal. A luz dos conhecimentos adquiridos da análise ao Walkability Audit Tool, cada umas das questões da auditoria recebem uma qualificação referente ao nível de importância ao tema, sendo que aquelas que são consideradas de alta importância (em vermelho), têm em suas respostas pontuação máxima equivalentes a 3 ou 4 pontos, já aquelas consideradas de média importância ao tema (em amarelo), têm nas suas respostas pontuação máxima igual a 2 e as consideradas de baixa importância (em verde), têm nas suas respostas pontuação máxima igual a 1. A somatória dos pontos estipulados para cada uma das respostas, leva a um subtotal da pontuação geral do itinerário, o considerado subtotal significa o valor final associado a cada um dos critérios. A avaliação do itinerário é resultado

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Vale lembrar que a ferramenta de auditoria a seguir tem o objetivo de melhorar as condições dos passeios e incentivar a caminhada de forma geral, porém as alterações feitas em consideração as necessidades específicas dos idosos ganha maior importância durante o processo, pois qualquer tipo de proposta de melhoria, influência na mobilidade pedonal dos idosos de forma mais intensa. Por exemplo, se há uma pequena melhoria no passeio que traz benefícios à população em geral, para o idoso, esse benefício pode significar um grande avanço na autonomia de deslocação, assim como, uma pequena barreira pode significar uma grande ameaça de queda ou maior dificuldade de transposição de obstáculos. Ou seja, até mesmo os critérios que não tem relação direta de adaptação ao idoso são significativos no contexto final de incentivo à mobilidade pedonal dessa faixa etária.

Como dito anteriormente, o itinerário 1 é auditado dentro de critérios de avaliação até agora expostos e adaptados para idosos. Como parâmetro, vale lembrar também, que durante a adaptação da ferramenta, é estipulado que se há locais do troço onde o passeio é mau, embora noutros seja bom, o valor atribuído a grade de pontuação é sempre zero, pois o idoso pode aí cair e esse fator pode representar perigo. Dessa forma é possível alcançar os resultados a seguir.

4.5.4. Aplicação da ferramenta de auditoria pedonal adaptada ao peão idoso no