Fontes bibliográficas periódicas citadas na RBHE e na RBE

Haja vista a importância do periódico científico dentro da produção científica brasileira, foi realizada a análise dos dados referentes às fontes periódicas citadas.

Na lista Qualis/Capes, um periódico científico é considerado internacional somente se obedecer a todos os critérios determinados para essa classificação. Por exemplo, um dos critérios para uma revista nacional ser classificada como internacional é a publicação no idioma inglês. Sendo assim, para a obtenção dos indicadores de abrangência das fontes bibliográficas periódicas citadas, verificou-se o local de publicação dessas revistas e, dessa maneira, foi determinado se as fontes são nacionais ou internacionais.

Na Tabela 32, apresentam-se os indicadores das fontes bibliográficas citadas, obtidos por meio do local de publicação.

Tabela 32 - Abrangência das fontes bibliográficas periódicas citadas na RBHE/RBE

RBHE RBE ABRANGÊNCIA Freqüência % Freqüência % Nacional 318 80,1 573 75,6 Internacional 79 19,9 185 24,4 TOTAL 397 100 758 100

Observa-se, na Tabela 32, que a maioria das fontes bibliográficas citadas é nacional (RBHE 80,1% e RBE 76,2%). Essa constatação indica que a pesquisa educacional se alicerça em fontes periódicas nacionais para o desenvolvimento dos trabalhos.

Nas Tabelas 33, 34, 35, 36, 37 e 38, encontra-se a distribuição dos periódicos de acordo com a freqüência de citação. As fontes periódicas citadas estão separadas por tipologia, já que a natureza das fontes periódicas é diferente. Os periódicos informativos são aqueles direcionados a um público geral, por exemplo, a revista Veja. Já os periódicos científicos (ou revistas científicas) são aqueles direcionados a um público especializado, que abrange uma área específica, por exemplo, a Revista Brasileira de Educação. Os jornais, incluídos nas fontes periódicas citadas, também possuem natureza diferenciada, tanto pode ser um jornal comercial, com circulação diária, direcionado ao público em geral, como ser um jornal institucional, com circulação semanal, mensal, semestral, etc., direcionado a uma

temática, ou área do conhecimento, etc. O jornal O Estado de S. Paulo é um exemplo de jornal comercial, e o Boletim Anped é um exemplo de jornal institucional.

Tabela 33 - Distribuição das fontes bibliográficas periódicas (jornais) nacionais na RBHE Fonte Bibliográfica

periódica (Jornal)

Freq. % Fonte Bibliográfica periódica (Jornal)

Freq. %

O Estado de S. Paulo 21 25 Jornal Correio da Manhã 1 1,2

Correio Oficial 13 15,5 Jornal da PUC 1 1,2

Jornal do Commercio 4 4,8 Jornal de Piracicaba 1 1,2 Jornal do Professor 2 2,4 Jornal do Brasil 1 1,2

O Jornal 2 2,4 Jornal Musical 1 1,2

O Professor 2 2,4 Jornal O Universal 1 1,2

A Boa Nova 1 1,2 Jornal Ordem 1 1,2

A Constituição 1 1,2 O Escoteiro 1 1,2

A Lanterna 1 1,2 O Estado de Sergipe 1 1,2

A Província 1 1,2 O Globo 1 1,2

A Província do Pará 1 1,2 O Horizonte 1 1,2

A Vida de Minas 1 1,2 O Liberal do Pará 1 1,2

A Voz do Trabalhador 1 1,2 O Município – 1890-1893 1 1,2

Boletim 1 1,2 Trabalhadores 1 1,2

Boletim A 1 1,2 Afro-Asia 1 1,2

Boletim da Escola Moderna 1 1,2 Akal 1 1,2

Boletim do Departamento de Didática

1 1,2 Boletín del Instituto de Historia Argentina y Americana “Dr E Ravignani 1 1,2 Boletim do Departamento de História 1 1,2 Expression 1 1,2

Boletim do GEPEM 1 1,2 Internationalisation 1 1,2 Commercio do Amazonas 1 1,2 Journal Des Savants 1 1,2

Diário Carioca 1 1,2 O Paiz 1 1,2

Diário de Notícias 1 1,2 Langue Française 1 1,2

Diário Oficial 1 1,2

Estado de Minas 1 1,2

TOTAL 84 100

A Tabela 33 permite observar a presença dos Jornais como fonte de investigação para a História da Educação. O jornal é fonte primária em muitas pesquisas históricas, o que talvez explique a freqüência observada.

Entre os jornais citados há aqueles que são do século XIX, como o jornal A Boa Nova e A Constituição, ambos de Manaus, cujos artigos citados datam de 1883 e 1877, respectivamente. Também há jornais que remetem ao início do século XX, como por exemplo, A Lanterna (1901) ou o jornal A Vida de Minas (1916). Muitos dos jornais citados já saíram de circulação, como por exemplo, A Província, A Província do Pará, A Voz do

pesquisa em História da Educação e, demonstram também, a utilização da pesquisa documental como técnica de pesquisa. Esses jornais possivelmente foram consultados em Arquivos ou Bibliotecas, o que demonstra que a prática de buscar fontes históricas para a pesquisa em História da Educação é uma característica presente na área. Segundo Nunes e Carvalho (1992, p. 22),

os historiadores da educação dependem, nas suas investigações, não apenas das questões formuladas dentro de certas matrizes teóricas, mas também dos materiais históricos com quem podem contar. Não fazemos bons trabalhos na área sem respeitar a empiria contra a qual lutamos; e todos já nos deparamos com a dificuldade de recolher fontes impressas e arquivísticas, geralmente lacunares, parcelares e residuais. Apesar dessas dificuldades, é justamente no manuseio crítico das fontes que o pedagogo ganha a distância necessária para olhar de uma nova maneira a pedagogia, tornando-se, pela sua prática e pelo seu projeto, um historiador.

Verifica-se também, a citação de jornais atuais (O Estado de S. Paulo, 25%) como fonte de informação. Do Estado de S. Paulo há citações de 2004 e citações de artigos de 1946, por exemplo. Um documento pode tornar-se fonte de informação de acordo com o olhar do pesquisador. Apesar dos jornais recentes trazerem informações mais sucintas, pode contribuir para a compreensão do pensamento e idéias de uma época. Para Saviani (2005), “as fontes históricas não são a origem do fenômeno histórico, não são as fontes da história”, de acordo com Andreotti (s.d), são documentos que nos fornece informações para a compreensão de dado fenômeno. Nada é fonte de pesquisa até que o pesquisador formule suas questões.

Na Tabela 30, nota-se, também, a presença de fontes legislativas como o Correio

Oficial e o Diário Oficial. Essas fontes são documentos importantes para a investigação

histórica, permitem observar a configuração das Leis de acordo com a situação política.

Os Boletins trata-se de pequenas publicações com notícias, não devem ser confundidos com o título de alguns periódicos científicos. Geralmente o Boletim é publicado para circulação de informações de uma determinada localidade, entidade ou instituição. Foram citados, por exemplo, o Boletim do Departamento de Didática, o Boletim do

Tabela 34 – Distribuição das fontes bibliográficas periódicas (revistas) nacionais na RBHE

PERIÓDICOS NACIONAIS QUALIS FREQ %

Educação & Sociedade Internacional A / Educação 14 5,8

Teoria & Educação 14 5,8

Cadernos de Pesquisa Internacional A / Educação 13 5,4 Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos Nacional A / Educação 13 5,4

Estudos Históricos Nacional A / Educação 10 4,1

Revista Brasileira da História da Educação Nacional B / Educação 10 4,1 Revista Brasileira de Educação Internacional A / Educação 10 4,1 Educação em Revista Nacional B / Sociologia 8 3,3

Estudos Avançados Nacional B / Educação 6 2,5

História da Educação Nacional B / Educação 6 2,5 Revista Brasileira de Estatística Nacional C / Interdisciplinar 6 2,5

Cadernos Anped 5 2,0

Arquivos do Instituto de Educação 4 1,7

Educação & Realidade Internacional A / Educação 4 1,7 Educação e Pesquisa Nacional A / Sociologia 4 1,7

Em Aberto Nacional B / Interdiscipinar 4 1,7

Caderno Cedes Nacional A / Educação 3 1,2

Educação e Ciências Sociais 3 1,2

Revista Brasileira de História Nacional A / Educação 3 1,2

Revista da Faculdade de Educação da USP 3 1,2

Revista História da Educação Internacional A / Educação 3 1,2

Tempo Social Internacional A / Educação 3 1,2

Com-Ciência Social 3 1,2

Periódicos com freqüência menos que 3 87 36,4

TOTAL 239 100

Entre os periódicos científicos mais citados, destacam-se: Educação & Sociedade 5,8%, Teoria & Educação 5,8% e Cadernos de Pesquisa 5,4%, e Revista Brasileira de

Estudos Pedagógicos (RBEP) 5,4%. Conforme destacado no capítulo 1 deste trabalho, a

RBEP trouxe importantes contribuições para a pesquisa educacional, e é uma revista bastante utilizada como fonte de pesquisa na área. A RBHE também está entre os periódicos mais citados (4,1%), o que revela que há citações do mesmo periódico em que o artigo foi publicado. O mesmo índice foi atingido pela RBE (4,1%), indicando que artigos publicados neste periódico também são de interesse dos pesquisadores que publicaram na RBHE.

Apesar de alguns periódicos não pertencerem à lista Qualis/Capes, a maioria dos periódicos citados foi classificada como Internacional e Nacional A. Esse resultado pode demonstrar que periódicos com maior circulação e citação são melhores avaliados.

Tabela 35 - Distribuição das fontes bibliográficas periódicas (revistas) internacionais na RBHE

PERIÓDICOS INTERNACIONAIS FREQÜÊNCIA %

Histoire de L’éducation 5 6,8

Revue Histoire de L’éducation 3 4,0

Educação, Sociedades & Culturas 3 4,0

Archivum Historicum Societatis Iesu 2 2,7

El Monitor de la Educación Común 2 2,7

Paedagogica Historica 2 2,7

Revue d’Histoire Moderne et Contemporaine 2 2,7

Scrittura e civilta 2 2,7

Teachers College Record 2 2,7

Periódicos com freqüência igual a 1 51 68,9

TOTAL DE PERIÓDICOS 74 100

Dentre as fontes bibliográficas periódicas internacionais, destacam-se o periódico

Histoire de L’éducation, que está presente em 6,8% das fontes bibliográficas internacionais

periódicas citadas, e os periódicos Revue Histoire de l’Éducation e Educação Sociedades & Culturas, presentes em 4% das citações.

Verifica-se que apesar de se destacar apenas os periódicos com freqüência maior que 1, considera-se representativo os que tiveram freqüência igual a 1. Trata-se de 51 títulos de periódicos internacionais, que foram citados nos artigos publicados na RBHE. A citação desses títulos denota certa preocupação dos pesquisadores da História da Educação em consultar tais publicações internacionais.

Na Tabela 36, encontra-se a distribuição das fontes bibliográficas periódicas nacionais citadas na RBE.

Tabela 36 - Distribuição das fontes bibliográficas periódicas (Jornais) na RBE

FONTE BIBLIOGRÁFICA PERIÓDICA