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2.5. Ferramentas da Web 2.0 com potencial pedagógico

2.5.1. Ferramentas de produção

Segundo Solomon e Schrum (2010), a estas ferramentas foi dado o nome Get

Things Done (GTD). Para além de promoverem a colaboração, as autoras

referem que a sua utilização permite divulgar publicamente algumas das atividades que os alunos executam individualmente, como sejam a criação de uma apresentação, um podcast, um mapa de conceitos ou um questionário, entre outros.

As seguintes aplicações são exemplos de ferramentas de produção:

 Animoto (http://animoto.com) – permite a criação de vídeos a partir de fotos, vídeos e música, constituindo-se como um forma rápida e simples de criar um vídeo apelativo;

 Bitstrips (http://bitstrips.com) - editor de banda desenhada online cujo produto final pode facilmente ser integrado num blogue ou website;  Bubbl.Us (https://bubbl.us) – permite a criação de mapas concetuais de

modo individual ou com a participação de várias pessoas;

 Dipity (http://www.dipity.com) – permite a criação de uma linha do tempo que pode ser disponibilizada em qualquer site através da cópia do código html5 gerado;

 Glogster (http://edu.glogster.com) – permite a criação de um poster online, um glog, onde podem ser inseridos texto, imagem, bem como diversos elementos multimédia ou hiperligações;

 Google Docs (http://docs.google.com) – suite de produtividade oferecida pela Google, que inclui programa de processamento de texto, folha de

5 Acrónimo para a expressão inglesa HyperText Markup Language, que significa Linguagem de Marcação de Hipertexto. É uma linguagem utilizada para produzir páginas na Web (Wikipédia, 2010, cit. in Peres & Pimenta, 2011, p. 64).

cálculo, apresentações, desenho e formulários online, na qual os participantes autorizados podem colaborar na criação de documentos

online, com a vantagem de permitir a importação e exportação de

ficheiros com extensões .doc, .xls, entre outros;

 Jing (http://www.jingproject.com) – programa que permite gravar e partilhar imagens ou vídeos de uma área de trabalho no computador local;

 Prezi (http://prezi.com) – site que permite a criação e partilha de apresentações não lineares online, com uma abordagem de zoom in e

zoom out do mapa desenhado, onde é possível inserir texto, imagem

bem como diversos elementos multimédia ou hiperligações, podendo fazer-se o download da apresentação criada no formato de programa executável (*.exe);

 QuizSnack (http://www.quizsnack.com) – permite a criação de pequenos inquéritos, sondagens ou questionários online que podem ser disponibilizados em qualquer site através da cópia do código html gerado;

 WallWisher (http://www.wallwisher.com) – permite a criação de um mural no qual é possível publicar mensagens, sob forma de post-its, que podem conter texto, diversos elementos multimédia, bem como hiperligações. 2.5.1.1. O podcast

O conceito de podcasting surgiu em 2004 e resulta da junção das palavras iPod e broadcasting (transmissão de rádio ou televisão) (Rosell-Aguilar, 2007, cit. in Canelas, 2012) sendo que para Furtoso e Gomes (2011, cit. in Canelas, 2012) o

podcast é um arquivo de áudio apenas, publicado e disponível para download.

Segundo Rosell-Aguilar (2007, cit. in Canelas, 2012) o podcasting pode ser utilizado através da criação de podcasts, pelo professor ou pelo aluno, ou através da utilização de podcasts já disponíveis.

O seu potencial pedagógico, no contexto do ensino e aprendizagem das línguas, é reportado na literatura, sendo que Bottentuit e Coutinho (2007) consideram que falar e ouvir constituem uma atividade de aprendizagem mais significativa do que o simples facto de ler. Para Ducate e Lomicka (2009, cit. in Canelas, 2012), o uso de podcasts pode ajudar a contextualizar os exercícios de pronúncia,

audição e produção oral e, simultaneamente, melhorar estas competências. Bottentuit e Coutinho estimam igualmente que, quando incentivados a criar o seu

podcast, os alunos aprendem muito mais, por aumentar a preocupação em

preparar um bom texto e disponibilizar material correto e coerente para os colegas, sendo que para Oliveira e Cardoso (2009) a fluência dos alunos melhora.

Canelas (2012) considera que esta ferramenta se constitui, assim, como uma metodologia bastante motivadora, que proporciona ao aluno um papel ativo na construção do saber, saindo do padrão de mero consumidor para se tornar também produtor de informação online. Considera igualmente que se revela excelente para o ensino de Línguas Estrangeiras, ao permitir que os alunos pratiquem competências relacionadas com a compreensão e expressão oral, frequentemente deixada para segundo plano (Lord, 2008, cit. in Canelas, 2012), por razões que se prendem com falta de tempo e limitações curriculares (Ducate & Lomicka, 2009, cit. in Canelas, 2012), mas também devido ao elevado número de alunos por turma (Furtoso & Gomes, 2011, cit. in Canelas, 2012). Baseada nos estudos de Ducate e Lomicka (2009) e Moura e Carvalho (2006), Canelas (2012) conclui que os alunos preferem usar podcats na sala de aula, com acompanhamento e feedback do professor.

Vocaroo (http://vocaroo.com) é o exemplo de uma ferramenta que permite a criação

online e partilha de ficheiros áudio.

A Web 2.0 possui outros recursos que permitem a prática da expressão oral, em atividades suportadas em modelos construtivistas ou socioconstrutivistas. Estas ferramentas, bastante apelativas e passíveis de serem incorporadas em blogues,

wikis ou websites, permitem a escolha de personagens (Anmish:

http://anmish.com), imagens (Fotobabble: http://www.fotobabble.com), animações (Go!Animate: http://goanimate.com), ou a criação das próprias personagens (Voki:

http://www.voki.com), às quais os alunos poderão dar voz e/ou movimento (Xtranormal: http://www.xtranormal.com). Solomon e Schrum (2010) salientam que o uso destas ferramentas implica um maior envolvimento do aluno no desenvolvimento das competências da escrita e da oralidade em resultados do trabalho de preparação que antecede a gravação. Alguns destes recursos dispõem, ainda, de uma opção text-to-speech que pode ser utilizada para

facultar aos alunos a exemplificação (modeling) e apoio (scaffolding) desejados e para promover o desenvolvimento de competências de compreensão e expressão oral.

2.5.1.2. O wiki

Leuf e Cunningham (2001, cit. in Coutinho & Bottentuit, 2008) definem um wiki como "uma colecção livremente expansível de páginas Web interligadas num sistema de hipertexto para armazenar e modificar informação - um banco de dados, onde cada página é facilmente editada por qualquer usuário com um browser” (p. 337). Assim, um wiki é um software que permite construir conteúdo para a web de modo colaborativo, sendo que a sua principal caraterística reside na facilidade com que as páginas são criadas e alteradas, podendo corrigir-se o texto original, modificando ou adicionando novos conhecimentos aos já existentes. (Coutinho & Bottentuit, 2008; Martins, 2008)

Na ótica de Solomon Schrum (2010), o wiki é uma ferramenta bastante adequada à promoção da aprendizagem colaborativa, sendo que Santamaria e Abraira (2006, cit. in Coutinho & Bottentuit, 2008) o consideram como um estímulo à escrita. De acordo com estes autores, este recurso possui bastantes potencialidades, tais como a de permitir interagir e colaborar dinamicamente com os alunos; recriar ou fazer glossários, dicionários, entre outros; criar ou editar colaborativamente um texto existente; aceder ao histórico de modificações, permitindo ao professor avaliar a evolução registada.

Wikispaces (http://www.wikispaces.com) é o exemplo de uma ferramenta que permite a construção de um wiki sobre um determinado tema, constituindo-se como um espaço público que pode ser visto e editado por qualquer pessoa com permissões.