• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO II Integração das TDIC no Espaço Educativo

3. CAPÍTULO III Alguns Pensadores da Biologia

3.6 Mendel, Morgan, Watson e Crick (Genética)

Francis Harry Compton Crick, um dos descobridores da estrutura do DNA, enseja a lembrança das circunstâncias em que se desenvolveu esse notável trabalho.

A decifração da estrutura do ácido nucléico por James D. Watson e Francis H. Crick (A Structure for Deoxyribose Nucleic Acid), anunciada na revista inglesa Nature de 25 de abril de 1953, foi considerada a contribuição mais importante no campo da Biologia, depois do livro de Darwin (1859) e da publicação de Mendel (1866).

Thomas Hunt Morgan (1866 -1945) descobriu, em 1910, a herança ligada ao sexo e a recombinação dos fatores relacionada com sua distância nos cromossomos. Morgan desenvolveu um extenso trabalho de pesquisa com a mosca do vinagre (Drosophila melanogaster). Em 1913, Alfred Sturtevant, da sua equipe, iniciou o mapeamento dos cromossomos. Em 1915, Morgan, Sturtevant, Muller e Bridges publicaram The Mechanism of Mendelian Heredity. Por sua pesquisa em genética, Thomas Hunt Morgan recebeu, em 1933, o Prêmio Nobel de Medicina.

A estrutura do DNA proposta por Watson e Crick apresenta duas cadeias de fosfato- desoxirribosa em hélice, no exterior, unidas por duas bases aminadas, no centro. As cadeias formam uma hélice similar a uma escada de caracol, e as bases são os degraus. A descoberta da estrutura do DNA representa um marco no desenvolvimento da biologia nos últimos dois séculos, cujo início deu-se com o estabelecimento da teoria celular e a descoberta das leis da herança dos “fatores hereditários” (genes) por Mendel e seu relacionamento com os cromossomos.

Recapitulam-se brevemente, as etapas que levaram a essa descoberta. Nesta ocasião, no final do capítulo 3, o investigador apresenta síntese de alguns pensadores da Biologia, como: Empédocles de Agrigento (495-435 a.C.), Aristóteles, Alfred Russel Wallace (1823- 1913), Malcolm Jay Kottler, Darwin (1875), Lewontin (2002), Canguilhem (2007), Mayr (2008), Hooke e Theodor Schwann, Robert Hooke (1635-1703), Louis Pasteur (1860), Koch (1880), Francis Harry Compton Crick, James D. Watson e Francis H. Crick, Mendel (1866),

53

Thomas Hunt Morgan (1866 -1945), Alfred Sturtevant (1913), Morgan, Sturtevant, Muller e Bridges (1915), nota-se a importância no enfoque de conhecimentos e conceitos do ensino e da trajetória da biologia que se dá quando o homem começou a observar e perceber no dia a dia que as plantas tinham uma época certa do ano para frutificação, quais plantas eram venenosas e quais não eram, quais frutos que podiam ser consumidos e os que não podiam.

Acredita-se que o ensino e o conhecimento a cerca da evolução biológica é necessária para alcançar no desenvolvimento educacional, determinadas competências e habilidades. Partindo destes princípios os alunos podem entender a importância deste conhecimento da Biologia para conscientização sobre as relações entre os processos evolutivos e os problemas ambientais que enfrentados atualmente podendo levar os educandos a questionar as relações do ser humano com os ambientes naturais e alertar para a necessidade de busca de alternativas sustentáveis para a sobrevivência. O conhecimento dos processos investigativos realizados por Darwin pode possibilitar o desafio aos educandos a realizarem pesquisas fundamentadas pela metodologia científica.

O naturalista Aristóteles começou a observar e estudar as mais diversas formas de vida. Descobriu muitas coisas que foram fonte de pesquisa durante séculos. Observou, dividiu e classificou os animais “com sangue” e “sem sangue”. Percebeu a presença de órgãos análogos e homólogos e observou a adaptação evolutiva dos animais e vegetais.

Até o século XVII, os pensadores estudavam apenas os seres vivos visíveis a olho nu. Em meados do século XVII começam alguns estudos com células. Este avanço foi possível com o aperfeiçoamento do microscópio, feito pelo cientista inglês Robert Hooke. A teoria que diz que os seres vivos podem, em determinadas condições, formar-se a partir da matéria bruta, denomina-se abiogênese ou teoria da geração espontânea. Apesar de ainda aceita por alguns indivíduos de pouca instrução, está morta, cientificamente. A queda definitiva da abiogênese foi causada pelas brilhantes experiências de Louis Pasteur.

No século XVIII a Biologia apresenta um grande avanço. O francês Conde de Buffon e o cientista sueco Carl Lineu desenvolvem as bases teóricas da Biologia. O primeiro sistema de classificação de plantas por gêneros e espécies é elaborado por Lineu.

Ainda no século XVIII, o naturalista Buffon cria as bases teóricas da Geologia e Paleontologia, ambas ciências de extrema importância para a Biologia. No século XIX, ocorre um grande avanço na Biologia, que passa a ser uma ciência organizada e sistematizada. Vários pesquisadores fazem viagens para várias regiões do mundo para expandir os conhecimentos e conhecer e catalogar novas espécies de animais e plantas.

O século XIX também é marcado pelas teorias de Lamarck, que propõe que as características físicas adquiridas por uma espécie, em decorrência do meio ambiente, podem ser transmitidas para

54

seus descendentes. Na segunda metade do século XIX, o naturalista inglês Charles Darwin propõe a Teoria da Evolução das Espécies.

O século XX é marcado pelo desenvolvimento da Genética. Os geneticistas norte-americanos James Watson e Francis Crick descobrem a estrutura da molécula de DNA.

Nesse sentido, a história da Biologia através dos pensadores citados pelos episódios históricos, ocorreu um processo lento de desenvolvimento de conceitos até chegar às concepções aceitas atualmente. Isso pode facilitar o aprendizado do conteúdo científico que estiver sendo trabalhado. Uma das contribuições dos pensadores da Biologia é procurar esclarecer concepções históricas que vêm sendo perpetuadas no decorrer do tempo.

A história da Biologia, apontada pelo (investigador) nesse estudo, pode ser aplicada como um recurso didático útil, interessante e facilitador da aprendizagem, tanto no ensino da Biologia, quanto em outras áreas afins do conhecimento. Ao abordar episódios históricos de forma contextualizada e gradativa, a história da Biologia colabora para uma visão mais concreta da natureza, dos métodos e limitações específicas da ciência.

A teoria da evolução é a base do conhecimento em Biologia, pois substituiu a concepção de mundo estático, feito por um Criador, pela lógica de uma teoria dinâmica que explica de forma revolucionária a diversidade biológica.

O processo de ensino e de aprendizagem sobre a teoria da evolução priorizou a abordagem do darwinismo, consolidando a teoria de Darwin e relativizando a contribuição de Alfred Russel Wallace, fazendo com que a aprendizagem sobre Wallace não fosse incorporada significativa e simbolicamente na estrutura cognitiva dos licenciados.

Darwin construiu uma teoria consistente e profunda, porém, Wallace não deve ser visto como sua sombra e sim como um cientista que contribuiu efetivamente na estruturação de um arcabouço teórico (por exemplo, esqueleto) que transformou os referenciais da humanidade sobre a origem da vida. O contributo de Wallace, assim como de outros pensadores esquecidos só chegará às salas de aula se forem trabalhadas e valorizadas durante a formação dos professores de Ciências Biológicas, tendo como eixo norteador a História da Biologia.

55