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4.8 Análise do fluxo informacional

4.8.3 Fluxo de informação destinado ao ambiente externo

O terceiro e último fluxo de uma organização com base no modelo de Lesca e Almeida (1994), retratado na figura 3, trata da saída da informação do ambiente interno para o ambiente externo, destinado ao mercado que, neste caso, referem-se aos visitantes da unidade de conservação Parque Mata Atlântica.

Para esse fluxo realiza-se a disseminação da informação aos usuários da unidade de conservação durante sua visita ao local. Cada gestor procede a disseminação da informação estabelecendo etapas seqüenciais próprias, conforme suas expectativas e responsabilidades perante o público, com base em sua experiência profissional e no conhecimento que detém sobre os assuntos tratados. Não há o estabelecimento de uma seqüência padrão para a disseminação da informação que a torne uniforme e com o mesmo valor e conteúdo.

G1

MIO

G2

MFO

Fluxo de informação produzido no ambiente interno

do Parque Mata Atlântica

G3 MIO G4 MFO G5 MIO/MFE Legenda:

MIO – meio informal oral

MFO – meio formal oral (encontros e reuniões) MFE – meio formal escrito (relatórios)

Os G1, G3 e G5 realizam em cinco etapas esse processo, o G2 realiza em quatro etapas, e o G4 o faz com o maior número: seis etapas, conforme discriminado no item 4.6.1.

Os gestores evidenciam uma ordem lógica para esse fluxo e revelam etapas em comum. Assim, é possível estabelecer uma forma padronizada de disseminação que pode ser aplicada por todos os gestores em seis etapas, de forma a otimizar e dinamizar o fluxo destinado ao ambiente externo (visitantes do parque), conforme é evidenciado na figura 21.

A primeira etapa compreende no contato inicial com o público para agendamento da visita pelo grupo, que pode se estabelecer via telefone, e-mail, ou pessoalmente. Nessa etapa a relação se estabelece brevemente entre gestor e o público, e é realizado na maioria das vezes pelo G4, que fica permanentemente na unidade de conservação. Esse gestor realiza o repasse de informações preliminares, como o horário de atendimento, principais normas do parque e assunto escolhido pelo público a ser tratado durante a visita. Há também a possibilidade dos visitantes chegarem até o parque sem realização de reserva o que culminará na realização do processo a partir da segunda etapa. Normalmente, neste caso, o assunto tratado reporta-se às informações de preservação e condutas ambientais.

FIGURA 21 - Processo de disseminação da informação comum a todos os gestores turísticos do Parque Mata Atlântica

Processo de disseminação da informação dos

gestores turísticos do Parque Mata Atlântica

D is s e m in a ç ã o d a i n fo rm a ç ã o a o s v is it a n te s d o P a rq u e M a ta A tl â n ti c a 1ª etapa: -Agendamento da visita. - Identificação do público e assunto a ser tratado. - Repasse de infor. preliminares. - Se necessário, busca pelas informações solicitadas. 2ª etapa: -Recepção: *Hist. e funcionamento do parque; *Hist. da APREMAVI; * Propósitos da UC. 3ª etapa: -Repasse do assunto solicitado:

*Palestra, explanação, vídeo, material impresso; *Espaço para questionamentos;

4ª etapa:

-Visitação às ruínas, mirante e museu histórico.

-Espaço para questionamentos.

5ª etapa:

-Visitação às trilhas: *Orientações e procedimentos; *Informações sobre os recursos naturais;

*Observações, práticas e atividades;

*Vídeo educativo (se houver tempo); *Espaço para questionamentos.

6ª etapa: -Despedida aos visitantes. -Entrega de material publicitário Legenda:

- - - : etapa com maior intensidade de disseminação da informação

Na etapa dois, a recepção dos turistas e visitantes já é realizada por qualquer um dos gestores, que se reporta aos aspectos históricos do local, da APREMAVI e dos propósitos da unidade de conservação, bem como às normas de visitação do parque explicitadas de forma mais ampla.

A etapa seguinte, terceira, consiste em um dos principais passos de disseminação da informação estabelecido para esse fluxo, repassando as informações sobre o assunto requisitado na forma oral, por meio de palestras, explanações, vídeo e material impresso. Com a possibilidade de questionamentos por parte do público é possível enriquecer a disseminação com o retorno de informações pelo gestor.

A etapa quatro refere-se à visitação às ruínas do parque, ao mirante e ao museu, contando com todo o acervo histórico do município e a respectiva disseminação de informação referente a esses itens.

A penúltima etapa, quinta, também constitui um passo de grande relevância para a distribuição da informação aos usuários da unidade de conservação. Essa etapa compreende a realização das trilhas como principal atrativo do parque, envolvendo diferentes atividades – como a observação dos recursos da fauna e flora da Mata Atlântica – de educação ambiental e de recebimento de informações úteis sobre o esse bioma. Sempre se abre espaço para questionamentos, preferencialmente na volta dos visitantes das trilhas.

Parte-se então para a última etapa, que contempla a distribuição do material de divulgação com o repasse de informações complementares, e em seguida à despedida do grupo. Nesse momento ainda é colocada à disposição do público a comercialização de materiais produzidos pela APREMAVI, como livros e vídeos educativos.

O que se estabelece entre gestor e visitante é intenso, na medida em que os visitantes possuem alto grau de interesse pelo conhecimento do local. As etapas mais intensas de relação, disseminação e troca de informações, acontecem nas fases três e cinco do processo.

Cabe ressaltar que a disseminação da informação ocorre no ambiente da unidade de conservação no momento da visita dos usuários do parque, e para isso os gestores utilizam-se de meios para melhor realizar o processo. O meio oral foi apontado por todos os gestores, pela praticidade de execução, podendo contemplar palestras, apresentações, conversas, atividades de educação ambiental, orientações aos visitantes, seguido, nessa ordem de preferência, pela utilização de vídeos, meio oral formal, e por último pela utilização do material impresso e material publicitário, meio formal escrito.

A seguir, na figura 22, é representada a disseminação da informação entre gestor turístico e visitante da unidade de conservação Parque Mata Atlântica, incluindo os meios

para realização do processo. Os meios pelos quais realiza-se este processo são: MIO - meio informal oral, MFO - meio formal oral e MFI - meio formal impresso. Os itens relacionados para análise deste fluxo e que levam a representação da figura 22 são 4.6.1 e 4.6.2.

FIGURA 22 - Fluxo de informação destinado aos visitantes do Parque Mata Atlântica

O público visitante que interage nesse fluxo, destinatário da informação, consiste em turistas nacionais e internacionais, além de turistas da região, que compreende também a população local do município de Atalanta-SC.