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Francisco Xarão Gérson Pereira Filho (Orgs.)

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Academic year: 2021

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Francisco Xarão Gérson Pereira Filho (Orgs.)

(2)

CADERNO DE RESUMOS

16 a 21 de Novembro

Poços de Caldas – Minas Gerais, Brasil

Alfenas – Minas Gerais, Brasil

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal de Alfenas

Simpósio Internacional de Filosofia, Comunicação e Subjetividade: Luso-Brasileiro- Alemão (1. : 2016: Poços de Caldas, MG: Alfenas, MG).

SI612c Caderno de resumos do 1º Simpósio Internacional de Filosofia, Comunicação e

Subjetividade: Luso-Brasileiro-Alemão / Organizadores: Francisco Xarão; Gérson Pereira Filho. -- Alfenas/MG : UNIFAL-MG, 2016.

149 f. -

Acesso on line: http://simposiolubral.pucpcaldas.br/wp-content/uploads/2016/11/ Caderno de Resumos.pdf

Realização: PUCMinas - Campus Poços de Caldas, Unifal-MG, Sede Alfenas, UBI, Covilhã, Portugal.

Simpósio realizado nos dias 16, 17, 18 e 19 de novembro na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas e nos dias 17 e 21 de novembro na Universidade Federal de Alfenas, Sede Alfenas.

ISBN: 978-85-63473-20-2

1. Psicologia e filosofia. 2. Filosofia – Educação. 3. Comunicação – Filosofia. 4. Linguagem - Filosofia. I. Xarão, Francisco. II. Pereira Filho, Gérson. III. Título. CDD-100

Todos os textos constantes nos Anais do Lubral 2016 são de inteira responsabilidade de seus autores, inclusive a revisão ortográfica e gramatical.

Os trabalhos contidos nesta obra estão sob a licença Creative Commons.

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 3.0 Brasil (CC BY-NC-ND 3.0 BR)

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SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO E

SUBJETIVIDADE: LUSO-BRASILEIRO-ALEMÃO

16 a 21 de novembro de 2016

Comissão científica:

Prof. Dr. André Barata Nascimento (Universidade da Beira Interior – Portugal) Profa. Dra. Camila Alves Fior (Depto. de Psicologia – PUC Minas)

Prof. Dr. Gérson Pereira Filho (Depto. de Filosofia – PUC Minas)

Prof. Dr. João Carlos Correia (Universidade da Beira Interior – Portugal) Prof. Dr. Luis Antonio Groppo (ICHL – Unifal-MG)

Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria (ICHL – Unifal-MG) Prof. Dr. Paulo César de Oliveira (ICHL – Unifal-MG)

Profa. Dra. Soraya Guimarães Hoepfner (Berlim – Alemanha)

Prof. Dr. Udo Fritzke Junior (Coord. de Pós-Graduação e Pesquisa – PUC Minas)

Comissão organizadora:

Prof. M.Sc. Alexandre da Costa (Depto. de Ciências da Religião – PUC Minas) Prof. M.Sc. Davidson Sepini Gonçalves (Depto. de Psicologia – PUC Minas) Prof. Dr. Francisco Xarão (ICHL – Unifal-MG)

Prof. Dr. Gérson Pereira Filho (Depto. de Filosofia – PUC Minas)

Prof. M.Sc. Lívia Borges Pádua (Depto. de Comunicação Social – PUC Minas) Prof. M.Sc. Paulo Denisar Fraga (ICHL – Unifal-MG)

Prof. Dr. Ronny Francy Campos (Depto. de Psicologia – PUC Minas) Jornalista Thiago dos Santos Quinteiro (Esp. em Filosofia – TVPoços)

Arte e Técnica: Cefas Garcia Pereira (Graduação em Ciências da Computação – PUC Minas)

Editoração Caderno de Resumos: Profa. Dra. Elisa Zwick (ICSA – Unifal-MG)

Coordenação geral:

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Realização:

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, Campus Poços de Caldas

Curso de Especialização – Pós-Graduação em Filosofia Curso de Especialização – Pós-Graduação em Psicanálise Núcleo de Ciências Humanas/Departamento de Filosofia Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda Curso de Psicologia

Curso de Direito

Grupos de Pesquisa/PUC Minas/CNPq: Cultura, Memória, Sociedade; Filosofia, Religiosidade e suas Interfaces; Modos de Produção da Subjetividade

Universidade Federal de Alfenas – Unifal-MG

Grupo de Pesquisa/Unifal-MG/CNPq: Filosofia, História e Teoria Social Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL

Universidade da Beira Interior – UBI (Covilhã – Portugal)

LabCom.IFP – Comunicação, Filosofia e Humanidades Sociedade Portuguesa de Comunicação

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Apoio Institucional/Fomento:

Apoio logístico:

Secretaria de Relações Internacionais – PUC Minas Centro de Recursos Computacionais – CRC/PUC Minas Assessoria de Comunicação – PUC Minas

Secretaria da Pós-Graduação e Pesquisa – PUC Minas Divisão Financeira – PUC Minas

Setor de Infraestrutura – PUC Minas Labcom – PUC Minas

Gabinete do Reitor – Unifal-MG Pró-Reitoria de Extensão – Unifal-MG

Patrocínios:

Arte em Texto Ltda. – Poços de Caldas-MG Bar e Restaurante Peixe Frito – Alfenas-MG

Carvalho & Guerra Corretores de Seguros – Poços de Caldas-MG Companhia de Dança Gisa Carvalho – Poços de Caldas-MG

Conservatório Musical Antônio Ferrucio Viviani – Poços de Caldas-MG Fonte Platina Ind. Com. Ltda. – Águas da Prata-MG

Papelaria Pontinho Multi Serviços – Poços de Caldas-MG Restaurante do Ali – Alfenas-MG

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 11

PROGRAMAÇÃO SINTÉTICA ... 13

MESA 1 - Comunicação, Mídias e Linguagens: práticas e reflexões ... 17

“Fora Dilma” e “Fora Temer”: A mídia e a polarização política no contexto atual da sociedade brasileira... 18

A influência e o impacto da mídia nas crianças de 4 a 9 anos: a percepção dos pais .... 19

A cartografia do afeto: São Paulo e Arte Urbana ... 20

500 anos da Utopia de Thomas More na grande mídia brasileira ... 21

Cultura da autonomia e as redes sociais na consolidação da cidadania ... 22

A notícia como definidora do tempo – e o indivíduo em relação a isso... 25

A comunicação empresarial e a relação de dominação significada no consenso ... 27

“Sacudindo a memória” na internet: recontando histórias, resignificando memórias e aproximando gerações. ... 29

A literatura como processo de subjetivação: entre o sujeito periférico e o devir-periferia ... 32

A ciberliteratura e a formação de professores de letras ... 33

A construção social do negro ... 35

O conceito de comunicação presente/ausente em vilém flusser ... 36

Televisão: linguagem, imagem e comunicação no contexto da Indústria Cultural ... 37

Experimentações na escrita com o arquivo do Coletivo Cê ... 40

Jogando com teorias: games studies, e a semiótica com isso? ... 42

A convalescença da linguagem em Clarice Lispector ... 43

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MESA 2 - Filosofia e Psicologia: questões da subjetividade ... 45

Virtualidade e subjetividade contemporânea: contribuições da fenomenologia à luz de Heidegger... 46

A imagem entre representação e precessão ... 48

A concepção de justiça na Alegoria da Caverna de Platão: uma comparação das interpretações kelseana e heideggeriana. ... 50

Oliva Sabuco: análise da contribuição do seu pensamento para a psicossomática ... 53

Oficina de artes: território de existência ... 55

Subjetivação e temporalidade em Sartre ... 56

O desejo da futura profissão na perspectiva de crianças institucionalizadas: um estudo psicanalítico ... 57

Corpo, moradia e a produção de subjetividades na gestão do habitar: o Programa Minha Casa Minha Vida. ... 59

O existencial ‘ser-com’ em Ser e Tempo ... 62

A desconstrução da ideia objetiva de mente em Heidegger: O Dasein como espacialidade ... 63

Os limites da emancipação política em face da emancipação humana: uma (re) leitura da Questão Judaica de Karl Marx ... 65

Fernão Mendes Pinto, o peregrino à luz da singularidade em Félix Guattari ... 67

Mecanicismo materialista y psicología hobbessiana ... 69

A subjetividade autoritária: bases frankfurtianas para a análise social crítica ... 70

A sensação no ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos de Condillac ... 73

Novas subjetividades: a contribuição da Neurociência para as representações sociais da pessoa humana ... 74

A metonímia do desejo e o brinquedo como suporte significante: considerações sobre o brincar na clínica psicanalítica com crianças hospitalizadas ... 76

Da subjetividade a intersubjetividade: o giro da filosofia do sujeito para a pragmática linguística ... 78

Classes sociais, partido e Estado no Manifesto Comunista de Marx e Engels ... 80

Ressocialização sobre duas rodas: o trabalho do condenado como fator de ressocialização, agente de transformação carcerária e condição de dignidade humana. 82 A experiência de leitura no presídio de Poços de Caldas: como é ler no presídio? ... 84

Vem Cuidar! Promoção da saúde e a cidadania do idoso institucionalizado ... 86

Bullying na escola: a percepção de um grupo de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública em Poços de Caldas ... 88

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A natureza na tela do cinema 3D: uma análise das possibilidades e contradições do

filme Avatar a partir da Teoria Crítica ... 89

MESA 3 - Filosofia, Educação, Cultura, Ética e Sociedade ... 91

A educação emancipatória e a superação da barbárie em Adorno (1903-1969) ... 92

A reversão dialética da tecnologia digital e a emancipação da consciência no rap ... 93

Conhecer e aprender a viver: reflexões acerca do fazer filosófico ... 94

O silêncio que incomoda: uma reflexão sobre alunos de uma escola pública ... 95

A alegoria platônica do anel de Giges e as implicações do uso de câmeras de segurança no âmbito do direito e da moral. ... 96

Habilidades de pensamento na aula de Filosofia ... 98

Hiphopnagô: letramentos rítmicos e sonoros ... 99

Redes sociais, alunos e professores: a expressão virtual do ressentimento real ... 100

O que pode e o que impede a educação pública? ... 102

A ação social e a ampliação do conhecimento do mundo: relato de experiência de alunos/as universitários/as da PUC Minas, campus Poços de Caldas ... 104

Epistemologia multicultural e a questão do sujeito em Charles Taylor ... 105

O discurso da democracia racial: um mito operante no contexto socioeducacional brasileiro ... 108

Espiritualidade e interfaces: resultados de pesquisa realizada com universitários da PUC Minas, campus Poços de Caldas. ... 110

Liberdade religiosa e laicidade: reflexões pautadas nos resultados de pesquisa com universitários da PUC Minas, campus Poços de Caldas ... 111

A formação do orador ciceroniano: do domínio da linguagem à filosofia ... 112

Montaigne e a educação como “frequentação”: pensando a atividade pedagógica para além dos espaços tradicionais de comunicação do saber ... 114

Mito, ciência e esclarecimento: crítica do pressuposto epistêmico-metodológico do positivismo ... 115

Cultura e sublime em “sobre o sublime”, de Friedrich Schiller ... 118

A relação entre cultura e biologia na obra madura de Nietzsche ... 119

O aberto: conceitos heideggerianos recepcionados por Agamben no debate sobre o poder soberano. ... 120

Religião, política e secularização: dimensões de um problema ... 121

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A ação docente mediante o discurso da democracia racial: um estudo proeminente nas escolas públicas do município de Poços de Caldas ... 123 Projeto de extensão “Intergeracional Sacudindo a Memória”: uma estratégia de

aprendizagem na Universidade ... 126 Técnica e política: considerações sobre a ambiguidade da revolução técnica a partir de Spengler, Ortega y Gasset e Habermas. ... 129 Quem é a Polegarzinha? ... 130 A ideologia neoliberal como forma de linguagem neutra e seus impactos no sistema educacional público de Minas Gerais ... 132 Mouros x Cristãos: do conflito armado aos outros campos da batalha ... 133 Ramon Llull e o diálogo inter-religioso ... 134 Um debate sobre os rumos da cultura popular negra e o seu reconhecimento na era globalizada ... 137 Utilização de cotas na universidade... 138 Entre a Ciência e a Filosofia: notas sobre a análise de discurso francesa em sua

dimensão epistêmica ... 141 Publicidade como um dos aportes para o progresso da humanidade na história segundo Immanuel Kant ... 142 Fundamentos da bioética a partir de uma espiritualidade não religiosa ... 144

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APRESENTAÇÃO

Em relação dialética com as crescentes transformações tecnológicas, as contínuas mudanças nas formas de interação e comunicação humanas são impulsionadoras de redes sociais e novas mídias de massa, ensejando impactos decisivos e novas experiências, as quais exigem uma devida compreensão científica e crítica. Essa nova realidade mundial desafia a comunidade acadêmica a renovar suas interpretações, requerendo abordagens integradas, permanentemente subsidiadas pelo diálogo interdisciplinar.

Contribuem para este ambiente reflexivo áreas de investigação como a Filosofia, a Psicologia, a Comunicação, o Jornalismo, a Linguística, a Educação, a Arte, a Semiótica, ao lado de outras Ciências Humanas e Sociais. Enfoques direcionados a pesquisas no campo tecnológico, da informação e do comportamento muito têm a colaborar para uma visão mais abrangente desses fenômenos, trazendo reflexões e análises próprias, bem como inovadoras perspectivas teóricas e metodológicas.

Animado por este propósito é que surgiu a ideia do Simpósio Internacional de

Filosofia, Comunicação e Subjetividade (Lubral 2016). Ao integrar pesquisadores de

três diferentes países, quatro nacionalidades e diversas instituições, o simpósio priorizou a aproximação cultural e o compartilhamento de experiências sobre formas emergentes de interconexão, comunicação e relacionamento humanos, estudadas em diferentes campos de abordagem.

Colaboraram para a execução deste evento o Curso de Especialização em Filosofia oferecido desde 2010 pela PUC Minas - Campus Poços de Caldas, juntamente com outras atividades acadêmicas realizadas pelo Núcleo de Ciências Humanas desta mesma unidade e sua atuação nos vários cursos de graduação da PUC Minas. Também se envolveram de modo especial os cursos de Comunicação Social e de Psicologia da PUC Minas, além de três Grupos de Pesquisa da instituição, vinculados ao CNPq: Cultura, Memória e Sociedade; Filosofia, Religiosidade e suas Interfaces; Modos de Produção da Subjetividade. Do lado brasileiro destaca-se ainda a parceria e atuação do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Alfenas (ICHL/Unifal-MG), pelo Grupo de Pesquisa, vinculado ao CNPq, Filosofia, História e Teoria Social.

Do lado português, une-se a esta experiência o trabalho de ensino, pesquisa e produção acadêmica desenvolvido pelo Instituto de Filosofia Prática, hoje congregado no LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades, da Universidade da Beira Interior (UBI - Covilhã, Portugal), nas áreas de Filosofia, Comunicação e mídia, fenomenologia, Artes e Humanidades.

Ganha relevância para o evento o fato de que em 2016 completam-se quarenta anos da morte (1976) do filósofo alemão Martin Heidegger, um dos grandes expoentes da filosofia fenomenológica e da ontologia na contemporaneidade; oitenta anos (1936) da publicação de A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental (Die

Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie: ein Einleitung in die phänomenologische Philosophie), o livro clássico de Edmund Husserl;

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e também de A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (Das Kunstwerk im

Zeitalter seiner technischen Reproduzierbarkeit), de Walter Benjamin. Todas são obras

e autores fundamentais para o pensamento filosófico crítico, essenciais no enfrentamento dos desafios impostos pela modernidade nos âmbitos tanto científico quanto técnico.

Além de reunir pesquisadores e especialistas das universidades promotoras do Brasil e Portugal, o evento também contou com convidados internacionais oriundos da Alemanha e da Sérvia, estabelecendo um elo bastante diversificado de abordagens. Além das conferências e palestras, o Simpósio ofereceu aos participantes um minicurso sobre a relação entre o pensamento de Heidegger e a mídia. Os participantes, vindos de diferentes partes do Brasil, também trouxeram seus trabalhos, os quais foram apresentados em três mesas de comunicação, conforme as seguintes linhas temáticas:

1. Comunicação, Mídias e Linguagens: práticas e reflexões: Esta sessão procurou abrigar comunicações que abordaram temas relacionados ao campo da linguagem/Filosofia da Linguagem, semiótica e comunicações simbólicas, mídias e suas relações no contexto cultural, social, políticos, comportamental.

2. Filosofia e Psicologia: questões da subjetividade: Esta sessão procurou abrigar comunicações que abordaram temas relacionados aos campos de investigação na Psicologia, especialmente nas conexões com as teorias e métodos filosóficos, em torno do sujeito, do comportamento, da sociedade, tais como a fenomenologia, a psicanálise, as teorias humanistas etc.

3. Filosofia, Educação, Cultura e Sociedade: Esta sessão procurou abrigar comunicações que abordaram temas amplos na Filosofia, sobretudo aqueles que se voltam às questões da educação, da ética, da cultura, da sociedade, da política, no contexto contemporâneo.

O presente Caderno de resumos reúne todas as comunicações apresentadas nas mesas e que traduzem o espírito interdisciplinar do evento, que valorizou diferentes temáticas a partir de distintas áreas do conhecimento. Todas as atividades foram abertas ao público interessado em Filosofia e suas interfaces, estudantes de graduação e pós-graduação nas áreas afins, docentes, profissionais e pesquisadores.

Prof. Dr. Gerson Pereira Filho – PUC Minas - Campus Poços de Caldas Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria – Unifal-MG - Sede Alfenas Prof. Dr. João Carlos Ferreira Correia – UBI - Covilhã, Portugal

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PROGRAMAÇÃO SINTÉTICA

Quarta-Feira, 16/11 – Auditório 2 da PUC Minas – Poços de Caldas

MANHÃ

8:00h - 9:00h: Recepção e credenciamento

9:00h - 10:00h: Abertura do evento. Representantes institucionais (PUC Minas, Unifal-MG, UBI - Portugal e representação da Alemanha).

10:00h - 10:30h: Videoconferência: “Transformações pós-modernas e os impactos nas Humanidades e na Comunicação”. Prof. Dr. João Carlos Ferreira Correia (Universidade da Beira Interior - Portugal).

10:00h - 12:00h: Conferência: “Transformações pós-modernas das Humanidades e da Comunicação: da paideia ao interculturalismo”. Profa. Dra. Anabela Maria Gradim Alves (Universidade da Beira Interior - Portugal). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Gérson Pereira Filho (PUC Minas).

Almoço

TARDE

13:30h - 17:30h: Sessões de comunicações

NOITE

19:00h: Conferência: “Fenomenologia, Heidegger e a Filosofia oriental”. Prof. Dr. Antônio Florentino Neto (Unicamp). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Ronny Francy Campos (PUC Minas).

21:30h: Lançamento de livros:

Antônio Florentino Neto e Oswaldo Giacoia Jr. (Orgs.), Heidegger e o pensamento

oriental (Campinas: Phi).

Antônio Florentino Neto, Escritos de Leibniz sobre a China (Campinas: Phi).

Maria José Viana Marinho de Mattos, Camila Alves Fior, Gérson Pereira Filho (Orgs.),

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Quinta-Feira, 17/11 – Auditório 2 da PUC Minas – Poços de Caldas

MANHÃ

8:00h: Reabertura das atividades. Mesa: “A cultura midiática contemporânea e seus impactos”. Prof. Dr. Júlio Pinto (PUC Minas); Prof. Dr. Lucas Cid Gigante (Unifal-MG). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Conrado Moreira Mendes (PUC Minas).

Intervalo

10:30h - 12:00h: Conferência: “Sensação e fetiche na cultura da imagem”. Prof. Dr. Flademir Roberto Williges (IFRS). Coordenador da mesa: Prof. M.Sc. Paulo Denisar Fraga (Unifal-MG).

Almoço

TARDE

13:00h - 18:00h: Minicurso: “Introdução à Filosofia de Heidegger para os estudos da mídia”. Jornalista e Profa. Dra. Soraya Guimarães Hoepfner (Berlim - Alemanha).

NOITE

19:00h: Conferência: “Filosofia e Comunicação: subjetividade e sociedade”. Prof. Dr. Miroslav Milovic (UnB). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria (Unifal-MG).

19:30h - 21:00h: Mesa simultânea – Auditório Dr. João Leão de Faria – Unifal-MG - Sede Alfenas. “Filosofia, mídia, cultura e comunicação”. Prof. Dr. André Barata Nascimento (Universidade da Beira Interior – Portugal); Prof. Dr. Flademir Roberto Williges (IFRS). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Francisco Xarão (Unifal-MG).

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Sexta-Feira – 18/11 – Auditório 2 da PUC Minas – Poços de Caldas

MANHÃ

8:00h: Reabertura dos trabalhos. Mesa: “Realidade social, cultura e ideologia”. Cineasta Frederico Furtado; Prof. Dr. André Luiz Sena Mariano (Unifal-MG). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Sibélius Cefas Pereira (PUC Minas).

Intervalo

10:30h - 12:00h: Conferência: “As três antinomias da democracia e o problema da comunicação”. Prof. Dr. André Barata Nascimento (Universidade da Beira Interior – Portugal). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Adriano Pereira Santos (Unifal-MG).

Almoço

TARDE

13:30h - 17:30h: Sessões de Comunicações

17:30h - 18:30h: Reunião científico-institucional do evento (Comissão Organizadora, Comissão Científica, representantes institucionais e convidados externos) – Local: PUC Minas - Poços de Caldas, Prédio 2, Andar térreo, sala 10.

NOITE

19:00h: Apresentação cultural: “A dança dos Orixás” – Cia. de Dança Gisa Carvalho. 20:00h: Conferência: “A Filosofia depois de Heidegger”. Prof. Dr. Peter Trawny (Universidade de Wuppertal – Alemanha). Tradução: Jornalista e Profa. Dra. Soraya Guimarães Hoepfner. Coordenador da mesa: Prof. Dr. Gérson Pereira Filho – PUC Minas.

Divulgação dos livros do autor: Adyton: a Filosofia esotérica de Heidegger; Heidegger

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Sábado, 19/11 – Auditório 2 da PUC Minas – Poços de Caldas

MANHÃ

9:00h: Conferência: “Filosofia da sensação”. Prof. Dr. Christoph Türcke (Escola Superior de Artes Gráficas e Livreiras de Leipzig e Universidade de Leipzig - Alemanha). Coordenador da mesa: Prof. Dr. Francisco Xarão (Unifal-MG).

Divulgação do livro do autor Sociedade excitada: Filosofia da sensação (Campinas: Ed. Unicamp) e lançamento de Hiperativos! Abaixo a cultura do déficit de atenção (Rio de Janeiro: Paz e Terra).

11:00h: Apresentação Musical – Conservatório Musical Antônio Ferrucio Viviani. 12:00h: Encerramento.

Almoço de confraternização – por adesão.

Segunda-Feira, 21/11 – Auditório Dr. João Leão de Faria da Unifal-MG - Sede Alfenas

NOITE

19:30h - 21:00h: Conferências Humanísticas II: “Filosofia da sensação”. Prof. Dr. Christoph Türcke (Escola Superior de Artes Gráficas e Livreiras de Leipzig e Universidade de Leipzig - Alemanha). Coordenador da mesa: Prof. M.Sc. Paulo Denisar Fraga (Unifal-MG).

Auditório Dr. João Leão de Faria da Unifal-MG – Para esta conferência houve inscrição complementar (gratuita) no site da Unifal-MG.

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MESA 1

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“Fora Dilma” e “Fora Temer”: A mídia e a polarização política no contexto atual da sociedade brasileira

Beatriz Silva Curti1 Caroline Salvi Brandão2 Ana Maria Brochado de Mendonca Chaves3

Palavras-chave: mídia; contexto político; sociedade brasileira.

Diante do atual cenário político brasileiro, tornou-se possível observar um processo polarização da sociedade decorrente de um acentuado antagonismo ideológico. Nota-se ainda que tal processo torna-se mais evidente com a crescente participação da população na esfera pública. Entretanto deve-se salientar que na maioria das vezes tal envolvimento não ultrapassa o âmbito da emissão de opiniões, as quais notadamente se revestem de caráter hostil e maniqueísta e acontecem predominantemente por meio das redes sociais. Este engajamento dos indivíduos pode encontrar justificativa na disseminação da informação por intermédio da mídia hegemônica Percebe-se que os grupos discordantes criam identidades com determinadas expressões, as quais são legitimadas e difundidas por meio da comunicação em massa. Pretende-se observar a relação entre o fenômeno da polarização e as notícias selecionadas, neste sentido almeja-se encontrar indícios da parcialidade das reportagens que apresentaram os termos “Fora Dilma” e “Fora Temer”, presentes em três dos maiores sites de notícia brasileiros (UOL, G1 e Terra), no período de um ano que antecede ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para a realização da pesquisa, utilizou-se a ferramenta de busca avançada do Google, com os filtros de data e ocorrência apenas no título. Como resultado parcial, obteve-se o número de 48 notícias com o termo “Fora Temer” e 6 com os dizeres “Fora Dilma”. Diante dos dados apresentados será feita uma análise de conteúdo a partir da hipótese da existência de um paradoxo entre os acontecimentos políticos e os fatos noticiados.

1 Bibliotecária na PUC Minas com MBA em Gestão Avançada de Pessoas. E-mail: biacurti@gmail.com. 2 Estudante de Graduação 7º semestre do Curso de Direito. E-mail: carols_brandao@hotmail.com. 3 Professora da PUC Minas e Mestre em Educação USP. E-mail: ambmchaves@uol.com.br.

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A influência e o impacto da mídia nas crianças de 4 a 9 anos: a percepção dos pais

Alessa Marynara Silva4

Palavras-chave: Publicidade infantil; mídia; crianças; influência; pais e educadores.

Trata-se de um estudo sobre “A Influência e o Impacto de Mídia nas Crianças de 4 a 9 anos: a percepção dos pais”, cujo objetivo é analisar a percepção dos pais em relação à influência e o impacto da mídia nas crianças de 4 a 9 anos, e seus comportamentos como possíveis reflexos consequentes dos conteúdos midiáticos aos quais eles têm acesso. A partir do objetivo geral, foram elaborados os específicos: contextualizar a mídia e suas abordagens; entender a influência da mídia nessa faixa etária e posteriormente com uma compreensão da mídia formadora de padrões e estereótipos culturais. A tecnologia avançou muito, então vivemos um momento no qual a maior parte da população tem ao alcance de suas mãos algum veículo de comunicação, o tempo todo, propiciando uma influência muito grande desse conteúdo e dessas mensagens na vida das pessoas. A partir da revisão da literatura, percebe-se que as crianças não são capazes de discernir o propósito dos meios de comunicação social e distinguir as informações da programação televisiva que podem mudar seu modo de pensar, agir e se relacionar com o mundo. O desenvolvimento desse estudo procura entender as formas de influência midiática, mostrando como se dá a relação entre os meios de comunicação e os receptores dessa faixa etária. Na sequência, foram aplicados questionários a um grupo de vinte pais no sentido de verificar se há influência da mídia na formação ou no desenvolvimento das crianças. Após a coleta e organização dos dados, percebe-se que há compreensão dos pais confirmando a influência da mídia tanto em relação às questões do consumismo, padrões de beleza quanto nos estereótipos e estratégias de marketing que afetam crianças. Destaca-se com esse estudo, a educação como um recurso ao consumo consciente, despertando sempre os educandos à criticidade, e também os pais e toda a sociedade como mediadores do processo do desenvolvimento infantil, atentos aos conteúdos dos veículos de comunicação.

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A cartografia do afeto: São Paulo e Arte Urbana

Camila Geracelly Xavier Rodrigues dos Santos5

Palavras-chave: São Paulo; Arte Urbana; lugar; afeto; comunicação; cartografia.

A pesquisa investiga a arte urbana e sua intervenção no processo de comunicação da cidade. Partindo desse objetivo, a pesquisa analisa o conceito de Arte Urbana, suas origens, evoluções e sua possível revisão ou desconstrução, tento como objeto de estudo a Cidade de São Paulo. Investiga-se as características comunicativas da arte urbana e suas possibilidades de intervenção. Nesse sentido e como decorrência, objetiva-se traçar uma cartografia afetiva da cidade. Através de apropriações estéticas e estésicas da cidade, considera-se como hipótese que a arte pode adicionar dimensões sensíveis aos espaços transformando-os em lugares de afeto, modificando o ambiente urbano e tornando o uso público e privado da cidade um ser mutante hibrido. Modificam-se os fluxos comunicacionais entre a cidade e seus usuários e se reconfiguram visibilidades descobrindo o que estava invisível à percepção. Adotando a estratégia metodológica da deriva proposta por Guy Debord, observa-se e analisa-se a cidade como um corpo vivo permeado de horizontes sensíveis que permitem apreender órgãos e artérias da cidade, ao mesmo tempo em que traçam redes ou raízes de significações. Para tanto, devemos entender a arte urbana como a arte desprovida de aura, desconstruindo seus estereótipos para a construção de um conceito que amplie as suas possibilidades. O projeto apresentado não trabalha uma teoria aplicada, mas fluindo entre teorias, resgata-se conceitos que possibilitam a ampliação do conhecimento sobre a cidade e a arte que conserva. A proposta é criar um fluxo teórico entre vários autores a fim de criar uma cartografia do afeto da cidade de São Paulo tendo como objeto sua arte urbana. A pesquisa flui entre as teorias propostas por pesquisadores que investigam a arte, a cidade e a comunicação, como David Harvey, SaskiaSassen, Richard Sennett, Milton Santos, Walter Benjamim, Lucrécia Ferrara, DidHuberman, Augustin Berque, Hans Belting, Jacques Rancière, Pierre Bourdieu, Siegfried Zielinski, AbyWarburg, Guy Debord,

Gilbert Simondon, Merleau-Ponty, Paul Valéry, Algirdas Greimas, Carlo Giulio Argan e Ernest Gombrich.

5 Doutoranda em Comunicação e Semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Mestra em Teoria e Crítica de Arte pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto – PT. E-mail: camila.geracelly@gmail.com.

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500 anos da Utopia de Thomas More na grande mídia brasileira

Gleyton Trindade6

Palavras-chave: Utopia; mídia; liberalismo; republicanismo.

O ano de 2016 marcou a celebração dos 500 anos de publicação da Utopia de Thomas More, obra de reconhecida importância e impacto na própria conformação da literatura filosófica e política no mundo ocidental. Por isto mesmo, eventos comemorativos à data ocorreram em várias universidades ao redor do mundo, especialmente no mundo anglo saxão. No caso do Brasil, grandes meios de mídia promoveram debates sobre a importância e atualidade da obra clássica de Thomas More buscando repensar seu lugar no mundo contemporâneo. Chama a atenção o fato de que tais eventos patrocinados pelos grandes órgãos de mídia do país terminaram por adotar um discurso bastante crítico em relação a Utopia, denunciando seus pretensos fundamentos “totalitários” e sua suposta defesa de uma sociedade do “controle total”. Neste trabalho, pretendemos identificar as raízes liberais e mesmo libertárias de tal leitura da Utopia, centradas na acusação do “perfeccionismo” e no “anti-historicismo” supostamente presentes na Utopia. Do nosso ponto de vista, tal leitura liberal de More não faria jus aos grandes dilemas políticos enfrentados por sua obra apontados pelas leituras republicanas mais contemporâneas. Desse ponto de vista, os eventos realizados pela mídia brasileira revelariam muito mais sobre as matrizes ideológicas profundamente liberais e avessas à vida pública a partir das quais os profissionais de mídia se informam no Brasil do que propriamente sobre a clássica obra que completa seus cinco séculos neste ano.

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Cultura da autonomia e as redes sociais na consolidação da cidadania

Maria Fabiana Lansac7

Palavras-chave: Mídias Sociais; cultura democrática; espaço de autonomia; política

pública; coesão social.

Políticas públicas de incentivo à cultura e sua relação com as expressões individuais que são estabelecidas através de conexões por meio de mídias sociais serão analisadas com base em eventos culturais que incentivam o uso de espaços públicos e colaboram para consolidar a cultura da autonomia no Brasil. Esta relação é apresentada através de aspectos encontrados no processo de consolidação e desdobramento da Virada Cultural executada pelo Governo do Estado de São Paulo desde 2005 e pelas grandes manifestações de ordem política ocorridas a partir do Movimento Passe Livre – MPL em 2013, considerando o uso tecnológico como fator inerente a transformação de espaços públicos em espaços de autonomia dentro de contexto político e cultural. A base teórica do artigo será fundamentada no pensamento de dois autores principais: Manuel Castells e Isaura Botelho. O primeiro autor trata da conceituação da “Cultura da Autonomia” (CASTELLS; 2013) com ênfase para a politização das redes sociais e também no advento da popularização do acesso rede informacional que o autor denomina de “Galáxia de Internet” (CASTELLS; 2003). A autora fundamenta aspetos da cultura democrática em contraponto à democratização da cultura, seja em sua dimensão antropológica ou erudita, apresentando considerações relevantes sobre aspectos da implementação de políticas públicas culturais e sobre a influência dos atores políticos, sociais e econômicos que estão envolvidos neste processo (BOTELHO; 2001). Complementando o embasamento teórico serão considerados artigos que tratam da dispersão irregular de áreas públicas decorrente do fenômeno de metropolização no Brasil e como isto colabora para a acentuação da desigualdade social (BENFATTI, et al; 2010) sendo que este mesmo fenômeno também foi observado em diversos países da América Latina trazendo com grandes impactos negativos para a população (KAZTMAN e RIBEIRO; 2008). Para embasamento do texto proposto serão utilizados dados quantitativos e análises publicadas por órgãos governamentais e institutos de pesquisa sobre as políticas públicas culturais e sobre as manifestações populares ocorridas desde 2001 quando teve início a implementação da Virada Cultural na cidade de São Paulo (OLIVEIRA; 2009) até as manifestações populares de natureza política

7 Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Urbanismo – PUC-Campinas; Mestre em Urbanismo do Programa de Pós Graduação em Urbanismo – PUC-Campinas; Professor PucPCaldas, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. E-mail: bialansac@gmail.com.

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recentemente e que abrangeram todo o território nacional (CASTELLS; 2013). Entendendo que os valores culturais e os canais participativos favorecem que se estabeleça uma coesão social que corrobora com o fortalecimento do sentimento de pertencimento de um indivíduo em um grupo social ou em uma comunidade. Na sociedade contemporânea, cada vez mais dependente da tecnologia de informação e comunicação, observa-se um fenômeno que trata da manifestação de valores individuais que são expostos em mídias sociais e nestas o indivíduo encontra com maior facilidade outros indivíduos que compactuam os mesmos valores, embora estes indivíduos estejam dispersos no meio físico, suas convicções se fortalecem no meio virtual. Quando estes valores individuais se tornam consensuais, configuram comunidades ou grupos. Com o crescimento destas comunidades em número de integrantes e também pelo fortalecimento do consenso conceitual, estes valores fundamentais passam a ter uma dimensão política, fazendo com que destas ideias transponham as fronteiras tecnológicas e sejam manifestadas de forma física. Esta transposição pode ser observada pela apropriação de espaços públicos pela população como uma forma tradicional de consolidação do pensamento cidadão em ação social e política. Neste ponto se observa a consolidação da cultura da autonomia, pertencente a dimensão teórica, porém, através da apropriação de espaços públicos ou de uso coletivo, de dimensão física, estas as áreas utilizadas pela população de forma coletiva e orquestrada, passam a ser consideradas como espaços de autonomia, legitimando ou buscando a legitimação do pensamento consensual. Este fenômeno contemporâneo da cultura da autonomia, aliado às práticas democráticas de incentivo à coesão social e mais inclusivas no âmbito da cidadania e do respeito aos fundamentos culturais do indivíduo, serão analisados com maior profundidade pelo artigo apresentado, baseado na ampliação do acesso e disseminação de novas tecnologias de informação e de comunicação como instrumento facilitador das manifestações populares que colaboram com o fortalecimento do sentimento de pertencimento do indivíduo em comunidade e também sua cidadania. Referências Bibliográficas: BENFATTI, D.M., QUEIROGA, E.F., SILVA, J.M. Transformações da

Metrópole Contemporânea: Novas Dinâmicas Espaciais, Esfera da Vida Pública e Sistema de Espaços Livres. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. V12,

n.2, pp.29-43, maio 2009. BOTELHHO, I. As dimensões da cultura e o lugar das

políticas públicas. São Paulo em Perspectiva, 15(2) 2001, pp. 73-83. Disponível em:

www.scielo.br/pdf/ssp/v15n2/8580.pdf. Acesso em 05/09/2016. CASTELLS, M. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 2003. CASTELLS, M. Redes de Indignação e Esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. KAZTMAN, R., RIBEIRO, L.C.Q. Metrópoles e sociabilidade: os impactos das transformações socioterritoriais das grandes cidades na coesão social dos países da América Latina. Rio de Janeiro:

Cadernos Metrópole 20 pp.241-261, 2ºSem. 2008. Disponível em:

file:///C:/Users/Usuario/Documents/Doutorado/ARTIGOS%20FAB/Referencia/8706-21150-1-SM.pdf Acesso em 10/10/2016. OLIVEIRA. M.C.V. Culturas, públicos, processos de aprendizado: possibilidades e lógicas plurais. Políticas Culturais em

Revista, 2(2), pp.122-136, 2009. Disponível em:

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publicos,%20processos%20de%20aprendizado%20-%20possibilidades%20e%20logicas%20plurais%20-%20MCVO.pdf. Acesso em: 10/10/2016.

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A notícia como definidora do tempo – e o indivíduo em relação a isso

Marcos Beck Bohn8

Palavras-chave: Notícia; televisão; tempo; memória; autonomia.

Esta pesquisa examina o grau de interferência da notícia audiovisual na percepção humana da passagem do tempo. Em um ambiente onde os organismos midiáticos definem suas próprias escalas temporais, novas relações temporais podem se estabelecer entre o telespectador e as notícias consumidas. Bastante mutáveis e eventualmente nada similares entre si, tais intervalos de tempo delimitados externamente interagem com a linha do tempo interna do sujeito. Assim, o presente trabalho busca empreender uma reflexão interdisciplinar sobre (i) o modo de delimitação e consolidação do tempo pela notícia, (ii) o modo como oscila – avança e recua, acelera e atrasa – o tempo da notícia, e, por fim, (iii) sobre uma eventual descontinuidade entre o tempo da notícia e o tempo subjetivo do indivíduo. Como base teórica, parte-se da filosofia de Henry Bergson e de sua descrição do modo humano de organização da recordação e da memória: através de paradas virtuais no tempo passado. Compreendemos e apreendemos o tempo através de uma representação linear, sendo nossas lembranças constituídas por registros fixos no tempo unidimensional e anterior de nossa memória. As definições de tempo e memória, por sua vez, são desenvolvidas a partir de uma perspectiva geral e sistêmica, portanto, ontológica – notadamente, a de Mario Bunge. Assim, a memória é vista como fundamental para a manutenção da autonomia do indivíduo. Já o conceito de tempo é considerado a partir da percepção humana primordial que o sustenta e cria, aquela de

antes de e depois de algum evento (conforme Kenneth G. Denbigh). O tempo, aqui, é o

tempo irreversível da fenomenologia (conforme Ilya Prigogine e Isabelle Stengers). Quanto aos eventos, podem vir a ser retratados pelas notícias, constituindo assim um novo evento, desta vez audiovisual, em que uma representação de fatos é elaborada sobre uma representação do tempo, continuamente recriando e reforçando a lógica humana linear de retrospecção. Considera-se, entretanto, que a intensidade do fluxo noticioso possa estar além da capacidade de processamento interna do indivíduo, gerando até mesmo um descompasso em nosso processo perceptivo. A investigação analisa a íntegra de um telejornal, especificamente no que tange aos intervalos de tempo estabelecidos em cada notícia separadamente. Até o presente momento, tal análise

8 Jornalista, Master of Arts em Transnational Communications and Global Media pelo Goldsmiths College da Universidade de Londres, Mestre e Doutorando em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. E-mail: marcosbohn@hotmail.com.

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indica ser possível tomar como procedente a hipótese de que o fluxo noticioso contemporâneo, ao interagir com as paradas virtuais da recordação subjetiva do indivíduo, pode alterar sua memória, interferindo em sua autonomia.

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A comunicação empresarial e a relação de dominação significada no consenso

Maria Isabel Braga Souza9

Palavras-chave: Comunicação empresarial; estratégias de comunicação; sujeito;

análise de discurso.

Buscamos apontar alguns efeitos de sentido que atravessam as relações entre sujeitos e instituições, refletindo o modo como os materiais de comunicação empresarial se constituem enquanto interlocução da empresa com seu público, organizando os sentidos que estão em circulação, instituindo relações e padrões em espaços discursivos específicos para que essas formulações possam se significar, produzindo consenso e evitando conflitos. Esse efeito de coerência no discurso é uma forma de poder, já que o político também se faz presente na relação entre o que é dito e os sentidos que se farão compreender. Trazendo essa reflexão para os discursos empresariais, podemos entender os mecanismos de funcionamento desses enunciados que materializam o posicionamento da empresa e outras posturas que podem ser consideradas mecanismos de regulação. Ancoramos este trabalho na Análise de Discurso de linha francesa, fundamentado, principalmente, nos estudos de Michel Pêcheux e Eni Orlandi. Nos discursos das empresas vemos representada a atual conjuntura do capitalismo manipulatório, que busca moldar o trabalhador para que ele, inserido neste sistema, dê resultados que corroborem com o que dele é esperado enquanto força de trabalho. A busca pelo controle de atitudes e comportamentos pelas empresas é representada nos discursos com sentidos de valores e expectativas, de crescimento profissional, de ação e reação, causa e consequência, uma estratégia que faz com que essas delimitações se tornem evidentes para o trabalhador que está atravessado pela memória de que o bom funcionário faz carreira, é dedicado, que agindo assim ele (se) significa na sociedade de maneira ímpar e atinge seus objetivos pessoais e profissionais. O modo como a empresa denomina seu trabalhador, para não dizer, ou dizer, funcionário, colaborador ou outra denominação, remete a uma classificação desta mão-de-obra como parte integrante da empresa e transferir para ela suas obrigações enquanto força de trabalho produtiva, responsável pelos resultados da organização, pelos seus próprios resultados enquanto mão-de-obra, e resultados da vida pessoal, o ser humano, que tem suas outras especificidades também influenciadas pelo trabalho. Na contemporaneidade, as empresas buscam materializar os seus valores que devem ser interpretados e seguidos

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Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí. E-mail: isabelsouza.jornalista@gmail.com.

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por aqueles que compõem a sua força de trabalho, fazendo com que estes sujeitos, em sua posição sujeito trabalhador, multipliquem estes ideais de gestão corporativa. Para análise do discurso empresarial selecionamos recortes de alguns dos textos produzidos pela multinacional Alcoa Alumínio S/A. A empresa está presente em mais de trinta países e possui cerca de 60 mil funcionários. No Brasil se instalou em 1965, possui escritórios, unidades de exploração e empreendimentos em nove diferentes Estados, atuando na produção do metal, desde a extração da bauxita até sua transformação em diversos produtos. Um primeiro aspecto a se destacar nos materiais de comunicação, é que a empresa nomeia seus funcionários, independentemente da posição hierárquica que ocupam, como “Alcoanos”. Analisando o uso dessa regularidade nos textos produzidos para o público interno e externo da empresa, percebemos que há um esforço para nivelar os trabalhadores, de modo que todos os vinculados a mesma empresa tenham atitudes, repliquem posturas e posições ideológicas, como espelhos da organização. Criando a categoria “Alcoanos”, a empresa busca a padronização e quem não se inscreve nesta posição estará fora da parcela dos que, pelo imaginário, entendem ser iguais perante à organização. O termo pode ainda ser compreendido como um nome próprio, uma identificação, com a grafia da primeira letra maiúscula, assim como acontece na grafia dos nomes em nossa sociedade. Os “Alcoanos” se conhecem, têm ideologia própria e se inscrevem na mesma posição. Os “Alcoanos” têm competência para disseminar a postura da empresa entre eles próprios, é o poder que, como água, inunda os funcionários, para que corroborem com um propósito. Ao se depararem com a nomenclatura “Alcoanos” os funcionários silenciam o “eu”, o indivíduo se oculta para se inscrever nestes enunciados mercadológicos. Esse silenciamento, ocasionado pelo consenso e domínio, faz com que os indivíduos/funcionários se nivelem ao padrão da empresa, às suas ideologias, se assujeitando à formação discursiva do capital. No discurso da Alcoa quem está inserido neste ambiente consensual é competente por agir dessa maneira e não de outra, inscrevendo os funcionários em uma visão de dentro para fora, um imaginário onde eles são diferentes, quando comparados a outros trabalhadores, de outras empresas. Esse imaginário é reflexo de como a multinacional se significa, evidenciando que quem não cumpre o que está estabelecido é desqualificado. Nossa formação social nos remete ao capital e a denominação “Alcoanos” produz um efeito de verdade, dá existência a algo inexistente: o coletivo da empresa inventado, o “nós” Alcoa. O termo “Alcoano” legitima a multinacional, produzindo um imaginário do bom lugar para se trabalhar, da boa empresa, dos bons produtos para se consumir, de uma instituição parceira da sociedade, preocupada com o social e o ambiental. É o poder justificado, atravessado pelos parâmetros capitalistas que fortemente estão nos textos da atualidade e são incorporados à empresa de modo que os diferentes públicos - interno e externo - também se signifiquem neste discurso, mesmo que não se deem conta disso.

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“Sacudindo a memória” na internet: recontando histórias, resignificando memórias e aproximando gerações.

Kátia Maria Pacheco Saraiva10

Palavras-chaves: Internet; histórias; resignificação; memórias; gerações.

A globalização vem provocando mudanças profundas nos parâmetros da condição humana. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro a Globalização- as consequências humanas (1999) vivemos em uma época de liquidez e de fragilidade dos vínculos afetivos em consequência do aumento do individualismo e do enfraquecimento de atitudes solidárias. Por outro lado, é a globalização que também nos permite um maior contato com diferentes formas de cultura, permitindo que troquemos experiências, ora sendo influenciados, ora influenciando novos comportamentos. A convivência humana na sociedade atual nos propõe constantes desafios e nos convoca a inventar ou (re)inventar convívios intersubjetivos e intergeracionais. O nosso primeiro grande desafio é o de voltarmos o olhar não só para nossa própria identidade, mas principalmente para a construção das identidades das outras pessoas ou grupos com os quais estabelecemos relações. E são justamente a busca pela (re)invenção de convívios e a possibilidade de (re)encontros significativos e criativos – valorizando as experiências pessoais, mediadas e realizadas como um objeto de estudo de um Projeto de Extensão Universitária – que impulsionam o presente trabalho. Assim, emerge a proposta de um projeto de extensão universitária denominado: Projeto Intergeracional “Sacudindo a Memória”: recontando histórias, resignificando memórias e aproximando gerações, que visa promover a sensibilização, a conscientização, a desconstrução de estereótipos e a compreensão mais equilibrada acerca do processo de envelhecimento. Tudo por meio da valorização das memórias autobiográficas contadas pelos idosos anônimos e invisíveis, que representam a “memória viva da cidade”. Trata-se de um projeto cujo caráter é eminentemente sociocultural, educativo, comunicativo e interdisciplinar, pois busca fortalecer e consolidar a interdisciplinaridade entre os cursos de Psicologia e de Publicidade e Propaganda. Os objetivos do projeto são: a) implementar práticas que promovam a aproximação intergeracional, pois essas propiciam uma maior sensibilização, conscientização e a quebra de estereótipos, tanto do processo de envelhecimento, quanto da importante função social do idoso como guardião da

10 Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUC Minas. Psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-RJ. Especialista em capacitação de profissionais de trabalho Intergeracional pela Universidade de Granada- Espanha. E-mail: katiasaraiva2011@gmail.com.

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memória da cidade; b) a elaboração de um documentário em mídia digital – dentro de uma linguagem mais adequada e um formato mais contemporâneo sobre as memórias autobiográficas narradas pelos idosos da cidade – que leve os jovens a resgatar as tradições e a conhecer e refletir sobre a identidade cultural local, podendo-se constituir um acervo de memórias das pessoas a ser disponibilizado na web. c) promover o bem estar físico-mental e a qualidade de vida de todos os envolvidos. O Público alvo do projeto são pessoas idosas com mais de 60 anos, de ambos os sexos, de diferentes classes sociais que refletem a identidade sociocultural do município de Poços de Caldas. Quanto aos beneficiários diretos, estes são 15 idosos e 10 jovens universitários de ambos os cursos Psicologia e Publicidade e Propaganda; soma-se a esse quantitativo um grande número de beneficiários indiretos, que são mais de 400 alunos dos cursos de Psicologia e Publicidade e Propaganda, com grande potencial de ampliação desse quantitativo, visto que há de se considerar as famílias dos idosos envolvidos e o imensurável número de acessos possíveis do referido documentário na rede mundial de computadores (mídias sociais como o “facebook” e o “youtube”). Quanto as etapas do projeto, pode-se dividir em cinco momentos: 1º: Preparação técnica dos estudantes por meio de diversas oficinas; 2º: Coleta de histórias/informações com os idosos locais (método da história de vida) e pesquisa nos livros/arquivos que relatam a memória da cidade; 3º: A preparação do documentário por meio de reuniões semanais conjuntas entre os alunos para construção do roteiro, edição das imagens, confecção da identidade visual do projeto e elaboração de todos os materiais que serão disponibilizados na web; 4º: Eventos de exibição do documentário no Centro Cultural da Cidade aberto ao público e outro na Universidade para os discentes de ambos os cursos envolvidos. 5º: O encerramento com a avaliação e a reflexão sobre os resultados, com participação de alunos e idosos. Para coleta de dados, utilizou-se a observação participante, o método de história de vida e foram feitos registros dos relatos de todos os encontros tanto em diário de campo, quanto fotográficos. Além disso, ao final do projeto, será aplicado um pequeno questionário com o objetivo de buscar os significados da experiência como um todo, tanto para os idosos, quanto para os discentes. Trata-se de um projeto que ainda está em andamento, mas caminhando para as etapas finais; ou seja, etapa de montagem do documentário, postagens de teasers na Web e preparação para o evento de lançamento/exibição do mesmo, que ocorrerá em novembro de 2016. Em relação aos resultados, já se pode perceber, por meio da observação participante e dos relatos colhidos dos próprios atores envolvidos (alunos e idosos) que todos apontam ser uma experiência muito significativa e enriquecedora, que tem proporcionado bons encontros, plenos em potencializar a disposição de agir, a reflexão e o poder criativo de seus participantes. Assim, pode-se perceber que o projeto vem oferecendo a possibilidade de articulação entre as práticas psicológicas, que promovem tanto o bem estar e a interação entre as diferentes faixas etárias, quanto o desenvolvimento sociocultural de idosos e de jovens através de um processo de educação recíproca. Deste modo, pode-se pensar que esse tipo de prática ajuda a criar condições para o desenvolvimento de futuros

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profissionais mais sensíveis às questões do envelhecimento e, também, contribui para uma evolução humana e social mais ampla, no sentido de usufruir da cultura existente e ajudar a criar uma nova; principalmente com a utilização de um dos recursos comunicacionais mais importantes da contemporaneidade – a internet – entendendo-se que o mundo virtual não está apartado da vida e pode ser compreendido como área de interlocução possível em que experiências podem ser recontadas, armazenadas, compartilhadas e resignificadas. Além disso, o projeto pretende sensibilizar a comunidade em geral para a riqueza sociocultural, o patrimônio imaterial da cidade e o valor da troca de experiências entre gerações.

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A literatura como processo de subjetivação: entre o sujeito periférico e o devir-periferia

Jailton Farias da Silva11

Palavras-chave: Sujeito periférico; subjetivação; devir-periferia.

Diante da emergência de intensa produção literária que surge nos grandes centros urbanos brasileiros, a partir dos anos 2000 e se exprime em saraus e publicações de diversas editoras sob os qualificativos de "marginal" e "periférica", procuramos pensar nas implicações políticas das enunciações produzidas a partir desse fenômeno. Objetivamos refletir sobre o deslocamento que a emergência desse fenômeno literário provoca no enunciado periferia e a subjetivação a ele atrelada: o sujeito periférico. Entendemos, seguindo Deleuze e Guatarri, que o sujeito é produzido a partir de arranjos entre os agenciamentos em conexão, podendo se abrir pra novas conexões (processo de dessubjetivação) ou se fechar em "identidades" mais ou menos fixas (processo de sujeição). Nesse sentido, pretendemos, nessa comunicação, apresentar a ambivalência que identificamos nos agenciamentos coletivos de enunciação da literatura marginal periférica, na medida em que esses agenciamentos rompem com uma maquinação produtora de periferias (como territorialidades composta pelo signo da ausência) potencializando um devir-periferia (como processo de desterritorialização que faz fugir os enquadramentos e abre para criação de possíveis). No entanto, não perdemos de vista as forças de captura e de reterritorialização do sujeito periférico que diante da modulação oriunda da sociedade de controle (Deleuze) agencia as diferenças diluindo-as em diversidade.

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A ciberliteratura e a formação de professores de letras

Fabiano Correa da Silva12

Palavras-chave: Literatura; ciberliteratura; mídias; formação de professores.

Mais do que nunca, as novas tecnologias têm sido tema de muitos trabalhos acadêmicos nas mais diversas áreas do conhecimento, possibilitando assim uma gama muito variada de percepções, análises e até mesmo conclusões a respeito de como estas inovações tecnológicas afetam direta e indiretamente a vida de todos os cidadãos. As mídias que um dia se convergiram em multimídias, variadas mídias trabalhando em conjunto (o rádio, a TV, a própria escrita), tornam-se, graças aos avanços da computação, em hipermídias: mídias que se convergem em um único suporte: o computador (aqui representado por toda esta tecnologia dos suportes digitais: tablets, smartphones, computadores pessoais – notebooks – relógios digitais com funções avançadas e até mesmo eletrodomésticos), tecnologias estas que já transformam o cotidiano das pessoas, desde o grande empresário ao vendedor ambulante, do estudante primário ao universitário, da auxiliar de escritório ao faxineiro do prédio, da doméstica à patroa. Diante de todos estes fatos constatados e experimentados diariamente pelas pessoas, propomos a seguinte discussão: como a escola se apropria destas tecnologias? Ou melhor: como se dá a formação de professores para utilizar, valorizar e disseminar estas inovações em sala de aula? Em nosso trabalho de pesquisa, aqui apresentado em forma reduzida apenas como um demonstrativo de nossa questão primária, propusemos a pensar especificamente como a formação de professores de Letras utiliza-se das novas tecnologias como forma de valorização da cultura literária em nosso país, afinal, a arte da escrita tem sido algo considerado ultrapassado, demasiado chato e cansativo por uma grande parcela dos graduandos e até mesmo dos docentes. A partir destas reflexões, nos deparamos com o termo Ciberliteratura, muito bem definido por Santaella (2012, p. 231) e que ainda é algo novo e a ser decifrado, pois até mesmo a nomenclatura ainda é divergente, chamada de “Literatura Digital”, “Literatura gerada por computador”, “Literatura cibernética”, dentre outros nomes que surgem para tentar definir esta arte literária produzida, consumida e apreciada especificamente com o uso das novas tecnologias midiáticas da computação, sendo necessário o suporte da tecnologia digital para poder existir: “Diferente da literatura digitalizada, a literatura digital não se

12 Graduado em Letras; mestre em Educação; doutorando em Educação do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba; professor de Língua Portuguesa na Faculdade Santa Lúcia; professor de Língua Portuguesa na Instituição de Ensino São Francisco. E-mail: fabianocosilva@gmail.com.

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caracteriza pela mera digitalização de um texto previamente existente na forma impressa. Antes, trata-se de experimentos literários que fazem uso simultâneo da linguagem literária e da linguagem de programação de computador para a construção dos textos” (KIRCHOF, 2013, p. 129). Diferentemente do que muitos pensam, este tipo

de arte literária não se resume, ou melhor, não é a transposição ou digitalização de obras literárias em suporte impresso para a versão digital, apesar de este ser um projeto importante de preservação e acesso às obras clássicas da literatura universal. Desfazendo esta confusão, nos deparamos com algo que é novo nos cursos de formação de professores de Letras, pois a Ciberliteratura não é simplesmente uma evolução da obra impressa em obras digitalizadas, mas uma forma diferenciada de consumir, apreciar e valorizar a arte literária. Quando falamos em Ciberliteratura, estamos falando em diferentes formas de produzir arte utilizando-se do suporte do computador, sendo, como já dissemos anteriormente, impossível acontecer fora deste. Ou seja, os recursos tecnológicos, tais como o hipertexto, as hipermídias, as mídias digitais, são parte integrante da “ciber-obra literária”. Diante de todos estes fatos, é de fundamental importância a formação de professores de Letras que, primeiramente, conheçam estas obras ciberliterárias e, consequentemente, as trabalhem com seus alunos nas aulas de Literatura na escola, buscando contornar os problemas de desinteresse com a arte literária e com a leitura em geral: “é imprescindível, contudo que a escola atraia o

aluno-leitor para a nova era da literatura, em especial, para a Ciberliteratura, pois esta vem promovendo mudanças na história da leitura e destacando a função do leitor, o qual se tornou protagonista do processo por se configurar de modo ativo, um hiperleitor” (XAVIER & DAVID, 2014, p. 50). Não estamos afirmando que a

tecnologia (a Ciberliteratura) resolverá todos os problemas de falta de interesse dos estudantes em relação à leitura e à arte literária, no entanto, é uma preciosa ferramenta que pode muito contribuir para a valorização desta arte, afinal, os alunos têm um contato muito próximo e íntimo com as novas tecnologias, pois são, como afirma Prensky (2001), nativos digitais. É iminente que o professor de Literatura trabalhe estas novas tecnologias em sala de aula, demonstrando a Ciberliteratura como forma de produção artística para estes educandos, despertando nos mesmos o interesse pela leitura, produção e “degustação” da arte ciberliterária: “El uso por parte de los Nativos

Digitales hace que los docentes necesiten implantar nuevas Tecnologías en la enseñanza, adecuadas a los lenguajes que ellos emplean .Se trata de comprobar si esto ayudaría a mejorar su motivación y contrastarlo con técnicas tradicionales” (NÚÑEZ

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A construção social do negro

Ivo Phelipe Silva Petreca13

Palavras-chave: Racismo; violência; resistência; negros.

O trabalho a ser apresentado tem como objetivo analisar e compreender a construção social do negro por meio da mídia. Visto que os negros são apresentados na televisão na forma caricaturas, homens como motoristas, sambistas e malandros e mulheres como “mulatas” que tem apenas o corpo valorizado ou em séries e novelas de época, construindo assim uma imagem pejorativa do negro limitando-os nas telas a papéis subalternos. A pesquisa está sendo realizada a partir de reflexões de bibliografias consagradas. Por exemplo, Hannah Arendt como ponto de partida para discutir a construção social negativa do outro. Também está sendo utilizado Pierre Bourdieu para análise da violência simbólica que é gerada por essa construção e, por fim, Rosalia Diogo e Nila Lino Gomes e suas contribuições para os temas racismo e o negro na mídia na atualidade. Enfim, os resultados preliminares da pesquisa, estão identificando inúmeras formas resistências à construção social imposta pela mídia, seja por meio de músicas, literatura ou valorização e aceitação da beleza negra.

13 Graduando em Relações Internacionais pela PUC MINAS (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) - Poços de Caldas e Graduado em Licenciatura em História pela UNIFEOB (Centro Universitário Octavio Bastos – São João da Boa Vista - SP). E-mail: ivopetreca@gmail.com.

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O conceito de comunicação presente/ausente em vilém flusser

Ana Cecília Aragão Gomes14

Palavras-chave: Comunicação; epistemologia; Vilém Flusser.

A presente pesquisa tem como principal motivação responder à seguinte questão: que conceito de comunicação está presente/ausente na obra de Vilém Flusser? As implicações desta questão poderão ser mais claras se abordarmos o problema por outros aspectos: como o conceito de comunicação é construído e desconstruído? Como Flusser comunica o seu conceito de comunicação? E como este conceito interfere na percepção cognitiva, ética e estética da comunicação? Aqui, intenciona-se investigar qual é a episteme que Vilém Flusser constrói ao pensar a comunicação. Sendo assim, os objetivos da pesquisa são: identificar e analisar os rastros conceituais na obra do autor e verificar como eles se relacionam na construção/desconstrução do conceito de comunicação; e sua contribuição para a sedimentação de seu ponto de vista epistemológico. Parte-se do pressuposto de que a comunicação supõe um modo de dizer que gera um modo de pensar, encontrando-se, assim, no tempo contínuo. A comunicação é entendida como capacidade de estar em permanente “transformação, e não transporte” (MCLUHAN, 2005), persistindo, portanto, como comunicabilidade. Desse modo, podemos inferir que para Flusser a comunicação se torna anterior à própria cultura e é ela que gera os impactos e transformações que engendram e constróem outras configurações culturais. Esse ponto de vista é importante, porque problematiza e reformula o conceito de comunicação e cultura. Para melhor investigar essa hipótese, utilizaremos o método arqueológico-filosófico desenvolvido por Agamben (2010) a partir da obra de Foucault (2008), a fim de apreender o conceito de comunicação em Vilém Flusser, presente em índices/rastros (GINZBURG, 2007) (FERRARA, 2015), dispersos em toda sua obra. Alguns dos rastros conceituais já identificados são: comunicação humana (FLUSSER, 2014); jogo (FLUSSER, 2011a); discurso, conversação/diálogo, código, abstração, nulodimensionalidade, abismo (FLUSSER, 2007b e 2011a); tecnoimagem, tecnoimaginação (FLUSSER, 2011; 2008a); aparelho, programa, funcionário (FLUSSER, 2011b); ciência como dúvida (FLUSSER, 2011). A partir desta análise, acredita-se que será possível apreender e refletir sobre o conceito de comunicação subjacente na obra do autor, observando sua relevância conceitual para a comunicação como área científica.

14

Doutoranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, orientanda da Profa. Dra. Lucrécia D’Alessio Ferrara (PUC-SP). E-mail: anacecilia_ag2@yahoo.com.br.

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