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Francisca Rosaline Leite Mata Marlene de Oliveira

A crescente produção de conhecimentos científicos e, principalmente, tecnológicos nas várias esferas sociais e nos diversos campos do conhecimento humano possibilitou, notadamente ao longo das últimas décadas, o desaparecimento de algumas atividades e profissões e surgimento de outras. Isso implicou, e implica, diretamente na formação de novos profissionais, uma vez que surge espaço para novos estudos, conceituações e conteúdos e, conseqüentemente, propicia o surgimento de novas habilitações.

"remodelamento" das profissões pode ser comparado com a rota seguida pela Ciência Normal para a obtenção do reconhecimento de sua cientificidade. Assim como os paradigmas científicos, as profissões também passam por uma série de eventos até se consolidarem e obterem reconhecimento na sociedade. Em um estudo, Mueller (2004), baseando-se na teoria de Abbott (1988), reflete sobre a rota de uma profissão. Para isso, apresenta uma ordem de "primeiros eventos" tidos como comuns à maioria das profissões. Primeiro, de acordo com a autora, as pessoas que exercem determinado trabalho passam a se dedicar a ele em tempo integral. A partir daí, se faz necessário um treinamento mais formal, o que dá margem ao surgimento de cursos para esse fim. Contudo, só a criação de cursos não é suficiente, é preciso que eles obtenham status acadêmico. Para isso, tais cursos filiam-se ou buscam se constituir enquanto departamentos universitários. Com o passar do tempo, os cursos se tornam mais longos e o nível de estudos se aprofunda, no sentido de dar maior· embasamento à área, elevar a qualidade dos serviços, bem como o nível de compromisso pessoal dos que fazem parte do grupo. Com os cursos universitários, inevitavelmente, surge um corpo docente dedicado ao ensino e à pesquisa, o que, por sua vez, é determinante para a construção do corpo de conhecimento da área. O estágio seguinte é a criação de uma associação profissional que congregue professores e profissionais graduados. O aumento de conhecimentos e de reflexão sobre a área pode levar a alterações ou mesmo à mudança do nome da profissão e dos cursos; concomitante a isso há um aumento no rigor, com vistas a excluir, do exercício profissional, aqueles que praticam as atividades concernentes à profissão sem possuírem graduação nos cursos credenciados. Nesse estágio, poderá acontecer forte disputa com profissionais de outras áreas pelo mesmo mercado de trabalho e isso concorre para um maior esforço na busca pelo reconhecimento oficial da profissão. Após atingir um certo grau de amadurecimento, a profissão publica um código de ética, visando estabelecer normas de conduta internas (entre os pares) e externas (para com a sociedade) e, ainda, proteger os clientes, impedindo que o exercício profissional se dê por pessoas não credenciadas.

A descrição dessa ordem oferece uma oportunidade de reflexão sobre a trajetória da Biblioteconomia e da Ciência da Informação.

5.1 O Profissional da Informação

instituições sociais e, nessa esteira, também provocaram impacto na forma de organização, disseminação e uso das bibliotecas e outras unidades de informação. Tais alterações repercutiram incisivamente na formação e no perfil de bibliotecários e demais especialistas de informação. Tais profissionais passaram a se deparar com um novo contexto que Ihes exigia, e exige, não só um corpo de conhecimentos especializados, mas também conhecimentos e habilidades no uso de tecnologias para organizar, processar, recuperar e disseminar informações, independentemente do suporte no qual elas estejam registradas.

A chamada Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento, com suas inúmeras demandas, oriundas, sobretudo, da inserção de uma vasta gama de aparatos tecnológicos, deu margem ao surgimento de uma nova terminologia para designar ou categorizar aqueles que lidam com informação. Nesse espaço de atividades surgiu o termo "Profissional da Informação". Um termo amplo que envolve o trabalho com documentos e/ou informação, em inúmeros e diferentes contextos, em sua maioria, com o auxílio de tecnologias de informação. A conceituação está em processo evolutivo e sua abrangência ainda encontra-se indeterminada, suscitando vários debates em torno de quem realmente pode ser considerado como tal.

A discussão sobre o profissional da informação vem ocorrendo há mais de uma década e já faz parte das agendas de associações profissionais, comunidades da área e até da Federação Internacional de Documentação. Contudo, não há ainda unanimidade em torno de uma denominação comum para abarcar as diferentes habilidades que se vinculam às atividades de informação. Segundo Mueller (2004). é consensual a idéia de que, mesmo que esses profissionais possuam origem em várias e diferentes áreas do conhecimento, é necessária a existência de algumas características mínimas que Ihes sejam comuns.

A literatura sobre o tema é vasta e expressiva, apresentando visões como a de Le Coadic, que entende como profissionais de informação aqueles que "adquirem informação registrada em qualquer suporte, organizam, descrevem, indexam, armazenam, recuperam e distribuem essa informação em sua forma original ou como produtos elaborados a partir dela". (Le Coadic, 1996, p. 106).

Ponjuan, apud Dante (2000), considera que os profissionais da informação são aqueles que estão ligados profissional e intensivamente a qualquer etapa do ciclo de vida da informação e, portanto, devem ser capazes de operar eficiente e eficazmente tudo o que se refere ao gerenciamento da informação em organizações de qualquer tipo ou em unidades especializadas de informação.

Para Guinchat e Menou (1994), à medida que foram surgindo, as profissões ligadas à informação foram recebendo novas denominações, como indexadores, gestores de informação e outros. Contudo, segundo os autores, há unanimidade em torno dos profissionais com formação nas áreas de Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia como os mais tradicionais, enquanto profissionais da informação.

O Bureau of Labor Statistics – U.S. Department of Labor, em seu Occupationa/

Out/ook Handbook (2004), caracteriza o bibliotecário como profissional da informação que, a

partir de uma redefinição do conceito de biblioteca, passou a redesenhar as atividades do seu cotidiano profissional à luz da inserção das novas tecnologias. A partir de então, os bibliotecários começaram a desenvolver atividades não só de cunho técnico, mas também administrativo e gerencial, passando a coordenar equipes de funcionários e a desenvolver e dirigir programas e sistemas de informação, assegurando que a informação seja organizada de maneira que atenda as necessidades dos usuários.

Para Guinchat e Menou (1994), os profissionais da informação incluem subcategorias de uma profissão única, a de "especialista em informação". Segundo os autores, não obstante a existência de certas especificidades, as diferentes habilidades dessa categoria apresentam características comuns:

• Trata-se de uma profissão de serviço;

• Trata-se de uma profissão de comunicação e de contato onde as relações pessoais com os usuários e produtores de informação são determinantes para a eficácia do serviço; o especialista deve ser capaz de compreender os outros e participar da vida coletiva;

• É um trabalho de equipe;

• O especialista precisa tomar decisões em função de numerosos critérios, e isso exige um bom julgamento;

• Trata-se de uma profissão que exige curiosidade em relação às pessoas, instituições, fatos, idéias e técnicas;

• O especialista deve ter o espírito aberto, adaptável e dominar a técnica uma vez que é uma profissão em constante evolução; a rotina e a passividade são inimigas da profissão.

É importante que o profissional busque capacitação contínua, possua senso crítico, seja criativo: ousado, curioso, investigativo, empreendedor, proativo, dinâmico, político, entre

outras coisas, e, principalmente, que se constitua enquanto líder pois, como bem ressalta Lancaster (1994), a falta de fortes lideranças na área emperra seu desenvolvimento, visto que este é um quesito fundamental para que a profissão se firme perante a sociedade.

5.2 A Formação Profissional

Falar de profissionais da informação implica falar, também, da necessidade de uma formação sólida, que propicie o desenvolvimento de habilidades e perfil compatíveis com as exigências da sociedade. Assim, na medida em que as transformações científicas e tecnológicas passaram a oferecer uma nova visão de atuação para os egressos de Biblioteconomia e Ciência da Informação, os currículos, paulatinamente, foram sendo reestruturados e novos cursos surgiram.

A formação dos profissionais da informação se dá em diferentes níveis e:

(...) vem sendo objeto de acirrada discussão na área, no decorrer de mais de duas décadas, quando, por exemplo, se contrapõe a formação em graduação, nos países latino-americanos, à formação eminentemente em pós-graduação na Europa e nos Estados Unidos. (Guimarães, 2004, p. 91).

Na França, de acordo com Cunha (2000), a formação dos profissionais em Ciência da Informação se dá em três ciclos. O primeiro corresponde a um curso de formação de técnico superior e possui uma duração de dois anos; o segundo é equivalente à graduação e ao mestrado existentes no Brasil; o terceiro leva ao doutorado ou à atuação direta no mercado de trabalho. Nos Estados Unidos, a obtenção do mestrado é condição básica para a atuação do bibliotecário em bibliotecas públicas, escolares, especializadas e universitárias. O curso possui duração de um a dois anos e é oferecido por várias faculdades, mas, segundo o

Bureau of Labor Statistics – U.S. Department of Labor (2004), os empregadores dão

preferência aos graduados nas escolas credenciadas pela American Library Association - ALA. O Doutorado, por sua vez, é geralmente voltado para o ensino em universidades e a pesquisa.

No Brasil, cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação são oferecidos em diferentes níveis, a saber, graduação, pós-graduação lato sensu (especialização) e pós- graduação stricto sensu. O título de bibliotecário é obtido em cursos de graduação, e a Ciência da Informação titula mestres e doutores em programas de Pós-Graduação stricto

A Biblioteconomia no Brasil, como era de se esperar, seguiu, ao longo de sua trajetória, a sucessão de eventos comuns ao processo de profissionalização citado. Castro (2002) diz que o ensino da área de Biblioteconomia no Brasil se iniciou por volta de 1915 no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, e não possuía nenhum tipo de planejamento curricular, tampouco visava atender necessidades que não fossem as da instituição. Contudo, no decorrer das décadas seguintes, novos cursos começaram a surgir em outros estados, fato que exigiu maior comprometimento e estudo por parte dos profissionais formados e dos que estavam em processo de formação. A busca de uma base teórica sólida, que fosse capaz de explicar o porquê das práticas biblioteconômicas, contribuiu para a consolidação de cursos e departamentos universitários. As décadas de 1950 e 1960 foram marcantes para a área, pois, nesse ínterim, surgiram fortes entidades de classe, como a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições - FEBAB, em 1959; em 1967, a Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documentação - ABEBD, atual Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação - ABECIN; em 1966, o Conselho Federal de Biblioteconomia. E, ainda, foi aprovado o primeiro Código de Ética da profissão também em 1966. Tais entidades, bem como os cursos de graduação da área, possuem papel fundamental para consolidação da profissão do bibliotecário, pois passaram, e continuam a passar até os dias atuais, por reformulações e reestruturações, objetivando atender às demandas, quer sejam de ordem teórica ou prática, que se apresentam no âmbito profissional.

A pós-graduação em Ciência da Informação iniciou-se, em 1970, com a criação do mestrado em Ciência da Informação no Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação - IBBD, atual Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT. Posteriormente, surgiram mestrados em Biblioteconomia em outras escolas. Esses cursos, ao longo dos anos, foram transformando sua denominação para Ciência da Informação. Tais mudanças ocorreram em função do surgimento de novas construções teóricas para procedimentos de pesquisa e também para absorver demandas oriundas de outras áreas do conhecimento. Atualmente, a área conta, segundo a ABECI N, com um total de 42 escolas que oferecem cursos de Biblioteconomia, Gestão da Informação, Administração da Informação, Ciência da Informação e Documentação (ver Anexo B).

Este cenário, de formação diferenciada em graduação e pós-graduação, conduz a uma questão importante, que é a interdisciplinaridade, tão fortemente conclamada pela Biblioteconomia e pela Ciência da Informação. Esse fato pode estar gerando dificuldades no

desenvolvimento e consolidação da BCI. Os programas de pós-graduação passaram a aceitar egressos de quaisquer disciplinas, sem que apresentassem um conhecimento mínimo das atividades básicas da área. Por outro lado, alguns programas de pós-graduação não têm oferecido disciplinas que conduzam ao entendimento do foco da área, o que facilitaria aprofundamento e melhores reflexões sobre as práticas de disseminação da informação naqueles cursos. Isso parece tornar-se também um empecilho à socialização da área, que deveria envolver profissionais, professores e pesquisadores em torno de orientações comuns.

É importante salientar que, independentemente do surgimento de novas denominações, o cerne da prática profissional (o gerenciamento, a organização, o armazenamento, o processamento e a disseminação da informação) continua o mesmo. Daí a necessidade de os cursos possuírem currículos minimamente compatíveis e, ainda, de que exista consenso em torno de tais práticas, pois a ausência de consenso implica, entre outras coisas, na falta de unidade em torno dos problemas que devem ser pesquisados.

É importante notar que, no que diz respeito aos estudos curriculares, a ABECIN tem exercido importante papel e constitui-se numa forte entidade, que busca assegurar o debate das questões pertinentes à formação dos profissionais na área, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação.

Talvez falte ainda uma maior socialização das práticas e dos conhecimentos produzidos na área. Em consonância com as idéias de Guimarães (2004), cabe, aqui, chamar a atenção para o fato de que o estabelecimento de forte diálogo entre os espaços de formação acadêmica e os de exercício profissional, bem como entre a graduação e a pós- graduação, se faz cada vez mais imprescindível. Estas são questões sérias que devem ser constantemente pensadas não somente pelos pesquisadores, mas também pelos profissionais da Ciência da Informação, pois, como vimos, a consolidação do corpo de conhecimentos de uma área é base para a fundamentação de suas práticas e seu reconhecimento oficial enquanto profissão.

5.3 Possibilidades de Atuação e Habilidades Necessárias

A atuação do profissional da informação tem sido alvo de vários estudos. No que diz respeito à legislação da área de Biblioteconomia, a Lei n° 4.084 de 30 de junho de 1962, que regula o exercício profissional do bibliotecário, de certa forma tende a limitar tal exercício,

pois não acompanha as mudanças ocorridas no cenário profissional e não abre possibilidades para o bibliotecário lidar com a informação nos diferentes suportes e contextos (institucionais e sociais) em que a mesma passou a se apresentar. Daí a necessidade de se repensar tal lei. Já o parecer CNE/CES n° 492/2001, da Lei de Diretrizes e Bases do Ministério da Educação - MEC, pode ser considerado como um importante avanço no sentido de mudar a visão restrita que a sociedade brasileira ainda possui acerca da atuação do profissional bibliotecário. Isso porque, ao descrever as habilidades específicas de tal profissional, é dito que compete ao mesmo:

• Interagir e agregar valor aos processos de geração, transferência e uso da informação, em todo e qualquer ambiente;

• Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação;

• Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;

• Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação;

• Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.

Nesta mesma linha, nos Estados Unidos, a Association of Independent Information

Professionals (2004) aponta possibilidades de atuação do profissional da informação nas

áreas de:

• Indústria e Negócios - no atendimento a empresários executivos que necessitam de informações precisas, que os mantenham em nível de competição com outras empresas. Estes podem ser considerados como clientes típicos e variam desde proprietários de empresas de pequeno porte aos diretores das grandes companhias, firmas de seguro e de investimento, agências de publicidade e relações públicas, indústrias de manufatura e serviço. Muitos profissionais da informação descobriram oportunidades novas em treinar seus clientes na pesquisa básica e no desenvolvimento da Intranet, e, ainda, ao fornecerem serviços com valor agregado, como a análise de resultados de pesquisa;

• Pesquisa Jurídica - no gerenciamento de bibliotecas ou unidades de informação (públicas e/ou particulares) no campo jurídico, fornecendo informações sobre leis,

estatutos, andamento de processos, recursos ou argumentos informacionais que podem ser utilizados por advogados de defesa e/ou acusação em um julgamento etc.; • Saúde - no processamento de informações (utilização de descritores, metadados,

definição de linguagens de indexação e terminologias), desenvolvimento e gerenciamento de Sistemas de Informação, como os Registros Eletrônicos em Saúde e Prontuários Eletrônicos dos Pacientes, no gerenciamento de bases de dados estatísticas e bibliográficas, por exemplo, sobre epidemias, cuidados com a saúde, no fornecimento de informações que possam auxiliar médicos e enfermeiros no processo de tomada de decisão, subsidiar políticas públicas na área da saúde e promover programas de prevenção de doenças;

• Bancos e Finanças - na recuperação e análise de informações estratégicas e competitivas determinantes para transações comerciais e financeiras de sucesso; • Poder Público - em diversas instâncias, que vão desde a atuação em universidades e

centros de pesquisa até arquivos públicos e gestão de bancos de dados que incluem documentos orçamentários, pesquisa sobre distribuição de renda, qualidade de vida da população etc.;

• Ciência e Tecnologia - no fornecimento de informações para o embasamento e a consolidação de pesquisas de profissionais de todas as áreas do conhecimento, atendendo desde pesquisadores de Ciências Exatas até os de Ciências Humanas; • Document Delivery ou Entrega de Documentos - na disponibilização e entrega em

domicílio de documentos on-line e/ou impressos (artigos, livros, pesquisas de mercado etc.), obedecendo à fixação de tarifas. Este trabalho pode ser realizado de maneira autônoma ou institucional. No segundo caso, o Brasil conta com a Bireme, o Comut e o Scielo, entre outros.

No Brasil. Valentim (2000) divide o mercado de trabalho do biblitecário em três grandes grupos:

• Mercado Informacional Tradicional, que se compõe de bibliotecas públicas, universitárias, escolares, especializadas, centros culturais e arquivos;

• Mercado Informacional Existente e Não-Ocupado, que inclui editoras, livrarias, empresas privadas, provedores de Internet, bancos e bases de dados;

• Mercado Informacional de Tendências, que compreende a atuação em centros de informação / documentação em empresas privadas, bancos e bases de dados eletrônicos e digitais, portais de conteúdo e portais de acesso na rede global (Internet) e em redes institucionais internas (Intranet).

Todos esses campos apresentam possibilidades reais de atuação diretamente associadas à capacidade de gestão de informações, à comunicação e à interdisciplinaridade com outras áreas, tendo na tecnologia uma forte aliada. Contudo, para que a atuação desses profissionais se efetive na prática, é preciso que eles desenvolvam certas habilidades e possuam conhecimentos mínimos acerca de determinadas disciplinas relacionadas à Biblioteconomia e à Ciência da Informação. Como exemplos, temos, de acordo com Hjørland (2000):

• Ciência da Computação (incluindo Inteligência Artificial); • Estudos de comunicação;

• Epistemologia;

• Lingüística (incluindo Linguagens de Computador, Linguagens Especializadas); • Matemática e Estatística;

• Psicologia e Ciência Cognitiva; Estudos da Ciência; Semântica; • Semiótica;

• Sociologia (especialmente Sociologia das Ciências).

5.4 Considerações Finais

Mesmo não se tendo clareza conceitual do que venha a ser informação, sabe-se que, como afirmam Mota e Santos (2002), a informação, enquanto matéria-prima para o desenvolvimento científico e tecnológico, tornou-se elemento essencial, considerado como o diferencial competitivo de uma sociedade cada vez mais globalizada. Neste cenário, o novo modelo econômico contribuiu significativamente para uma verdadeira mudança cultural no que diz respeito às profissões. O mercado de trabalho torna-se cada vez mais competitivo, e inúmeras são as exigências feitas àqueles que almejam conseguir um emprego e aos que pretendem manter suas atividades profissionais.

socialização dos indivíduos, valorizando a atuação em equipe, a interdisciplinaridade, o aprendizado contínuo e atividades comportamentais". (Arruda, 2000, p. 24). Assim, o profissional da informação precisa estar atento e ser cada vez mais atuante, não podendo, em hipótese alguma, se acomodar frente às demandas que lhe são impostas. É necessário, pois, que mais reflexões sejam feitas sobre a profissão, visando a capacitação e a atualização constante dos profissionais, fazendo com que estes sejam capazes de, conforme diz Baptista (2000), analisar as ameaças e transformá-las em oportunidades.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ABECIN. Disponível em: <http://www.abecin.org.br>. Acesso em: 10/06/2004.

ASSOCIATION OF INDEPENDENT INFORMATION PROFESSIONALS. The independent information professional. Disponível em:<http://www.aiip. org/Resourceslll PWhitePaper.