M
ARIGLEIS
EVEROM
ARASCHINA formação profissional do professor pressupõe o caráter contínuo, engloba formação inicial e continuada e conhecimentos teóricos e práticos para e no exercício da docência.
Uma das formas de trabalho na e para formação envolve pressupostos de investigação-ação educacional. Esta promove o questionamento na e para a ação do professor, o pensar sempre na prática com o objetivo de desenvolver e melhorar as práticas educativas em curso. A investigação-ação relaciona a ação individual e a do grupo, assumindo uma dimensão coletiva no próprio espaço de trabalho, buscando melhorar o seu fazer educativo e a sua compreensão destas práticas.
Nesse sentido, pensar a formação profissional dos professores implica perceber a possibilidade de torná-los investigadores de suas próprias práticas. A investigação-ação torna-se esta possibilidade de constituir no espaço escolar comunidades de investigadores ativos-críticos que visam melhorar a educação: “(...) é um processo concreto e prático que ajuda as pessoas implicadas a elaborar uma crítica da escolarização, a dar forma a perspectivas educativas e a melhorar a educação nas escolas”. (Kemmis & Mctaggart, 1988, p. 37)
A investigação-ação possibilita que os professores envolvidos tomem para si a tarefa de redimensionar suas práticas a partir de um "olhar de dentro", o que
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Texto construído para discussão inicial no Grupo de Pesquisa: EJA: buscando alternativas para sala de aula”
também tem relação com a auto-reflexão crítica. Assim, ao organizar um grupo de investigação-ação, os professores têm a oportunidade de compreender a atividade teórica e prática do processo de ensino e de aprendizagem, por meio de processos de planejamento, ação, observação, reflexão e replanejamento.
A forma de investigação-ação que melhor incorpora os valores de uma ciência educativa crítica é a emancipatória. (Paulo Freire, 1987, Carr, Kemmis, 1988) Nesta, o grupo de participantes assume conjuntamente a responsabilidade do
desenvolvimento: da prática, dos entendimentos e das situações socialmente construídas nos processos interativos da vida educacional.
Para isso, é necessário que os professores estejam abertos para explorar os problemas, assumindo o compromisso com o grupo e consigo mesmo. Torna-se importante compreender que a IA trabalha com as duplas dialéticas: teoria/prática e indivíduo/instituição. Segundo Carr y Kemmis (1988)“A investigação-ação emancipatória é um processo que reforça os participantes, e os lança a luta por formas de educação mais racionais, justas, democráticas e plenas.”
Momentos da Investigação-Ação RECONSTRUTIVO CONSTRUTIVO DISCURSO entre participantes 4. REFLEXÃO 1. PLANEJAMENTO PRÁTICA No contexto social 3. OBSERVAÇÂO 2. AÇÂO
¾ PLANEJAMENTO: é a ação organizada e deve antecipar a ação. É um momento de construção, de tomada de decisões em relação ao trabalho que se realizará no decorrer da investigação.
¾ AÇÃO: é o momento de execução do planejamento. Está guiada pelo planejamento, mas não completamente controlada por este. Os planos de ação devem ser flexíveis e abertos a mudanças, respondendo as circunstâncias.
¾ OBSERVAÇÃO: é o momento de documentar os efeitos da ação. “Os investigadores devem observar o processo da ação, os efeitos da ação (tanto os previstos como os inesperados), as circunstâncias da ação e suas limitações.”
(Kemmis & Mctaggart, 1988, p. 19) As pessoas dedicadas a investigação-ação registram num diário∗∗ as suas observações.
¾ REFLEXÃO: é a etapa retrospectiva em que, criticamente, se rememora a ação, registrada pela observação. A reflexão engloba a discussão entre os participantes, através do intercâmbio de pontos de vista para a reconstrução de novos planejamentos e novas ações.
A investigação-ação, dessa forma, permite ao professor a reflexão na ação e sobre a ação, promove a auto-reflexão e a autocrítica.
Acreditando que a formação profissional e seus vínculos com processos de investigação-ação produz mais efeito quando parte das necessidades dos próprios professores é que se propõe esta investigação-ação, de modo a colaborar com o desenvolvimento da prática educativa de jovens e adultos. Não uma pesquisa sobre a EJA e sobre o papel dos professores neste processo, mas uma investigação “no” e “para” o ensino e com os educadores, tendo estes como colaboradores e como co- pesquisadores. Como destaca Tardif, (2002)”O educador precisa ocupar o papel de ator da própria ação e o de autor do próprio discurso.
Referências:
BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro. A educação musical nas séries iniciais do ensino fundamental: olhando e construindo junto às práticas cotidianas do professor. Tese de doutorado, UFRGS, 2000
KEMMIS, Stephen & Mctaggart, Robin.. Como planificar la investigación-acción, Editorial Laertes: Barcelona, 1988
CARR, Wilfred & Kemmis, Stephen.Teoría crítica de la enseñanza. Edic. Martínez Roca. Barcelona. 1988
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002
LÂMINAS PARA APRESENTAÇÃO AS PROFESSORAS
Diante a investigação-ação, como possibilidade de realização científica de pesquisa, destaca-se que essa concepção:
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Os Diários de Campo são registros individuais em um caderno, contendo observações, impressões, sentimentos e inquietações sobre o desenvolvimento das práticas educativas. Bellochio, 2000
1) não é o que habitualmente os professores fazem quando refletem sobre seu trabalho(...) é mais sistemática e colaboradora;
2) não é simples resolução de problemas (...) implica a colocação de problemas;
3) não é investigação acerca de outras pessoas (...) é realizada por determinadas pessoas acerca de seu próprio trabalho, com o fim de melhorar o que fazem, incluindo o modo como trabalham com e para outros; 4) não é método científico aplicado ao ensino (...) adota uma visão de
ciência social distinta daquela em que se baseiam as ciências naturais (...) é um processo sistemático que segue uma evolução sistemática, e muda tanto o investigador como as situações nas quais esse atua. (Kemmis & Mctaggart, 1988, p. 29-30)
Como pontos centrais os autores acima destacam que a investigação-ação:
¾ propõe-se a melhorar a educação mediante sua mudança; ¾ é participativa;
¾ é colaboradora;
¾ cria comunidade autocríticas de pessoas;
¾ é um processo sistemático de aprendizagem em que as pessoas atuam conscientemente;
¾ induz as pessoas a teorizar sobre suas práticas;
¾ concebe de modo amplo e flexível aquilo que se pode constituir como prova; ¾ exige a manutenção de um diário pessoal no qual registremos nossos
progressos e nossas reflexões; ¾ é um processo político;
¾ implica que as pessoas realizem análises críticas das situações;
¾ é um processo que começa modestamente, com pequenos ciclos de planejamento, começa com pequenos grupos de colaboradores;
¾ permite-nos criar uma argumentação desenvolvida, comprovada e examinada criticamente de nossa prática. (Kemmis & Mctaggart, 1988, p. 30-34)
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - MESTRADO
PROJETO DE PESQUISA:
Formação e Práticas docentes na Educação de Jovens e Adultos
CARTA DE CESSÃO
Eu ____________________________________________________________
CPF ____________________________, residente na cidade de
_________________________na (rua, nº, Av, bairro)______________________________________________________________________
_________________________________________________________
AUTORIZO E CONCEDO a Mariglei Severo Maraschin, mestranda do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (matrícula nº 2460573), sob a orientação da Profª.: Drª Cláudia Ribeiro Bellochio, o direito de publicar, integralmente ou em partes, sem restrições de prazo e citação os trabalhos realizados no Grupo de Discussão em EJA no período de setembro de 2004 a dezembro de 2005.
Santa Maria,___de__________________de 2004.
________________________________________ Assinatura da Professora APÊNDICE F- Texto Desenvolvimento Profissional