3 Caracterização do trabalho experimental
3.3 Metodologia de inspecção
3.3.3 Fichas de inspecção
A informação obtida durante a inspecção visual e a realização dos ensaios foi recolhida de forma sistemática e organizada em fichas de inspecção. Estas fichas são constituídas por quatro páginas, onde foi registada toda a informação relevante relacionada com os muretes e com os ensaios realizados.
A primeira parte da ficha de inspecção está relacionada com as características do murete, conforme indicado da Figura 3.8. Aqui são apresentados dados como a data de aplicação do revestimento, o material de suporte, o traço, as condições de inspecção e o estado de degradação.
Na segunda parte da primeira página da ficha de inspecção, são apresentados os dados relativos aos ensaios realizados. A segunda página, apresentada na Figura 3.9, diz respeito aos dados relativos ao ensaio de velocidade aparente dos ultra-sons e ao índice esclerométrico PT, tais como a localização, resultado e respectivo tratamento estatístico.
Na terceira página, Figura 3.10, são apresentados os resultados relativos a técnicas, consideradas auxiliares, que foram usadas no âmbito de outra dissertação. Contudo, os resultados destas técnicas foram registados e analisados, pois poderiam ser uma mais-valia para a compreensão do comportamento mecânico dos revestimentos. Estas técnicas consistiram na medição do teor de
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humidade superficial, através do humidímetro, e na quantificação da permeabilidade à água líquida, com recurso ao tubo de Karsten.
1-Caracte rísticas do e le me nto a inspe ccionar
Identificação do murete: Idade: Data\Hora:
Tipo de suporte : Tipo de re ve stime nto:
Orie ntação Aplicação:
Norte Este Sul Oeste
2-Condiçõe s de inspe cção
Humidade relativa
3-Estado de de gradação
Anomalias e xiste nte s
Monocamada Indefinido
Sol incidente (S/N)
Esque ma/Mape ame nto das anomalias
Imagem 1)Fendilhação
Vertical Horizontal Temp. ambiente
Abe rtura mé dia das fissuras
p.1/4
Sol
Tradicional Pré.doseado
Multicamada Alvenaria de tijolo furado
Alvenaria de blocos de betão Outro 8)Erosão 7)Desagregação 4)Perda de aderência 5)Alterações cromáticas 4)Sujidade 3)Eflorescências 2)Manchas de humidade Mapeada Diagonal 9)Colonização Biológica Nublado Chuva
Figura 3.8 – Ficha de inspecção tipo e respectiva descrição (1/4).
Existe ainda uma ficha de inspecção relativa ao ensaio de termografia (Figura 3.11). Esta ficha baseia- se nos termogramas obtidos com a câmara de termografia, acompanhadas por registos fotográficos reais da mesma zona, de modo a ser possível comparar, compreender e tirar conclusões acerca dos resultados obtidos. Identificação da ficha de inspecção e data de realização da mesma. Principais características do elemento a inspeccionar; caracterização do revestimento e do suporte. Caracterização das condições de inspecção. Caracterização do estado de degradação do elemento a inspeccionar; esquema/mapeamento das anomalias com recurso a fotografia.
35 4-Proce dime ntos de inspe cção
Tipo de me diçõe s
Mate rial de contacto utilizado
Me diçõe s 2 3 4 Dist(mm) 200 300 400 t(us) V(Km/s) t(us) V(Km/s) t(us) V(Km/s) t(us) V(Km/s) Posição Posição Me d.1 1 10 2 11 3 12 4 13 5 14 6 15 7 16 8 17 9 18 Mé dia DP CV(%) Em linha Localizadas Tipo de me diçõe s: Linha Localizadas Em linha Nº de calibrações: Pasta de dentes Vaselina p.2/4 CV (%) DP (Km/s) Localização dos ensaios
ESCLERÓMETRO Percursus com fendas
Percursos sem fendas
VELOCIDADE APARENTE DA PROPAGAÇÃO DOS ULTRA-SONS
1 Imagem 100 Vme d (Km/s) Imagem L1
Me d.1 Localização dos ensaios L2 inve rso L2 L1 inve rso Parame nto
Figura 3.9 – Ficha de inspecção tipo e respectiva descrição (2/4).
3.4 Síntese do capítulo
Neste capítulo, caracterizaram-se as campanhas experimentais realizadas, a metodologia de inspecção proposta e as fichas de inspecção adoptadas.
As campanhas desenvolvidas na EENRevPa do LNEC permitiram realizar ensaios in-situ com maior disponibilidade do que no caso de fachadas de edifícios reais, pelo facto de não existirem outros condicionalismos de aplicação das técnicas. Outra vantagem destes muretes é o facto de não terem mais de dois metros de altura, sendo, deste modo, possível analisar toda a sua superfície sem ter de recorrer a meios auxiliares de acesso. No entanto, uma vez que os muros apresentam uma largura de
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio de medição da velocidade aparente dos ultra-sons; localização e orientação dos ensaios através de fotografia. Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio de esclerómetro pendular do tipo PT; localização dos ensaios através de fotografia.
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cerca 20cm, o gradiente térmico entre a superfície frontal e a superfície de tardoz é muito reduzido (não retratando as condições higrotérmicas reais das fachadas de edifícios), dificultando o ensaio de termografia.
5min 10min 15min 30min 60min 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Dia Ensaios 1ªMe d. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1ªMe d. De svio padrão Mé dia Coe ficie nte de
variação
Imagem Obse rvaçõe s
Última pre cipitação
Localização dos e nsaios HUMIDÍMETRO
Coe ficie nte de variação De svio padrão
Mé dia Absorção de água (cm³)
Ensaio
Imagem Localização dos e nsaios TUBO DE KARSTEN
p.3/4
Figura 3.10 - Ficha de inspecção tipo e respectiva descrição (3/4).
A campanha desenvolvida no muro de contenção da plataforma rodoviário da EN, permitiu recolher diferentes resultados relativamente às várias técnicas de ensaio in-situ. Por ser um muro com idade considerável (aproximadamente 40 anos), apresenta zonas com diversas anomalias, permitindo comparar os diferentes resultados relativos a cada técnica e, deste modo, obter diferentes conclusões. Nesta campanha, a termografia foi a técnica mais utilizada devido à sua fácil utilização e à elevada altura do muro, que dificultou o acesso, não permitindo a realização de outros ensaios.
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio tubo de Karsten; localização e orientação dos ensaios através de fotografia; dados estatísticos referentes ao ensaio.
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio de humidímetro; localização e orientação dos ensaios através de fotografia; dados
estatísticos referentes ao ensaio.
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p.4/4 TERMOGRAFIA
Termograma
Imagem
Prime iras obse rvaçõe s
Figura 3.11 - Ficha de inspecção tipo e respectiva descrição (4/4).
O muro do IST permitiu observar diversas anomalias em toda a sua superfície (altura nunca superior a 2,5m). As anomalias verificadas repetiram-se em diversas zonas, sendo possível comparar e analisar, em especial, a influência da radiação solar nos resultados dos ensaios.
A avaliação foi feita com recurso a várias técnicas de ensaio in-situ, sendo as principais, previstas no âmbito desta dissertação, a termografia, o ensaio de ultra-sons e o ensaio com esclerómetro pendular PT. O recurso a técnicas auxiliares de diagnóstico (martelo de borracha, humidímetro, tubo de
Karsten, régua de fissuras) permitiu recolher informação sobre o comportamento e o estado de
degradação de cada paramento analisado.
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio termografia (termograma).
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio termografia; localização e orientação dos ensaios através de fotografia.
Campo destinado ao registo de dados relativos ao ensaio de termografia; primeiras observações e registo de pontos relevantes.
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No total, foram analisadas 21 Zonas, tendo sido realizados cerca de 19 ensaios de termografia, 33 ensaios com ultra-sons e 137 testes com esclerómetro. Durante as várias campanhas experimentais, foi possível analisar um elevado número de situações, em condições variáveis, o que permitiu inferir sobre a sensibilidade e utilidade das técnicas aplicadas na avaliação do comportamento mecânico de revestimentos. A informação recolhida foi registada em fichas de inspecção, elaboradas para esse efeito, de modo sistemático e organizado. Nos capítulos seguintes, é analisada e discutida toda a informação recolhida ao longo das campanhas experimentais, tendo em conta os objectivos da dissertação.
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