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CA PÍTULO 3 FONOAUDIOLOGIA

3.4 Fonoaudiologia e EaD

Quando se fala em educação à distância não há como não encaixar a ciência da Fonoaudiologia neste novo tempo do saber, da coletividade, da solidariedade. A necessidade de repensar o saber fonoaudiológico, de se curvar a cibercultura, aproveitando as aprendizagens permanentes e personalizadas, as aprendizagens cooperativas, faz que um novo caminho se abra, garantindo aos docentes de fonoaudiologia atualizações, reflexões em relação ensino - aprendizagem, metodologias, permitindo e garantindo aos alunos uma formação de qualidade, regulando e animando uma nova era de conhecimento na qual cada indivíduo, cada grupo, cada organização pudessem ser considerados como recursos de aprendizagem para outras comunidades e ou organizações.

Além destas vantagens, segundo Piccarone (2001), a EaD pode se adaptar às necessidades do fonoaudiólogo, adequando-se à formação continuada deste profissional, que não pode interromper suas atividades de trabalho e também não pode se deslocar para participar de cursos presenciais, possibilitando realmente o acesso de novos públicos em locais, distantes e dispersos geograficamente.

Conforme aborda Maia (2000), é sabido que toda a incorporação e assimilação dos recursos tecnológicos já é feita no ensino tradicional; é sabido também que a interatividade é a ferramenta dos ambientes virtuais de ensino – aprendizagem e que estão sendo desenvolvidos para a nova EaD brasileira; é claro que quando fala-se sobre a importância

do EaD para o fonoaudiólogo é preciso que se estude e se projete organizações e/ou instituições de ensino que estejam realmente preocupados em desenvolver ambientes e recursos de aprendizagens, usando núcleos de pesquisa, metodologias, processos de construção de conhecimento em prol de produções corretas e éticas para o nosso país, tão carente de todo tipo de Educação.

Stoner (1997) enfoca a tecnologia sendo aplicada para o ensino, o aprendizado e a avaliação mas, analisa que, para alcançar estes objetivos, é necessário que se organize de maneira bastante planejada qualquer tipo de programa de EAD.

Piccarone (2001) aponta que essa nova modalidade de ensino se torna atrativa ao combinar a interatividade do computador com a rapidez com que os dados são transmitidos, somadas à possibilidade de se trabalhar com diversas mídias aliadas a facilidade de acesso geográfico. Mesmo quem mora distante dos grandes centros, pode ter acesso às informações que são disponibilizadas "on line".

Para a autora, em relação à Fonoaudiologia, no Brasil, muito pouco é oferecido no momento, exemplificando com o curso "on line" da fonoaudióloga Flávia Benevides: "Criando seu próprio Material Multimídia para as Terapias Fonoaudiológicas", que pode ser acessado depois de se pagar a taxa, pelo site: www.fonoaudiologia.com.

Willis (1996) dá o nome de Design de Educação à Distância para a visão de processo e organização para o planejamento, desenvolvimento e ajustes a serem utilizados de forma sistêmica, baseando-se nas necessidades identificadas dos alunos e nos requerimentos do conteúdo.

No site da Associação Brasileira de Educação à Distância - http://www.ebad.org.br, há uma relação de cursos oferecidos em todo o país, nas diversas áreas do conhecimento. Para os fonoaudiólogos especificamente, nenhuma oferta, mas estes podem se interessar por cursos na área de Psicologia e Educação, enfoca Piccarone (2001).

Talvez isso justifique dados extraídos de pesquisa realizada durante o III Congresso Internacional de Fonoaudiologia - 1995, em que se observou que um número consideravelmente grande de Fonoaudiólogos atua na área de terapia fonoaudiológica, preferencialmente em clínicas particulares, individuais ou multiprofissionais, em geral associadas a otorrinolaringologistas, psicólogos e dentistas.

Piccarone (2001) aponta, ainda, que a Fonoaudiologia, como uma ciência jovem, apresenta pesquisas em abundância e cada vez mais novas pesquisas são divulgadas e atualmente, parte delas se encontram na WWW , que por ter uma estrutura bastante dinâmica, é um meio importante para a educação continuada.

Sabbatini (1990, p.417) aponta como positivos a Modelagem e a Simulação on line, beneficiando, pois, o EaD, o que possibilita o aprendiz a vivenciar tipos de modelos e seu papel em ciência e educação médica, simulações: gráficas, quantitativas e de resolução de problemas, simulações fisiológicas: especificação de modelos em forma de gráficos e de equações, e sua simulação, e simulações estáticas e dinâmicas, com discussão de casos clínicos ao vivo.

Sem dúvida, a EaD apresenta várias vantagens quando utiliza a Internet, tais como a flexibilidade que permitiria ao fonoaudiólogo acessar o curso a qualquer hora e lugar, tendo é claro os recursos para tal ( computador conectado a rede e programa de navegação na Internet); a facilidade do contato, favorecendo trocas com os outros colegas, professores, supervisores. Outra vantagem seria a ampliação de conceitos e informações através de videoconferência, e pesquisas através dos links e bibliotecas e sites internacionais.

A Fonoaudiologia só tem a ganhar explorando o potencial das novas tecnologias. Bates (1997), em palestra sobre a Reestruturação da Universidade para a Mudança Tecnológica, cita quatro razões para a utilização da tecnologia:

? promover acesso à educação e treinamento; ? promover a qualidade de aprendizagem; ? reduzir os custos da educação; e

? promover o custo–benefício na educação.

É claro que em se tratando de Fonoaudiologia, estas razões vão ser ampliadas, pois como a Fonoaudiologia herda muitos profissionais de outras áreas para a função de docentes, e como muitos fonoaudiólogos não têm títulos de Mestre, a EAD promoveria um "sangue próprio" nos cursos de Fonoaudiologia.

Como conseqüência, possibilitar-se-ia um aumento de docentes com mestrado em Fonoaudiologia, e, conseqüentemente, mais comprometimento dos cursos. Além disto, esta modalidade de ensino demandaria toda uma reestruturação dos cursos, uma vez que a EAD se preocupa com a criatividade, metodologia, qualidade do conteúdo, com ensino e aprendizagem, conforme ressalta Bates(1997) acerca de questões organizacionais para aplicação de tecnologia promovendo esta aprendizagem :

? visão para o ensino e aprendizagem; ? fusão reaplicada;

? estratégias para inclusão; ? infra-estrutura tecnológica; ? infra-estrutura pessoal;

? acesso dos estudantes ao computador; ? novos modelos de ensino;

? contratação de professores e treinamento; ? gerenciamento de projeto;

? novas estruturas organizacionais; ? colaboração; e

? pesquisa e avaliação.