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Fonte do conteúdo e critérios pedagógicos

CAPITULO 4. Construção do tema “Tabagismo”

4.1 Fonte do conteúdo e critérios pedagógicos

De acordo com o tema escolhido optamos por seleccionar um livro datado de1999 que serve de base ao programa adoptado pela ARS Norte – Administração Regional de Saúde do Norte – e cujo título é: «Não fumar é o que está a dar».

Este programa, da autoria de José Precioso, Professor do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, visa a prevenção do consumo de tabaco e faculta «uma série de pistas concretas, a aplicar pelos professores na escola, para tornar os jovens resistentes ao consumo do cigarro» (Educare.pt,2006). Ao longo de 15 sessões semanais com uma duração de uma hora, alunos do 6º e do 7º ano de escolaridade, devido a serem considerados os «alunos em maior risco de começar a fumar» (Educare.pt, 2006), participam no projecto. Este abrange toda a informação necessária e que se prende com o fumo do tabaco e o próprio tabaco em si até à componente do resistir às influências sociais para fumar. É ainda trabalhada a percepção exagerada da quantidade de amigos fumadores, a atitude perante o acto de fumar, assim como possíveis decisões sobre o futuro uso do tabaco.

Estas sessões podem ser aplicadas em disciplinas como Ciências Naturais, Língua Portuguesa, Educação Visual, Matemática e Educação Física, ou nas áreas curriculares não disciplinares, sobretudo, na área de formação cívica. O autor do livro refere que estas se revestem de significado e que «nos mais novos assumem um papel importante» (Pereira, 2006), como o caso de contrariar a influência dos principais factores que conduzem ao comportamento e acto de fumar, o reduzir o número de alunos que experimentam fumar e o número dos que esporadicamente ou com regularidade, fumam, e ainda, promover a adopção de um estilo de vida saudável.

Embora, como foi referido anteriormente, o programa esteja destinado a alunos do 6º e 7º ano de escolaridade, este foi a base do nosso trabalho. O diálogo, troca de impressões e colaboração que se desenvolveu entre a investigadora e o professor responsável pelo programa contribuiu para que, de forma cuidada, o tratamento do material recolhido e as adaptações feitas pudessem fornecer o suporte para os objectos de aprendizagem, à disciplina de Ciências Naturais para os alunos do 9º ano de escolaridade.

Fig.26 - Ficha técnica do livro utilizado para este trabalho.

Antes de avançarmos para o desenvolvimento dos objectos de aprendizagem, houve necessidade de registar e impor determinados critérios a adoptar para os mesmos. A importância da existência de critérios é visível, até na elaboração dos manuais escolares, material curricular da mais elevada importância. Na sua concepção subjazem critérios rigorosos legislados, assim como existem critérios para a sua apreciação determinados pelo próprio Ministério da Educação (Ministério da Educação, s/d).

Muitos dos critérios que foram definidos fazem parte do que se pode catalogar como “óbvio” uma vez que, de forma inconsciente, devido à prática rotineira com que os adoptamos, passam despercebidos. No entanto para completar a nossa lista, e para não descurar o carácter científico do nosso trabalho, fomos à procura (na Web) de mais itens/critérios. O resultado não se revelou promissor uma vez que muitos dos critérios talhados, talvez por os objectos de aprendizagem terem surgido na área da computação, serem referentes à primeira parte – “objecto”, e não à sua segunda componente – “aprendizagem”. Esta percepção obtem-se quando consultamos repositórios e observamos os critérios que fazem parte da avaliação a que os objectos de aprendizagem são submetidos.

Devido à escassez de critérios específicos, focamo-nos nos critérios exigidos por concursos que promovem a criação e desenvolvimento de objectos de aprendizagem – como é o caso do concurso promovido pela Rede Virtual de Educação (RIVED); critérios utilizados na avaliação de software educativo – a título de exemplo existem o Projecto PEDACTICE e SACAUSEF; e nos critérios que os repositórios adoptam para avaliar os objectos de aprendizagem – de referência o repositório Wisc-Online.

Título: Não fumar é que está a dar.

Autor: José Precioso

Capa: António Precioso

Orientação gráfica: António Precioso, José

Precioso e Renato Henriques

Editor: Departamento de Metodologias da

Educação, Instituto de Educação e

Psicologia, Universidade do Minho.

Data: Julho de 1999

Em relação aos critérios exigidos por concursos que envolvem a produção de objectos de aprendizagem optamos pelos definidos pelo RIVED aquando do concurso MEC- SEED/PNUD (Ministério da Educação – MEC, por intermédio da Secretaria de Educação a Distância - SEED, e em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) para o “Prêmio Concurso Objetos de Aprendizagem” (Anexo 5 - Critérios definidos pelo RIVED na 3ª edição do Prêmio Concurso Objetos de Aprendizagem).

Antes de referir os projectos PEDACTICE e SACAUSEF, destinados à avaliação de softwares educativos, convém esclarecer que consideramos softwares educativos como sendo: «todos aqueles construídos especificamente para serem usados no âmbito educacional e que, portanto, seguem uma concepção educacional. Também podem ser considerados softwares educacionais os projetados para outros fins, mas que podem vir a ser utilizados no processo educacional» (Ramos e Mendonça, 1991 apud Batista, et al., 2004).

O projecto PEDACTICE (http://www.fpce.ul.pt/projectos/pedactice/) e o projecto SACAUSEF do Ministério da Educação, surgem como uma “peneira” urgente face à produção de inúmeros softwares educacionais que são colocados no mercado e apregoados, pelas próprias empresas que os criam ou desenvolvem, como fórmulas eficazes para o sucesso na aprendizagem. A necessidade de revelar informação verdadeira e credível e avaliar os softwares em causa é a base de acção destes projectos.

Os repositórios regem-se aproximadamente pelos mesmos requisitos aquando da adopção dum objecto de aprendizagem, por isso e a título de exemplo, apenas fazemos referência ao repositório Wisc-Online que na página intitulada “Quality Standards” em

http://www.wisc-online.com/members/resources/QualityStandards.asp refere algumas das características e informações em relação aos seus objectos de aprendizagem o que faz com que estejam determinados critérios que devolvam esse mesmo valor (Anexo 6 - Quality Standards dos objectos de aprendizagem no repositório Wisc-Online).

Após esta breve viagem, e atendendo à nossa realidade, decidimos adoptar os seguintes critérios para a construção dos nossos objectos de aprendizagem:

• Contextualização do conteúdo do OA reflectindo a realidade; • Boa e correcta utilização da língua portuguesa;

• Utilização de linguagem científica;

• Adequação da linguagem ao público-alvo, nível de ensino; • Abordagem atraente;

• Atribuição de um objectivo por OA (podendo definir-se mais se o conteúdo e a avaliação existente no OA o justificarem);

• O conteúdo deverá estar de acordo com os objectivos determinados; • O conteúdo de cada OA deverá ser autónomo;

• O conteúdo de cada OA não deverá estar dependente de pré-requisitos; • A componente avaliação fará parte de cada OA;

• Existência de feedback; • Existência de interactividade;

• Não utilizar animações, imagens, vídeos, sons e outro tipo de ficheiro media apenas com finalidade decorativa;

• Conter identificação relativa à área de conhecimento e nível de ensino;

• A componente da avaliação deve ser interessante e as suas instruções claras e de fácil leitura.