FLUXO DE CAIXA

Nesse tópico foi apresentado a projeção do fluxo de caixa com o objetivo de ver a situação financeira operacional, e a geração de valor da atividade, a necessidade de captação de recursos, a capacidade de investimento, bem como a taxa de retorno interno do investimento (TIR). Na sequência é apresentado e analisado o fluxo de caixa e seus indicadores para cada uma das atividades estudadas (produção de grãos e produção de gado de corte)

4.3.1 Produção de soja e trigo

O fluxo de caixa foi construído baseado nas informações apresentadas nos tópicos anteriores, no quadro 20 a seguir estão apresentados os ingressos de recursos e os desembolsos para um período de análise. Menciona-se que para os demais períodos tanto os ingressos como desembolsos foram considerados um acréscimo de 7% ao ano, que equivale aproximadamente à atualização dos valores pela inflação do período. Vale destacar que não são apresentados no quadro seguinte custos com mão de obra, uma vez que a remuneração é parte do lucro do período e foi considerado na formação da TMA (taxa mínima de atratividade), sendo ela de 14% ao período de 18 meses e equivale à remuneração do capital desejada pelo investidor de 10% e 4% o risco da atividade.

Quadro 19 – Ingressos e desembolsos dos recursos financeiros ao período – Soja e Trigo

Ingressos 490.700,00 Soja 427.700,00 Trigo 63.000,00 Desembolsos 237.142,04 Funrural soja 9.837,10 Funrural trigo 1.449,00

Custo de produção do soja 149.829,87

Custo de produção do trigo 45.650,45

Despesas operacionais soja e trigo 30.375,63

Diferença de Ingressos e Desembolsos 253.557,96

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Os ingressos e os desembolsos contemplam os valores de recebidos e pagamentos no período considerado como base para a projeção dos demais períodos projetados para o estudo, sendo que o total dos ingressos dessa atividade é de R$ 490.700,00e o total dos desembolsos do período foram de R$ 237.142,04, representando uma sobra ao período de R$ 253.557,96. Os ingressos referem-se aos recebimentos de receitas obtidas com a atividade de produção de

grãos e os desembolsos referem-se aos pagamentos do período inerentes a atividade. Destaca- se que nos desembolsos são considerados os custos variáveis de produção da atividade e as despesas fixas, sendo retirados dos custos e despesas os valor referentes a depreciação, uma vez que esta, apesar de fazer parte dos custos e despesas, não representam desembolsos.

No quadro 21 foi apresentado resumidamente o fluxo de caixa anual da atividade de produção de produção de grãos, visto que no quadro 20 foram apresentados estes itens de forma detalhada para o período 1, para os próximos 9 períodos são acrescidos a cada período 7% de atualização. Destaca-se que o estudo compreende a projeção de 10 períodos de 18 meses. Pode-se observar como o valor do investimento vai sendo coberto pelo fluxo de caixa operacional positivo gerando em cada período, sendo assim, nota-se que o saldo negativo no final do período vai diminuindo ao longo dos anos, indicando que o valor investido é recuperado ao longo do período estudado.

Quadro 20– Fluxo de caixa anual

FLUXO DE CAIXA ANUAL

Período 0 1 2 3 4 5 Saldo Inicial - 1.455.634,48 - 1.455.634,48 - 1.202.076,52 -930.769,50 -640.471,00 - 329.851,60 INGRESSOS 490.700,00 525.049,00 561.802,43 601.128,60 643.207,60 CUSTOS DE PRODUÇÃO 237.142,04 253.741,99 271.503,92 290.509,20 310.844,84 Saldo do FCO - 1.455.634,48 253.557,96 271.307,01 290.298,51 310.619,40 332.362,76 Saldo de Caixa Acumulado - 1.455.634,48 - 1.202.076,52 -930.769,50 -640.471,00 -329.851,60 2.511,16 Período 6 7 8 9 10 Saldo Inicial 2.511,16 358.139,31 738.661,44 1.145.820,1 1 1.581.479,8 9 INGRESSOS 688.232,13 736.408,38 787.956,97 843.113,96 _902.131,94 CUSTOS DE PRODUÇÃO 332.603,98 355.886,26 380.798,30 407.454,18 435.975,97 Saldo do FCO 355.628,15 380.522,12 407.158,67 435.659,78 _466.155,96 Saldo de Caixa Acumulado 358.139,31 738.661,44 1.145.820,11 1.581.479,8 9 2.047.635,8 5

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

No período 5 pode-se notar que o caixa acumulado ficou positivo no valor de R$ 2.511,16 isso significa que o valor do investimento sem considerar a TMA é pago, sendo que a partir de então ocorre uma sobra de fluxo de caixa.

No quadro 21 está sendo demostrado o período de retorno econômico anual, sendo apresentado o playback simples, em que não é usado taxa de atualização dos fluxos de caixa

gerados, o valor presente líquido, a TIR e o playback descontado em que é utilizado a TMA, para atualização do fluxo de caixa a valor presente.

Quadro 21 – Indicadores financeiros

Período PBS – R$ Período PBD – R$ 0 -1.455.634,48 -1.455.634,48 0 -1.455.634,48 -1.455.634,48 1 253.557,96 -1.202.076,52 1 222.419,26 -1.233.215,21 2 271.307,01 -930.769,50 2 208.761,94 -1.024.453,28 3 290.298,51 -640.471,00 3 195.943,22 -828.510,05 4 310.619,40 -329.851,60 4 183.911,62 -644.598,43 5 332.362,76 2.511,16 5 172.618,80 -471.979,63 6 355.628,15 358.139,31 6 162.019,40 -309.960,23 7 380.522,12 738.661,44 7 152.070,84 -157.889,39 8 407.158,67 1.145.820,11 8 142.733,16 -15.156,23 9 435.659,78 1.581.479,89 9 133.968,84 118.812,62 10 466.155,96 2.047.635,85 10 125.742,69 244.555,30

PBS 4,99 períodos de 18 meses PBD 8,11 períodos de 18 meses

TIR 17,71% a.p VPL R$ 244.555,30

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Para a TMA de 14% a.p, foi considerado 10% para a remuneração de 2 colaboradores no período e 4% para o risco da atividade. Além do PBS e do PBD, também são apresentados a TIR e VPL. No quadro 21 pode-se observar que o capital investido nesta atividade, pode ser recuperado em termos financeiros, em 7 anos, 5 meses e 26 dias (playback simples), onde é possível verificar o primeiro saldo de caixa acumulado positivo, no período 5. Para o período de retorno econômico do capital, considerando a TMA (playback descontado) o investidor consegue obter o retorno em 12 anos, 2 meses e 2 dias.

O VPL no período analisado é de R$ 244.555,30 positivo e a TIR de 17,71% a.p. Sendo assim, pode-se mencionar que dentro dos 10 períodos estudados o VPL é positivo e a TIR é superior a TMA, o que é um indicativo de boa possibilidade de investimento em horizonte de 10 períodos (15 anos, considerando que cada período tem 18 meses).

4.3.2 Produção de gado de corte

Assim como a produção de grão, na atividade de gado de corte o fluxo de caixa foi elaborado baseado nas informações dos tópicos anteriores, no quadro 22 a seguir foram apresentados os ingressos e desembolsos para um período de análise. Nota-se que os ingressos e desembolsos apresentados, foram os utilizados na projeção do FC e da DRE para o primeiro período, sendo este a base para a projeção dos demais períodos estudados, destacando-se a atualização a cada período de 7% ao período. Menciona-se ainda, que a TMA (taxa mínima de

atratividade) utilizada para a atividade de produção de gado de corte é a mesma que a utilizada na produção de grãos.

Quadro 22- Ingressos e desembolsos dos recursos financeiros ao período – Gado de corte

Ingressos 50.000,00 Gado 50.000,00 Desembolsos 32.690,17 Funrural 1.150,00 Leite em Pó 2.720,00 Ração Inicial 1.300,00 Ração de Crescimento 3.600,00

Sal mineral até o abate 12.285,00

Custo com proteína 3.946,60

Custo silagem 3.143,20

Despesas operacionais 1.345,37

Diferença de Ingressos e Desembolsos 17.309,83

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Assim como na produção de grão explicado nos quadros acimas os ingressos e os desembolsos contemplam os valores de recebidos e pagamentos no período considerado como base para a projeção dos demais períodos projetados para o estudo, sendo que o total dos ingressos dessa atividade é de R$ 50.000,00 e o total dos desembolsos do período foram de R$ 32.690,17, representando uma sobra ao período de R$ 17.309,83. Os ingressos referem-se aos recebimentos de receitas obtidas com a atividade de produção de grãos e os desembolsos referem-se aos pagamentos do período inerentes a atividade. Destaca-se que nos desembolsos são considerados os custos variáveis de produção da atividade e as despesas fixas, sendo retirados dos custos e despesas os valores referentes à depreciação, uma vez que esta, apesar de fazer parte dos custos e despesas, não representam desembolsos.

No quadro 23 foi apresentado resumidamente o fluxo de caixa anual da atividade de produção de produção de grãos, visto que no quadro 22 foram apresentados estes itens de forma detalhada para o período 1, para os próximos 9 períodos são acrescidos a cada período 7% de atualização. Destaca-se que o estudo compreende a projeção de 10 períodos de 18 meses. Pode-se observar como o valor do investimento vai sendo coberto pelo fluxo de caixa operacional positivo gerando em cada período, sendo assim, nota-se que o saldo negativo no final do período vai diminuindo ao longo dos anos, indicando que o valor investido é recuperado ao longo do período estudado.

Quadro 23- Fluxo de caixa anual

FLUXO DE CAIXA ANUAL

Período 0 1 2 3 4 5

Saldo Inicial -113.548,13 -113.548,13 -96.238,30 -77.716,79 -57.898,77 -36.693,49

INGRESSOS 50.000,00 53.500,00 57.245,00 61.252,15 65.539,80

CUSTOS DE PRODUÇÃO 32.690,17 34.978,49 37.426,98 40.046,87 42.850,15

Saldo do FCO -113.548,13 17.309,83 18.521,51 19.818,02 21.205,28 22.689,65 Saldo de Caixa Acumulado -113.548,13 -96.238,30 -77.716,79 -57.898,77 -36.693,49 -14.003,84

Período 6 7 8 9 10

Saldo Inicial -14.003,84 10.274,09 36.251,47 64.047,27 93.788,77

INGRESSOS 70.127,59 75.036,52 80.289,07 85.909,31 91.922,96

CUSTOS DE PRODUÇÃO 45.849,66 49.059,14 52.493,28 56.167,81 60.099,55

Saldo do FCO 24.277,93 25.977,38 27.795,80 29.741,50 31.823,41

Saldo de Caixa Acumulado 10.274,09 36.251,47 64.047,27 93.788,77 _125.612,18 Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Verifica-se a no quadro 23 a projeção do fluxo de caixa de 10 anos, percebe-se que no período 6 o caixa acumulado ficou positivo no valor de R$ 10.274,09 isso significa que o valor do investimento sem considerar a TMA é pago, sendo que a partir de então ocorre uma sobra de fluxo de caixa.

No quadro 24, nota-se que o período de retorno econômico anual, playback simples, em que não é usado taxa de atualização dos fluxos de caixa gerados, a valor presente e o do playback descontados em que a TMA, é utilizada como taxa de atualização dos fluxos de caixa a valor presente.

Quadro 24 – Indicadores financeiros

Período PBS Período PBD 0 - 113.548,13 - 113.548,13 0 - 113.548,13 - 113.548,13 1 17.309,83 - 96.238,30 1 15.184,06 98.364,07 2 18.521,51 - 77.716,79 2 14.251,70 - 84.112,37 3 19.818,02 - 57.898,77 3 13.376,60 - 70.735,77 4 21.205,28 - 36.693,49 4 12.555,23 - 58.180,54 5 22.689,65 - 14.003,84 5 11.784,29 - 46.396,25 6 24.277,93 10.274,09 6 11.060,70 - 35.335,55 7 25.977,38 36.251,47 7 10.381,53 - 24.954,02 8 27.795,80 64.047,27 8 9.744,07 - 15.209,95 9 29.741,50 93.788,77 9 9.145,75 - 6.064,20 10 31.823,41 125.612,18 10 8.584,17 2.519,97

PBS 5,58 períodos de 18 meses PBD 9,71 períodos de 18 meses TIR 14,51% a.p VPL R$ 2.519,97 Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Definida um TMA de 14% a.p, seguiu-se os mesmos critérios já mencionados para a atividade de grãos, onde foi considerado 10% para a remuneração de 2 colaboradores no

período e 4% para o risco da atividade. Além do PBS e do PBD, também são apresentados a TIR e VPL. No quadro 24 pode-se observar que o capital investido nesta atividade, pode ser recuperado em termos financeiros, em 8 anos, 4 meses e 12 dias (playback simples), onde é possível verificar o primeiro saldo de caixa acumulado positivo, no período 6. Para o período de retorno econômico do capital, considerando a TMA (playback descontado) o investidor consegue obter o retorno em 14 anos, 6 meses e 22 dias.

O VPL no período analisado é de R$ 2.519,97 positivo e a TIR de 14,51% a.p. Sendo assim, pode-se mencionar que dentro de 10 períodos o VPL é positivo e a TIR, quando comparada com a TMA é maior, representam uma boa possibilidade de investimento para o investimento dentro de 10 períodos de 18 meses.