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CAPÍTULO IV Docência no Ensino da Biologia

4.4 Formação de Professores no CFTP: Saberes e práticas

Sabemos que apenas os ensinamentos adquiridos na graduação não são suficientes para uma boa praxe em sala de aula, é necessário algo mais. Obseva-se que na contemporaneidade, a exigência quanto às habilidades do profissional da educação torna-se cada dia mais acirrada. E, para suprir as demandas escolares, os educadores precisam estar em contínua aprendizagem, ou seja, a formação contínua, especialmente, aquela voltada para as TDIC é essencial.

A escola, na figura do professor mediador, é solicitada a estimular competências não a simplesmente ler, interpretar, mas para compreender meios e mensagens audiovisuais que os jovens consomem e com e com os quais se envolvem afetivamente, tudo isso perpassa pelas aprendizagens diversas, ou seja diária, que vai além do curso de formação contínua do professor. Este, também, deve encorajar pais a conhecerem o campo midiático para que eles possam analisar o que a TV anuncia (Carneiro, 2005, p. 113).

Promover a participação e inovação das pedagogias através das TDIC na escola é um meio que se tem de ensinar, estimulando pais e alunos a compreenderem de forma adequada, as mensagens que atualmente veiculam através das tecnologias.

Sobre isso, vale ressaltar que os atuais currículos são normativos, exibem primeiro a ciência de base, em seguida a ciência aplicada e finalmente um estágio em que se presume que os alunos apliquem aos problemas do dia a dia profissional as técnicas que resultam das investigações em ciência aplicada.

Ao fazer esta proposta, não nega a importância do ensino de Biologia, considera, porém, que esta só é válida se for abordada com a prática profissional realizada em ambientes de formação profissional prática que integrem ação e reflexão, considerando estas como fonte de conhecimentos que se acendem na própria ação.

Para Polito (2005) “um recurso visual nunca pode suplantar a importância do orador. Ele deve servir como um reforço da mensagem, ressaltando as informações mais importantes, esclarecendo e complementando as partes significativas da apresentação” (p. 13)

Diante desse pressuposto verifica-se que a área da Biologia vem tentando se adaptar as tecnologias digitais, embora saibamos que ainda há muito de se fazer sobre esse assunto. Pontuamos alguns projetos e metodologias integrados à formação de professores de Biologia relativa às TDIC integradas por estes profissionais. Elencamos também, algumas informações

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de acordo com o Programa Mensal das formações dos municípios - “Catálogo de Formação

do CFTP/SEDUC/AM”1 (2019) destinado à formação de professores da rede pública. Assim,

destacamos alguns cursos de formação contínua direcionados ao Ensino Médio:

Curso “Robótica como recurso educacional”, este curso tem 30h de carga horária, na modalidade presencial e EaD, observamos que os docentes podem escolher a melhor modalidade para tal curso. Este, destina-se a apresentar a robótica como um recurso voltado para a educação.

Curso “Google na sala de aula”. Este curso tem 20h de carga horária, e é ofertado apenas na modalidade presencial. Ele, destina-se a orientar os docentes para o uso da ferramenta digital.

Curso “Metodologia para o ensino da Biologia, Matemática e História”. Este curso tem 40h de carga horária, e é ofertado apenas na modalidade presencial. Ele, destina-se a ampliar os recursos didático-pedagógigos através de estratégias ativas, práticas e inovadoras tendo em vista a melhoria dos indicadores de desempenho educacional nas áreas afins.

Curso “Educação Inclusiva na perspetiva interdisciplinar”. Este curso tem 80h de carga horária, e é ofertado apenas na modalidade EaD com algumas aulas presenciais. Ele é voltado para foretalecer a discussão acerca das diversidades dos Atendimento Educacional Específico no âmbito escolar.

Vale ressaltar que tal curso de formação contínua, bem como outros, já vêm sendo ofertados a décadas, porém, somente, a partir de 2018 com a criação do catálogo conforme exposto, observamos o registro de tais formações em diferentes áreas do conhecimento, principalmente, na área de Biologia do EM. O contra-ponto dessa situação ocorre na organização educacional dos municípios, onde observou-se variados registros e documentos relacionados à formação contínua de docentes.

Uma das tecnologias bem presente na atualidade docente é a Webquest, esta já foi referenciada em capítulo anterior. Santos e Barros (2014) entenderam que houve um excelente trabalho utilizando a webquest como uma atividade didática, estruturada, de forma que os alunos se envolvam no desenvolvimento de uma tarefa de investigação, usando principalmente o recurso da internet.

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Em pesquisa realizada por Viana (2017),ela fala sobre um trabalho com uma turma do segundo ano do ensino médio de uma escola pública estadual, localizada no município de Nova Xavantina, Mato Grosso, com a maioria dos alunos pertencentes a famílias de classe média/baixa. A autora nos mostra que a escola dispõe de uma sala de informática com 12 computadores com sistema operacional Windows XP, ligados em rede. Ela disserta sobre a importância desta sala equipada para se trabalhar com a Webquest.

Outra pesquisa envolvendo docentes na linha da Biologia considera-se do trabalho de Heerdt, Brandt (2008), eles apontam que a metodologia Webquest funcionou como mediadora entre o sujeito e objeto de conhecimento. Para estes autores, sem dúvida, esta metodologia mostrou-se eficaz, visto que promoveu interações múltiplas, ou seja, entre professores, alunos e as TDIC.

Luz e Sousa (2017) observaram que são poucos os estudos que apresentam resultados sobre o uso das DTIC feito pelos professores de Biologia na prática docente após eles participarem de um programa de formação contínua.

Os cursos ofertados eram gratuitos e tinham carga horária de 30 horas, distribuídas em 16 semanas. Foram ofertados cinco cursos, denominados Botânica, Diversidade dos seres vivos, Educação em sexualidade, Ferramentas colaborativas para o ensino de Biologia, e Microbiologia. Estes cursos, foram construídos de forma planejada e em seguida disponibilizados aos participantes por meio da plataforma educacional Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment).

Outra metodologia eficiente para ser trabalhada com alunos tendo o professor como mediador da aprendizagem é a Web 2.0, sobre isso, Rolando, Luz e Salvador mostram em pesquisa que as redes sociais, blogs e fórum de discussão configuraram-se as ferramentas mais utilizadas na prática docente de professores de Biologia.

Experiências e vivências de sala de aula, deste investigador, bem como estudos empreendidos na área de formação de docentes, mas precisamente na área da Biologia, mostram que uma promissora proposta de trabalho que encolva as TDIC é também o trabalho com Feiras de Ciências. Assim, os professores de Biologia e a Coordenação da escola que são os responsáveis pelo evento, com a ajuda dos discentes devem fazer a relação entre Ciência e Tecnologia, onde os docentes devem orientar os alunos para o desenvolvimento de projetos inovadores a partir de conteúdos já estudados em sala de aula.

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