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Forma do apoio instrucional para o estudo no texto de não domínio

3. Resultados e discussão: Aprendizagem e cognição de indivíduos em contexto de expertise

3.3 CONHECIMENTO PRÉVIO E ESTRATÉGIAS NO PROCESSO DE ESTUDO

3.3.2 Forma do apoio instrucional para o estudo no texto de não domínio

Os participantes, sobre a forma do apoio instrucional para o estudo, expressaram posicionamentos variados que confluem para o ponto de possuir um ponto de apoio para a compreensão do texto na forma de uma pessoa com conhecimento na área. Essa pessoa deverá trabalhar com exemplos básicos e com a contextualização do texto em situações reais, próximas à realidade, agindo como um tradutor do conteúdo fechado ou hermético do texto para indivíduos leigos no assunto.

A, eu ia trabalhar com exemplos, exemplos assim muito básicos, coisas assim muito básicas...ai se fosse em um ambiente com muitas mulheres, eu ia fazer isso com relação com uma compra de mercado ou o dia a dia de uma mãe que vai no mercado buscar isso e precisa trabalhar, ai precisa deixar dinheiro na empregada, eu acho que se tivesse nesse exemplo, o aprendizado ia ser mais efetivo entendeu, então se fosse em um curso, eu ia querer que fosse assim...não deu nem tempo, já

começa com a situação prática, dessa forma...se a situação fosse essa, não botar tudo nessa linguagem ai...sintaxe, nessa linguagem de primeira ordem...então,

quais são as variáveis que estão entrando, a a mulher, é filho, é a empregada, é o marido, é o chefe...é o porteiro, por exemplo, ou é o mecânico que tem que levar o carro na oficina...então ai as funções lá, as relações que some, que multiplica que diminui, ai então o X que se ela se atrasar tanto, mais que 10 minutos, então o filho vai ficar esperando na escola, ai vai dar X menos, se ela for no horário, ai dá...ai eu acho que daria para entender, se não não dá...que nem voce fez ali, porque ai eu vou ler rápido ai eu vou dizer: oque é isso, e nisso mudando junto,

ai eu só aprendo assim, eu moldo um pouco, para ter um aprendizado mais

significativo, então é assim (A, 35 anos) (grifos nossos).

Primeiro me indicar de onde veio a bibliografia desse texto, quem é, e como ele

se baseou para escrever isso ai...e a lógica do texto, onde ele quer chegar com

esse texto...aqui ele coloca "n" variáveis...ai eu quero saber onde ele quer chegar,

em que ponto do texto, já que no final lá eu não consegui entender nada. Ai se uma pessoa fosse dar uma aula sobre isso, acho que ela tinha que explicitar qual

é a ideia, já que trabalhando com essas variáveis...onde ela quer chegar, senão

não prende a atenção, como não prendeu a minha atenção sabe? Como você pode ir em frente se você não entendeu nada na primeira página? Ai a tendência é continuar piorando, então a abordagem tem que ser mais detalhada né? Quais

você está querendo concluir com isso ai (B, 36 anos) (grifo nosso).

Olha, ai sim eu acho que o professor tem que de fato planejar bastante a entrega

desse material, sabendo quem é o aluno né? Se é um aluno que não tem conhecimento desse assunto, dessa temática, então ele tem que fazer diferente de se são alunos que já são da área, se já né? Então ai ele teria que fazer bem diferente né? E agora que eu estou te falando isso ai, eu me lembrei sobre a

analogia que eu não tinha pensado sobre isso...nas disciplinas de licenciatura que a gente tem, com alunos de todas as áreas...educação física, biologia, letras, psicologia...todas na mesma sala, acho que esse estranhamento deve acontecer

com esses alunos, já que a gente leva textos que não são da área deles, eles estão acostumados com textos de outra linguagem, um outro paradigma, então as vezes a gente leva uns textos que os caras devem achar muito tosco...isso me fez

pensar...o quanto que como professora eu teria que utilizar, basear o que eu sei no universo daquele grupo...o quanto que eu teria que contextualizar esse material

para facilitar o acesso...não vou dizer nem acesso, facilitar o desejo ao acesso ao material. Seria uma forma de facilitar o acesso né? Saber quem é esse aluno para

ver se ele já tem algum conhecimento...bom, isso é Vygotski puro né? Já que ele vai dizer que é a zona de desenvolvimento proximal né? Eu sei o que a

criaturinha sabe e vou tentar no mínimo trazer a partir daquilo que ela sabe, se eu trouxer alguma coisa muito além daquilo que ela sabe, não vai caber né? Não vai encaixar né? Eu acho que é um conhecimento muito...é um dos

conhecimentos, conceitos que mais facilmente são transpostos para a prática...ele e o do Piaget, da Psicogênese né? São os mais fáceis e são muito úteis para os professores (C, 45 anos) (grifos nossos).

Então assim, com o máximo de recursos possíveis, audiovisuais né...se possível trazer vídeos, exemplos, trazer esse tema para o cotidiano, porque tem gente que consegue captar as informações visualmente, outras pela audição, pela leitura enfim...pelas imagens, a pessoa não aprende só ouvindo, então por seu um tema complexo, tem que ser dinâmico, com o máximo de recursos possíveis, trazendo

para o cotidiano, para a pessoa ver que isso aqui não é um monte de palavras, ou números ou símbolos, ou cálculos, mas que sim isso você usa no seu dia a dia...então a partir do momento que você contextualiza isso, motiva a pessoa para

o cotidiano da pessoa, ou no trabalho, enfim, é mais fácil de tu compreender e

fixar esse conhecimento nas tuas vivências...eu to lendo isso e eu saber para que

isso me serve, como eu vou usar isso, acho que é a base de qualquer curso, como isso vai ser útil, seja profissionalmente, seja para a sua vida, que tu já viu isso na sua vida ou vai ver, então trazer isso...claro...eu imagino que num curso desse assunto a pessoa já vei ter um conhecimento né, mas se é um aprofundamento, ai tu tem que chamar mais ainda, nós estamos aqui né, partimos daqui para chegar ali...então a contextualização, o uso de vários recursos para tornar o curso

dinâmico, porque é um assunto muito duro né...muito árido, fechado, então tu tem que trazer uma coisa dinâmica (D, 57 anos) (grifos nossos).

Bom, eu preferiria que alguém falasse a respeito primeiro, e eu pudesse ir

acompanhando já tentando fazer essa compreensão coma fala específica...mas

da forma como está aqui eu precisaria de alguém discutindo sobre ele, colocando alguma coisa...alguém que fosse da área falasse a respeito...para falar a verdade eu não sei se isso tem alguma coisa gaver mais com a minha personalidade, uma dificuldade e de debater oralmente, então eu tenho mais facilidade para compreender quando eu fico em silêncio, eu não preciso participar, tenha alguém falando sobre o texto e eu tenho também o texto na mão. Então eu quero fazer

ela discuta comigo, eu quero ficar quietinha com essa leitura, ai na medida em que ela explica, fala sobre isso, eu quero esbagaçar o texto e fazer essa compreensão. Dificilmente eu faço perguntas, mas isso é uma questão de timidez

mesmo. Mas eu tenho essa facilidade de escutar [o professor] e ficar com ele [texto] e eu conversar com ele [texto] e tentar fazer essa...eu gosto mais assim, em questão de preferência mesmo, de buscar o entendimento (E, 54 anos) (grifos nossos).

Acho que ele poderia ser utilizado...acho que teria um mediador que seria um

expert nesse assunto, que pudesse conduzir as pessoas, contribuir em uma forma de condução como um todo...é a minha ideia. Ai seria algo mais

dialogado...a pessoa que estivesse lendo, ai ela iria perguntando e a pessoa iria auxiliando nessa interpretação aqui né? Um mediador na interpretação sabe? (F, 33 anos) (grifos nossos).