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Equipamento I Quantidade de equipamentos nas Marcenarias N S

4.11. Fluxo de materiais

O fluxo de materiais deve obedecer à sequência de produção, como as marcenarias estudadas trabalham com produção sob encomenda, o fluxo não era fixo. Entretanto, verificou-se uma lógica de movimentação entre as principais áreas: fabricação, montagem e acabamento.

O material era movimentado do estoque de matéria-prima para a fabricação das peças, da fabricação das peças para a montagem e desta para o acabamento. Em muitas ocasiões, as peças voltavam da montagem para a fabricação para a realização de ajustes.

De maneira geral, a produção de uma peça iniciava-se com o corte da madeira. O marceneiro definia como cortar a madeira, a seguir, pegava-a no estoque e a transportava até a serra que iria utilizar, geralmente com o auxílio de um ajudante ou de outro marceneiro. Em seguida, a serra era ajustada e os cortes eram realizados. Em muitas ocasiões, para garantir a precisão do tamanho da peça, eles cortavam-na em uma medida maior e, posteriormente, ajustavam seu tamanho na própria serra ou em outros equipamentos.

Se a peça fosse de madeira maciça, ela poderia ser processada nas seguintes máquinas: plaina, desengrosso, tupia, furadeira horizontal e respigadeira, antes de ir para a lixadeira. Depois da lixadeira as peças de madeira maciça eram levadas para a área de montagem.

As peças fabricadas a partir de painéis de madeira eram cortadas nas esquadrejadeiras e, posteriormente, podiam passar pelas seguintes máquinas: plaina, tupia, furadeira horizontal e lixadeira, antes de ir para a montagem.

Após a fabricação das peças, o marceneiro começava a montar conjuntos ou então delegava tarefas aos ajudantes (nas marcenarias que trabalhavam com ajudantes), antes de iniciar a fabricação de outras peças. Verificou-se, portanto, que nessas empresas não se trabalhava como nas empresas que utilizam especialistas em processo, nas quais os produtos são mandados de uma máquina para outra e criam-se grandes estoques intermediários. Na verdade, são grupos de trabalho que realizam o projeto, a fabricação e a montagem dos móveis. Os marceneiros movimentavam-se com as peças pelas diferentes máquinas existentes na produção realizando as transformações necessárias a cada uma das peças.

Após a fabricação, as peças eram levadas para a área de montagem, nessa área eram montados os conjuntos que compõem os móveis, como, por exemplo, as gavetas. Os conjuntos eram, então, agrupados formando-se os gabinetes e armários. Era frequente a movimentação entre essa área e a fabricação para realização de ajustes nas peças. Também ocorria de partes das peças passarem por acabamentos antes de serem montadas, como, por exemplo, a colocação de fitas nas bordas. Mas, nesse caso, as fitas podiam ser colocadas no setor de fabricação ou de montagem. Depois da montagem os móveis podiam ir para o acabamento, se necessitassem de pintura, verniz, etc. Nem todos os móveis passavam pelo acabamento.

mesmo para realizar o orçamento dos móveis. Segundo os proprietários, essa tarefa era muito difícil de ser realizada, pois a fabricação variava muito com as requisições do cliente. Duas peças iguais poderiam apresentar dificuldades de fabricação distintas em função de pequenos detalhes, como, por exemplo, o uso de ferragens diferentes. Outro problema referente à padronização do tempo de atividades era o constante ajuste realizado nas peças, pois se ocorresse algum problema, poderia ser necessário realizar mais etapas de fabricação.

Verificou-se que os trabalhadores possuíam metas estipuladas pelos proprietários para fabricar os móveis e que havia uma negociação entre trabalhador e proprietário para a entrega dos móveis prontos. No restante do tempo, os marceneiros possuíam autonomia para planejar e realizar suas atividades.

4.11.1. Marcenaria I

O fluxo de fabricação das peças de madeira na marcenaria I pode ser visto na Figura 14. As setas pretas representam o fluxo das peças de madeira maciça; as vermelhas, o fluxo das peças fabricadas a partir de painéis de madeira e as pontilhadas o fluxo opcional. Os fluxos iniciavam-se nos estoques de madeira, passavam pela área de fabricação e acabavam na área de montagem. Depois da montagem os móveis, se necessário, seguiam para o setor de acabamento (seta azul).

Figura 14- Fluxo de fabricação das peças de madeira na Marcenaria I Legenda:

Peças de madeira maciça Peças de painel de madeira Fluxo opcional

4.11.2. Marcenaria S

Observa-se na Figura 15, o fluxo de fabricação de peças produzidas a partir de painéis de madeira. É preciso lembrar que nessa marcenaria não há utilização sistemática de peças de madeira maciça e, por isso, o fluxo dessas peças não está ilustrado na Figura 15. A fabricação básica das peças consistia em cortar os painéis em peças menores, eram realizadas outras atividades se fosse necessário.

Nessa empresa, o layout estava separado em duas minifábricas, uma com máquinas utilizadas na fabricação de peças de madeira maciça (3b) e outra para fabricação de peças de painéis de madeira (3a). Como os trabalhadores podiam utilizar os equipamentos da área (3b) para fabricar as peças, foi representado um fluxo opcional para essa área. Depois de fabricadas as peças, todas elas eram levadas para a área de montagem (amarela).

Se o móvel necessitasse de acabamento, as peças eram levadas para o outro prédio, para realizar a pintura, aplicação de verniz, etc.

Figura 15 - Fluxo de fabricação de peças de madeira na Marcenaria S

4.11.3. Marcenaria N

O fluxo de fabricação das peças de madeira da marcenaria N é ilustrado na Figura 16. O fluxo de fabricação das peças de madeira maciça é representado pelas setas em

Legenda:

Peças de madeira maciça Peças de painel de madeira Fluxo opcional

preto e o fluxo das peças construídas a partir de painéis de madeira é representado pelas setas vermelhas. Observa-se que o estoque de painéis ficava perto da área de recebimento e o estoque de madeira maciça ficava entre as máquinas.

As peças de madeira eram processadas na área de fabricação e depois iam para a área de montagem. As setas pontilhadas representam operações opcionais que eram realizadas em casos específicos. Todas as peças, tanto de madeira maciça, quanto de painéis de madeira, podiam retornar para a área de fabricação caso fosse necessário realizar ajustes.

Figura 16- Fluxo de fabricação das peças de madeira da Marcenaria N

Depois da montagem, caso seja necessário, as peças iam para o setor no qual se realizavam acabamentos, como, por exemplo, a aplicação de tintas e vernizes. Esse fluxo está representado com a seta azul pontilhada.