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O mapeamento de fluxos foi utilizado para identificação do deslocamento dos casos de LT do município de residência para o município de infecção. Abaixo estão demonstrados (figuras 11 e 12) os mapeamentos com o total de setas geradas, na qual cada seta representa o deslocamento de um município (residência) para outro (infecção), e após, a organização do mapa por média de casos dentro do fluxo (seta):

Figura 11: Fluxos dos casos de LT, Amazônia Legal, 2007-2009

Figura 12: Fluxos dos casos de LT a partir da média de casos, Amazônia Legal, 2007-2009

Fonte: Construído a partir de dados do SINAN/MS

O primeiro mapeamento dos fluxos de casos de LT apresentado na figura 11 permite verificar uma intensa mobilidade de caso entre diversos municípios da Amazônia, evidenciando diversos processos de deslocamentos. No entanto, não permitiu identificar os principais fluxos de casos dentro da região. Para tanto, se efetuou um segundo mapeamento (figura 12), onde as setas foram organizadas de acordo com a média de casos de LT com município de residência diferente do município de infecção.

A Figura 12, com as setas organizadas de acordo com a média de casos, permite melhor visualização do deslocamento dos casos de LT. Nos principais fluxos identificados para Amazônia Legal, no período de 2007 a 2009 é possível observar deslocamentos importantes nos estados do Pará e Amazonas e outros de menor importância, localizados nos estados do Acre, Amapá, Mato Grosso e Roraima. Estes casos foram decorrentes de fluxos de indivíduos de seu local de residência para outros onde se infectaram.

Os fluxos de casos de LT não são concentrados em um município específico para outro específico. Apesar de serem percebidos fluxos com grande média de casos no

período, a maioria é de fluxos com média de até cinco casos. A Tabela 16 mostra a média de casos cujo município de residência difere do município de infecção pelo quantitativo de fluxos no período de 2007 a 2009.

Tabela 16: Média de casos de LT por fluxos, Amazônia Legal, 2007-2009

Fonte: Construído a partir de SINAN

Do total dos 4945 casos que ocorreram devido ao deslocamento dos indivíduos, 4690 (94,84%) ocorreram entre os próprios municípios da Amazônia Legal, dispersos em 1745 fluxos diferentes, sendo 1711 (98,05%), com média de até cinco casos (Tabela 16).

Tabela 17: Casos de LT com município de residência diferente do município de infecção, total de fluxos e principal fluxo, segundo unidade da federação de residência da Amazônia Legal, 2007-2009

Fonte: Construído a partir de SINAN

A Tabela 17 representa o número de fluxos separados por UF de residência da Amazônia Legal. O principal fluxo em uma UF foi identificado a partir do número total de casos dentro de um único fluxo, sendo escolhido como principal fluxo àquele com maior número de casos. Verifica-se que os estados do Pará e Mato Grosso são os que apresentam maior número de fluxos. Estes estados também são os que têm maior número de casos, demonstrando mais uma vez que estes fluxos são numerosos, porém com poucos casos dentro de um fluxo. Destaca-se que o fluxo de casos que moram em Boa vista, mas se infectam em Cantá (45), engloba 25,88% dos casos que apresentam município de residência diferente do município de infecção no estado do Roraima (174). O mesmo ocorre com o fluxo de Laranjal do Jari/AP para Almeirim/PA (222), com 61,66%, dos casos alóctones do Amapá (360) e de Manaus para Rio Preto da Eva (328), com 42,65% dos casos alóctones do estado do Amazonas (769).

Tabela 18: Principais fluxos de casos de LT, considerando deslocamento do município de residência para o município de infecção, segundo média de casos no período de 2007 – 2009

Fonte: Construído a partir de SINAN

Na Tabela 18 são discriminados os municípios pertencentes aos principais fluxos identificados no período, segundo ordem de importância, a partir de sua organização pela média de casos. Além do fluxo “Manaus→ Rio Preto da Eva”, Manaus também se destaca por outro grande fluxo: “Manaus → Presidente Figueiredo”. O fluxo “Laranjal do Jari (AP) → Almeirim (PA)” também deve ser ressaltado. Além disso, os principais fluxos se concentram entre os circuitos 4 (grande região de Tucuruí) e circuitos 13 (grande região de Manaus) e há fluxos importantes que não estão circunscritos a um circuito (Laranjal do Jari (AP) → Almeirim (PA); Boa Vista (RR) → Cantá (RR); Tefé (AM) → Coari (AM) e Parauapebas (PA) →Marabá (PA)).

Tabela 19: Média de casos segundo município de residência, média de casos alóctones, média de casos no fluxo, segundo fluxo, 2007-2009

*total de casos segundo município de residência Fonte: construído a partir de dados do SINAN

Na Tabela 19 ainda são discriminados os municípios pertencentes aos principais fluxos identificados no período, segundo ordem de importância, a partir de sua organização pela média de casos. Percebe-se que um fluxo pode englobar quase que a totalidade de casos alóctones do município de residência, como é o caso de Laranjal do Jari (AP) → Almeirim (PA), com 91,73%. Também devem ser observados casos como Boa Vista (RR) e Tucuruí (PA), que apresentam proporção significativa de alóctones (moram no município, mas se infectam em outro), mas pela análise de fluxos observa-se que estes fluxos não estão concentrados em regiões específicas, pois a proporção de casos no fluxo Boa Vista→Cantá e Tucuruí→Pacajá é de 31,91 e 34,76%, respectivamente.

Tabela 20: Média de casos segundo município de infecção, média de casos migrantes, média de casos no fluxo, segundo município de infecção, 2007-2009

Fonte: construído a partir de dados do SINAN

Na Tabela 20 é considerado o município de infecção, destacando àqueles com maior média de casos migrantes. Á exceção de Paragominas (cabe lembrar que ele também é um município de destaque para casos de aloctonia), todos recebem pessoas oriundas de um local específico. Basta observar que da média dos 113,67 casos que se infectaram em Rio Preto da Eva, mas residem em outro município, 109,33 (96,19%) são oriundos de Manaus. A mesma proporção expressiva ocorre para os municípios de Almeirim e Presidente Figueiredo.

Como forma de identificar que os circuitos com menores proporções de casos autóctones são os mesmos com maior número de fluxos, optou-se pela sobreposição dos mapas de densidade de casos e de fluxos (Figura 13). Dentro dos circuitos, 1981 (13,02%) casos de LT são migrantes.

Figura 13: Kernel de densidade média de casos de LT, segundo município de infecção, mapeamento de fluxos, Amazônia Legal, média 2007-2009

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