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Filosofia, Educação, Cultura, Ética e Sociedade

Filosofia, Educação, Cultura, Ética e Sociedade

A educação emancipatória e a superação da barbárie em Adorno (1903-1969)

Paulo César de Oliveira66

Palavras-chave: Filosofia; educação; Adorno.

Esta comunicação analisa, a partir do pensamento de Theodor Adorno, a questão da emancipação no processo educacional. A educação deve, simultaneamente, evitar o que ele chama de “barbárie” e buscar a emancipação da pessoa. Entende-se, por barbárie, o impulso de destruição que o homem traz consigo. Esse impulso manifesta-se nas diversas formas de agressividade que percebemos no cotidiano e pode chegar a situações extremas, como os campos de extermínio da Segunda Grande Guerra Mundial. A educação autoritária não consegue evitar as possibilidades destrutivas que o homem traz consigo; por isso, Adorno propõe uma educação “emancipatória”. Esse modelo educacional evita a repressão, se distância da reprodução tecnicista e focaliza o aspecto produtivo da vida humana. Em outras palavras, a educação “emancipatória” pensa a sociedade e a educação distanciando-as do caráter industrial a que é submetido a cultura. A partir dessa perspectiva, o processo educacional pode favorecer a formação de sujeitos críticos e emancipados; sujeitos capazes de “domesticar” o impulso destrutivo que lhes é inerente. Desse modo, a educação forma pessoas autônomas e contribui para que não se repitam barbáries.

A reversão dialética da tecnologia digital e a emancipação da consciência no rap

Monica Guimaraes Teixeira do Amaral67

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de retomar um antigo debate entre os filósofos Walter Benjamin (1936) e Theodor Adorno (1938) sobre as contradições e ambiguidades inerentes ao avanço da reprodutibilidade técnica, na época - que nos anos 30 restringia-se ao cinema e à rádio - e demonstrar como muitos dos aspectos levantados por esrestringia-ses autores adquirem força e atualidade para pensar o modo como os rappers têm se apropriado dos avanços da tecnologia digital com fins emancipatórios. Procurar-se-á acompanhar os desdobramentos desse debate a partir de um artigo de Adorno (1955) em homenagem póstuma ao amigo, em que reconhece a radicalidade do pensamento estético e filosófico de Benjamin e de outro, sobre o filme (1967), em que identifica algo de liberador quando a técnica é utilizada como “reposição objetivadora de uma experiência”. A partir deste debate, propõe-se uma leitura contemporânea da função da música e do cinema nos clipes e músicas dos Racionais MC’s, orientada pelas ideias de reversão dialética de Benjamin e de emancipação da consciência de Adorno.

Palavras-Chave: reprodutibilidade técnica e emancipação - reversão dialética e

tecnologia digital – rap e experiência formativa juvenil

Conhecer e aprender a viver: reflexões acerca do fazer filosófico

Adriana Andrade de Souza68 Giseli do Prado Siqueira69

Palavras-chave: Filosofia; exercício espiritual; prática.

Este trabalho parte da hipótese de que o fazer filosófico não é somente uma atividade intelectual, mas uma maneira de viver que transforma o ser daquele que o realiza. Esta hipótese está fundamentada na análise de Pierre Hadot, em sua obra intitulada “Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga”. Segundo Hadot, a filosofia antiga era um exercício espiritual, ou seja, um modo de viver, de enfrentar a existência. O termo espiritual confere um sentido todo próprio a este exercício e nos permite entende-lo não só como uma obra puramente teórica, mas como uma vivência concreta. A tarefa que se impõe para nós é a de tentar problematizar este resgate da filosofia enquanto uma prática, um fazer, uma atividade.

68 Doutora em Ciência da Religião pela UFJF. E-mail: driansou@bol.com.br. 69

Doutora em Ciência da Religião/ UFJF, professora da PUC Minas, campus de Poços de Caldas. E-mail: giseli@hotmail.com.

O silêncio que incomoda: uma reflexão sobre alunos de uma escola pública

Gláucia Gonzaga Galvão70 Luzia Batista de Oliveira Silva71

Palavras-chave: Sociedade; segregação sociocultural; exclusão.

Por que o silêncio e o medo de mudar? O que leva muitos alunos de escolas públicas, que vivem à margem da sociedade, se manterem em conformidade com o papel social que lhes são impostos? Estes são os principais questionamentos feitos para iniciar os estudos através de observações em uma escola pública municipal na cidade de Juiz de Fora, MG. A instituição de ensino atendia, prioritariamente, alunos que tinham no mínimo três anos de reprovação no 6º ano do Ensino fundamental, que, pelos mais diversos motivos, não se adequavam às normas impostas pelas instituições de ensino e pela sociedade mas que gritam por socorro em um profundo silêncio. Durante quatro anos de convivência pudemos evidenciar que estes alunos apresentam algumas características em comum. Quando chegaram à referida escola carregavam consigo uma grande conformidade com relação à sua posição social e cultural: excluídos, marginalizados e sem perspectiva de um futuro digno. Caracterizados também, pelo medo de lutar, pelo medo de enfrentar a realidade social na qual viviam. Meninos que carregavam consigo uma mágoa e uma dor proporcionadas pela frieza e ódio emanado pela sociedade o que, perante nosso olhar, acarreta no aluno o medo de questionar, de lutar, de mudar. Particularidades estas, já incrustadas, cujo pedido de socorro afloravam à pele através de gestos, na palavra, pela forma de olhar, pela forma de portar, comportamentos estes que, por certo, agravavam ainda mais a segregação cultural e social. Propomos, neste trabalho, uma reflexão sobre a dor, o medo e a falta de coragem de mudar destes alunos silenciados, que retratam a figura da hipocrisia estabelecida por parte da sociedade. Para compreendermos melhor a relação de suas experiências, dialogamos, nomeadamente, com Walter Benjamin (2012), Jorge Larrosa (2015) e Jean Marie Gagnebin (2006).

70 Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade São Francisco – Itatiba – São Paulo – Brasil. E-mail: glauciaggg@yahoo.com.br.

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Docente do Programa de Pós Graduação Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade São Francisco – Itatiba – São Paulo – Brasil. E-mail: lubaos@gmail.com.

A alegoria platônica do anel de Giges e as implicações do uso de câmeras de segurança no âmbito do direito e da moral.

Fernanda Israel Pio 72 Virgílio Diniz Carvalho Gonçalves 73

Palavras-chave: Platão; anel de Giges; câmeras de segurança; direito; moral.

O problema de pesquisa nos leva a interpretar juridicamente a alegoria platônica do anel de Giges como forma de lançar luz à discussão a respeito da legitimidade – para a conduta jurídica e a conduta moral – da utilização de câmeras de segurança de monitoramento de possíveis comportamentos ilícitos dos indivíduos na sociedade. A fim de responder o questionamento a respeito de suas implicações no âmbito do direito e da moral. Para tais fins, tanto a visão da filosofia quanto da filosofia do direito a respeito da obra de Platão são trazidas. O método utilizado foi o dedutivo, com fichamento crítico da obra platônica, bem como de referências ligadas à utilização de câmeras e a relação entre o comportamento social entre o público e o privado no contexto da utilização de novas tecnologias de monitoramento. Quanto às implicações do uso de tal tecnologia, a hipótese inicial de que traria influência positiva no âmbito jurídico foi reforçada pelo discurso Platônico, sobretudo pela relação estabelecida entre a conduta de Giges que, ao se encontrar em uma condição de invisibilidade, modificou sua conduta antes considerada justa para uma conduta que busca ascensão social por intermédio da força. Outro ponto importante da relação entre o mito e o uso de câmeras é a referência, ao final da República, ao mito de Er, que reforça a conduta moral apoiada na existência de um ser divino e onisciente. O argumento à época de Platão poderia ser interpretado como uma maneira de justificar a conduta moral através da “ilusão”, como feito previamente ao estabelecer mitos que sustentassem a organização da “cidade perfeita”. Contemporaneamente, no entanto, a figura de uma divindade que tudo vê está cada vez mais presente, não de forma mítica, mas por meio da tecnologia de monitoramento. A visibilidade constante, no entanto, não é suficiente para a imposição de uma conduta moralmente correta, há no contexto do mito de Er outro elemento, a punição. A certeza da punição seria uma forma de “incentivar” a conduta moralmente desejável. E neste ponto o Direito complementa esta estrutura de controle e punição, já que em nossos dias, em uma sociedade secularizada, apenas as normas jurídicas – e não mais as morais – podem impor sanções diretas ao comportamento humano. O Direito,

72 Graduanda do curso de Direito da PUC Minas, campus de Poços de Caldas. E-mail: fernandaisraelpio@hotmail.com

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Mestre pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e professor do Programa de Graduação da PUC Minas, Poços de Caldas. E-mail: virgilio@pucpcaldas.br

portanto, na medida em que pune com o auxílio dos mais variados instrumentos de controle e observação, contribui para a diminuição dos delitos e consequentemente à reflexão com relação à conduta delituosa. As câmeras, assim, apresentam-se como elemento positivo para o Direito, por auxiliar na sua tarefa de controle e identificação de atividades delituosas. Para a moral, sua utilização é positiva quando associada ao Direito, visto que, a pura observação das atividades cotidianas não teria influência alguma sob a conduta se não houvesse o aspecto repressivo e punitivo do Direito que complementam de maneira contemporânea a figura punitiva expressa pela divindade do mito de Er. Como para Giges, a invisibilidade foi o fator decisivo para a mudança de comportamento, principalmente por retirar o aspecto punitivo que sua conduta traria se fosse presenciada ou registrada, para o cidadão contemporâneo, a perda da invisibilidade, através de mecanismos e dispositivos de fiscalização, asseguram a eficaz observância da ordem jurídica. Referências: PLATÃO. A República, introdução,

tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949. KANASHIRO, Marta. Surveillance Cameras in Brazil: exclusion,

mobility regulation,and the new meanings of security. Surveillance & Society. 5(3). p.

270-289. 2008. Disponível em:

http://www.surveillance-and-society.org/articles5%283%29/brazil.pdf MELGAÇO, Lucas. Estudantes sob controle: a racionalização do espaço escolar através do uso de câmeras de vigilância. O Social em Questão – Ano XV – nº 27, 2012. SOUSA, Luciano Dias. O comportamento social entre o público e privado na era digital. Revista Ícone.

Habilidades de pensamento na aula de Filosofia

João Bosco Fernandes74

Palavras-chave: Habilidades; pensamento; Filosofia.

Geralmente alunos de graduação não veem com bons olhos em seus cursos a disciplina de filosofia, com exceção dos discentes de graduação em filosofia que se sentem naturalmente motivados para o estudo dessas matérias. Por conta disso, o objetivo dessa pesquisa consiste em relacionar a aula de filosofia com a prática consciente de uma "educação para o pensar", – expressão utilizada no contexto lipmaniano – dando aos professores de filosofia recursos metodológicos e justificativas consistentes para o desafio do desenvolvimento das habilidades de pensamento.

Hiphopnagô: letramentos rítmicos e sonoros

Cristiane Correia Dias75 Maria Teresa Loduca76

Palavras-chave: Educação e hip hop; música e dança; descolonização do currículo.

Este trabalho tem o objetivo de apresentar as reflexões suscitadas pelas atividades em sala de aula em docência compartilhada entre professores e artistas. A observação sobre as atividades realizadas com alunos adolescentes tem como propósito criar novos métodos de letramentos fundamentados na valorização do corpo e do ritmo, elementos característicos da cultura de matriz africana, identificados nas expressões estéticas no movimento hip hop e no funk. A ideia é justamente inverter a ordem priorizada pela cultura escolar - que tende a sobrepor a linguagem escrita à linguagem oral - de maneira a repensar sob novas bases a formação do jovem morador da periferia. Neste sentido, o

hip hop codifica a linguagem escrita e a transforma nas diversas formas de letramentos

do corpo, como ressignificação de uma afromemória, considerando os letramentos como práticas sociais. O movimento hip hop é uma agência de letramentos que possibilita aos jovens descobrirem suportes escritos. Para Souza (2011), o hip hop mostra-se um inventor de tradições, por recriar toda a história negada aos afrodescendentes ao longo de séculos, desde a chegada dos africanos ao Brasil. Considerando-se as dificuldades dos processos de apropriação da linguagem escrita diagnosticados atualmente nas escolas da rede pública, relacionadas fundamentalmente ao grande distanciamento da cultura escolar em relação à de seus alunos, evidenciou-se a necessidade de pesquisar novas situações didáticas, em que se priorizem linguagens cujas formas de expressão estéticas estejam pautadas pela linguagem oral. A partir da oralidade se teria acesso à linguagem escrita. Portanto, utilizar a estética do hip hop é enfrentar as dificuldades dos processos de aquisição da linguagem escrita formal.

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Mestranda pela Faculdade de Educação da USP. E-mail: slc.cris@hotmail.com. 76 Mestranda pela Faculdade de Educação da USP. E-mail: tecatrompa@gmail.com.

Redes sociais, alunos e professores: a expressão virtual do ressentimento real

Marsiel Pacífico77

Palavras-chave: Indústria Cultural; tabus; redes sociais; professor; aluno.

Este trabalho se desenvolveu com o objetivo de investigar as manifestações aversivas e afetivas do alunado em relação ao mestre, conceito que foi originalmente apresentado por Theodor W. Adorno em suas reflexões sobre os denominados Tabus, com o enfoque específico nesta pesquisa, para a análise dos objetos que se oferecem socialmente como veículos de expressão dos sentimentos velados pela própria ontologia dos tabus. Como se pode identificar ao longo da história da educação, os tabus não são um fenômeno moderno, e ao longo dos tempos, os ressentimentos em relação ao professor foram expressos de diferentes formas. A voz do ressentido, que sente a necessidade imanente de externalizar suas mágoas, é costumeiramente calada pela relação de poder existente entre o aluno e o professor pautada na falta de diálogo, sendo que o aluno majoritariamente só expressará seu ressentimento, ao reproduzir os atos que o levaram a tal desgosto em outro companheiro ou em um aluno mais novo, fazendo com que a expressão do ressentimento seja o próprio ato da réplica caricata das práticas pedagógicas que geram tal situação. Porém, atualmente um novo campo para a expressão dos alunos se faz presente no espaço virtual, através das redes sociais virtuais, no qual se destaca o Facebook. Podemos observar nos tempos atuais como a revolução tecnológica e sua dinamicidade colossal, sobretudo nos avanços relativos à revolução microeletrônica, fazem parte de nossas vidas de modo tão indissociável que torna-se inconcebível pensar como seriam nossos dias sem todo aparato tecnológico que nos cerca. Neste contexto, que encontra força motriz na enxurrada de estímulos audiovisuais que são descarregados incessantemente sobre os internautas, marcar a própria existência não poderia ter outra forma, a não ser um existir virtual fundamentado sobre uma imagem construída de si; a grande evolução proporcionada pelos sites de relacionamento que hoje tem bilhões de usuários ao redor do mundo, em relação aos

chats e comunicadores instantâneos, é a implementação da imagem como centro da

construção de sua identidade virtual. A frequência dos choques imagéticos é a personificação mais latente e astuciosa da dinâmica de estímulo ao consumo capitalista, que enquanto processo alienante, desperta as compulsões necessárias ao

77 Pedagogo (UFSCar 2006-2009), Especialista em Educação (FAVENI 2015-2016), Mestre em Educação (UFSCar 2010-2012) e Doutorando em Educação (UFSCar), desenvolve pesquisas na área de Teoria Crítica e Educação, com ênfase nos temas Indústria Cultural, Subjetividade, Infância e Experiência Formativa. Atualmente é Diretor Escolar pela Prefeitura de São Carlos, onde também atua como docente de Pós Graduação pela Faculdade Campos Elíseos, além de ser professor substituto na UNESP Araraquara no Departamento de Didática. E-mail: marsiellp@gmail.com.

desenvolvimento de necessidades convenientes a lógica da produção. Tal processo culmina em indivíduos que sentem a necessidade compulsiva de se constituírem tal qual a lógica vigente, produzindo sua imagem em natureza idêntica, sobretudo com a compulsão principal que é o escopo de toda a vida virtual, ou seja, a necessidade obsessiva de estar sendo percebido. A necessidade de ser percebido é cobiçada pelo internauta não somente pela imagem que ele projeta em seu avatar, mas também na unificação de perfis em torno de um tema comum, os chamados grupos. Esses grupos procuram reunir indivíduos que tem alguma ligação com o tema chave do círculo social, que não tem restrições nem política funcional pré definida. Os temas variam demasiadamente visto a abertura de possibilidades, ao ponto de ser difícil imaginar um tema que não esteja mencionado em nenhum espaço virtual. Dentro de uma variedade tão grande, não poderiam faltar grupos que tratem da relação professor-aluno. Os temas relacionados aos mestres variam entre algumas categorias, como homenagens a determinados professores, grupos de discussões entre os profissionais docentes entre outras; mas a tônica destes círculos parece ser mesmo calcada no ressentimento do alunado. Além de serem mais numerosos, grupos que destilam rancor contra os mestres também são mais populares. As comunidades citadas, assim como muitas outras do mesmo gênero tem a criação de inúmeros tópicos diários, onde os alunos podem expressar seu rancor contra os professores. Pudemos observar como tais conteúdos em diferentes coletividades guardam características gerais bastante similares, e tal padrão é um importante objeto de análise para que se possam compreender os motivos subjetivos e objetivos, engendrados na relação professor aluno, que impulsionam os discípulos a participarem destas sessões coletivas de zombaria de seus mestres. Para a compreensão dos fenômenos estabelecemos leituras alicerçadas a partir dos componentes da Escola de Frankfurt, sobretudo Theodor W. Adorno e suas observações sobre as representações aversivas em relação aos professores, os chamados “tabus”. Para tal foram selecionadas três leituras deste autor: “Tabus a respeito do professor”; “Zur Psychologie des

Verhältnisses von Lehrer und Schüler” (“Sobre a psicologia do relacionamento entre

professores e alunos”), e todos os capítulos do livro: “Educação e Emancipação”. Posteriormente realizamos um estudo profundo sobre a história da educação através da leitura da “História da Pedagogia” de Cambi e do compêndio do autor Mario A. Manacorda “História da Educação – da Antiguidade aos nossos dias”, com enfoque no processo histórico formativo dos tabus, visto que é notável a presença de aversões e afetividades desde o primórdio da educação formal, ocupando ao longo da história vários espaços diferentes, com diferentes identidades e forças de expressão. Posteriormente trouxemos de Nietzsche o conceito histórico do ressentimento, visto que tal sentimento está constantemente presente nos tabus entre mestres e alunos, e nas aversões que derivam de tal relação. Tendo em conta a importância que esta pesquisa atribuiu às representações psíquicas, considerando que o processo de idealização do aluno em relação ao mestre mostrou-se uma constante na investigação dos tabus, foi necessário estabelecermos uma análise psicanalítico-freudiana de Superego, do Ideal de Ego e Consciência Moral. Por fim fizemos o levantamento e catalogação dos grupos virtuais que tinham como temática a relação de aversão e afetividade com os mestres, onde analisamos o conteúdo das postagens à luz do repertório teórico citado.

O que pode e o que impede a educação pública?

Cleiton Donizete Corrêa Tereza78

Palavras-chave: Educação; sociedade; trabalho; juventude; democracia.

Durante os anos de 2014 e 2015, desenvolvemos uma pesquisa na Escola Estadual Francisco Escobar, localizada no bairro Vila José Carlos, próximo ao centro da cidade, em Poços de Caldas-MG. Chegamos à Escola através de um projeto de pesquisa que teve início em 2011, sobre a greve dos professores poços-caldenses em 1979, e que resultou em uma dissertação em nível de mestrado. Trabalhando com o método regressivo-progressivo, formulado pelo filósofo francês Henry Lefebvre, a pesquisa de caráter interdisciplinar, envolveu esforço de entendimento dos conflitos e dificuldades presentes na educação pública, analisando a Escola a partir de uma perspectiva de organicidade das relações e do espaço. No percurso regressivo, a greve dos educadores de 1979 significou um movimento fundamental para a compreensão dos desafios contemporâneos, considerando-se o contexto de transformações políticas e econômicas, e a emergência de novos atores sociais. O estudo cuidadoso da greve, apoiado por expressiva documentação, envolvendo reportagens de jornal, boletins informativos,

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