Formação de Mark-Up

“O Mark-Up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda,” (SANTOS, 2009, p.139).

Para Padoveze (2003, p. 162) o Mark-up normalmente é construído com uma estrutura padrão de custos e despesas em relação a um volume de atividade de produção e vendas consideradas normal.

Conforme Santos (2009), o Mark-up tem por objetivo cobrir as contas de impostos e contribuições sociais sobre vendas; as comissões sobre vendas e a margem de lucro sobre vendas. Ainda, de acordo com Padoveze (2003), cobrirá as despesas administrativas, despesas comerciais, outras despesas operacionais e custo financeiro de produção e vendas

2.10.3 Cálculo do Mark-Up

“O cálculo do Mark-up é extraído da estrutura da demonstração de resultados, partindo-se do custo dos produtos vendidos,” (PADOVEZE, 2003, p.315).

Um exemplo de como calcular o Mark-up de Santos (2009, p. 141):

Quadro1: Exemplo de Cálculo de Mark-up.

Preço de venda 100%

(-) Impostos e taxas a vista (20%)

(-) Lucro Marginal (16%)

= Mark-up divisor 64%

= Mark-up multiplicador (100% : 64%) 1,5625 Fonte: Santos (2009).

O Mark-up pode ser divisor ou multiplicador sobre o valor do custo do produto. Conforme o exemplo do autor, o custo do produto é de R$ 12,00.

Identificação do preço de venda com o Mark-up divisor:

PVV = 12,00 = R$ 18,75 0,64(64% : 100%)

Identificação do preço de venda com o Mark-up multiplicador:

Portanto, utilizando tanto o Mark-up multiplicado como o divisor no cálculo do preço da venda, ambos resultam no mesmo valor.

É importante ressaltar, que o caçulo do Mark-up é indispensável em qualquer entidade que produz e revende seus materiais, pois através da formação do preço de venda correto, os gerentes podem ter uma garantia de lucro concreta no final de cada venda.

2.10.4 Margem de Contribuição

“Margem de contribuição é o conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis,” (PEREZ JR., OLIVEIRA e COSTA, 2001 p. 190).

“A margem de contribuição unitária representa a parcela do preço de venda que resta para a cobertura dos custos e despesas fixos e para a geração do lucro por produto vendido,” (BORNIA, 2002, p. 71).

A margem de contribuição unitária, segundo os autores Perez Jr., Oliveira e Costa (2001) pode ser obtida pela seguinte fórmula:

Onde:

MC: margem de contribuição; PV: preço de venda;

CV: soma dos custos variáveis; DV: soma das despesas variáveis.

A margem de contribuição representa o valor que cobrirá os Custos e as despesas fixas da empresa e proporcionará o lucro. (CREPALDI, 1999, p. 153)

De acordo com o pensamento de Padoveze (2003), a margem de contribuição, será o lucro variável da entidade. Significando que em cada unidade produzida à entidade lucrará determinado valor o qual multiplicado pela quantidade vendida se terá a margem de contribuição total do produto.

2.10.5 Ponto de Equilíbrio

“A expressão ponto de equilíbrio, tradução do termo em inglês break-even point, refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais,” (PEREZ JR., OLIVEIRA e COSTA, 2001 p. 191).

Conforme Medeiros (1997, p.148) “o ponto de equilíbrio é o nível de produção e venda em que os custos totais se equilibram. É o ponto onde inicia a rentabilidade da empresa (lucro).”

Para Santos (2009; p.14) “ponto de equilíbrio é a expressão usada para definir o equilíbrio entre o faturamento de vendas e os custos totais, equivalente ao lucro zero. A partir do ponto de equilíbrio é que as operações de uma empresa começam a gerar lucro.”

Ponto de Equilíbrio evidencia, em termos quantitativos, o volume que a empresa precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis em que necessariamente ela tem de incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou de venda a empresa passa a ter lucros, (PADOVEZE; 2003, p. 278 e 279).

Perante todos esses conceitos, a identificação do ponto de equilíbrio é importante, pois é através dele que a entidade deve determinar o nível mínimo de produção que deve ter para alcançar o lucro desejado, ou ao menos para pagar todos os seus custos e despesas.

2.10.6 Margem de Segurança

Santos (2009) define margem de segurança como aquela obtida pela diferença entre as vendas planejadas e as vendas calculadas no “ponto de equilíbrio”.

Em termos operacionais, quanto maior for a margem de segurança operacional maiores serão as possibilidades de negociação de preços envolvendo as relações custo, volume e lucro, principalmente quando a empresa participa de uma mercado altamente competitivo.

A margem de segurança operacional pode ser apurada em unidades, em valor e em percentagem, (SANTOS, 2009, p. 45).

Seguindo o mesmo pensamento, Padoveze (2003, p. 290) entende que “a margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de venda excedente, para se analisar a margem de segurança, pode ser tanto das vendas orçadas, como o valor real das vendas.”

Segundo o mesmo autor, a margem de contribuição pode ser descoberta de acordo com a fórmula abaixo:

Com a identificação da margem de segurança possibilita analisar qual o volume mínimo de venda que a empresa pode ter para ainda ter lucros, sem entrar na faixa de prejuízo.

2.10.7 Grau de Alavancagem

“Grau de alavancagem operacional é o índice que relaciona o aumento percentual nos lucros com o aumento percentual na quantidade vendida em determinado nível de atividade,” (CREPALDI, 1999, p. 158).

Esse grau de alavancagem é alto nas empresas que tem custos fixos muito elevados e baixos custo variáveis, causando em aumento na margem de contribuição, elevando o ponto de equilíbrio da empresa, assim o lucro aumenta rapidamente.

É interessante lembrar, que “à medida que aumenta a Margem de segurança, decresce a alavancagem operacional, (MARTINS, 1998, p.277).

3 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO DA PRODUÇÃO LEITEIRA: Estudo de caso

Nesse capítulo, apresenta-se a parte prática da pesquisa, onde se tem como objetivo o cálculo do custo da atividade leiteira da propriedade em estudo. Onde será analisada a rotina diária da propriedade, realizando cálculos dos custos relacionados com a produção e analise dos resultados obtidos.