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CAPÍTULO 1. Contextualização e revisão da literatura

1.5 Sistemas de Gestão de Conteúdos

Convém, neste trabalho, esclarecer as diferenças entre as diferentes soluções de e- learning que, generalizadamente, são mencionadas e sobre as quais tantos debates existem. Referimo-nos aos LCMS - Learning Content Management Systems, LMS - Learning Management Systems e CMS - Content Management Systems.

Iremos debruçar-nos sobre questões técnicas e específicas de cada uma das soluções referidas. No entanto, e mais importante será tentar perceber de que forma cada uma das soluções afecta os interveniente desde o processo de concepção até ao “consumo” do conteúdo.

Um LMS ou Sistema de Gestão da Aprendizagem foca-se, como o próprio nome indica, na gestão e organização dos estudantes/alunos e eventos envolvidos na sua aprendizagem relativos aos cursos que disponibilizam. Esta gestão permite acompanhar os alunos no seu processo de aprendizagem assim como fornecer informação, através de relatórios, do seu desempenho nas várias actividades propostas. Exemplo disso é o controlo do registo por parte dos alunos, registo de todo o percurso que estes efectuam durante o seu curso, a devolução de resultados das suas avaliações, etc.

Para além da componente individual do estudo, os alunos poderão utilizar outros recursos que os LMS oferecem para interagirem com os seus colegas e até com o professor/formador, como é caso já generalizado, de fóruns, vídeo-conferência e chats. Desta forma um LMS tem a capacidade de oferecer uma aprendizagem combinada – um curso desenvolvido segundo esta modalidade possui aulas presenciais e aulas à distância.

Através de um LMS disponibilizam-se cursos já desenhados e construídos, prontos para a sua entrega aos utilizadores ou público. A distribuição do curso pode ser controlada, uma vez que, através da selecção de opções que o LMS oferece, é possível determinar se o curso é disponibilizado na sua totalidade ou se vai sendo gradualmente distribuído à medida que os objectivos são alcançados.

Outra característica que os LMS possuem é a incapacidade para se proceder a rearranjos ou criar conteúdos nos, ou para, os tais curso pré-formatados. Perante isto, normalmente, tenta-se adquirir algumas ferramentas quando se opta por um LMS.

Fig.12 - Processo baseado num LMS (Nichani, 2001).

No caso dos Sistemas de Gestão de Conteúdos ou CMS o enfoque está voltado para a administração e publicação de conteúdos a exibir online. Para que as publicações sejam um sucesso é necessário que no CMS fiquem determinadas as respostas às questões directas como quem? o quê? onde? e quando?

Tendo o papel de base de dados «um CMS ajuda os formadores a catalogar, acompanhar e manipular os conteúdos que são utilizados nos cursos online» (Kapp, s/d).

A existência de conteúdo fragmentado permite uma estruturação muito mais personalizada uma vez que o aluno/utilizador poderá não necessitar de toda a informação referente a determinado aspecto. No entanto poderá querer desenvolver e aprofundar determinado tema/assunto.

Fig.13 - Processo baseado num CMS (Nichani, 2001).

Outro aspecto vantajoso de se ter um inventário de conteúdos é a facilitação da localização dos mesmos. Qualquer formador pode construir um curso sem necessidade de questionar qual a localização de determinado conteúdo desde que esse inventário esteja feito. A acrescentar a este benefício existe a possibilidade de reutilizar várias vezes o mesmo conteúdo podendo até ser inserido em contextos diferentes de aprendizagem.

Um Learning Content Management Systems – LCMS ou sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem consiste num software polivalente na medida em que consegue conjugar funções a cargo dos LMS e dos CMS. Sendo assim, um LCMS é capaz de rastrear e acompanhar os seus utilizadores e produzir conteúdos, assim como armazenar os mesmos sob a forma de Objectos de Aprendizagem possíveis de integrarem novos cursos. Desta forma, da união de dois programas distintos é possível colmatar as desvantagens de cada um com as vantagens do outro.

«A LCMS combines the administrative and management dimensions of a traditional LMS with the content creation and personalized assembly dimensions of a CMS» (Nichani, 2001).

Mas, utilizando um LCMS como solução para o e-learning impede-se que a aprendizagem possa ser combinada, algo que o LMS era capaz de suportar. No entanto pode distribuir os conteúdos em “pedaços” mais pequenos até ao nível de Objectos de

Aprendizagem e evitar que o utilizador esteja a explorar informação que resulta em conhecimento já adquirido. Assim, a aprendizagem é mais direccionada e estruturada mediante as necessidades do utilizador.

Ao nível empresarial, depois de identificadas as necessidades do utilizador mediante, por exemplo, um questionário e/ou entrevista, os instrutional designers ou formadores poderão construir os seus módulos específicos para determinado perfil, utilizando os Objectos de Aprendizagem que existem armazenados no repositório.

Os autores dos objectos poderão ser, externos ou internos e ainda especialistas da matéria, designers envolvidos da produção de multimédia, etc. uma vez que um LCMS tem disponível uma aplicação – ferramenta de autor – capaz de criar Objectos de Aprendizagem.

Fig.14 - Processo baseado num LCMS(Nichani, 2001).

Aquando da construção dos objectos de aprendizagem existem considerações relevantes, sendo as mais importantes as pedagógico-didácticas e a identificação das necessidades do aluno. Contudo, a criatividade é uma mais valia. Para além destes aspectos, o design deve estar uniformizado e harmonioso para que haja coerência estética

quando se decide montar um curso com os diferentes objectos de aprendizagem que o repositório disponibiliza.

A necessidade de existir um designer instrucional no processo de pensar, planear e criar um objecto de aprendizagem torna as soluções mais eficazes. Este determina a disposição, ordem e tipo de conteúdo a ser apresentado, uma vez que tudo tem justificação e razão de ser, e não deve entrar em conflito com o layout que os designers gráficos ficam encarregues de elaborar.

Em relação ao desenho de instrução podemos referir este como essencial e imperativo para garantir a qualidade da produção de objectos de aprendizagem.